terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O NASCIMENTO DE UM MEDICAMENTO



“A idade média nos deu uma doutrina metafísica do princípio da individualização: a signatio materiae”.LAÍN ENTRALGO uma das objeções indiscriminadas de caráter condenatório lançadas é a de que a homeopatia, remete-se a um nostalgismo “iluminista”, pretendendo resgatar através dele a visão eclesiástica na prática da medicina, denominá-la como ressureição  como disse DEMARQUE, de uma medicina filosófica. Paulo Rosenbaum em seu livro: Miasmas – Saúde e Enfermidade na Prática Clínica Homeopática, (Ed. Roca,1998, pág.341) parágrafo 2 nos esclarece:“ A resposta a estas objeções, deliberadamente apressadas, é que é do próprio material experimental, particularmente nos registros patogenéticos, que nasceu a suspeita de uma problemática existencial de caráter filosófico-existencial-metafísico, que “invade” o experimentador com as especulações da inquietude do espírito. Diante desta errônea margem de acusação, convém explicitar ao leitor que jamais se pretendeu estabelecer uma medicina “eclesiástica”, apenas  compreender-se os fenômenos desencadeados no experimentador e, para isto, talvez seja necessário remeter-nos ao estudo das disciplinas que foram relegadas em nossa atual formação médica.”No material experimental as expressões faladas pelo experimentador, por exemplo: Arsenicum Album que levanta suspeitas “acerca da bem aventurança da sua alma”; ou Kalium bromatum, cujo experimentador afirma que tem a ilusão “que será o objeto de vingança divina”; Opium que diz “visitar vários apartamentos do paraíso”. Há muitos outros exemplos retirados de material patogenético experimental; bem como: Atropa Belladona, Chellidonium majus, Cyclamen, Digitalis, Cannabis indica, Pulsatilla, Lilium tigrinum, Selenium, Veratrum, Stramonium, etc. Como podemos desconsiderar o material experimental? Suspendê-lo não seria a antítese do parágrafo 6 que diz que devemos refutar as hipóteses metafísicas que não  “puderem ser comprovadas experimentalmente”? O Sintoma “pressentimento” registrado por Hahnemann no sintoma 521 de Aconitum nappelus mostra que o experimentador fala: “Visão lúcida: ele diz, agora minha amada2(distante 70 milhas) deve estar cantando aquela passagem difícil, que eu acabara de cantar”.Hahnemann exigia a experimentação no homem são, exatamente para descobrir o que ele sentia, falava, pensava e imaginava; aspectos impossíveis nas experimentações com anima vili. Conforme a descrição no capítulo 6, no Aforismo 21, Samuel Hahnemann descreve o princípio básico:[...Ora, sendo inegável que o princípio curativo dos remédios não é perceptível por si mesmo e como nas experiências puras com os remédios, desenvolvidas pelos observadores mais rigorosos, nada pode ser observado que os constitua em medicamentos ou remédios a não ser o poder de causar alterações distintas no estado de saúde do corpo humano e, particularmente, no corpo do indivíduo saudável, nele excitando vários sintomas morbíficos definidos, conclui-se que, quando os remédios agem como medicamentos, eles podem apenas fazer funcionar sua propriedade curativa mediante esse poder de alterar o estado de saúde do homem, produzindo sintomas peculiares; e assim, por conseguinte, temos que confiar somente nos fenômenos morbíficos que os remédios produzem no corpo saudável como a única revelação possível de seu poder curativo inerente a fim de aprender qual o poder que cada remédio possui em particular para produzir a doença e, ao mesmo tempo, a cura...]O propósito da experimentação de um medicamento é registrar a totalidade dos sintomas morbíficos produzidos por essa substância em indivíduos saudáveis; e essa totalidade, constituirá as indicações curativas sobre as quais será prescrito o medicamento curativo para o doente. “O corpo humano parece admitir ser afetado de maneira muito mais poderosa, em sua saúde, pelos remédios químicos do que pelos estímulos morbíficos naturais. Pois as doenças naturais são curadas e dominadas por remédios apropriados”.É possível, na verdade, envenenar um organismo com qualquer substância, se for administrada em quantidade suficiente. Isto é verdade tanto para um veneno como para um alimento. Uma coisa tão comum como o sal de cozinha, se for administrado em grandes doses diariamente durante um longo tempo, pode gerar uma variedade de sintomas em pessoas relativamente saudáveis. Se administrarmos uma substância que está sendo testada, em quantidade suficiente, ela perturbará a força vital o bastante para mobilizar o mecanismo de defesa que, por sua vez, gerará um grupo de sintomas peculiares à substância que está sendo testada.Quando uma substância é administrada e os sintomas resultantes são anotados, estamos registrando as manifestações específicas do mecanismo de defesa. Esse é o único modo que temos para identificar a freqüência ressoante da ação do medicamento. Quando anotamos o sintoma, estamos registrando as manifestações peculiares que representam a freqüência resoante do mecanismo de defesa. Combinando o quadro de sintomas do medicamento com o quadro de sintomas do cliente, comparamos suas freqüências de ressonância, realizando, dessa maneira, a cura pelo fortalecimento do mecanismo de defesa em seu ponto mais fraco. Se uma substância for administrada em doses tóxicas ou venenosas, todo o organismo reagirá, mas essa reação será muito grosseira para ter valor em termos de homeopatia. Sintomas como coma, convulsões, vômito ou diarreia serão registrados, mas as distinções sutis, refinadas, não estarão evidentes. Se, doses pequenas, até mesmo diminutas e potencializadas, forem usadas, produzirá uma ampla variedades de sintomas altamente refinados e específicos, nos planos mental e emocional. É por isso que a homeopatia enfatiza as experimentações em seres humanos saudáveis, capazes de descrever de forma lúcida até as mudanças mais sutis. O método alopático, pelo contrário, primeiro testa as drogas em animais e, depois em seres humanos doentes. O teste com animais é naturalmente, inadequado para qualquer propósito terapêutico verdadeiro, pois os únicos sintomas que podem ser registrados são os sintomas físicos mais grosseiros. Para os propósitos homeopáticos, o teste de drogas feito em seres humanos doentes também é inadequado, já que os sintomas da doença podem confundir-se facilmente com os efeitos da droga. É obvio que as drogas alopáticas são testadas apenas na sua capacidade de funcionar como paliativos dos sintomas ou síndromes específicos e não pelo efeito que podem ter sobre a saúde geral do paciente.Quando uma substância é administrada num organismo, existem duas fases de resposta. O efeito primário ocorre imediatamente, dentro de poucas horas ou dias; este representa a fase de excitação da reação, que geralmente é um tanto violenta. O organismo em sua tentativa de restabelecer o equilíbrio, compensa a si mesmo, então com um efeito secundário. Esse tem, geralmente, um período de reação aproximado de duas vezes o tempo da reação primária. Os sintomas gerados nessa segunda fase podem ser opostos aos sintomas da primeira fase. Em qualquer experimentação, é importante registrar os sintomas das duas fases, mesmo que eles pareçam contraditórios. Cada fase representa uma manifestação característica da ação do mecanismo de defesa e, deve ter a mesma importância.Para que o mecanismo de defesa produza os sintomas, o limite da força vital deve ser transposto. Ou a dosagem da substância é suficientemente forte para sobrepujar a força vital, ou o organismo tem um grau relativamente alto de sensibilidade a ela. Visando produzir sintomas nos provadores cuja vibração é muito diferente da vibração do medicamento, devem ser usadas altas dosagens do material, podendo-se esperar que os sintomas resultantes sejam muito abruptos. Se essa alta dosagem do material fosse usada em provadores muito sensíveis à substância, isso poderia resultar em sintomas fortes e prejudiciais. Se, for dada uma dose diminuta ou potencializada aos provadores que estão muito próximos da taxa de vibração da substância, aparecerão uma série de sintomas altamente específicos e característicos; nesse caso, os sintomas serão sutis, individuais e característicos, principalmente nos planos mental e emocional. É ético administrar substâncias potencialmente tóxicas em indivíduos essencialmente saudáveis? As experimentações jamais devem ser feitas em dosagens tóxicas; para os sintomas tóxicos contamos apenas com relatos dos envenenamentos acidentais já registrados na literatura toxicológica. A administração da substância que está sendo provada é suspensa assim que houver o registro do primeiro sintoma. Qualquer medicamento experimentado que registre apenas os sintomas físicos é insuficiente para os propósitos da homeopatia. A cura é o objeto da administração do medicamento e os sintomas eliminados do ser como um todo, durante o processo de cura, são os mais confiáveis, pois indicam o mais alto grau de sensibilidade ao medicamento. Se o grau de vibração de um dos experimentadores combinar exatamente com o da substância, este provador Terá um alívio extraordinário e duradouro de todos os sintomas apresentados antes da experimentação. No que o experimentador sente, fala, pensa e imagina; estão contidos todos os aspectos de sua individualidade, fundamentais para sua prescrição, não importando quão estranhas ou inusitadas tais manifestações possam parecer aos olhos de quem conduz. Devemos conservar com o experimentador o mesmo procedimento vivencial que temos com os clientes. Reconhecer os conflitos como reais, vivos e presentes para o indivíduo que o verbaliza, desenha ou representa. Como conviver com a admissão da realidade da preocupação humana com os fins de sua existência ou com sua angustia metafísica existencial, ocupando uma parcela significativa da subjetividade? Negá-la parece-nos uma medida arbitrária e obscuranista. Qualificá-la como enfermidade mental, é mais um atributo nosológico do que uma contribuição para o equacionamento do problema. Para que possamos nos aproximar da homeopatia pedida por Hahnemann, devemos estar atentos a uma psicologia da alma, aos movimentos desuniformes dos miasmas que lançam obstáculos para a interrupção do estado de saúde e do desenvolvimento humano. Estar atentos a isto não significa necessariamente “mitologizar” a vida dos pacientes, simplesmente porque ela já está “mitologizada” por aquilo que Mauron descreve como o “mito pessoal” ou “fantasma obsedante”. Hahnemann revolucionariamente lança a enfermidade à luz de um entendimento de uma unidade substanciada no imaterial. Para negar a base de sua reforma é necessário estabelecer contrapontos respeitáveis, provando que o homem não representa tal unidade e que uma totalidade não seletiva não é o que realmente importa.“O fundo ou a essência fundamental deste princípio vital espiritual, comunicado a nós homens, pelo infinitamente misericordioso Criador, é incrivelmente enorme, se os médicos soubessem como manter sua integridade nos dias de saúde, direcionando o homem a um modo saudável de viver, e como invocar e aumentá-lo nas enfermidades puramente através do tratamento homeopático...”(Cf.Hahnemann, S.The Chronic Diseases their Peculiar Nature and their Homeopathic Cure.Translated from second enlarged german edition of 1835 by Louis H. Tafel. New Delhi, B. Jain Publishers, Reprint 1985. 2 vols.p XIX preface to Fourth Volume.)



  Princípio de Infinitesimal
Dentre os princípios que regem a homeopatia, aquele que provoca mais discussões apaixonadas é o princípio de infinitesimalidade. Como aceitar que soluções cada vez mais diluídas até limites inconcebíveis possam manter uma atividade terapêutica?
Definir a infinitesimalidade traduz-se por dar limites ao que, etimologicamente, não os tem. O termo infinitesimalidade está ausente do dicionário; figura apenas o adjetivo infinitesimal, termo retirado da língua inglesa e que significa “extremamente pequeno”. Ele vem do latim, finis (“baliza”), expressando no sentido próprio, o limite de um campo ou de um território, e, no sentido figurado, o termo, a meta. Finireé, traduzido por “delimitar”, e infinitus, por “sem limites, indeterminado”. O termo “infinitesimalidade”, com a noção de desconhecido e até de “vago”, “impreciso”, é capaz de preocupar e chocar médicos e pesquisadores que não escolhem explorar de imediato um mundo científico radicalmente novo e cujos pontos de referência devem ser inteiramente elaborados. Infinitas é a “imensidão”. Quanto ao infinito , é um conceito facilmente administrado pelas ciências matemáticas, que não experimentam nenhum embaraço com isso, provando, assim, que ele é compreendido pelo ser humano. Não sendo estranho ao homem, o infinitesimal não pode e não deve ser estranho ao médico. A infinitesimalidade é um assunto inteiramente justificado na pesquisa científica e médica.Em Homeopatia, a noção de infinitesimalidade aplica-se à preparação dos medicamentos que serão administrados segundo o princípio da similitude. Os medicamentos são diluídos sucessivamente a 1/100 (centesimal hahnemaniana) em álcool a 70º, um número considerável de vezes. Isso tem como conseqüência a administração de doses extremamente fracas do produto de origem. A partir de um determinado número de diluições, a presença de moléculas é mesmo improvável.“ Não é em virtude de uma opinião preconcebida, nem por amor da singularidade, que me decidi em favor de doses diluídas, tanto para o quinino ( China offic.) tanto para qualquer outra substância. Cheguei a isso após experiências e observações muitas vezes renovadas, e elas me demonstraram que maiores quantidades de medicamentos, mesmo nos casos em que elas fazem bem, agem com mais intensidade do que o necessário para obter a cura. Assim, as diminuí, e como eu sempre observava os mesmos efeitos, desci até as doses mínimas que me pareciam suficientes para exercer uma ação salutar, sem agir com uma violência capaz de retardar a cura.” Hahnemann – Organon.
A demonstração experimental por Hahnemann e seus alunos de uma atividade curativa de diluições cada vez maiores das substâncias de origem vegetal, animal e mineral, escolhidas de acordo com o quadro de sintomas que elas desenvolvem no sujeito sadio.(patogenesias).O método hahnemaniano é preparado com frascos separados, comporta uma agitação muito forte, chamada dinamização. A técnica consiste em bater o fundo do frasco em posição vertical com golpes secos sobre uma superfície firme, cem vezes, chamadas de diluições centesimais(diluições sucessivas a 1/100).É natural que as diluições infinitesimais utilizadas em homeopatia tenham provocado críticas desde sua introdução em terapêutica. Quando não encontramos mais moléculas em uma dinamização homeopática pelo método da sucussão temos a memória medicamentosa instalada “in vitro”. Diluições totalmente desprovidas de moléculas são, portanto, capazes de transmitir uma informação; os fatos experimentais estão aí para demonstrar a realidade do fenômeno. É necessário tentar compreender qual poderia ser o suporte material dessa informação. Cinco áreas de pesquisa estão envolvidas: a memória dos átomos, o crescimento fractal, o método do grupo de renormatização, aplicado aos fenômenos físicos de acordo com as escalas de comprimento, a física relativista e o movimento browniano, e a eletrodinâmica quântica.Se analisarmos nossas células contém memórias de todo o universo, somos compostos por elementos químicos que estão nas estrelas, planetas, nas rochas, plantas, em todos os lugares. Fazemos parte de um todo. Existe um equilíbrio delicado e dinâmico entre todas as formas de vida e o ambiente. “O DNA é que controla a vida. Na verdade, a epigenética, que é o estudo dos mecanismos moleculares por meio dos quais o meio ambiente controla a atividade genética, é hoje uma das áreas mais atuantes da pesquisa científica em geral.”O que muitos cientistas ainda consideram antropomorfismo, ou melhor, citopomorfismo, eu chamo de “biologia 101”. Você pode se considerar um indivíduo, mas eu digo que seu corpo físico é uma grande comunidade cooperativa de aproximadamente 50 trilhões de células e que a maioria delas vive como amebas, ou seja, organismos que desenvolvem uma estratégia cooperativista para a sobrevivência de todos. Assim como uma nação reflete as características de seus cidadãos, nossa condição humana reflete a natureza de nossa comunidade celular. Embasado nesse raciocínio, as nossas reações emocionais, mentais, comportamentais e biológicas reagem em cadeia. Se na Malásia por exemplo está acontecendo um foco de meningite, consequentemente nos afetará com muita rapidez. Vou mais longe, criamos forma pensamento e damos vida. Hahnemann chamou de “miasmas”. Muitas vezes vibramos pela nossa maneira de agir, pensar e sentir em algum adoecimento, exemplo, o câncer que hoje em dia é muito comum entre os seres humanos. As células estão destruídas e há uma guerra dentro do organismo para promover a cura, então sua vida, seus pensamentos, sentimentos e ações como estão? Mágoas, raiva, indignação, orgulho em não aceitar as coisas, querer se impor sempre com arrogância e prepotência, agressividade etc. Somos responsáveis pelo que acontecemos conosco. O medicamento homeopático contém a memória energética, ao tomarmos, vibraremos em uma frequência  maior e semelhante, onde o restabelecimento do desequilíbrio acontecerá. Todos os pesquisadores podem incluir em seus trabalhos a Homeopatia, que se tornou realidade, mas será necessário associar ao estudo das diluições, como suportes da informação; será preciso verificar se o paradigma mecanicista não é um entrave à progressão da inteligência da Homeopatia. Refugia-se no mundo dos objetos traz o risco de limitar o campo interpretativo de uma terapêutica da globalidade e do ser vivo. Um novo paradigma, o paradigma do sentido, nos propõe uma nova abordagem do ser vivo; fundada na comunicação sensível em que o corpo e a mente se organizam em torno das trocas significantes de informação; ele pode ser proposto para especificar a finalidade da informação veiculada pelas diluições infinitesimais. Hahnemann nos coloca com propriedade sobre a eficácia do medicamento homeopático que até hoje é ridicularizado por muitos médicos.[...Se uma gota de um determinado medicamento altamente atenuado, assim eles falam, consegue ainda agir, então a água do lago de Genebra, dentro do qual uma gota do medicamento mais forte caiu, deve mostrar tanto poder curativo quanto em cada uma de suas gotas separadas, de fato muito mais, vendo que nas atenuações homeopáticas uma proporção muito maior de fluido atenuado é usado.A resposta para isso é que, na preparação das atenuações medicamentosas homeopáticas, uma parte pequena de medicamento não é simplesmente acionada à uma quantidade enorme de fluido não medicamentoso, ou apenas levemente misturado a ele, como na comparação acima, que tem sido maquinada a fim de verter escárnio sobre a questão, mas pela sucussão ou trituração prolongadas; aí resulta não somente a mais íntima mistura, mas, ao mesmo tempo e essa é a mais importante circunstância – aí resulta como que uma grande, e até aqui desconhecida e não sonhada, mudança, pelo desenvolvimento e liberação dos poderes dinâmicos da substância medicinal assim tratada, de forma a provocar admiração.” ...](Escritos Menores, Ed. Organon,2006 “Obras Completas de Samuel Hahnemann”, copilado e traduzido por R.E.Dudgeon. Pág. 694 “Espírito da Doutrina Médica Homeopática). Ele nos explica que, se comparando sem a devida reflexão, por meio do gotejamento de uma gota do medicamento dentro de um lago grande como o lago de Genebra, não pode restar dúvida, mesmo de sua mistura superficial com todas as partes de uma massa de água de tal volume, ao fato de que qualquer parte deverá conter uma igual porção da gota do medicamento. Se tentássemos impregnar uma quantidade menor de água com uma gota do medicamento, sem nenhuma agitação, fosse ela mesmo tão prolongada, teria sucesso, distribuindo essa gota uniformemente ao longo da massa inteira, sem mencionar que a mudança interna constante e a decomposição química das partes componentes da água constantemente se sucedendo destruiriam e aniquilariam o poder medicamentoso de uma gota no curso de poucas horas. Hahnemann, esse grande gênio “contemporâneo” nos coloca que nas operações farmacêuticas homeopáticas, admitindo que elas fossem meramente uma mistura comum, o que não são, enquanto apenas uma quantidade pequena do fluido atenuado é colocada por vez (uma gota de tintura medicamentosa agitada com somente 100 gotas de álcool), começando aí uma união e igual distribuição em uns poucos segundos. O modo de atenuar os medicamentos para uso homeopático realiza não apenas uma distribuição igual da gota medicamentosa em todas as partes de uma grande quantidade proporcional de fluido não – medicamentoso (o que está fora de questão na comparação acima), mas também acontece e isto é infinitamente da maior importância que, pela sucussão ou trituração empregadas, uma mudança é efetuada na mistura, que é tão incrivelmente grande e tão inconcebivelmente curativa, que esse desenvolvimento da força espiritual dos medicamentos até um nível desses, por meio da múltipla e contínua trituração e sucussão de uma pequena porção da substância medicinal, mesmo com mais e mais substâncias não medicamentosas secas ou fluidas, merece incontestavelmente ser reconhecida entre as maiores descobertas.É somente o ignorante vulgar que ainda considera a matéria como uma massa morta, pois à partir do seu interior, podem ser elucidados poderes incríveis até aqui não esperados. Observemos que, quando um pedaço de aço é forte e rapidamente esfregado por meio de uma batida descendente contra uma pedra dura, por exemplo, ágata, em uma operação que é designada de arremesso de fogo, faíscas incandescentes soltam, ateiam fogo no material facilmente inflamável, onde caem; mas poucos cuidadosamente refletem o que realmente acontece. Um grande fenômeno natural é aqui revelado. Quando faíscas são arremessadas com força suficiente, e apanhadas em uma folha de papel em branco, podemos ver com os olhos nus ou por meio de uma lente, pequenas bolinhas de aço situadas ali, as quais foram destacadas em um estado de fusão da superfície do aço pelo ardente golpe de fricção, caindo num estado incandescente, como pequenas bolas de fogo. Pode a violenta fricção provocar tamanho grau de calor suficiente para fundir o aço em pequenas bolas? Isso não requer um calor de no mínimo 3000 graus no termômetro de Fahrenheit a fim de derreter o aço? De onde vem esse calor tremendo? Ele deve vir das substâncias que são esfregadas? O que é a realidade? O aço, o qual quando em repouso está frio, contém um estoque inexaurível de caloria, podendo ser liberado pela fricção; o que não é calculável pelas cifras matemáticas que procuram das muitas vezes limitar a natureza tornando-se contemptível, aplicando a mesa de multiplicação aos fenômenos naturais limitando sua força. O efeito da fricção é tão grande que não somente as propriedades físicas internas, tal como caloria, odor, etc., são originadas e desenvolvidas por ela, mas também os poderes medicinais dinâmicos das substâncias naturais, trazidos à tona até um grau incrível. Hahnemann o notável gênio, foi o primeiro a fazer essa grande e extraordinária descoberta, que as propriedades das substâncias medicinais brutas ganham, quando são líquidas por meio de sucussão com líquidos não medicinais, e quando são secas por meio de trituração contínua, com pós não – medicinais , como que um aumento do poder medicinal, quando esses processos são levados mais além, mesmo substâncias nas quais, durante séculos, nenhum poder medicinal fora observado em seu estado bruto, mostram sob essa manipulação, um poder de agir na saúde do homem que é totalmente surpreendente. Assim: ouro, prata, platina, chumbo, alumínio, zinco, plutônio, dentre outros, não tem ação na saúde humana em seu estado sólido; o mesmo é o caso do carvão vegetal em seu estado bruto.      Muitos grãos de folha de ouro, folha de prata ou carvão podem ser ingeridos pela pessoa mais sensível sem que ela perceba qualquer ação medicamentosa a partir deles. Todas essas substâncias se apresentam para nós em um estado de animação suspensa até onde se considera a sua ação medicamentosa. Mas se um grão de folha de ouro for triturado fortemente durante uma hora num almofariz de porcelana com cem grãos de açúcar de leite, o poder que resulta na primeira trituração possui uma quantidade considerável de força medicinal. Se um grão deste pó for triturado tão fortemente e por tanto tempo com outros cem grãos de açúcar de leite, a preparação atinge uma força medicinal muito maior, e se esse processo for continuado, e um grão da trituração prévia for esfregada tão fortemente e durante o mesmo período de tempo, cada vez com cem grãos frescos de açúcar de leite até, após quinze dessas triturações, a quintilhonésima trituração do grão original da folha de ouro é obtida, então as últimas atenuações não evidenciam a mais fraca, mas ao contrário, a mais penetrante, a maior força medicinal do montante das atenuações. Um único grão da última atenuação colocado num frasco pequeno, limpo, recuperará um indivíduo morbidamente desesperado, com uma tendência constante para cometer suicídio, em menos de uma hora, até um estado pacífico da mente, um amor pela vida, uma felicidade, e horror do seu ato comtemplado, caso ele faça senão uma única olfação no frasco, ou coloque sobre sua língua uma quantidade desse pó não maior que um grão de areia nos explica Hahnemann. A partir disso, percebemos que as preparações de substâncias medicinais pela trituração, quanto mais longe é atingido o desenvolvimento de seus poderes a partir dela, e mais perfeitamente elas são capazes de ser levadas, à partir daí, a mostrar seus poderes, tornando-se capazes de responder ao propósito homeopático em quantidade e doses proporcionalmente menores. Substâncias medicinais não são massas mortas no sentido comum do termo, ao contrário, a sua natureza essencial, verdadeira, é só dinamicamente espiritual, é força pura, a qual pode ser aumentada em potência, por aquele processo muito notável da trituração e sucussão segundo o processo homeopático, quase até um grau infinito.Na mesma maneira os medicamentos líquidos não se tornam, por sua atenuação cada vez maior, mais fracas em força, porém mais potentes e penetrantes. Para propósitos homeopáticos essa diluição é realizada agitando-se bem uma gota do medicamento com cem gotas de um fluido não medicamentoso; a partir do frasco assim agitado uma gota é tirada e agitada da mesma forma com outras cem gotas do fluido não medicamentoso, e assim por diante. Esse resultado tão incompreensível para os homens de destaque, vai tão longe da nossa compreensão humana tão limitada. E, desse jeito, as atenuações mais altas tornam-se muito mais ativas.Não temos palavras em nosso vocabulário ainda limitado perante a grandiosidade do medicamento homeopático potencializado e sua atuação eficiente em processos agudos e  crônicos com uma total eficiência na cura sem gerar  efeitos colaterais criando novas doenças medicamentosas.O Mestre nos coloca as razões do porque o céptico ridiculariza essas atenuações homeopáticas. Primeiro porque ele desconhece que através de tais triturações a força medicinal interna é maravilhosamente desenvolvida, e é, por assim dizer, liberada de seus limites materiais, de forma a capacitá-la a operar de maneira mais penetrante e mais livremente sobre o organismo humano; em segundo lugar, porque sua mente limitada e puramente aritmética acredita que vê aqui somente um exemplo de enorme subdivisão, uma mera divisão e diminuição material, no que qualquer parte deve ser menos que o todo. Como toda criança sabe, mas ele não observa, que nessas espiritualizações da força medicinal interna, o receptáculo material dessas forças naturais, a questão ponderável palpável, não deve ser, em absoluto, levada em consideração; em terceiro lugar, porque o céptico não tem experiência relativa à ação de preparação de tal poder medicamentoso exaltado.“Se, então, aquele que tenciona ser um buscador da verdade não a quiser procurar onde ela deve ser encontrada, isto é, na experiência, certamente falhará em descobri-la; ele nunca achará com cálculos aritméticos.”(Escritos Menores, Ed. Organon,2006 “Obras Completas de Samuel Hahnemann”, copilado e traduzido por R.E.Dudgeon. Pág. 699 “Como pequenas doses de um medicamento tão atenuado, como a homeopatia emprega”).“Mas a arte sendo tão conjectural (sobretudo do modo como hoje se mostra) não somente deu lugar mais amplo ao erro como também, em verdade, à impostura”. (Francis Bacon, 1561-1626; iniciador do empirismo, enaltecedor da experiência e do método dedutivo).“Habitantes da Terra, pensei, quão curto é o instante de nossas vidas aqui em baixo! Com quantas dificuldades vocês tem de se contentar em cada passo, a fim de manter uma existência simples, caso queiram evitar as veredas que conduzem aos desvios da moralidade. E ainda, de que valem todos os seus prazeres conseguidos a duras penas, se não desfrutam de saúde?”.(Escritos Menores, Ed. Organon,2006 “Obras Completas de Samuel Hahnemann”, copilado e traduzido por R.E.Dudgeon. Pág. 392 “ Esculápio na Balança”).“E ainda quão amiúde isso é perturbado. Quão numerosos são os maiores e menores graus de saúde comprometida; quão inaudita a multidão de doenças, fraqueza e dores, que arqueia o homem enquanto ela sobe com dor e labuta em direção ao seu objetivo, e que terrifica e põe em perigo sua existência, e mesmo quando ele é amparado pelas recompensas fortuitas da fama, ou repousa no regaço da luxúria. E ainda, oh! Homem, quão elevada a tua descendência! Quão grande e divino teu destino! Quão nobre é o objeto de tua vida! Tu não estás destinado a se aproximar, por meio da escada das impressões santificadas, das façanhas enobrecedoras, do conhecimento que em tudo penetra, inclusive do grande Espírito que todos os habitantes do Universo reverenciam? Pode o Espírito Divino, que deu a ti tua alma, e deu-te asas para tais altos empreendimentos, ter designado que deveria ser oprimido de forma desamparada e irremediável por aqueles transtornos corporais transitórios que nós denominamos de doença? ?”.(Escritos Menores, Ed. Organon,2006 “Obras Completas de Samuel Hahnemann”, copilado e traduzido por R.E.Dudgeon. Pág. 392 “ Esculápio na Balança”).O Mestre Hahnemann nos colocou com primor a ciência da Homeopatia e na maioria das vezes ou quase sempre criticava a maneira de como a “medicina alopática” se tornou. Uma medicina mecânica com mentes orgulhosas e arrogantes, designadas senhores do nosso destino. Nos mostrou que o Autor de todo o Bem, quando permitiu que as doenças injuriassem Seus Filhos, deve ter estabelecido um meio pelo qual aqueles tormentos pudessem ser amenizados ou removidos. Essa arte deve ser possível Essa arte que pode deixar muitos felizes; não só é possível, mas já existe. Não encontraram registrados nos escritos médicos de todas as épocas curas nas quais a perturbação da saúde era tamanha que nenhum outro desfecho do que uma morte miserável parecia possível.Mais ainda, Hahnemann nos ensinou que, essas curas brilhantes tem sido produzidas quando elas não foram antes atribuídas, ou à força da juventude sobrepujando a doença, ou a irreconhecível influência de várias circunstâncias felizes, do que aos medicamentos empregados. Mesmo se o número de tais curas perfeitas fosse maior, podemos imitá-las com resultados similarmente ditosos?Elas permanecem isoladas na história da raça humana. Grandes curas são possíveis, mas como devem ser efetuadas? Qual a força e as circunstâncias particulares pelas quais foram realizadas? E como devem ser controladas de forma que possamos transferi-las para os outros casos, está muito além do nosso alcance. Talvez a arte de curar não consista em tais transferências. Uma arte de Medicina existe, mas não em nossas cabeças, nem em nossos sinais e sintomas.As pessoas não são curadas todos os dias nas mãos de doutores médicos, mesmo de médicos muito comuns, não, inclusive dos mais ilustres cabeças duras? Samuel Hahnemann. Ele nos explicou com clareza e lucidez que a maioria dos casos, para o tratamento dos quais um médico é chamado, é de doenças agudas. ”Aberrações da saúde que apresentam apenas um pequeno curso a seguir antes que findem ou em recuperação ou em morte. Quando parcialmente é sanado a doença aguda indubitavelmente a dita doença não deixou de existir, formando-se assim com uma nova máscara e gradativamente vai mostrando sua cara. “Sim, ouço a escola continuar a se desculpar, “os milhares de defeitos em nossa constituição cívica, o modo de vida complicado, artificial tão distante da natureza, a luxúria multifacetada enervando e desarranjando nossa constituição natural, são responsáveis pelo caráter incurável de todos esses males. Nossa arte é bastante desculpada por ser incapaz de curar tais casos”.“Vocês então conseguem acreditar que o Preservador de nossa raça, o Onisciente, não destinou essas complexidades de nossa constituição cívica e nosso modo artificial de vida para aumentar nosso regozijo aqui, e remover a miséria e o sofrimento? Que extraordinário tipo de vida isso pode ser, ao qual o ser não consegue se acostumar sem alguma grande perturbação de sua saúde? A gordura de foca e o óleo de baleia comido com pão feito de ossos de peixe seco previne nem tampouco impede o habitante da Groenlândia de gozar de saúde em geral, quanto o faz a invariável dieta de leite do pastor nas montanhas suíças, a comida puramente vegetal dos alemães mais pobres, ou a dieta animal do rico inglês. O nobre vienense não se acostuma aos seus 20 ou 30 talheres, e ele não goza exatamente da mesma saúde do chinês com sua rala sopa de arroz, o mineiro saxão com nada senão batatas, o islandês do mar do sul com seu pão de fruta torrado, e o escocês montanhês com seus bolos de aveia? Deve haver um tipo de arte médica? Seria aplicável à todos?”.  ?”.(Escritos Menores, Ed. Organon,2006 “Obras Completas de Samuel Hahnemann”, copilado e traduzido por R.E.Dudgeon. Pág. 396 / 397 “ Esculápio na Balança”). O Homem a Ciência e Deus
“O progresso da Ciência, em suas escalas inumeráveis, é comparável a uma ascensão em país de altas montanhas. À medida que o viajante galga as árduas encostas, o horizonte se lhe alarga, os pormenores do plano inferior se confundem em vasto conjunto, enquanto novas perspectivas se desvendam ao longe. Quanto mais sobe, tanto maior amplidão e majestade adquire o espetáculo. Assim a Ciência, em seu progresso incessante, descobre, a cada passo, domínios ignorados.Todos sabem quão limitados são os nossos sentidos materiais, como é restrito o campo que estes abraçam. Além das cores e dos raios percebidos por nossa vista, há outras cores, outros raios, cuja existência é demonstrada pelas reações químicas. Do mesmo modo, o ouvido só percebe as ondas sonoras entre dois extremos, além dos quais as vibrações sonoras, muito agudas ou muito graves, nenhuma influência exercem sobre o nervo auditivo.Se a nossa força visual não tivesse sido aumentada pelas descobertas da óptica, que saberíamos do Universo na hora presente? Não só ignoraríamos a existência dos longínquos impérios do éter, onde sóis sucedem a sóis, onde a matéria cósmica, em suas eternas gestações, faz surgir astros por milhares, como também nada saberíamos ainda dos mundos mais vizinhos à Terra. Gradualmente e de idade em idade, tem-se estendido o campo de observação. Graças à invenção do telescópio, o homem tem podido explorar os céus e comparar o nosso mesquinho globo com as esferas gigantescas do espaço. Mais recentemente, a invenção do microscópio abriu-nos um outro infinito. Por toda parte, em torno de nós, nos ares, nas águas, invisíveis a nossos fracos olhos, miríades de seres pululam e agitam-se em turbilhões espantosos. Tornou-se possível o estudo da constituição molecular dos corpos. Chegou-se a reconhecer que os glóbulos do sangue, os tecidos e as células do corpo humano são povoados de parasitas animados, de infusórios, em detrimento dos quais vivem ainda outros parasitas. Ninguém pode dizer onde termina o fluxo da vida!A Ciência progride, engrandece-se, e o pensamento por ela alentado sobe a novos horizontes. Mas quão leve se apresenta a bagagem dos nossos conhecimentos, quando a comparamos com o que nos resta ainda aprender! O Espírito humano tem limites, a Natureza não. “Com o que ignoramos das leis universais – diz Faraday – poder-se-ia criar o mundo.” Os nossos sentidos grosseiros permitem que vivamos no meio de um oceano de maravilhas, sem mesmo suspeitarmos delas, como cegos banhados em catadupas de luz.”(DENIS,Léon – Depois da Morte, A Natureza e a Ciência cap. 3, pág. 97, Ed. FEB)
O sábio de Meissen, com sua percepção do homem, com esplendorosa lucidez nos ensinou com palavras claras e diretas disse que o homem, considerado como animal, foi criado de modo mais indefeso do que todos os outros animais, não possui armas congênitas para sua defesa, nem velocidade que possibilite escapar dos seus inimigos, nem asas e nem pés palmados, nem barbatana e nem armadura impenetrável ao choque. Ele está exposto de forma indefesa a todos os ataques. O homem está sujeito a um número bem maior de doenças que os animais, que nasceram com um conhecimento secreto dos recursos medicamentosos para esse inimigos invisíveis da vida, o instinto, o qual o homem não possui. O homem sozinho sai dolorosamente do útero da sua mãe, macio, delicado, nu, indefeso, desamparado e destruído de tudo o que pode a sua existência suportável, destruído de tudo com que a natureza abundantemente dota o verme do pó para tornar sua vida feliz.Veja, a fonte Eterna de todo o Amor só deserdou o homem da natureza animal a fim de dotá-lo de forma ainda mais abundante com a chispa da divindade. Uma mente que o capacita a retirar de si mesmo a satisfação de todas as suas exigências, e uma medida plena de todos os benefícios concebíveis, e a desenvolver à partir de si próprio, as inumeráveis vantagens que exaltam a criança dessa Terra bem acima de qualquer coisa vivente. Uma mente, indestrutível em si mesma é capaz de criar meios mais poderosos para sua subsistência, proteção, defesa e conforto.Disse mais, o Pai da Humanidade tem contato com essa faculdade da mente humana para descobrir agentes medicamentosos, para protegê-la das enfermidades e acidentes aos quais o delicado organismo humano está exposto. A ajuda que o corpo pode conferir a si próprio para a remoção das doenças é pequena e muito limitada, de forma que a mente humana é ainda mais compelida a empregar, para o cuidado com as doenças do corpo, forças medicamentosas de uma natureza mais eficiente do que a que pareceu ao Criador por bem implantar nos tecidos orgânicos. O que a natureza bruta nos apresenta não deveria formar os limites para o alívio de nossas necessidades, pois nossa mente deveria ser capaz de alargar seus recursos até um grau ilimitado para o nosso perfeito bem – estar. Ele nos elucidou com um exemplo simples: espigas de milho do seio da terra, não para serem mastigadas e engolidas em estado cru e insalubre, mas a fim de que pudéssemos torná-las proveitosas como alimento ao livrá-las da casca, esfregando, e livrando-as de tudo que tivesse um aspecto danoso e medicamentoso, por meio da fermentação e do calor do fogão, e ingerindo-as na forma de pão, nutritivo, uma preparação de caráter inócuo, enobrecida pelo perfectivo poder da mente. Desde a criação do mundo, os relâmpagos têm destruído animais e seres humanos, mas o Autor do Universo achou por bem que a mente do homem deveria inventar algo, por meio de que o fogo dos céus deveria ser impedido de tocar as residências, que por meio de hastes metálicas ousadamente construídas no alto ele o conduzisse sem prejuízos até o chão. Assim ele permite que os outros poderes da natureza não nos prejudique. Que a inumerável ordem de doenças ataque e se apodere do delicado arcabouço corpóreo, nos ameaçando com a morte e a destruição, sabendo bem que a parte animal de nosso organismo é incapaz, na maioria dos casos, de derrotar de forma vitoriosa o inimigo, sem ele mesmo sofrer mais ou menos, ou sucumbir na luta; os recursos orgânicos agem como remédio, limitados e insuficientes para a dispersão das doenças, a fim de que nossa mente possa utilizar sua enobrecedora faculdade, em que a questão se relaciona com os mais inestimáveis de todos os bens terrenos, a saúde e a vida. Continuando com o raciocínio de Hahnemann, o grande Instrutor da humanidade; não pretendia que fôssemos para o trabalho da mesma maneira que a natureza; pois deveríamos fazer mais que a natureza orgânica. Dotados de inteligência e com nosso livre – arbítrio nos foi dado a oportunidade de evolução, para podermos criar mecanismos para nosso aprendizado. Nos deu azas para que pudéssemos voar. O que construímos? Armas nucleares? Demos força aos vírus, bactérias com poderosos antibióticos e vacinas?“... Eu fico, por conseguinte, surpreso que a arte da Medicina tão raramente tenha se erguido de uma servil imitação desses processos brutos, e que tem, em quase todas as épocas, acreditado que dificilmente alguma coisa melhor poderia ser feita para a cura de doenças do que copiar essas crises, e produzir evacuações na forma de suores, diarreia, vômitos, diurese, drenagens venosas, vesicatórios ou feridas artificiais (esse foi e continuou sendo o mais favorecido método de tratamento desde às épocas mais remotas até agora; e foi sempre retomado quando outros modos de tratamento, baseados em especulações ingênuas, desapontavam as esperanças que haviam levantado). Exatamente como se essas imperfeitas e forçadas imitações fossem a mesma coisa que aquilo que a natureza efetua nos ocultos recessos da vitalidade, por seus próprios esforços espontâneos, na forma de crises! Ou como se tais crises fossem o melhor método possível para vencer a doença, e não fossem antes provas da (calculada) imperfeição e impotência terapêutica de nossa natureza desajudada! Nunca, nunca foi possível forçar essas tentativas espontâneas do organismo por intermédio de meios artificiais ( a própria noção implica em uma contradição), nunca foi a vontade do Criador que deveríamos fazer assim. O seu designo foi que nós conduzíssemos todo o nosso ser até uma perfeição ilimitada, como também nosso arcabouço corpóreo e a cura de suas doenças...” ?”.(Escritos Menores, Ed. Organon,2006 “Obras Completas de Samuel Hahnemann”, copilado e traduzido por R.E.Dudgeon. Pág. 416 “ A Medicina da Experiência”).Hahnemann o notável gênio nos elucidou sobre a pura cirurgia que, em vez de agir como a natureza, entregue a si mesma, a qual consegue amiúde só retirar uma lasca de osso na perna induzindo uma febre acompanhada de risco à vida, e uma supuração que destrói quase todo o membro, o cirurgião é capaz, com uma meticulosidade separar dos tegumentos irritáveis, extraí-la em poucos minutos, sem ocasionar qualquer grande sofrimento, sem consequências ruins, e quase sem qualquer diminuição da força; bem como, outras intervenções cirúrgicas livrando o sofredor, poupando-lhe muitos anos de tormento. Devemos nós tentarmos aliviar uma hérnia estrangulada com uma imitação da mortificação e da supuração, que são os únicos meios, ao lado da morte, que a natureza possui contra ela? Para o resgate e preservação da vida, se não soubéssemos de algum outro modo, de estancar a hemorragia de um ferimento em uma grande artéria do que causando uma síncope de meia hora de duração, como a natureza faz? Poderiam os procedimentos cirúrgicos necessários ao restabelecimento parcial do indivíduo serem abandonados? Tem sido uma questão digna da maior admiração ver como a natureza, sem ter recorrido a qualquer operação cirúrgica, sem ter acesso a algum remédio vindo de fora. Quando deixada totalmente desamparada, desenvolve por si mesma invisíveis operações nas quais se mostra capaz em geral, de uma maneira muito tediosa, dolorosa e perigosa, mas ainda assim para remover doenças e afecções de vários tipos. Porém ela não faz isso para que imitemos. Nós não conseguiríamos imitar, não deveríamos imitar, por existem meios infinitamente mais fáceis, rápidos e muito seguro que a faculdade implantada em nossa mente está fadada a descobrir, a fim de servir aos objetivos da medicina, a mais essencial e mais honrada de todas as ciências terrenas.A Homeopatia nos dias de hoje, com inúmeros  nobres homeopatas, conhecedores da “ Divina Arte da Cura”; pesquisando, estudando e experimentando inúmeros medicamentos, trazendo a cura suave e duradoura. Muitas doenças crônicas tidas como incuráveis pela alopatia, onde o homem sofredor podendo ser amenizada e até  curado pela “aguinha”, faz da homeopatia a verdadeira ciência! Palavras de Hahnemann: “A Medicina é a Ciência da Experiência”; o seu objetivo é erradicar as doenças por meio dos remédios. O conhecimento das doenças, o conhecimento dos remédios, e o conhecimento do seu emprego constituem a medicina. Como o sábio e beneficente Criador permitiu aqueles inumeráveis estados do corpo humano diferentes da saúde, os quais denominamos doenças, ele deve ao mesmo tempo ter nos revelado um modo distinto, por meio do qual podemos ter ciência das doenças, que deverá bastar para nos dar condições de empregar os medicamentos capazes de vencê-las; ele deve ter nos mostrado um modo igualmente distinto, por meio do qual podemos descobrir nos medicamentos aquelas propriedades que nos tornam adequados para a cura de doenças, se Ele não pretendia abandar os seus filhos ao léu, ou exigir deles o que está além de suas forças.Essa Arte tão indispensável à humanidade sofredora não pode continuar escondida na obscura especulação, ou ser difundida no imenso vácuo da conjectura, ou ser interpretada erroneamente como “ervinha e aguinha”; deve estar acessível, prontamente acessível a nós, a homeopatia hoje não pode mais ser confundida com tratamento “natural”, mas sim com a seriedade que merece, com a visão da “Cura” dos males tanto crônicos como agudos. No Pronto Atendimento com uma eficácia fascinante no ato da cura. Chegou o momento de despertar as consciências adormecidas numa hipnose que há milênios vem se alastrando adoecendo a humanidade.Dois mil anos foram gastos pelos médicos na tentativa de se descobrir as mudanças internas invisíveis que acontecem no organismo em doenças, e na procura de suas causas aproximadas e de uma natureza, porque imaginavam que não poderiam curar antes que tivessem adquirido esse conhecimento. “A alma é o princípio da vida, a causa da sensação; é a força invisível, indissolúvel que rege o nosso organismo e mantém o acordo entre todas as partes do nosso ser. Nada de comum têm as faculdades da alma com a matéria. A inteligência, a razão, o discernimento, a vontade, não poderiam ser confundidos com o sangue das nossas veias ou com a carne do nosso corpo. O mesmo sucede com a consciência, esse privilégio que temos para medir os nossos atos, para discernir o bem do mal. Essa linguagem íntima, que se dirige a todo homem, ao mais humilde ou ao mais elevado, essa voz cujos murmúrios podem perturbar o estrondo das maiores glórias nada tem de material”.(DENIS,Léon – Depois da Morte, A Vida Imortal cap. 10, pág. 120, Ed. FEB).“Vimos que coisa alguma se aniquila no Universo. Quando a Química nos ensina que nenhum átomo se perde, quando a Física nos demonstra que nenhuma força se dissipa, como acreditar que esta unidade prodigiosa em que se resumem todas as potências intelectuais, que este eu consciente, em que a vida se desprende das cadeias da fatalidade, possa dissolver-se e aniquilar-se? Não só a lógica e a moral, mas também os próprios fatos – como estabeleceremos adiante –, fatos de ordem sensível, simultaneamente fisiológicos e psíquicos, tudo concorre, mostrando a persistência do ser consciente depois da morte, para nos provar que além do túmulo a alma se encontra qual ela própria se fez por seus atos e trabalhos, no curso da existência terrestre.Se a morte fosse a última palavra de todas as coisas, se os nossos destinos se limitassem a esta vida fugitiva, teríamos aspirações para um estado melhor, de que nada, na Terra, nada do que é matéria pode dar-nos a idéia? Teríamos essa sede de conhecer, de saber, que coisa alguma pode saciar? Se tudo cessasse no túmulo, por que essas necessidades, esses sonhos, essas tendências inexplicáveis? Esse grito poderoso do ser humano, que retumba através dos séculos, essas esperanças infinitas, esses impulsos irresistíveis para o progresso e para a luz mais não seriam, pois, que atributos de uma sombra passageira, de uma agregação de moléculas apenas formadas e logo esvaídas? Que será então a vida terrestre, tão curta que, mesmo em sua maior duração, não nos permite atingir os limites da Ciência; tão cheia de impotência, de amargor, de desilusão, que nela nada nos satisfaz inteiramente; onde, depois de acreditar termos conseguido o objeto de nossos desejos insaciáveis, nos deixamos arrastar para um alvo, sempre cada vez mais longínquo, mais inacessível? A persistência que temos em perseguir, apesar das decepções, um ideal que não é deste mundo, uma felicidade que nos foge sempre, é uma indicação firme de que há mais alguma coisa além da vida presente. A Natureza não poderia dar ao ser aspirações e esperanças irrealizáveis. As necessidades infinitas da alma reclamam forçosamente uma vida sem limites”. ”.(DENIS,Léon – Depois da Morte, A Vida Imortal cap. 10, pág. 120, Ed. FEB).A natureza interna essencial de qualquer enfermidade, de qualquer caso individual de doença, até onde nos é necessário conhecê-la, com o propósito de curá-la, expressa-se pelos sintomas, visto que eles se apresentam às investigações do verdadeiro observador em toda a sua extensão, conexão e sucessão. A fim de ser capaz de realizar uma cura, é necessário ter uma imagem fiel da doença com todas as suas manifestações, e em acréscimo, quando essas puderem ser descobertas, um conhecimento de suas causas predisponentes em ordem, após efetuar a cura por meio de medicamentos homeopáticos, para nos dar condições de remover por meio de um regime de vida melhorado, organizado e assim prevenir uma recaída, aumentando a força vital e reorganizando o mental e emocional. O Médico homeopata tem a necessidade de proceder de uma maneira bem simples, tudo o de que ele carece é ter cuidado ao observar e fidelidade ao copiar, evitando as conjecturas e perguntas que direcionam sem sugestionar o paciente.O relato do paciente de seus transtornos, sua história, o homeopata vê, ouve, sente tudo o que há de caráter alterado ou não usual, e anota cada particularidade sem a mudança de palavras e  em ordem, de modo que possa formar uma imagem precisa da totalidade de sinais e sintomas do paciente.Os principais sinais são aqueles sintomas que são mais constantes, diferentes, raros, peculiares e até estranhos dentro de uma visão cartesiana. O homeopata assinala-os, como os mais fortes, a feição principal da imagem. Se a imagem ainda não está completa, se há regiões ou funções do corpo em relação ao estado dos quais nem o paciente nem os seus acompanhantes disseram alguma coisa, o homeopata então pergunta o que eles podem se lembrar sobre essas regiões ou funções, sem induzir mas sim direcioná-lo para que o paciente esclareça o homeopata para uma minuciosa pesquisa medicamentosa.Ao ter todo esse zeloso cuidado, o homeopata terá sucesso em pintar toda a imagem pura da doença; ele terá diante dele a doença em si, tal como ela é revelada pelos sinais, sem os quais o homem, que nada conhece salvo por meio dos seus sentidos, nunca poderia descobrir a natureza oculta de coisa alguma, e tampouco ele poderia descobrir uma doença. Quando encontramos a doença, nosso próximo passo é procurar o medicamento com o maior número de similaridade, para assim fazer o restabelecimento do doente.“ Portanto, a fim de sermos capazes de curar, necessitamos apenas opor à irritação anormal existente da doença um medicamento apropriado, quer dizer, uma outra força morbífica cujos efeitos sejam muito semelhantes àquelas que a doença mostra. É somente por essa propriedade de produzir no corpo são uma série de sintomas mórbidos específicos, que os medicamentos conseguem curar doenças, quer dizer, removem e extinguem a irritação mórbida através de uma adequada contra ação.”(Escritos Menores, Ed. Organon,2006 “Obras Completas de Samuel Hahnemann”, copilado e traduzido por R.E.Dudgeon. Pág. 426 “ A Medicina da Experiência”).Sempre tenha sido um esforço do homem descobrir e explicar a correlação dos vários constituintes do corpo vivo, e a maneira como reagem uns sobre os outros, e sobre as forças externas, dizer como eles dão origem àqueles instrumentos vivos (órgãos) que são necessários para a manutenção da vida, e como, fora os órgãos necessários, um todo encerrado em si, um indivíduo hígido, é formado e sustentado, tem se mostrado impossível, tentado explicar isso ou sobre os princípios da Mecânica, Física e Química, ou sobre as leis dos corpos líquidos e sólidos no mundo inorgânico; ou pela Gravitação ou Fricção, ou pelo impulso, ou a vis inertiae [a via da inércia], ou pelas leis da atração e coesão de inúmeros corpos similares tocando-se mutuamente em muitos pontos, ou da repulsão de dessemelhantes; nem tem sido explicado pelas formas das substâncias elementares individuais que compõem o corpo do homem, segundo essas pudessem ser descritas como planas, ou pontiagudas, ou esféricos, ou espirais, ou capilares, ou como ásperas ou macias, angulares ou curvas, ou pelas leis da elasticidade, do poder contrátil e expansivo de substâncias inorgânicas, ou da difusão da luz e produção de calor, ou de fenômenos magnéticos, elétricos ou galvânicos, ou pelo modo de operação de substâncias que contêm oxigênio, hidrogênio, carbono, ou azoto, ou de ácidos, óxidos ou metais, ou de gelatina, albumina, amido, glúten ou açúcar.Hahnemann nos explica que embora todas as partes componentes do calabouço humano devam ser encontradas em outras partes da natureza, elas agem juntas em sua união orgânica, para o pleno desenvolvimento da vida, e para a quitação das outras funções dos homens, de uma maneira tão peculiar e anômala (que só pode ser definida em termo vitalidade) que essa peculiar, vital relação das partes entre si e com o mundo externo não pode ser avaliada ou explicada por alguma outra regra do que aquela que provê a si mesma; portanto, por nenhuma das leis conhecidas da mecânica, da estática ou da química. Todas aquelas teorias, as quais épocas após épocas tem ressurgido, quando colocadas em contato com a experiência simples, e testada por meio de um experimento imparcial, sempre tem se mostrado ser de difícil comprovação e infundadas.“Todavia, a despeito do uniforme desapontamento dessas inumeráveis tentativas, os fisiologistas e os patologistas gostariam ainda de retornar à antiga levedura, não porque eles viram qualquer verossimilhança dessas hipóteses que conduza a descobertas úteis na arte de curar, mas porque eles implantaram a essência da arte médica, e seu próprio orgulho principal, ao explicarem muito além do inexplicável. Eles imaginaram impossível tratar cientificamente os estados anormais do corpo humano(doenças), sem possuírem uma idéia palpável das leis fundamentais das condições normais e anormais do arcabouço humano.Esse foi o primeiro e grande engano que praticaram em si mesmos e no mundo. Esse foi o infeliz conceito que, desde os dias de Galeno até os nossos, tornou a arte médica um palco para a exibição das mais fantásticas, amiúde as mais autocontraditórias, hipóteses,explicações, demonstrações, conjecturas, dogmas, e sistemas, cujas más conseqüências não devem ser vistas de modo superficial. Mesmo o estudante foi ensinado a pensar que ele era mestre da arte de descobrir e remover a doença, quando sua cabeça foi abarrotada com essas hipóteses infundadas, as quais pareciam elaboradas com o propósito explícito de distrair seus cérebros, e levá-los tão longe quanto possível da verdadeira concepção de doença e de sua cura.De tempos em tempos, é verdade, um acúmulo de fatos, amiúde de natureza a prender o observador com o mínimo de atenção, impôs aos homens a convicção de que a doutrina da estrutura e de funções do corpo humano no estado de saúde(fisiologia), e das mudanças internas conseqüentes à degeneração da doença(patologia), derivada de princípios atômicos e químicos, é errônea; mas ao evitarem esse erro, ainda desencaminhando pela vã fantasia de que a tarefa da profissão médica era explicar todas as coisas, eles descambaram para o lado oposto, o mal não menos perigoso da supertição.Ora os homens criaram para si mesmos algo incorpóreo imaginário, que guiou e regulamentou todo o sistema em suas vicissitudes de saúde e doença(Archaeus de Van Helmont, Alma Animal de Stahl); ora eles se gabaram de ter descoberto o segredo das constituições físicas e dos temperamentos, como também a origem das doenças particulares e das epidemias, nas constelações dos astros,em uma influência que emana dos corpos celestes, muitos milhões de quilômetros distantes; ou (segundo à moderna noção em voga, baseada em antigas absurdidades) o corpo humano, de acordo com o velho número três místico, manifestado em um aspecto tríplice, representava uma miniatura do universo(microcosmo, macrocosmo), e assim, por meio do nosso conhecimento do grande todo, miseravelmente imperfeito como é, devia ser explicado até os mínimos detalhes. Aquilo que havia frustrado a límpida Química e a Física, o nebuloso, o pouco inteligente misticismo e a fantasia frenética foram trazidos à luz: a antiga Astrologia devia explicar aquela confusa e moderna filosofia natural. Assim fizeram os líderes das seitas médicas e seus seguidores, sempre que buscaram analisar a saúde e a doença e sua cura, desviando-se para mais ou para menos da verdade; e o único uso da pilhas de fólios, in-quarto,in-oitavo, que custam um lamentável desperdício de tempo e energia, é amedrontar-nos que todos esses imensos exercícios são nada senão tolices perniciosas.”(Escritos Menores, Ed. Organon,2006 “Obras Completas de Samuel Hahnemann”, copilado e traduzido por R.E.Dudgeon. Pág. 467 “ Sobre o Valor Dos Sistemas especulativos de Medicina”).Léon Denis em seu livro Depois da Morte nos elucidou com uma clareza de idéias para que possamos verdadeiramente refletir sobre nossos males que, apesar do progresso da ciência e do desenvolvimento da instrução, o homem se ignora a si próprio. Sabe pouca coisa das leis do Universo, nada sabe das forças que estão em si. O “conhece-te a ti mesmo”, do filósofo grego, tornou-se, para a imensa maioria dos homens, um apelo estéril. Tanto como há vinte séculos, o ser humano ignora o que é, de onde veio, para onde vai, qual o fim real da sua existência. Nenhum ensino veio dar-lhe a noção exata de seu papel neste mundo, de seus deveres e de seus destinos.Ele, nos escreveu que a Ciência, materialista em seus princípios como em seus fins, com frias negações e exagerada inclinação para o individualismo, mas também com o prestigio de seus trabalhos e descobertas.A Religião sem provas e a Ciência sem ideal, engalfinham-se, combatem-se, sem se poderem vencer, porque cada uma delas corresponde a uma necessidade imperiosa do homem: uma fala ao coração, a outra dirige-se ao espírito e à razão. Em torno de numerosas esperanças e de aspirações derribadas, os sentimentos generosos se enfraquecem, a divisão e o ódio substituem a benevolência e a concórdia.No meio dessa confusão de idéias, a consciência perdeu sua bússola e sua rota. Ansiosa, caminha ao acaso e, na incerteza que sobre ela pesa, o bem e o justo se obscurecem. A situação moral dos humildes, de todos esses que se curvam ao fardo da vida, tornou-se intolerável entre duas doutrinas que, como perspectiva às suas dores, como termo aos seus males, somente oferecem, uma o nada, a outra um paraíso inacessível ou uma eternidade de suplícios.As conseqüências desse conflito se fazem sentir por toda parte: na família, no ensino e na sociedade. Tanto a Ciência como a Religião não mais sabem fortalecer as almas nem armá-las para os combates da vida. A própria Filosofia, dirigindo-se somente a algumas inteligências abstratas, abdica a seus direitos sobre a vida social e perde toda a influência.Para isso só há um meio: achar um terreno de conciliação onde essas duas forças inimigas, o Sentimento e a Razão, possam unir-se para o bem e salvação de todos. Todo ser humano tem em si essas duas forças, sob cujo império pensa e procede; e tal acordo traz às faculdades o equilíbrio e a harmonia, centuplica os meios de ação e dá à vida a retidão, a unidade de tendências e de vistas, enquanto as contradições e lutas entre ambos acarretam a desordem. E o que se produz em cada um de nós manifesta-se na sociedade inteira, causa a perturbação moral de que ela sofre. Para terminar esse conflito, é necessário que a luz se faça aos olhos de todos, grandes e pequenos, ricos e pobres, homens, mulheres e crianças; é preciso que um novo ensino popular venha esclarecer as almas quanto à sua origem, aos seus deveres e destinos. Tudo está nisso. Só essas soluções podem servir de base a uma educação viril, tornar a Humanidade verdadeiramente forte e livre. Sua importância é capital, tanto para o indivíduo a quem dirigem em sua tarefa cotidiana como para a sociedade, cujas instituições e relações elas regulam. A idéia que o homem faz do Universo, das suas leis, o papel que lhe cabe neste vasto teatro, reflete-se sobre toda a sua vida e influi em suas determinações. É segundo essa ideia que traça para si um plano de conduta, fixa um alvo e para ele caminha. Por isso procuraríamos em vão esquivar-nos a tais problemas, pois eles, por si só, se impõem ao nosso espírito, dominam-nos, envolvem-nos em suas profundezas e formam o eixo de toda a civilização.

Patricia Jorge Alves
Terapeuta Homeopata
Hipnóloga Condicionativa

Coordenadora do Curso de Homeopatia em São Paulo

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