quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

CRÍTICA

                                                                                                                                                                             

 Por projeção psicológica entende-se a atitude de perceber-nos outros, com certa facilidade, nossos conflitos e dificuldades, com recusa, no entanto, de vê-los em nós mesmos.
   Dependendo do grau de distorção que fazemos dos fatos, para atender nossas teorias e irrealidades, é que se inicia em nossa intimidade o processo de paranóia. Os paranóicos possuem uma característica peculiar: relacionam qualquer acontecimento do mundo consigo mesmos, ou, melhor dizendo, desvirtuam a realidade dos fatos, trazendo para o nível pessoal tudo o que ocorre em sua volta.
   Quanto mais conscientizado for o homem, tanto mais entende a ordem das coisas e mais as questionará em seu simbolismo. Estar perfeitamente harmonizado e centrado em tudo o que existe é o requisito primordial para atingirmos a plenitude da vida.
   Tudo o que criticamos veemente, no exterior encontraremos em nossa intimidade. Isso nos leva a entender que o ambiente em que vivemos é, em verdade, um espelho onde nos vemos exata e realmente como somos.
   Se, na exterioridade, algo de inoportuno estiver ocorrendo conosco ou chamando muito a nossa atenção, é justamente porque ainda não estamos em total harmonia na interioridade. Significa que devemos analisas melhor e estudar ainda mais a área correspondente ao nosso mundo íntimo.
   Todas as maldades e eventos desagradáveis que visualizamos fora são somente mensageiros ou intermediários que tornam consciente a nossa parte inconsciente.
   Os efeitos sonoros do eco são reflexões de ondas que incidem sobre um obstáculo e retornam ao ponto de origem. Poderemos entender o mecanismo espiritual de funcionamento da Lei de Ação e Reação em nossas existências. Atos ou palavras, repetidas sucessivamente, voltarão ecoando sobre nós mesmos; são “veredictos” resultantes de nossas apreciações e estimativas vivenciais.
    Todas as nossas suspeitas sistemáticas têm raízes na falta de confiança em nós mesmos, e não nos outros. Por isso:
   - se criticarmos o comportamento sexual alheio, podemos estar vivendo enormes conflitos afetivos dentro de nós ou do próprio lar;
   - se tememos a desconsideração, é possível termos desconsiderado alguma coisa muito significativa dentro de nossa intimidade;
   - se desconfiarmos de que as pessoas querem nos controlar, provavelmente não estamos na posse do comando de nossa vida interior.
   -se condenarmos a hipocrisia dos outros, talvez não estejamos sendo leais com nossas próprias vocações e ideais.
   Projetar nossas mazelas e infortúnios sobre alguma coisa ou pessoa não resolve a nossa problemática existencial. Somente quando reconhecemos nossas “traves”, é que poderemos ver com lucidez que, realmente, são elas as verdadeiras fontes de infelicidade,que nos distanciam da paz e da harmonia que tanto buscamos.


PATRICIA JORGE ALVES
TERAPEUTA HOMEOPATA

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