sexta-feira, 15 de abril de 2011

MENTE NATURAL




                                                            

       


“O mundo entrou em uma grave crise espiritual. A Guerra do Terror.
Aquecimento Global. Descontentamento social. Os sinais estão em toda parte. É muito tarde para se estabelecer alguma coisa. Ilusões se desfazem. Mas, se não houver desilusão da massa, não pode haver um despertar genuíno da massa. E essa é a única solução para a Crise Global.

Embora muitas pessoas pratiquem ou estão familiarizadas com algum tipo de meditação, freqüentemente um tipo de visualização dirigida, poucas pessoas, estão realmente familiarizadas com a prática de meditação cujo propósito exclusivo é o de apresentá-lo a mente natural. Sem conhecer a mente natural -a natureza universal da sua mente ou de qualquer outra pessoa - as outras formas de meditação podem nada ser além de um tipo de escapismo.
Especialmente para aqueles de nós que aderiram às virtudes e valores de voltar ao tempo natural é absolutamente necessário equilibrar nosso conhecimento com a experiência direta da mente natural.
E o que é a mente natural? É o estado comum da mente quando está
totalmente relaxada e não pensando em nada. Tal definição é tão simples, que faz muitas pessoas apenas darem de ombros, como o que acontece quando você lhes fala pela primeira vez sobre o Calendário de Treze Luas. Para a maioria das pessoas a atitude para com a mente é que a natureza detesta o vazio, como com a televisão que não pode tolerar o "espaço morto", mas deve seguir imediatamente de comercial em comercial para espetáculo principal e daí para o comercial com um escasso espaço entre as seqüências, assim é o processo de pensamento da mente. Tão logo um pensamento ou uma cadeia deles se completa outro já está lá, para continuar a manter ocupado o fluxo da mente. Para a maioria das pessoas, se é que já pensaram sobre isto, esta simplesmente é a natureza da mente - e não há nada que você pode fazer sobre isto. Se um pensamento não estiver acontecendo, um será criado. Mas, como na televisão, há uma solução. Você pode desligar a mente.
Isso é fácil para a televisão, mas não para a mente. Mas a menos que você
desligue sua mente - quer dizer, o fluxo incessante de pensamentos
incontroláveis - você não pode experimentar a mente natural. E sem
experimentar a mente natural, acredite ou não, você não pode saber quem
você é realmente. O problema de não conhecer a mente natural e, conseqüentemente, de não conhecer seu verdadeiro eu tem estado conosco
pelo menos desde o começo da civilização babilônica. Poderia ser dito que os aborígines, como os pássaros e os castores, os ursos e as abelhas, todos têm experiências não qualificadas da mente natural como o fluxo comum de suas existências. Apenas olhe para um iguana, um jacaré, um cervo ou uma tartaruga - só olhe quanto tempo eles podem manter uma postura, sem piscar, respirando sempre tão ligeiramente. Eles estão no estado meditativo inato da mente natural.
Quando o Buda teve a intenção de investigar a natureza da realidade
diretamente, deixando lar, família e a caprichosa vida palaciana para fazê-lo, ele terminou sete anos depois tendo uma experiência prolongada da mente natural. Esta experiência da mente natural era tão completa que foi chamada de "iluminação", o despertar à verdadeira natureza da realidade.
Essencialmente o que ele ensinou era que não conhecendo a mente natural
original, os humanos vagam obcecados pelos seus pensamentos e percepções condicionadas e fixas da realidade, e isto só é a causa final da sua infelicidade e sofrimento.
Os ensinamentos de Buda foram elaborados com o passar do tempo, dando
origem a muitas escolas de pensamento. Mas o que ele essencialmente ensinou e praticou foi uma disciplina para entrar em contato direto com a mente natural. Há muitas escolas budistas como: Zen, Vipassana (tradição
Theravadin) ou Dzogchen (tradição Tibetana); ou Raja Ioga na tradição hindu que mantiveram esta técnica essencial viva. Existem inclusive práticas até mesmo nas tradições Sufi ou Nativa Americana/Tolteca que têm algo da técnica de perceber a mente natural. Mas com Zen ou Dzogchen, como em qualquer tradição, há um estilo de vida e um "idioma" já aperfeiçoado ou jargão que são utilizados. Isto tem o efeito de fazer a meditação parecer especializada ou de elite. Tantas pessoas pensam, "Isto só pode ser feito pelos monges e freiras. Eu nunca poderia fazer isso". Mas quando o Buda ensinou isto pela primeira vez, era só a prática natural de experimentar sua própria mente diretamente - e de conhecer a natureza da mente universal. Não usou jargão algum para falar sobre isto. Tudo isso veio depois.
À conclusão do ciclo, com todo o respeito a Zen, Theravadin, Budismo Tibetano e Raja Ioga, é importante apresentar a técnica para conhecer a mente natural como uma ferramenta comum, mas absolutamente indispensável para nossa sobrevivência e para fazer nosso próximo salto evolutivo. Como ferramenta comum é igualmente importante que seja disponibilizada para todo o mundo no planeta e não como parte de qualquer tradição específica. Ao mesmo tempo, como uma ferramenta comum, é também sagrada, ou melhor, uma ferramenta para nos reaproximar da natureza sagrada da mente original.
A natureza sagrada da mente vem do fato que a mente é natural e
intrinsecamente um estado de paz. E esta paz é sagrada porque é a realidade não dividida, e, portanto, sem conflito ou guerra em si mesma. Quando se experimenta a natureza sagrada, não dividida da mente original, então, através de suas percepções, o mundo é reinvestido do valor sagrado. Sem esta ferramenta e sua prática ou disciplina você não saberá quem você é. Use-a e você será um humano melhor, um muçulmano melhor, um judeu melhor, um cristão melhor, um tolteca melhor, e certamente, um adepto melhor do Calendário de Treze Luas e do tempo natural.
VEJA A PARTIR DAQUI COMO FAZER A
PRÁTICA DIÁRIA DA MEDITAÇÃO PARA
PARAR A MENTE E ENTRAR EM CONTATO
COM A MENTE NATURAL.
III. Prática Natural para Despertar a Mente Natural no Tempo Natural
A prática para despertar a mente natural é extraordinariamente simples. É a
forma e experiência mais humana que você pode ter. É também o repositório da dignidade natural. E qualquer um pode fazer isto. Você apenas tem que se sentar e ficar quieto. O modo natural é sentar no chão, sobre uma almofada que seja firme, manter o tronco ereto, e isso permite sentar com as pernas cruzadas. No chão, em uma almofada assim é preferível e mais natural. Mas se isso não for possível devido a sua saúde ou condição física, então sente-se em uma cadeira com os pés firmemente colocados no chão, tronco ereto, sem se apoiar na parte de trás da cadeira.
Manter ereta a coluna já é despertar e ficar desperto. O queixo fica ligeiramente abaixado e os olhos estão entreabertos, olhando para baixo, em direção a ponta do nariz e para o chão. Os olhos estão abertos para evitar dormir ou ir para os reinos da fantasia, que acontece muito facilmente com os olhos fechados. O ponto é não escapar da realidade, mas ver e experimentar a mente natural sem agir sobre ela. As mãos estão pousadas confortavelmente nos joelhos, palmas para baixo. Esta é a postura natural do ser humano alerta.
Verifique sua postura enquanto você senta. Você quer que a coluna esteja
ereta, sustentando-o. A capacidade de fazer isto é o que distingue virtualmente o humano de qualquer outro animal. Não se acorcunde!
Agora, nesta posição, você não tem nada a fazer senão observar sua
respiração. Respire normalmente. Você se tornará imediatamente consciente de seus pensamentos. Conforme você se dá conta de seus pensamentos - não importa a natureza ou conteúdo do pensamento - só rotule-o "pensamento", ao expirar, dissolva-o. Naquele momento específico, antes de expirar e apenas o pensamento é dissolvido, jaz o "espaço" entre os pensamentos. É com este espaço que você vai querer familiarizar-se e cultivar. É a semente da mente natural e a chave para o seu verdadeiro eu.
Tente fazer isto por meia hora, 45 minutos, ou até mesmo uma hora. Você tem que perceber que só mantendo esta postura, não importa o que está
acontecendo em sua mente, você é paz. Você está resistindo a impulsos não
examinados de pensamentos para fazer coisas enquanto permanece em uma
posição que é completamente não agressiva. Imagine todo o mundo no planeta fazendo isto durante uma hora cada manhã antes de começar seu dia. O mundo não estaria então em paz? Não pode ser enfatizado o suficiente a importância de manter esta postura. É 99% da prática para experimentar sua mente natural, porque realmente é o único modo no qual você será capaz de experimentar sua mente natural - e nada mais. E se você não sabe o que a mente natural é, realmente não pode dizer que está no tempo natural...”
Valum Votan – Calendário Maia

Patricia Jorge Alves
Terapeuta Homeopata

INSTITUTO CULTURAL IMHOTEP