terça-feira, 26 de agosto de 2014

O QUE SIGNIFICA SER SAUDÁVEL?



Nos séculos XVIII e XIX, o espírito científico avançou tremendamente, realizando novas descobertas, embora esse mesmo espírito sancionasse o uso de métodos curativos mais do que primitivos e em escala maciça. Foi nesse período, significativamente, que um médico alemão, Samuel Hahnemann, formulou pela primeira vez na história da medicina, as Leis e princípios complexos que regem a saúde e a doença, comprovando-os numa experiência clínica verdadeira. No entanto, ninguém lhe deu crédito. Aparentemente suas ideias eram muito avançadas para o primitivo estado mental em que viviam os seus colegas. Eles pareciam incapazes de dar o salto necessário para alcançar uma ideia que estava séculos à frente de seu pensamento.
Ao invés disso, os conceitos mais materialistas, manifestados por Louis Pasteur, foram largamente aceitos, por adequarem-se melhor à necessidade de uma conceitualização newtoniana. As teorias e pesquisas de Pasteur sobre a natureza dos micróbios levaram todos a acreditar que a causa das moléstias fora explicada. Com o avanço da moderna ciência da bacteriologia, no entanto, chegou-se à conclusão de que tanto o micróbio quanto a suscetibilidade constitucional são necessários para dar início ao processo da doença. No entanto, os médicos modernos parecem ter fechado os olhos para esse fato. Eles continuam a procurar novos micróbios, bactérias , vírus, etc., e depois desenvolvem poderosas drogas para exterminá-los. Toda a pesquisa concentra-se na procura de uma causa microbiana, ignorando amplamente a suscetibilidade constitucional das vítimas. Outra abordagem perfeitamente válida, que poderia inclusive produzir melhores resultados, seria estudar a relativa resistência dos sobreviventes ao organismo supostamente virulento.
Infelizmente, a obsessão dos pesquisadores médicos em sua determinação de perseguir essa ideia errônea sobre micróbios e fatores concretos causadores da doença, apesar dos resultados cada vez mais desapontadores, sobretudo nas doenças crônicas, está levando progressivamente ao desenvolvimento de drogas cada vez mais tóxicas que estão se tornando uma ameaça à saúde pública.
Torna-se evidente para os indivíduos mais conscientizados que a procura obsessiva de uma causa concreta da moléstia não é, na verdade , a base da moderna terapêutica. A maior parte das drogas prescritas para moléstias como artrite, asma, colite, úlcera, doenças do coração, epilepsia e depressão não se destinam a ser curativas, mesmo em sua concepção original. Elas não combatem de forma alguma, a causa, mas apenas oferecem uma frágil esperança como paliativo, isso sem falar do perigo dos efeitos colaterais. Esse, por si só, é um sinal da impotência da medicina moderna para lidar efetivamente com a doença.
Vemos que a medicina ortodoxa (deriva de raízes gregas, que significam “outro” e “sofrimento”) apesar de criar para si mesma uma sólida estrutura financeira, inércia institucional e conexões políticas, mostra-se ao mesmo tempo extremamente insuficiente em suas leis e princípios básicos. A medicina alopática sempre se desenvolveu em meio a uma sociedade científica que experimentava os maiores avanços tecnológicos já testemunhados na história; no entanto ironicamente isso acontecia sem que qualquer lei ou princípio justificasse seus métodos. Toda a ciência é um sistema baseado em leis e princípios verificados por contínuos dados experimentais e empíricos. A medicina ortodoxa autodenomina-se “ciência”, mas merecerá realmente este nome? Onde estão suas Leis e Princípios, que são o fundamento de qualquer ciência? A lei dos “Contrários” é o que cura?
Consideremos como deve ser o sistema terapêutico ideal. Ele deve ser efetivo com um mínimo ou sem nenhum risco para o indivíduo. Sua eficácia deve ser baseada não apenas no alívio ou na ausência de sintomas, mas no fortalecimento do corpo e no bem estar do indivíduo, permitindo-lhe um prolongamento da vida. Não deveria ser proibitivamente caro, podendo ser prontamente acessível a toda a população.
O mais importante é que o sistema terapêutico ideal deve ter uma concepção clara das seguintes questões:
O que é, exatamente e em sentido mais complexo, o Ser Humano?
O que significa verdadeiramente ser saudável?
O que é precisamente um estado de doença?
Devemos também, discutir outra questão vital, que não pode ser isolada das demais: Qual é o objetivo da Vida Humana? Não podemos falar convincentemente de saúde e doença de um indivíduo sem primeiro conhecer claramente o propósito fundamental da vida. Assim, o que procuramos em nossas vidas?
O Homem quer dinheiro, poder, fama, terra, sexo, ausência de sofrimento e libertação da ansiedade e da tensão. No entanto, se meditarmos mais sobre esses desejos, logo chegaremos à resposta de que todos, através desses desejos, procuram um estado interior que é a felicidade; uma felicidade incondicional e contínua. Uma felicidade que depende muito pouco das condições externas e que persistirá, apesar das mudanças transitórias que, caleidoscopicamente passam por nós na vida.
Se uma pessoa experimenta uma limitação da sensação de bem estar, tanto a nível físico quanto emocional ou mental da existência, a possibilidade de que se manifeste este estado de felicidade interna é impedida. Na moléstia grave, a consciência é mobilizada para lidar com seu processo e com suas manifestações. A doença é o reflexo do que estamos fazendo, pensando e consequentemente de que maneira reagimos perante as vicissitudes da vida. A escolha é responsabilidade total das consequências posteriores. À Partir do momento que uma doença grave se instale ela nos oferece um reajuste de todos os nossos comportamentos que tivemos no decorrer de nossas vidas. É um freio! A dor é consequência de nossos atos e ações. As reações fisiológicas e anatômicas não são a causa e sim o efeito. Um exemplo é a Depressão uma doença instalada em todas as classes sociais. Ela é só um fator fisiológico, anatômico, celular? Quem é o motorista deste carro que chamamos corpo físico? São fatores externos que corroboraram para a moléstia ser instalada? Nosso terreno estando suscetível às invasões externas causa danos profundos e muitas vezes irreversíveis. Somos sim, responsáveis por tudo o que nos acontece!
Neste sentido, podemos ver que a preservação da saúde é o pré-requisito essencial para que o Homem atinja o objetivo fundamental na vida: A felicidade incondicional, podendo ajuda-lo a atingir os estágios evolutivos mais altos.
O Espírito humano está intimamente ligado ao organismo físico numa única totalidade  integrada. Apesar de as modernas tendências afirmarem o contrário, essa perspectiva holística foi muito claramente estendida através da história, como mostra a seguinte citação de um texto sumeriano, A Escritura Sagrada Da Promessa Divina:


“Honra teu corpo, que é teu representante neste Universo. Sua magnificência não é nenhum acidente. É a estrutura através da qual devem surgir teus trabalhos; é por ela que o espírito e o espírito nele contido falam. A carne e o espírito são duas fases da tua realidade no espaço e no tempo. Quem ignora uma delas, desintegra-se em mortandades. Assim está escrito...”

Existem leis e princípios de acordo com os quais  doença, ou uma série de doenças, aparece numa pessoa.
Também existem leis e princípios que regem a cura, e todo terapeuta, não importa o método terapêutico utilizado, deveria conhece-los e aplicá-los.
O objetivo principal e final de um ser humano é a felicidade contínua e incondicional. Todo sistema terapêutico deveria conduzir uma pessoa ao seu objetivo.
A primeira e precípua tarefa de um profissional que decidiu dedicar-se ao estudo e à prática de uma verdadeira ciência terapêutica é, acima de tudo, restabelecer a saúde de um indivíduo doente.
O que é um Ser Humano?
Como é construído o Ser Humano?
Como funciona o Ser Humano no contexto de seu universo?
Quais são as Leis e Princípios que governam a função do Ser Humano tanto na saúde quanto na doença?
Entendendo sobre essas questões poderemos praticar a Homeopatia em sua amplitude, de modo que o indivíduo restabeleça a harmonia consigo mesmo e com o universo que o circunda. É necessário a compreensão de suas respostas, a fim de poder reconhecer e apreciar uma verdadeira cura quando ela se manifesta no indivíduo.
O organismo humano não é uma entidade isolada, auto suficiente. Cada indivíduo nasce, vive e morre de modo inseparável dos grandes contextos das influências físicas, sociais, políticas e espirituais. As Leis que regem o Universo físico não são separadas das leis que regem as funções dos organismos vivos. Devemos compreender que o conjunto no qual o ser humano é encontrado, como é influenciado por ele, e por outro lado, como ele afeta esse conjunto.
O organismo humano originalmente foi designado para funcionar harmoniosa e compativelmente com o meio ambiente. A intenção desse desígno era obviamente estabelecer um equilíbrio dinâmico no qual ambos, tanto o indivíduo quanto o meio ambiente, fossem mutuamente beneficiados. Qualquer desequilíbrio leva inevitavelmente à destruição, que diminui tanto o Ser Humano quanto o Universo no qual ele vive. Como os Seres Humanos são dotados de consciência e percepção, a responsabilidade é total em relação a si mesmo quanto ao Cosmos: “De viverem de Acordo com as Leis da Natureza”.


“O gênero humano, idealmente, devia ter consciência e percepçãosuficientes para viver de acordo com a Ordem do Universo e colaborar com ela, sendo dessa forma, livre para alcançar as mais altas possibilidades de evolução.



Ao invés disso, encontramo-nos em meio a desordem ao caos e consequentemente às doenças.
Numa era de avanço tecnológico sem precedentes, vemos a atmosfera, a água, a terra submetidos a danos nunca visto.

“A moderna epidemia da competição, da violência, e da guerra nos remete a destruição do gênero humano.”

O que então podemos chamar de saúde?
Nossos alimentos são verdadeiramente saudáveis? Não! Transgênicos, alimentos modificados em toda sua amplitude.
E a água que bebemos?
Como reagimos as vicissitudes da vida? A busca do poder desenfreada, as guerras familiares, amor egoísta, abusos de poder, sexo em desequilíbrio etc.
Por que isso acontece?
O Ser Humano se desvinculou de sua natureza e consequentemente da Natureza Universal. Violações humanas, resultando destruição em todos os lados para onde nossas vistas se deparam. A humanidade se perdeu. Perdeu a consciência interna que lhe possibilitaria uma percepção correta de si mesma e do Todo.
O Ser Humano afeta e é afetado por desviarmos de nossa natureza, estabelecendo um ciclo vicioso dentro da gosma que foi gerada por ele mesmo.
A maior parte das pessoas, experimenta graus de desequilíbrio que vão desde o ligeiro até o mais grave. O desequilíbrio da capacidade do organismo para enfrentar as influências internas e externas é enorme. Com isso sempre é afetado causando graves desequilíbrios.
O indivíduo é uma totalidade e as perturbações não se manifestam unicamente no nível físico da existência como supõe a prática da moderna medicina alopática. Cada pessoa é perturbada em todos os níveis da existência, em graus variados.
O centro da existência humana depende da habilidade do organismo em manter seu equilíbrio dinâmico com um mínimo de perturbação e um máximo de constância. O mecanismo de defesa está constantemente tentando criar esse equilíbrio, mas nem sempre é bem sucedido.
Se o mecanismo de defesa funcionasse sempre  com perfeição, jamais haveria sofrimento, sintomas ou a própria doença.
Na maioria das pessoas, esse mecanismo deixa de funcionar. Se os estímulos são mais fortes do que a resistência natural do organismo, cria-se um estado de desequilíbrio que se manifesta na forma de sinais e sintomas. Embora os efeitos sejam experimentados por todas as pessoas, em todos os níveis, as manifestações são expressas de modo relativo, com maior força em um dos níveis, mental, emocional ou físico, dependendo do grau de predisposição e do terreno de cada indivíduo. Esses sintomas ou grupos de sintomas são erroneamente chamados de “doenças”, quando na realidade, apresentam o resultado da luta dos mecanismos de defesa para contra atacarem o estímulo morbífico.
O Ser Humano é um todo, uma entidade integrada e não fragmentada em partes independentes. A medicina em geral acumulou uma grande quantidade de informação sobre anatomia, fisiologia, patologia, psicologia, psiquiatria, bioquímica, biologia molecular, biofísica e assim por diante, relacionada aos seres humanos. Cada um desses ramos de estudo examinou o indivíduo de seu ângulo particular. Ninguém nega que a matéria revelada através desses laboriosos estudos tem sido esclarecedora e geralmente útil. Mas tais estudos não nos deram até agora uma ideia clara e íntegra do que é um Ser Humano funcionando em sua totalidade, não apenas no seu nível molecular, ou no nível dos órgãos, nem somente no nível psicológico. A moderna terapêutica tem uma visão fragmentada do ser humano. Se o fígado estiver afetado, receita-se alguma coisa para o fígado. O conhecimento é casual ao invés de ser baseado em Leis sistematicamente verificadas e em princípios derivados da observação do Todo, ou seja: O que causou a dor no fígado? É só a alimentação? Como vive esse indivíduo que apresentou dor no fígado? Como pensa, age, sente?
Somos um Todo dentro de um Sistema Global.

Patricia Jorge Alves
Terapeuta Homeopata











INSTITUTO CULTURAL IMHOTEP