HOLISMO
E SAÚDE
Medicina
Hipocrática está a convicção de que as doenças não são causadas por demônios ou
forças sobrenaturais, mas são fenômenos naturais que podem ser cientificamente
estudados e influenciados por procedimentos terapêuticos e pela judiciosa
conduta de vida de cada indivíduo. Assim, a medicina devia ser exercida como
uma disciplina científica, baseada nas ciências naturais, abrangendo tanto a
prevenção de doenças como seu diagnóstico e terapia. Essa atitude formou a base
da medicina científica, embora os sucessores de Hipócrates, em sua maioria, não
tenham atingido a amplitude da visão e a profundidade filosófica manifestas nos
escritos hipocráticos.
“Ares,
águas e lugares”, um dos mais significativos livros do Corpus hippocraticum, representa o que chamaríamos hoje de um
tratado sobre ecologia humana. Mostra em detalhes como o bem estar dos
indivíduos é influenciado pelos fatores ambientais: a qualidade do ar, da água
e dos alimentos, a topografia da terra, os hábitos gerais de vida. A correlação
entre mudanças súbitas nesses fatores e o aparecimento de doenças é enfatizada,
sendo a compreensão de efeitos ambientais considerada a base essencial da arte
médica. Esse aspecto da medicina hipocrática foi seriamente negligenciado com a
ascensão da ciência cartesiana, e só agora está sendo apreciado de novo. De
acordo com René Dubos: “A importância das
forças ambientais para os problemas da biologia, da medicina e da sociologia
humana nunca foi formulada com maior amplitude ou com visão mais penetrante do
que na aurora da história”. (Dubos, René Mirage of health, Haper, Nova York,
1959)
A
saúde de acordo com os escritos hipocráticos, requer um estado de equilíbrio
entre influências ambientais, modos de vida e os vários componentes da natureza
humana. Esses componentes são descritos em termos de “humores” e “paixões”, que
tem de estar em equilíbrio. A doutrina hipocrática dos humores pode ser
renunciada em termos de equilíbrio químico e hormonal, referindo-se a
importância das paixões à interdependência da mente e do corpo. Hipócrates não
era só um observador perspicaz dos sintomas físicos, mas também deixou
excelentes descrições de muitas perturbações mentais
Quanto
ao processo de cura, Hipócrates reconheceu as forças curativas inerentes aos
organismos vivos, forças a que chamou o “poder curativo da natureza”. O papel
do médico consistia em ajudar essas forças naturais mediante a criação de
condições mais favoráveis para o processo de cura. Esse é o significado
original da palavra “terapia” que deriva do grego therapeuin (“dar assistência, cuidar de”). Além de
definir o papel do terapeuta como o de um assistente para o processo de cura
natural, os escritos hipocráticos também contém um rigoroso código de ética
médica, conhecido como o Juramento Hipocrático, que permaneceu até os dias de
hoje com o ideal da profissão médica.
O
universo inteiro, natural e social, encontra-se em estado de equilíbrio
dinâmico, com todos os seus componentes oscilando entre os dois pólos
arquetípicos. O organismo humano é um microcosmo do universo; as suas partes são
atribuídas qualidades yin e yang; assim, o lugar do indivíduo na grande ordem
cósmica é firmemente estabelecido.
“As
coisas comportam-se de certas maneiras não necessariamente por causa de ações
ou impulsões prévias de outras coisas, mas porque sua posição no universo
cíclico em constante movimento era tal que elas foram dotadas de naturezas
intrínsecas que tornaram esse seu comportamento inevitável. Se não se
comportassem dessas maneiras particulares, perderiam suas posições em relação
ao todo, e passariam a ser outras coisas que não elas próprias.”(Needham,Joseph:
Man a Machine, Norton, Nova York, 1928. Science and civilization in China, vol. 2, Cambridge
University Press, Cambridge, 1962).
O
indivíduo saudável e a sociedade saudável são partes integrantes de uma grande
ordem padronizada, e a doença é a desarmonia no nível individual ou social.
A
doença não é considerada um agente intruso, mas o resultado de um conjunto de
causas que culminam em desarmonia e desequilíbrio. Entretanto, a natureza de
todas as coisas, incluindo o organismo humano, é tal que existe uma tendência
natural para se retornar a um estado dinâmico de equilíbrio. As flutuações
entre equilíbrio e desequilíbrio são vistas como um processo natural que ocorre
ao longo de todo o ciclo vital.
É
fácil perceber que um sistema de medicina que considere o equilíbrio e a
harmonia com o meio ambiente a base da saúde enfatiza as medidas preventivas.
“Administrar
remédios para doenças que já se desenvolveram (...) é comparável ao
comportamento daquelas pessoas que começam a cavar um poço muito depois de
terem ficado com sede, daquelas que começam a fundir armas depois de já terem
entrado na batalha. Não seriam essas providências excessivamente
tardias?”Veith, Ilza: The yellow emperor’s classic of internal medicine,
University of California Press, Berkeley, 1972. Pág: 105.
O
papel ideal de um médico, para a total compreensão teria que ter uma visão de que
todos os modelos do Universo funcionam em “conjunto”, tratando individualmente
a cada paciente; cujo diagnóstico não classifica o paciente como portador de
uma doença específica, mas que registra o mais completamente possível o estado
total da mente do corpo em sua relação com o meio ambiente natural e social. Esses
conceitos e atitudes demonstram que o papel do médico é bem diferente daquele
desempenhado. O médico que goza de mais alta reputação é o especialista, com um
conhecimento detalhado sobre “uma parte específica do corpo”. Quem comanda essa
parte do corpo? E o restante, não faz parte?
A
concepção sistêmica de saúde baseia-se na concepção sistêmica da vida. Os
organismos vivos, são sistemas auto- organizadores que exibem um alto grau de
estabilidade. Essa estabilidade é profundamente dinâmica e caracterizada por
flutuações contínuas, múltiplas e interdependentes. Para ser saudável, tal
sistema precisa ser flexível, dispor de um grande número de opções para a
interação com seu meio ambiente. A flexibilidade de um sistema depende de
quantas de suas variáveis se mantêm flutuando dentro de seus limites de
tolerância: quanto mais dinâmico é o estado do organismo, maior será sua
flexibilidade espiritual, física, mental, social, tecnológica, econômica; é essencial
para a capacidade do sistema que se adapte às mudanças. Perda de flexibilidade,
significa perda da saúde.
O
organismo também pode passar por um processo de autotransformação e auto transcendência,
envolvendo estágios de crise e transição, e resultando num estado inteiramente
novo de equilíbrio. Importantes mudanças no estilo de vida de uma pessoa,
induzidas por uma grave doença, são exemplos de tais respostas criativas que
freqüentemente deixam a pessoa num nível de saúde superior àquela que usufruía
antes do desafio. Estar em equilíbrio dinâmico significa passar por fases
temporárias de doença, nas quais se pode aprender e crescer.
O
equilíbrio natural dos organismos vivos inclui um equilíbrio entre suas
tendências auto-afirmativas e integrativas. Para ser saudável um organismo tem
que preservar sua autonomia individual, mas ao mesmo tempo, estar apto a
integrar-se harmoniosamente em sistemas mais vastos. Esta capacidade de
integração está relacionada com a flexibilidade do organismo e o conceito de
equilíbrio dinâmico. A doença é uma conseqüência de desequilíbrio e desarmonia
e pode ser vista como decorrente de uma falta de integração.
A
noção de doença como resultante de uma falta de integração parece ser
especialmente aplicável às abordagens que tentam entender os organismos vivos
em termos de padrões rítmicos. A partir desta perspectiva, a sincronia torna-se
uma importante medida de saúde. Os organismos individuais interagem e
comunicam-se mutuamente mediante a sincronização de seus respectivos ritmos,
integrando-se no ritmo do meio ambiente. Ser saudável significa estar em
sincronia consigo mesmo espiritual, mental e físico mas também com o mundo que
o circunda. Doença é a ausência de si mesmo, estando em desarmonia com o mundo
e consigo mesmo.
Quando
é adotada a visão sistêmica da mente, torna-se óbvio que qualquer doença tem
aspectos mentais, comportamentais e espirituais. Adoecer e curar-se são partes
integrantes da auto – organização de um organismo, e, como a mente e o
comportamento humano bem como ações mal direcionadas representam
a dinâmica dessa auto – organização, os processos de adoecer e curar-se.
A
interação entre mente,corpo e espírito precisa ser relacionada com a saúde do
Ser como um todo.
O
termo “psicossomático” na medicina
convencional,é usado para referir-se a um distúrbio sem uma base
orgânica “claramente diagnosticada”. Os “distúrbios psicossomáticos” eram
considerados imaginários do que reais.A acepção do termo deriva do
reconhecimento de uma interdependência fundamental entre “espírito que habita o
corpo e a mente que controla o corpo” em todos os estágios de doença e saúde.
Contudo, doenças mentais envolvem causas comportamentais, familiares,
ambientais e um histórico latente trazido individualmente em sua genética e
biológica, com uma predominância na causa da doença. Percebemos que fatores
externos não são a causa primária do distúrbio e sim fatores internos trazidos
individualmente em seu histórico, o terreno fica suscetível ao adoecimento, das
muitas vezes em alto grau.
Essas
concepções de saúde e doença subentendem um certo número de diretrizes para a
assistência a saúde possibilitando uma estrutura para a nova abordagem
holística. Assistência à saúde consistirá em restaurar e manter o equilíbrio
dinâmico de indivíduos, famílias e outros grupos sociais. Mudança de “Valores”.
Significará pessoas cuidando de sua própria saúde com um nível de entendimento,
compreensão e amadurecimento de si mesmo e dos verdadeiros valores morais e
éticos construídos em bases sólidas. Para isso, profissionais da área da saúde
precisam estar preparados com uma visão aberta da vida; não só a vida material
construída em bases distorcidas, verdades fundadas em vícios, medos, belezas
extremas. A mudança se tornará completa quando verdadeiramente criarmos um
mundo a nossa volta sem a ilusão de separação. Se educar para uma nova vida uma
nova realidade de quem realmente somos e o que estamos fazendo aqui neste
planeta. Qual é nossa finalidade?
A
abordagem mais intrigante e fascinante dos padrões dinâmicos fundamentais do
organismo humano é a Homeopatia. As raízes da filosofia homeopática remontam
aos ensinamentos de Paracelso e Hipócrates, mas o sistema terapêutico formal
foi fundado no final do século XVIII pelo médico alemão Samuel Hahnemann.
Embora “vigorosamente” antagonizada pelas instituições médicas, a homeopatia
propagou-se rapidamente no século XIX, tornando-se popular na Europa, Estados
Unidos e logo ao Brasil bem como a Ásia.
A
concepção homeopática, a enfermidade é o resultante de mudanças num padrão de
energia ou “força vital”, sendo a base de todos os fenômenos físicos,
emocionais e mentais, é a característica de cada indivíduo. Estimular os níveis
de energia para o restabelecimento individual do ser humano.
Hahnemann concebia a
força vital pela qual somos governados como superior à natureza inanimada de
outros corpos, porém ela seria inacessível aos sentidos. A sua afirmação de que
a doença é “dinâmica e imaterial” prova simultaneamente que ela é cognoscível,
“a natureza íntima desta perturbação”, e que somente os efeitos desta
perturbação “nas nossas funções e sentimentos” podem ser detectados para
possibilitar a cura. Deste raciocínio depreende-se que somente uma oposição de
força “igualmente energética” poderá promover a cura por meio da Lei dos
Semelhantes. Para Hahnemann e para os vitalistas do século XIX, a energia
corresponde ao primeiro movimento das atividades dos seres vivos que regem suas
sensações e funções. Hahnemann recusa-se e entregar todo o seu projeto vitalista,
como constatamos em seu texto de 1813 traduzido como “O Espírito Da Doutrina
Médica Homeopática”.
“A vida humana não é, de forma alguma,
regulada por leis puramente físicas que só imperam entre as substâncias
inorgânicas.”
“Aqui um poder fundamental
inominável reina onipotente e suspende toda tendência das partes componentes do
corpo para obedecer às leis de gravitação, do momentum, das
vis inertiae, da fermentação da putrefação, etc. e as coloca
sob as maravilhosas leis da vida, sozinha. Em outras palavras, mantém-nas sob
as condições de sensibilidade e atividade necessárias para a preservação do ser
vivo completo, uma condição quase espiritualmente dinâmica...”
“Então torna-se óbvio que as
doenças excitadas pela influencia especial e dinâmica dos injuriosos agentes
morbíficos podem somente ser originadas dinamicamente(causadas quase unicamente
por um processo espiritual) perturbando o caráter vital de nosso organismo.”
Hahnemann identifica, na nota do § parágrafo 22 do “Organon”, a energia vital
como a única possibilidade de expressão e de produção de sintomas.
“A energia vital, deprimida morbidamente, possui
tão pouca habilidade curativa digna de imitação, posto que todas as mudanças e
sintomas produzidos por ela no organismo são a própria doença.”
O
vislumbramento de uma totalidade viva pressupunha um modelo de organização
cósmica inteligente e ordenadora; e a idéia do Criador, além da possibilidades
humanas de apreensão, integravam este entendimento. Hahnemann critica no parágrafo
13 aquilo que definiu como os “entendimentos materialistas” que baniram o
entendimento correto das propriedades medicinais das substâncias para um
pesado ostracismo, condenando a medicina a 2.000 anos de obscuridades e
irracionalismos.
A variabilidade e multiplicidade
das formas de seres vivos e até dos seres aparentemente não animados fez com
que não só os gregos, mas todos os pensadores da Antigüidade clássica,
concentrassem suas observações nos fenômenos qualitativos destes seres; que
terminam transformando-se numa tentativa de acercar-se ou entender quem os
criou. Estas manifestações qualitativas, estas concentrações especiais de
forças, são “as essências” independentes e soberanas que governam os seres
vivos; além de possuírem como Hahnemann expõe no parágrafo 9,
a propriedade da autocracia.
Estas forças estariam além, no
sentido de superioridade e precedência, das outras forças de natureza cósmica,
conhecidas até então como mecânica, térmica, elétrica, magnética e química.
Estas forças segundo Hahnemann, ainda estariam representadas por sua
imaterialidade(“immaterellen”, como o autor escreveu no
original).
As escolas filosóficas apresentam
os mesmos aparentes contra-sensos que a história dos movimentos científicos; na
verdade, as crises do pensamento filosófico são mais sérias na medida em que é
no seu esteio que outras são desencadeadas em revoluções constantes, em direção
às transições para novas etapas de raciocínio.
No entanto, percebe-se uma linha
mestra que conecta todas estas contradições. Somos remetidos, então, ao
provável conteúdo primitivo do conflito maior: a existência de um fator
limitante da compreensão humana, que faria atribuir e remeter ao inexplicável e
ao misterioso, toda matéria litigiosa examinada. Ou seja, tudo que escapa no
campo científico termina na vala comum do místico e do esotérico.
O que o
estudo da história da medicina nos reserva é de fato um evento único.Por ser a
seqüência dos eventos da ciência que trata do humano, ela nos reserva
surpresas especiais.
Comecemos com as surpresas
polêmicas: uma delas é a morte e a ressurreição cíclica da tradição vitalista,
a outra é o advento do princípio da similitude depois de um primeiro recesso de
quase 2.000 anos (de Hipócrates a Paracelso), reativado novamente quase 300
anos depois, por meio das pesquisas de Hahnemann.
Para a homeopatia o universo
vitalista é mais do que um sistema lógico, ele é a única possibilidade
conceitual. CAGUILHEM definiu muito claramente as polêmicas
inevitáveis que o vitalismo teria que atravessar, a fim de legitimar-se e
consolidar-se.
“Mecanismo e vitalismo se
afrontam sobre o problema das estruturas e das funções;a descontinuidade e
continuidade, sobre o problema da sucessão das formas;pré formação e
epigênesis, sobre o problema do desenvolvimento do ser; automicidade e
totalidade, sobre o problema da individualidade.”
CAGUILHEM, identifica confirmando
a intuição de toda uma escola de pensadores, o vitalismo com a preservação da
totalidade e o mecanicismo com a automatização da individualidade. Portanto,
sua percepção do vitalismo acopla-se perfeitamente com o princípio vital
hahnemaniano de totalidade, conservando os elementos do ser em unidade para
torná-lo lógico, a favor da unidade biológica, estrutural, anímica e dinâmica.
O vitalismo de Hahnemann é também racional.
Percebemos
ainda que apesar das partes de que somos constituídos agirem dentro de funções
determinadas, com sofisticação de especificidades e altamente especializadas
dentro de sua esfera de ação, elas atuam com assombrosa sincronicidade. Isso
fez um grande pesquisador como o fisiologista
americano CANNON, no auge das grandes transformações tecnológicas e
industriais que atingiam a medicina, criar o termo homeostasia. Buscando
sintetizar uma categoria que expressasse a admirável atividade, razoavelmente
harmônica, da qual o organismo goza quando está saudável.
Já o dualismo mecanicista
representa, em medicina, a oficialização da separação entre o corpo e o
restante do ser, portanto, um modelo filosófico incompatível para o “que fazer”
da homeopatia. E aqui importa muito pouco o que Hahnemann insinua que a
medicina pode ou não ser dual: tanto a categoria de totalidade como a unidade
do indivíduo são, para ele, elementos básicos de sustentação de seu sistema.
O valor real de uma visão
vitalista unitária para compreender os fenômenos da saúde e da doença
encontram-se nesta fusão, aparentemente incompreensível para uma parcela da
ciência, do ser com suas manifestações. Não há duas existências, assim como a
matéria e a energia não se antagonizam.
A unidade humana, ao menos para a
antropologia homeopática, forma um pacto eficiente. Quando estamos saudáveis a
conservação da coesão está relativamente resistente às oscilações internas e
externas. Lembremo-nos que a clínica convencional já anatomoclínica. Mas para a
homeopatia curar é contemplar uma totalidade que não se restringe à patologia.
O homeopata argentino Vijnovsky
comenta:
“que é puramente material, sendo
de fato impossível concebê-los existindo separadamente: o corpo, porque sem a
energia vital não existiria, estaria morto, e o princípio vital sem o corpo não
poderíamos percebê-los com nossos sentidos e, por conseguinte, para nós não
existira. De modo que a unidade de ambos é indissolúvel, é um fato que subsiste
até que chega a morte para separá-los”.
Se concebermos o fenômeno da
morte como elemento de separação entre a vida orgânica e a energética, não se
pode especular sobre os eventos que se processam a posteriori do
que alcançam nossos sentidos e sensações. Cabe restringir nossas observações
aos fenômenos ligados à saúde.
É indispensável para quem quer
compreender a homeopatia, é buscar uma ciência da totalidade do sujeito ativo.
É possível constatar o bem estar do espírito dos sujeitos tratados.
É necessário não se deixar
seduzir pelo “halo místico” que se forma em torno de um tema como este. É
racional pensarmos que nosso espírito conduz nosso corpo bem como nossas
emoções e conseqüentemente as sensações e reações que produzimos com
nosso pensamento, ações e atitudes que tomamos. O corpo age como um drenador e
as reações químicas produzidas por ele são comandadas pela força vital.
Esse
aspecto da totalidade, da unidade do “ser”, é também um conceito do cerne da
doutrina homeopática. É uma das diferenças fundamentais entre a alopatia e
homeopatia; diferenciando nitidamente as perspectivas sob as quais uma e outra
observarão o ser humano, e suas conseqüências de interpretação e terapêutica. A
alopatia observa o órgão, o setor, segmenta o indivíduo (“indivíduo” quer dizer
“ não divisível”) e passa a tratar seu coração, sua bexiga, seu sono, ou seu
estado de humor, cada um separadamente e por um profissional diferente. A
homeopatia enxerga todas as manifestações como um conjunto indivisível. O indivíduo,
o ser, é que será tratado; é determinada pessoa que precisa de tratamento, e
seu desequilíbrio manifesta-se por seu coração, bexiga,sono e estado de humor,
mas é sempre o ser que está doente, e não o órgão.
No prefácio à primeira edição do “Organon da Arte de Curar” Hahnemann escreve:
“...Ao comunicar ao mundo esta
grande descoberta, sinto muito duvidar de que meus conterrâneos compreendam a
seqüência lógica destes meus ensinamentos e os sigam cuidadosamente e assim
obtenham para a humanidade sofredora os benefícios infinitos que,
inevitavelmente devem provir de uma fiel e acurada observação dos mesmos; ou
se, assustados pelo inédito da natureza de muitas destas revelações, eles de
preferência deixem-nas sem as provar e sem se iniciarem nelas e, portanto, sem
utilidade.”
Hahnemann observou a patologia
humana de um ponto de vista global, viu que o mal aflige o ser humano,
usualmente tratado por todos esses nomes que damos às patologias, não passa
praticamente de um único mal, com “n” formas de se manifestar-se. Para o micro universo
do indivíduo, no qual todas as manifestações representam o desequilíbrio do
todo, serve para o macro universo da patologia humana. Como se o ser humano
como um todo fosse a unidade, e todas as patologias alopaticamente descritas de
formas distintas, fossem apenas vários tipos de manifestação do indivisível
“gênero humano” desequilibrado, enfim a patologia humana.
George
Vithoulkas, líder do moderno movimento homeopático, em seu livro Homeopatia
Ciência e Cura; Ed. Cultrix, 1980, formulou os princípios de uma estrutura
teórica, identificando a força vital como o campo eletromagnético do corpo,
usando o termo “plano dinâmico” para identificar o nível fundamental que a
doença se origina. Em sua teoria, o plano dinâmico caracteriza-se por um padrão
de vibrações que é único para cada indivíduo. Estímulos externos ou internos
afetam o ritmo de vibração do organismo, gerando sintomas físicos, emocionais e
mentais.
Tendo
uma visão homeopática dinâmica e integral, será detectado desequilíbrios do
organismo antes de ocorrer quaisquer perturbações sérias, graças a uma
observação minuciosa do homeopata frente a comportamentos, ações, pensamentos,
ambientes familiares, de trabalho, representando uma relação com a saúde do Ser humano.
Vithoulkas
diz que essa experiência deve surgir de uma íntima interação de terapeuta e
paciente, nos explica que o homeopata e o cliente precisam ter uma interação
íntima. O Terapeuta Homeopata não é um observador passivo, protegido por uma
parede de objetividade,mas ter uma relação de confiança, ser sensível ter um
comportamento acolhedor, estimulando a interação cliente e homeopata, para que
o diagnóstico seja completo.
Os
avanços da medicina psicossomática e a abordagem sistêmica da saúde ajudarão a
elucidar muitos dos princípios homeopáticos e poderão encorajar os médicos e
reexaminar sua posição. A homeopatia com
sua visão geral da doença em todos os níveis, sua ênfase no tratamento
individualizado e sua confiança no organismo humano, apresenta aspectos
contundentes e importantes da assistência holística à saúde.
Projeção e Culpa
Acreditamos que constituímos um ser (com ‘s’ minúsculo) que é a
nossa verdadeira identidade e esse ser é autônomo com relação ao nosso Ser real
e com relação a Deus. Esse é o começo de todos os problemas no mundo:
acreditarmos que somos indivíduos separados de Deus. Uma vez que acreditamos
que cometemos esse pecado, ou uma vez que acreditamos que cometemos qualquer
pecado, é psicologicamente inevitável nos sentirmos culpados por aquilo que
acreditamos que fizemos. Em certo sentido, a culpa pode ser definida como a
experiência de termos pecado. Assim, podemos basicamente usar pecado e culpa
como sinônimos: uma vez que acreditamos que pecamos é impossível não
acreditarmos que somos culpados, passando a sentir o que conhecemos como culpa.
A culpa é realmente a soma total de todas as crenças, experiências
e sentimentos negativos que jamais tivemos sobre nós mesmos. Assim, a culpa
pode ser qualquer forma de ódio ou rejeição de si mesmo; sentimentos de
incompetência, fracasso, vazio, ou a sensação de que há coisas em nós que estão
faltando, ou estão perdidas, ou são incompletas.
A maior parte dessa culpa é inconsciente; a maior parte das
experiências que nos indicariam o quanto nós nos sentirmos mal estão abaixo da
superfície da nossa mente consciente, o que faz com que sejam virtualmente
inacessíveis a nós. E a maior fonte de toda essa culpa é acreditarmos que
pecamos contra Deus por nos separarmos d’Ele. Como resultado disso, vemos a nós
mesmos separados de todas as outras pessoas e do nosso Ser.
Uma vez que nos sentimos culpados é impossível não acreditarmos
que seremos punidos pelas coisas terríveis que acreditamos ter feito e pelas
coisas terríveis que acreditarmos ser.
Uma vez que acreditamos haver pecado contra Deus, o que
todos nós fazemos, temos que acreditar também que Deus nos punirá.Por nos
tornarmos amedrontados em relação a Deus, foi transformar o Deus do Amor em um
Deus de medo: um Deus de ódio, punição e vingança. E justamente isso que o ego
quer que façamos. Uma vez que nos sentimos culpados, pouco importa de onde
acreditamos que venha essa culpa, também acreditarmos não apenas que somos
culpados, mas que Deus nos vai atacar e matar. Assim, Deus, que é o nosso Pai
cheio de amor é nosso único Amigo, vem a ser nosso inimigo. E Ele é um inimigo
e tanto, nem sequer é preciso dizer. Mais uma vez, essa é a origem de todas as
crenças que encontramos na Bíblia, ou em qualquer outro lugar, sobre Deus como
um Pai que nos vai punir. Acreditar que Ele é assim é atribuir-Lhe as mesmas
qualidades egóicas que nós temos. Como disse Voltaire: “Deus criou o homem a
Sua própria imagem e depois o homem Lhe devolveu o cumprimento”. O Deus que nós
criamos é realmente a imagem de nosso próprio ego.
Ninguém pode existir nesse mundo com esse grau de medo e
terror, e com essa intensidade de ódio e culpa contra si mesmo na sua mente
consciente. Seria absolutamente impossível para nós vivermos com essa
quantidade de ansiedade e terror, isso nos devastaria. Portanto, tem que haver
algum meio de lidarmos com isso. Como não podemos ir a Deus em busca de ajuda,
já que dentro do sistema do ego nós transformamos Deus em um inimigo. O único
outro recurso disponível é o próprio ego.
Nós vamos ao ego em busca de ajuda e dizemos: “Olhe, você tem que
fazer alguma coisa, eu não posso tolerar toda essa ansiedade e todo o terror
que sinto. Ajude-me!” O ego, fiel à sua forma, nos oferece uma ajuda que não
nos ajuda absolutamente, embora pareça que sim. A ‘ajuda’ vem em duas formas
básicas e é, de fato, aqui que as contribuições de Freud podem ser
verdadeiramente compreendidas e apreciadas.
O que fazermos com essa culpa, esse senso de pecado, e com
todo esse terror que sentimos é fazer de conta que não existem. Nós apenas os
empurramos para o fundo, fora da consciência, e esse empurrar para baixo é
conhecido como repressão ou negação.
Apenas negamos a sua existência para nós mesmos. Por
exemplo, se estamos com muita preguiça de varrer o chão, varremos a sujeira
para baixo do tapete e então fazemos de conta que não está ali; ou um avestruz
que quando tem medo apenas enfia a cabeça na areia para não ter que lidar com o
que o ameaça tanto, nem sequer se defrontar com isso. Bem, isso não funciona
por razões óbvias. Se continuamente varremos a sujeira para baixo do tapete,
ele vai ficar cheio de caroços e nós eventualmente vamos tropeçar, enquanto o
avestruz pode se ferir muito continuando com a sua cabeça virada para baixo.
Mas, em algum nível, sabemos que a nossa culpa está lá. Assim,
vamos ao ego mais uma vez para lhe dizer que “negar foi ótimo, mas você vai ter
que fazer alguma outra coisa. Esse negócio vai subir e eu vou explodir. Por
favor, ajude-me.” E aí o ego diz: “Eu tenho a coisa certa para você.” Ele nos
diz para procurar na página tal e tal na Interpretação dos Sonhos de Freud e lá
nos achamos o que se conhece como projeção. Provavelmente não há nenhuma idéia
em que seja mais crítica para a nossa compreensão do que essa. Se vocês não
compreenderem a projeção, não compreenderão
nem em termos de como o ego funciona, nem em termos de como nosso Ser
Verdadeiro vai desfazer o que o ego tem feito. Projeção muito simplesmente
significa que você tira alguma coisa de dentro de si mesmo e diz que realmente
isso não está aí; está fora de você, dentro de outra pessoa. A palavra em si
literalmente significa jogar fora, atirar algo a partir de, ou em direção a
alguma outra coisa ou pessoa, e isso é o que todos nós fazermos na projeção.
Nós tomamos a culpa ou o pecado que acreditamos estar dentro de nós e dizemos:
Isso não está realmente em mim, está em você. Eu não sou culpado, você é
culpado. Eu não sou responsável por ser miserável e infeliz, você sim é culpado
pela minha infelicidade. Do ponto de vista do ego, não importa quem seja o
‘você’. Para o ego, não importa em cima de quem você projeta, contanto que ache
alguém para descarregar a sua culpa. E assim que o ego nos diz para nos
livrarmos da culpa.
Uma das melhores descrições que eu conheço desse processo
de projeção se encontra no Velho Testamento, no Levítico, onde é dito aos
filhos de Israel o que fazer no dia do perdão. Eles devem reunir-se e no centro
do campo está Arão que, como Sumo Sacerdote, é o mediador entre o povo e Deus.
Ao lado de Arão está um bode e Arão coloca a sua mão sobre o bode e
simbolicamente transfere todos os pecados que o povo acumulou durante todo o ano
para esse pobre bode. Eles, então, chutam o bode para fora do campo. Esse é um
relato perfeito e gráfico do que é exatamente a projeção e, como não poderia
deixar de ser, é daí que vem a expressão ‘bode expiatório’.
Assim, tomamos os nossos pecados e dizemos que eles não estão em
nós, estão em você. Com isso colocamos uma distância entre nós mesmos e nossos
pecados. Ninguém quer estar perto de seus próprios pecados, e assim nós os
tiramos de dentro de nós e os colocamos em outra pessoa e depois banimos essa
pessoa de nossa vida. Há duas formas básicas de fazermos isso. Uma é nos
separarmos fisicamente dela; a outra é nos separarmos psicologicamente. A
separação psicológica é realmente a mais devastadora e também a mais sutil.
Essa necessidade de projetar a nossa culpa é a raiz da causa de
toda a raiva. Você não tem que concordar com o que as outras pessoas dizem ou
fazem, mas no minuto em que experimenta uma reação pessoal de raiva, julgamento
ou crítica, isso vem sempre porque você viu naquela pessoa alguma coisa que
negou em Si mesmo. Em outras palavras, você está projetando o seu próprio
pecado e culpa naquela pessoa e os ataca lá. Mas dessa vez, você não os está
atacando em si mesmo, e sim naquela outra pessoa, que você quer tão longe
quanto possível. O que você realmente quer fazer é conseguir que o seu pecado
fique tão longe de si mesmo quanto possível.
Mas a projeção busca fazer com que vejamos nossos pecados
fora de nós, procurando então resolver o problema do lado de fora de modo que
nunca possamos perceber que o problema esta dentro da gente.
Quando vamos ao ego em busca de ajuda e dizemos: “Ajude-me
a me livrar da minha culpa,” o ego diz: “Está bem, o meio de você se livrar da
sua culpa é em primeiro lugar reprimi-la, depois projetá-la para outras
pessoas. E assim que você se livra da sua culpa.” O que o ego não nos diz é que
projetar a culpa é um ataque e é a melhor maneira de conservarmos a culpa. O
ego não é nenhum tolo: ele quer que continuemos culpados. Deixem-me explicar
essa idéia brevemente porque ela é também uma das idéias centrais para
compreendermos os conselhos do ego.
É esse ciclo de culpa e ataque que faz o mundo girar, não é
o amor. Se alguém lhe diz que o amor faz o mundo girar, esse alguém não sabe
grande coisa sobre o ego. O amor é do mundo de Deus e é possível refletir esse
amor neste mundo. Todavia, neste mundo o amor não tem lugar. O que tem lugar é
culpa e ataque, e é essa a dinâmica que está tão presente em nossas vidas, seja
a nível individual, ou seja a nível coletivo.
O Surgimento do Miasma
“Tudo
é em Ti, e Tu és em tudo”.
Iehudá
(O Hassid)
O
Nada no Universo está contido todas as informações que refletimos em nós.Os
miasmas são reflexos de nosso Ser. A responsabilidade individual cabe a cada um
de nós de nos observarmos constantemente; admitindo nossos erros sem o
julgamento e a condenação que nos pune. Os miasmas estão em todos os lugares;
minerais, vegetais e animais, bem como o homem. A Atitude comportamental que o
homem vem atuando em sua vida de destrutividade resulta no mundo em que vivemos.
Medo,
angústia, perda, destruição nada mais são do que projeções de nosso (Ego), criando um efeito dominó destrutivo que
indubitavelmente chegará em nossas células. Hering este notável observador nos
mostrou o caminho: de dentro para fora de cima para baixo.
“Verbete:
Miasma
1. Emanação mefítica do
solo, supostamente nociva, tida como causa de várias doenças endêmicas, como
por exemplo, em certos locais, a malária, até que se venha a conhecer a
verdadeira etiologia destas.
2. fig. Influência
deletéria; corrupção; podridão”.
Definição retirada do
“Dicionário da Língua Portuguesa”. Holanda, A. B.
A Palavra “Miasma” é de
origem grega e seu significado, nos dicionários do século XVIII, parece
assemelhar-se a “mancha”.
“Enquanto
para os povos semitas(hebreus e assírio – babilônicos) a mancha tinha uma
característica de transgressão e impureza moral para os gregos, a “mancha”
(impureza ou Iymata) sofre uma completa “naturalização” que a transforma numa
espécie de detrito orgânico, resultado do desequilíbrio dos humores. Outra
definição, nos traz o conceito de exalação impura, poluição. No entanto, o
significado do termo foi empregado pela primeira vez na medicina por Hipócrates,
quem designa de uma forma de contágio através do ar, referindo-se no “sopro
predominante”.(Constatação baseada no desenvolvido senso de observação empírica
de Hipócrates, quando estabeleceu este conceito após procurar entender porque
determinadas formas epidêmicas de patologias eram prevalentes durante
determinadas direções do vento. Miasmas, Paulo Rosenbaum; parte um: Miasmas,
Ed.Roca 1998. Pág. 10)
O
Termo miasma é uma designação genética que envolvia uma miríade de formas
contagiosas ou fontes de infecção indetectáveis. Nos séculos XVII e XVIII, com
o desenvolvimento das ciências auxiliares, os investigadores terminam
identificando-o por aproximação ao micróbio, bacilo, germe, enfim aos agentes
agressores exógenos.
No
século XVIII, ganha corpo e aparece, de forma muito mais evidente, o papel do
contágio. O famoso clínico brasileiro Dr. Martins Costa, em seu clássico livro
“A Malária e suas Diversas Modalidades Clínicas” publicado em 1885, retrata de
forma quase jornalística o que ocorria em seu tempo:
“A
infecção miasmática conhecida sob a denominação de malária tem sido um dos
maiores flagelos do homem desde o seu aparecimento no planeta. A que atribui
tão deletéria infecção? De onde procede? O que a determina? A Hydra de Lerna
parece ser uma alegoria grega à perniciosidade das águas estagnadas.”Cf. Costa,
D.M.A Malária e suas Diversas Modalidades Clínicas. Rio de Janeiro,1885.
Em
1828, Hahnemann opera uma importante mudança em sua doutrina homeopática
publicando o primeiro volume de Die chronichen Krankheiten, ihre eigenthümliche
Natur und homöopathische Heilung (As Doenças crônicas, sua natureza particular
e seu tratamento homeopático). De fato, diante do aspecto proteiforme e do
caráter crônico de algumas doenças, Hahnemann introduz a noção de “miasmas”
para explicar as recidivas. Ele descreve três diáteses de origem miasmática: a
psoríase, a sicose e a sífilis. Os outros volumes, editados em 1828 e 1830,
contém a matéria médica de 22 novos remédios. A segunda edição, publicada em
1835 e 1839, contém 25 novos medicamentos.
“Em algumas ocasiões,
circunstâncias de felicidade ou condições extremas imprevisivelmente
melhoradas, alguma viagem agradável, alguma estação muito benigna ou ainda a
temperatura seca e constante, poderiam provocar na enfermidade do paciente
certa pausa apreciável de alguma duração e durante a qual o homeopata podia
chegar a julgá-lo recuperado, totalmente recuperado, e até mesmo o paciente, se
pudesse benevolamente passar incólume por alguma doença moderada e passageira,
poderia se haver considerado desfrutando de boa saúde. Mas tal pausa benigna de
nenhum modo iria ser de longa duração, pois os repetidos retornos das doenças
faziam com que até os medicamentos homeopáticos melhor selecionados de acordo
ao que então se sabia e que tinham sido administrados nas doses mais
apropriadas se tornassem menos eficazes quanto mais freqüentemente eram
repetidos. Finalmente, apenas eram úteis como débeis paliativos.”(Cf.Hahnemann,
S. The Chronic Diseases.op. cit. pp. 3-4).
A
Alma de Hahnemann experimental que é; verificou que a “raiz do processo mórbido
parecia permanecer intocada, e foi então, que resolveu investigar os “porquês”
desta persistência.
[...desta
inestimável descoberta, cujo valor para a humanidade excede todo o resto que
foi descoberto por mim; e sem a qual toda a homeopatia existente permanece
defeituosa...](Cf.Bradford, T.L. The Life and Letters of Samuel Hahnemann)
Uma
das observações, que o ajudou a compreender o fenômeno do miasma, foi a de que
ao tratar indivíduos, cuja minuciosa investigação mostrava sintomas psóricos
antigos ou atuais, muitas vezes os sintomas de “vesículas” suprimidas há muito
tempo voltavam e a enfermidade interna atual melhorava significativamente.
Quando estes fenômenos não eram observados durante um tratamento homeopático,
considerava duas possibilidades: ou a resposta do enfermo estava muito comprometida
por uma espécie de déficit de vitalidade ou o medicamento havia sido mal
eleito.
Este
foi um momento cronológico na sua carreira de investigador científico. Como
todo inconformado , passa a duvidar de seus textos anteriores. Chega a uma
conclusão parcial, conflituosa com o que havia sacramentado em seu “Organon da
Arte de Curar”. Já não bastava que a totalidade sintomatológica sumisse dado
que uma espécie de resíduo patológico subsistia ao tratamento.
Um
pequeno texto que Hahnemann escreveu com o prenúncio das rupturas homeopáticas
anteriores:
“...mesmo quando o
remédio elimine total e rapidamente, como se fosse por arte de magia, sintomas
angustiantes como são as dores inveteradas, intensas, contínuas, ou espasmos
tônicos e clônicos, etc, de modo que o paciente quase imediatamente depois de
tomar o medicamento suponha que já está livre de padecimentos, que já se
restabeleceu e sinta-se como transportado ao paraíso, em tais casos não devemos
aguardar esperanças ilusórias de que o remédio tenha sido selecionado
corretamente ou de que o paciente avance até a cura de sua enfermidade
crônica.”
“Tal efeito enganoso
demonstra que o medicamento atua aqui enantiopaticamente, como contrário, ou
como paliativo e que durante os próximos dias não podemos esperar de tal
remédio senão alguma agravação da enfermidade originária. Tão rápido como esta
enganosa melhora comece a transformar-se em agravação, o que ocorre poucos dias
depois, é chegado o momento de dar o antídoto ou quando não se dispõe dele, de
administrar-se outro medicamento que seja mais adequado homeopaticamente.”
Kent identifica esta
observação de Hahnemann com a sua 5ª observação Prognóstica (melhora seguida de
agravação, ação enantiopática). Esta observação prognóstica junto com a
7ª(melhora dos sintomas sem particular alívio do paciente) e a 12ª (sintomas
tomam direção equivocada) formam a tríade de fenômenos supressivos e
metastáticos que teriam despertado a atenção de Hahnemann para o mal
miasmático.
Para
Hahnemann existiam três condições fundamentais para justificar a existência das
Enfermidades Crônicas, a saber:
“Tais
miasmas são: syphilis a que denominei enfermidade do cancro venéreo; sycosis,
ou enfermidade das verrugas do figo; e por último psora, a enfermidade crônica
básica da erupção da sarna, a que eu considerarei primeiro por ser a mais
importante”.
E
considera:
“Devido às minhas
contínuas observações, comparações e experimentações destes últimos anos
cheguei a convicção de que as doenças e achaques do corpo e da mente que tão
radicalmente distinguem-se como afecções manifestas e que tão dessemelhantes
parecem ser de uns pacientes para outros são(quando não se derivam das
enfermidades venéreas: syphilis e sycosis) somente manifestações parciais do
antiqüíssimo miasma da lepra e da sarna; vale dizer que todas estas
manifestações não são mais que vestígios de uma mesma e vastíssima enfermidade
básica, cujos sintomas praticamente inumeráveis não integram mais do que um
todo e por ele devem ser consideradas e tratadas medicamente como fragmentos de
uma mesma enfermidade”.
Hahnemann
tinha chegado em suas investigações e observações com tais pacientes não
venéreos, quando descobriu que o obstáculo à cura de muitos casos ( que se
pareciam enganadoramente com doenças bem definidas e específicas), não
conseguiam ser curadas de maneira homeopática com os medicamentos até então
experimentados. Acontecia o mesmo com pacientes crônicos similares que não
confessavam uma tal infecção, devido a uma falta de atenção não percebiam ou
não se recordassem. Após uma investigação cuidadosa, vinha à tona pequenos
traços da doença; pequenas pústulas de sarna, herpes, etc. Pois de tempos em
tempos, se manifestavam na qualidade de sinais de uma antiga infecção. Ele nos
ensinou que; todas as moléstias miasmáticas que evidenciaram transtornos locais
peculiares na pele estão sempre presentes na forma de moléstias internas no
sistema antes de mostrarem seus sintomas locais externamente sobre a pele.
Somente
em doenças agudas, após estas terem percorrido seu curso durante um certo
número de dias, é que o sintoma local juntamente com a doença interna costuma
desaparecer por si só, ao passo que a doença interna, se não curada nos miasmas
crônicos, jamais abandona o corpo, seja total ou parcialmente; pelo contrário,
aumenta continuamente com o passar dos anos, a menos que seja curada pela arte.
Existem
duas classes de doenças: as agudas e as crônicas. Um miasma agudo é aquele que
atinge a economia, passando pelo período padrão, regular, mais longo ou mais
curto, tem seu período de progresso e seu período de declínio, no qual existe
uma tendência à recuperação. Um miasma crônico, é aquele que tem seu período
prodrômico, período de progresso e nenhum período de declínio; é contínuo,
nunca termina, exceto com a morte do paciente.
Kent
nos elucida que os miasmas agudos são aqueles de caráter infecto-contagioso com
um curso definido, para os quais recomenda o uso de um medicamento específico.
Nos casos agudos recidivantes, que são manifestações do miasma crônico, como
por exemplo as enxaquecas, amidalites, infecções urinárias de repetição, crises
de asma ou rinite etc., subentende-se que devam ser tratados com o medicamento
do miasma crônico.
Existem
algumas condições de doenças crônicas que se assemelham às doenças agudas. Por
exemplo: como “enxaqueca periódica”. Um ataque isolado pode ter a aparência de
um miasma agudo, embora a tendência de progressão e não se recuperar mostra
claramente à classe dos crônicos.
As
doenças agudas sempre tendem à recuperação; as crônicas não tem qualquer
tendência à recuperação, mas uma tendência contínua e progressiva, são miasmas
muito mais profundos.
Os
piores casos são aqueles onde os três miasmas crônicos (psora, sycosis e
siphilis) ou algumas partes dos três, foram complicadas por drogas. (todos
temos constatado constantemente com as pessoas que estão adoecendo, pelo
tratamento abusivo de medicamentos químicos) desencadeando o surgimento de uma
forma abrupta os miasmas com complexidades e uma total gravidade do caso se
tornando incuráveis.
Psora
Hahnemann
nos faz refletir sobre a psora nos esplicando que é a origem de todas as
enfermidades físicas. Se a psora nunca estivesse sido estabelecida sobre a raça
humana, as outras duas doenças crônicas seriam impossíveis de estabelecer no
organismo. Todas as doenças do homem são edificadas sobre a psora; dessa forma
ela é a base da enfermidade, todas as outras enfermidades vieram depois.
Ele
descobriu, por meios mais efetivos contra esta moléstia original causando
tantas queixas, contra esta moléstia, chamada de Psora (contra a doença
interna: sarna, com ou sem erupção concomitante na pele). Tornando-se patente,
através do auxílio prestado quando o uso de medicamentos em doenças crônicas
similares, nas quais o paciente não se recordava de infecção alguma deste tipo
eram causadas por uma Psora com a qual havia se infectado talvez na infância,
ou de alguma outra forma que lhe escapava à memória; tendo que ser feita uma
investigação mais detalhada e cuidadosa efetuada das muitas vezes com os pais
ou parentes mais velhos.
Todas
as doenças crônicas da humanidade, inclusive aquelas abandonadas a si próprias,
não agravadas por um tratamento errôneo, exibem, uma tal constância e uma tal
perseverança que, tão logo hajam se desenvolvido e não tenham sido
completamente curadas pela arte médica, aumentam continuamente ao longo dos
anos e durante a vida toda do homem, não podendo ser atenuadas pela força da
qual é dotada mesmo a mais robusta constituição. Menos ainda poderão elas ser
vencidas e extintas. Nunca desaparecem por si, mas aumentam e são agravadas
inclusive até a morte. Todas elas devem ter por origem a base miasmas crônicos
constantes, por meio dos quais sua existência parasita dentro do organismo
humano tendo condições de surgir e crescer continuamente.
“Foi mais fácil para
mim do que para muitas centenas de outras pessoas descobrir e reconhecer os
sinais da Psora tanto em estado latente e ainda adormecida internamente, quando
depois de já haver evoluído em doenças crônicas consideráveis, através de uma
comparação acurada entre o estado de saúde de todas estas pessoas e o meu pois,
como raramente acontece, “eu nunca fui afligido pela Psora e portanto desde meu
nascimento e inclusive até agora, no meu octagésimo ano de vida tenho estado inteiramente livre dos
menores e maiores transtornos enumerados aqui e logo mais a seguir, apesar de
no geral eu ter tido muita tendência a
contrair doenças epidêmicas agudas, tendo sido exposto a muitos exercícios
mentais vigorosos e a multivariadas contrariedades do espírito.”SamuelHahnemann
§ parágrafo 62 – Organon.
Voltando
na História da Sarna Suprimida na Humanidade; os mais antigos monumentos da
história que possuímos mostram a Psora, em grande desenvolvimento.Há 3.400
anos, Moisés indicava várias modalidades. Naquela época e posteriormente, entre
os israelitas, a doença parecia ter escolhido como sítio principal as partes
externas do corpo.
No
Levítico, não só no capítulo XIII, mas também no capítulo XXI, versículo 20;
onde fala dos defeitos corporais que não devem ser encontrados num sacerdote
que vai ao sacrifício, a sarna maligna é designada pela palavra “garab” que os tradutores alexandrinos (na Septuaginta) traduziram por “psoraagria” e a “Vulgata” por “scabies
jubis”.
A
expressão “valephed” é usada por
Moisés para líquen (lichen),eczema (tetter),herpes*(vide M. Rosenmueller
Scholia in Levit., p.11, 29ª. Edição,p.124).
Calmet,
um dos comentaristas da Bíblia, concordam com esta definição: “ A Lepra
(leprosy) é semelhante a uma sarna (itch)
inverterada com comichão (itching)
violento.
Platão
denomina a sarna (itch) (glykypikron),
enquanto que Cicero acentua o “dulcedo de
scabies”.
Aconteceu
o mesmo com a moléstia durante o tempo em que predominou na Grécia inculta,
mais tarde na Arábia e, por fim, na Europa, durante a Idade Média.
Nomes
diferentes foram dados por povos diferentes a Lepra (leprosy)(sintoma externo da Psora), a qual deforma de vários modos
as partes externas do corpo, visto que a natureza desta erupção da sarna (itching eruption) miasmática permaneceu
sempre essencialmente a mesma.
A
Psora ocidental que durante a Idade Média havia assolado a Europa por muitos
séculos sob as formas de erisipelas malignas (denominadas Fogo de Santo Antônio)
reassumiu a forma de lepra através da lepra (leprosy)
que foi trazida de volta pelos cruzados em seu retorno, no século XIII.
Ao
longo dos muitos milhares de anos durante os quais ela possa ter afligido a
humanidade, pois que a mais remota história dos mais antigos povos não chega a
atingir suas origens; aumentou de tal modo a extensão de suas manifestações
patológicas, extensão essa que até certo ponto pode ser explicada por seu
acentuado desenvolvimento durante um inconcebível número de anos, em tantos
milhões de organismos pelos quais passou, que seus sintomas secundários
dificilmente podem ser enumerados.
Se
excetuarmos aquelas doenças que foram criadas por uma prática médica errônea ou
por trabalhos deletérios com mercúrio, chumbo, arsênico etc.,e que aparecem na
patologia comum sob uma centena de nomes próprios, na qualidade de doenças
supostamente separadas e bem definidas ( e também aquelas decorrentes de
Syphilis e as ainda mais raras oriundas da Sycosis), todas as doenças crônicas
naturais restantes, com nomes ou sem, encontram na Psora sua origem real, sua
única fonte.
A
Psora que hoje em dia é tão fácil e imprudentemente destituída de seu sintoma
cutâneo, a erupção de sarna que age em substituição à doença interna, vem
produzindo ao longo dos anos, cada vez mais sintomas secundários, tantos eles
são que pelo menos sete – oitavos de todas as moléstias crônicas decorrem dela,
sua única fonte, ao passo que o oitavo restante decorre da Syphillis e da
Sycosis, ou de uma complicação de duas destas três doenças miasmáticas
crônicas, ou de uma complicação de todas as três.
A
Psora é um miasma crônico de caráter especial e bastante peculiar, que ao longo
de vários milhares de anos passou por vários milhões de organismos humanos
devendo ter adotado uma vasta extensão de sintomas variados, elementos daqueles
inúmeros transtornos que pode transmutar-se numa multidão assim indefinida de
formas diferentes umas das outras, na medida em que aos poucos se ultimava
dentro de várias constituições físicas de pessoas, diferenciando entre si;
peculiaridades, climáticas, educação, hábitos e ocupações, modos de vida e de
dieta e em que se modelava de acordo com as diversas relações físicas e psíquicas.
§
Parágrafo 112 – Organon:
“Abstenho-me de indicar
por quantos esforços e por quantas observações, investigações, reflexões
cuidadosas e experimentos diversos, eu consegui finalmente, após onze anos,
preencher a lacuna do edifício da arte curativa homeopática, cura de inúmeras
doenças crônicas, deste modo complementando tanto quanto possível as benção que
esta arte tem a seu dispor a ofertar para a humanidade sofredora.”
“...a doença escondida
no interior, a psora, cuja erupção sarnosa e suas outras formas, a tinha, as
crostas lácteas, os dartros, etc... não significam senão os sinais indicativos
da imensa enfermidade do organismo inteiro, aonde os sintomas locais não são
mais do que suas substituições, que pela sua presença estão reduzidos ao
repouso e ao silêncio?”
Hahnemann
insistia na analogia da Psora com a Hydra. A mitologia mostra que a Hydra era
uma serpente ou um monstro que vivia no lago de Lerna em Peloponeso,
representada como tendo muitas cabeças de uma das quais quando cortadas era
imediatamente substituída por outra a menos que as feridas fossem imediatamente
cauterizadas.
Hahnemann
buscava relacionar a erupção da pele, não à escabiose, nem a lepra propriamente
dita, mas a algo mais profundo que a antecedia e que estaria indicando a pista,
o elo ignoto, para desvendar a origem primeira da suscetibilidade humana à
enfermidade.
Esta
suscetibilidade humana era responsável, segundo ele, pelos “resíduos” não
curados, mesmo com os melhores medicamentos homeopáticos selecionados. E as
gradações desta suscetibilidade estavam ancoradas, na vida do sujeito, no que
fazia com a saúde, em como usava seus instrumentos de vida e quais suas
finalidades.
Algo
parecia evidente:
“A pele humana por si
mesma e sem a cooperação do resto do organismo jamais desenvolverá erupção
alguma, nem se enferma sem haver sido induzida e compelida a ela por um estado
mórbido generalizado pela falta de normalidade de todo o organismo”.Samuel
Hahnemann.
Assim,
o termo psora é sarna, mas ao mesmo tempo é herpes, é líquen, é dartros, é
lepra. A expressão psora era uma designação ampla. Ampla demais. Classificando
a multiplicidade de manifestações possíveis que engendravam. No momento de suas
investigações, Hahnemann estava consciente de que suas novas teses iriam sofrer
a reação característica das inovações e deduz que um tempo curto as
resistências iriam amenizar-se e a força dos recém elaborados conceitos
permaneceria para ser usada e desenvolvida por novas gerações de homeopatas.
Segundo
Hahnemann, se os miasmas venéreos estavam complicados com a psora, deveria
direcionar o tratamento para esta com o uso de antipsóricos mais apropriados e
depois direcionar o tratamento à syphilis e à sycosis com Mercurius solubilis
para a primeira, Thuya occidentalis e Nitric acidum. Estas prescrições que
Hahnemann nos indicou chocam-se contraditoriamente contra quase todas as
instruções técnicas anteriores; em especial a individualização baseada nos
sintomas.Quanto à syphilis, ele chegou a história da medicina, tendo uma
compreensão inédita que a moléstia syphilis apresentava sintomas à distância,
ou seja, muito tempo depois do desaparecimento do cancro.
Hahnemann
propunha uma estratégia específica para o tratamento dos miasmas: deixar o
antipsórico homeopático cuidadosamente selecionado, e durante o exercício de sua
ação, enquanto se observa qualquer progresso visível na economia do organismo,
não devemos intervir sob o risco de interromper esta ação curativa.
“Até
a syphilis que devido à facilidade de sua cura cede a menor dose da preparação
correta de Mercurius e a sycosis que devido a pouca dificuldade de sua cura
cede diante de umas poucas doses alternadas de Thuya occidentalis e Nitric
acidum se tornam enfermidades rebeldes, difíceis de curar quando estão
complicadas com a psora. Devido a isto, a psora é, entre todas as enfermidades,
a menos compreendida e, como conseqüência, a que foi tratada medicamente do
pior dos modos, a mais perniciosa”.Samuel Hahnemann
“Hahnemann identifica
na primeira edição 22 medicamentos antipsóricos e na segunda edição acrescenta 25,
o que totaliza 47 medicamentos com estas propriedades. Cf. Doctrine et
Traitement Homeopathique dês Maladies Chroniques. Op. Cit. p.1* (advertência do
editor). Segundo Masi – Elizalde,, a inclusão de alguns medicamentos, antes não
considerados por Hahnemann como antipsóricos, deve-se ao fato de que ele
descobriu um espectro de sintomas muitíssimo ampliado quando se deparou com
medicamentos mais dinamizados, o que contrastava escandalosamente com as
experimentações feitas com doses próximas ao estado ponderal. Esta reflexão
estendida a uma percepção contemporânea terminaria por determinar que todos os
medicamentos devidamente explorados devem possuir potencial
antipsórico.”(Miasmas, Ed. Roca, 1998; Rosenbaum, Paulo; pag.39).
A enfermidade venérea,
ou seja, o miasma venéreo, era transmitido via coito impuro. O coito impuro tem
por conotação no vocabulário contextualizado no início do século como uma
relação sexual proibida; em geral, uma relação de adultério com todos seus
atributos de um atual antiético. (Cf. Kent, J.T.Lectures on Homeopathique
Philosophy. Op.cit.).Com a fricção sobre o ponto de contato instantaneamente,
portanto diferente do miasma psórico que se transmitia por via hereditária
através das gerações.
“...é somente depois da
penetração deste mal, que é recebido dentro e em todos os órgãos, somente
quando a transformação do homem todo em um assunto venéreo está completa é que
o estado mórbido tenta, para facilitar e paliar o mal interno, produzir assim
um sintoma local chamado cancro”.
“...é necessário muito
tempo e paciência para extirpar todas as partes deste imenso pólipo dinâmico,
sem comprometer o próprio organismo e suas faculdades”.(Cf.Hahnemann, S.
Doutrine et Traitement Homeopathique des Maladies Chroniques.op.cit.p.192).
“ninguém admitirá que
teve sarna em sua infância, exceto por alguma mãe inteligente que entende que é
sábio contar ao médico. A sarna é encarada como algo vergonhoso, e assim é tudo
que tem uma correspondência similar, porque a sarna em si mesma tem uma
correspondência com o adultério, somente que num caso é adultério quanto ao
interior e o outro quanto ao exterior, um sucede o outro. Assim é com todos os
miasmas”.(lições de Filosofia Homeopática, Ed. Organon,2002. James Tyler Kent. Pág.
191)
Hahnemann
usava a expressão: “transformação do
homem todo em um assunto venéreo” para mostrar a intensidade e a atuação
sistêmica do processo miasmático sobre o ser humano.
“O miasma
transmitindo-se no percurso da humanidade, geração após geração, atuaria e
aprofundaria sua penetração nos organismos:havia uma predisposição mórbida,que
acumulada, seria inculcada na geração seguinte com mais impositividade, mais
letalidade, e cada vez com menor capacidade espontânea de resolução.”
“...mesmo a história
mais antiga do povo mais primitivo não alcança sua origem porque incrementou-se
tanto na extensão de suas manifestações patológicas, aumento que até certo
ponto pode ser explicado pelo incremento de seu desenvolvimento durante
milhares de anos nos que substituiu, passando por milhões de organismos, tanto
que é uma tarefa um pouco menos que impossível inventariar todos seus sintomas
secundários”.
“Hahnemann reforça a
importância do tratamento antipsórico na gestação, assim sua transmissão
hereditária poderia ser bloqueada. Segundo Clarke:”Na minha experiência, a
psora de Hahnemann(que é uma discrasia muito concreta e definida) é geralmente
herdada”. No entanto, no entender de Duggeon, a teoria psórica poderia ter
exatamente valorizado ainda mais a influência da hereditariedade nas
enfermidades crônicas. Neste sentido, Hahnemann também escreve a Von Gesdorff
inicialmente resultando sua hipótese de que a psora seria uma enfermidade hereditária”.
(Cf. Bradford, T.L. The Life
and Letters of Samuel Hahnemann.op.cit.p.185
Em
seus escritos, Hahnemann nos ensina que: nenhuma erupção se origina na pele
humana por si, sem a cooperação do resto do todo vivente, tampouco torna-se
doente de algum modo sem ser induzida e compelida a tal pelo estado adoecido,
pela falta de normalidade do organismo todo.
Em
todos os casos, existe na base de um estado desorganizado da totalidade do
organismo interno vivo, estado este que deve ser considerado primeiramente.
A
erupção só deve ser removida pela cura interna e pelos remédios curativos que
alterarem o estado do todo; nessa ocasião, também será curada e sanada por si a
erupção que se baseia na doença interna, sem o auxílio de qualquer remédio
externo e muitas vezes de maneira mais rápida do que poderia ser obtido através
de remédios externos.
Se
considerarmos a psora como sinônimo de prurido, falhamos em compreender e
falhamos em expressar por esse meio, qualquer coisa semelhante à intenção de
Hahnemann. O prurido é considerado limitado, superficial,causado por um
pedacinho de um ácaro; e quando o pequeno ácaro é destruído, diz-se que a causa
do prurido foi removida. A partir de uma supressão a psora se não for
equilibrada com medicamentos se estenderá manifestando-se na grande parcela das
doenças crônicas; incluindo a epilepsia, a insanidade, as doenças malignas, os
tumores, as úlceras, catarros e uma grande proporção das erupções. Progredindo
dos estados mais simples ao mais alto grau de complexidade, podendo ser
auxiliada pelo uso de drogas, geração após geração. O médico “com todo seu
poder” quer a todo custo desviá-la da superfície, e tem com isso causado seu
enraizamento mais e mais profundo, tornando-se densa e invisível. Paramos para
observar que a cada dia as doenças de pele se tornam mais intensas e
ameaçadoras para todo o organismo.
Para
Allen como para Kent, as enfermidades se tornam muito mais complexas e
numerosas com o uso maciço da química na terapêutica ortodoxa: os arsenicais,
os mercuriais, os preparados de quina, bem como a maioria das drogas modernas.
Um campo vasto de supressão.
E
então algum fator idiossincrático, noxal, ou ainda alguma agressão do meio (química,
cirúrgica, tóxica ou drogal), acaba despertando o “monstro adormecido”
promovendo a eclosão da enfermidade clínica.
“A ação constante de medidas
supressivas faz com que a patologia engendrada pela ação dos miasmas
aprofundasse suas raízes instalando-se nos “tabernáculos internos do organismo”.
Uma vez vencida a resistência da vitalidade, os sintomas que antes podiam ser
conservados na superfície em órgãos ou aparelhos que não comprometessem a
dinâmica vital, agora, diante do esgotamento dessa resistência, aprofundam-se
com intensidade cada vez maior.”( Rosenbaum, Paulo. Miasmas, saúde e enfermidade
na prática homeopática, Ed. Roca 1998, pág.67)
Rosenbaum
nos diz que a permanência dos estados miasmáticos mostrando visivelmente em
todos os setores da economia humana desde os processos fisiológicos até a
resposta de nosso ser mental, moral, até o espiritual nos dando a resposta de
sua influência direta em todo o organismo.
Para
Allen, os miasmas matam por desvitalização do sangue, por estados anêmicos,
ficando privados de oxigênio, ou seja, destruindo o organismo por privação.
Os
miasmas constroem estruturas (tumores, nódulos, hipertrofias glandulares,
câncer, etc.) É uma forma do organismo se defender de todos os ataques. O corpo
humano se comporta como uma “máquina” drenando para fora o que o adoece.
“Kent deixa bem claro
que em todas as vezes em que nos atemos a tratar as doenças e não os doentes,
como preconizam algumas escolas homeopáticas uma distorção dos princípios e leis
de nossa doutrina estamos na verdade fazendo a psora progredir e deixando o
paciente com sua economia cada vez mais comprometida, caracterizando uma
supressão com metástase mórbida.”(Lições de Filosofia Homeopática, Ed. Organon,
2002, James Tyler Kent,pag. 178)
A
memória é uma condição quase indispensável à personalidade, pois ela é que
liga o estado de atualidade aos estados anteriores, e nos afirma sermos hoje o
mesmo indivíduo de há vinte anos. É a memória que constitui a identidade,
porquanto, ao mesmo passo que persistem as sensações presentes, surgem, por
ela evocadas, as imagens antigas, que são, senão idênticas, ao menos muito
análogas. Uma árvore, por exemplo, vista agora - imagem presente, atual -,
desperta em nosso espírito meia dúzia de lembranças quase idênticas, embora
estejamos contemplando uma outra árvore. Do mesmo modo, um barco suscitará
outra meia dúzia de imagens que serão ainda idênticas, seja qual for o barco
entrevisto. Ainda em conseqüência da associação e complexão das idéias, não
será preciso avistar um barco para reviver essas lembranças, que poderão
aflorar da contemplação de uma praia, de um rio, de um objeto qualquer que
lembre, ainda que longínqua, a idéia de barco.
Nossa
consciência está, por conseguinte, sempre presente a um certo e limitado número
de imagens remotas, e sempre as mesmas, mais ou menos. Essas imagens,
iterativamente reconduzidas ao mesmo ego, constituirão a personalidade do indivíduo,
que se tornou estável, pela comunidade das mesmas.
Se,
em conseqüência de um estado psíquico qualquer, as imagens ordinárias e
comumente presentes à consciência, se obliterarem de chofre, e se, por outro
lado, aparecerem imagens até então desconhecidas, segue-se que o mesmo eu não
mais se reconhece, julga-se outro e é todo um novo estado consciências que
emerge. Emerge, porém, na mesma individualidade.
A
memória miasmática tem os mesmos parâmetros, bem como a memória celular. Se
observarmos memorizamos em nosso inconsciente todos os traumas e situações
vividas por nós e pelos nossos antepassados registrados, com isso qualquer
ocorrência externa poderá desencadear o miasma agudo trazendo à tona registros
latentes.
As
lembranças gravadas são inextinguíveis. Posto não passe de simples analogia, é
possível comparar essas camadas sucessivas às impressões fotográficas que se
podem superpor na mesma placa sem se confundirem. Todos esses movimentos
vibratórios têm uma existência própria, um grau vibratório que lhes é peculiar,
sendo o último sempre superior aos demais.
Entender
o miasma como atitude. A Perversão do pensamento e da vontade. A afetividade
contaminada pela psora. Desejar o mal, pensar no que é falso fazer o que é
falso.
Para
Hahnemann a psora é a doença mãe da humanidade. A Psora está ligada diretamente
no medo que consequentemente traz ansiedade e insegurança; provocando
alterações primárias do ego: angústia existencial, sensação de perda do
paraíso, indecisão, falta de confiança, vaidade, orgulho. “Eu era feliz e não
sabia”. Relação de dependência criando a relação de “poder”. “Sentimento de
posse”, surgindo a Sycosi.
Ao
atingir o nível sicótico a mente deixa de se comportar como um servidor para se
comportar como um déspota. Na Sycosis há uma deformação comportamental, em que
a ansiedade, pelo medo da perda, e pelo prazer de dominação, ou até mesmo, pelo
prazer de ver os outros sofrerem configurando um estado de sadismo de maldade.
Com o desejo de posse, o “ego” entra num quadro de proteção. Pervertido,
hipertrofiado, abandonado na condição de passividade.
O
núcleo psicológico do psórico é a ansiedade, que se constitui no pano de fundo
de todas as suas manifestações mentais. Assim, qualquer reação psórica, quer de
medo, angústia, tristeza, depressão, agitação, etc., está sempre impregnada de
ansiedade. O medo é ansioso, a tristeza é ansiosa e assim por diante.
A
ansiedade é um estado naturalmente passivo mas, como acontece em qualquer
estado que transcende a normalidade, a Inteligência Vital tenta compensá-la com
uma reação ativa. Por isso mesmo, a ansiedade envolve hiperatividade mental e
não deixa de ser um estado “hiper”, pois a Inteligência Vital, para trazer a
mente de volta à sua condição de equilíbrio, exacerba algum tipo de reação
psicológica normal. Todas as reações psóricas sempre são manifestadas por
exacerbações das atividades psicológicas simples. É uma condição normal
apresentar, ansiedade, medo, angústia, melancolia, tristeza, depressão, etc.,
bem como os respectivos mecanismos de defesa, como inveja, orgulho, choro, etc.
Na psora ocorre a exacerbação de todas as reações naturais e nunca parecem
atividades diferentes delas.
Na
área neurológica aumenta também a atividade, porém muitos distúrbios do estado
psórico são oriundos não somente dos estímulos psíquicos, como particularmente
do envolvimento tóxico em decorrência da eliminação insuficiente.
Menção
especial merecem os estados convulsivos psóricos. Alguns estados convulsivos
podem, às vezes ser de natureza psórica, mas, quando psóricos, não há lesões
evidentes, pois resultam de tensões elétricas inadequadas ao nível das células
nervosas, provocadas por muitos mecanismos tais como desequilíbrios
eletrolíticos motivando a sobrecarga das células do sistema nervoso central. A
Inteligência Vital tenta liberar o sistema nervoso da sobrecarga da tensão
elétrica intracelular; em dado momento, ocorre a descarga eletrostática, cujo
escoamento rápido provocando os sintomas convulsivos. Na psora, outros sintomas
mais acentuados podem surgir indiretamente ao nível do psiquismo em
conseqüência da ação tóxica existente em todo o sistema orgânico. Tais sintomas
não serão provocados por distúrbios lesionais e sim em resposta à presença de
substâncias indesejáveis.
Algumas
substâncias existentes no organismo, podem, muitas vezes, provocar reações
químicas diversas; a resposta é quase que específica para cada substância em
causa.
Estas
substâncias não embotam a mente psórica. Em tais casos sempre existe uma
perturbação do metabolismo celular de natureza tóxica. A mente psórica de muito
ativa e lúcida, pode se tornar lenta, pesada, ofuscada, ou apresentar numerosos
distúrbios secundários.
Trata-se
de quadros puramente tóxicos, resultantes do estado de eliminação orgânica
insuficiente, característico da psora.
“A partir do dia em que
o ser começou a pensar de forma errada, contrariando as ordens divinas, mesmo
ante o mais leve desvio de pensamento, denominando de “prurido mental”, o ser
ficava ameaçado da psora avassaladora.” Ghatak.
Parágrafo § 210,
Organon “ Estão associadas a psora quase todas as doenças que chamei de
parciais e que, em virtude dessa parcialidade, são mais difíceis de curar.”
Hahnemann.
Em
todos os casos de doença que devem ser curados, o psicológico precisa ter uma
atenção especial, observando o conjunto de sintomas, se quisermos traçar um
quadro fidedigno da doença, a fim de poder tratar com êxito.
Quantas
vezes, por exemplo, não se encontra um psiquismo dócil e suave em doentes que
padecem de doenças com dores muito intensas há vários anos, fazendo com que o
“artista da cura” sinta-se inclinado a dispensar-lhe respeito e comiseração. Se
ele vencer a doença, restabelecendo a saúde, como não raro é possível ocorrer
segundo o método homeopático, freqüentemente se espanta ante a terrível alteração
do psiquismo, pois muitas vezes presencia ingratidão, crueldade, maldade
refinada e os caprichos mais degradantes e desonrosos para a humanidade, os
quais eram justamente peculiares a tal doente antes de adoecer.
Parágrafo § 217,
Organon “Em tais doenças deve ser feita cuidadosa investigação de todo o
conjunto característicos dos sinais relativos aos sintomas físicos, como também
e, na verdade, de preferência, dos sinais relativos à compreensão exata da
característica precisa(do caráter) de seu sintoma principal, isto é, o peculiar
estado mental e psíquico predominante em cada caso, a fim de encontrar-se, para
se extinguir toda a doença, entre os medicamentos conhecidos pelos seus efeitos
puros, uma potência medicamentosa homeopática que apresente na sua relação de
sintomas a maior semelhança possível, não somente com os sintomas presentes,
mas também e especialmente com essa condição mental psíquica.” Samuel
Hahnemann.
Parágrafo §227,Organon
“ Nas doenças mentais que tem como origem o miasma psórico, mas que ainda não
atingiram seu pleno desenvolvimento, é seguro submeter o convalescente a um
tratamento antipsórico(ou até antisifilítico) radical, a fim de que ele não
caia novamente numa doença mental semelhante, o que é fácil de ocorrer.” Samuel
Hahnemann.
O
pensar e o desejar estabelecem no homem um estado que identifica a condição na
qual ele está. Enquanto o homem manteve-se pensando o que era verdadeiro e
manteve o que era bom para o próximo, o que era retidão e justiça, o homem
permaneceu assim na Terra, livre da suscetibilidade à doença, porque este era o
estado em que foi criado. Enquanto permaneceu neste estado e preservou sua
integridade, não estava suscetível à doença e não emitia nenhuma energia
(mental) que pudesse causar contágio; mas quando o homem começou a desejar
coisas que eram a conseqüência de seu pensamento errado, entrou num estado de
correspondência com seu interior. Como são a vontade e o entendimento. É a vida
ou a vontade do homem, assim é o corpo do homem, e como os dois são um Todo,
existe desenvolvida no homem uma essência que é impura na proporção do seu
afastamento da virtude ela deixa seu estado latente, eclodindo para a
superfície em forma de “doenças”. Que nada mais são do que projeções que
criamos e alimentamos com nossos desejos impuros e doentios.
Portanto
esse estado, o estado da mente humana e o estado do corpo humano, é um estado
de suscetibilidade à doença por desejar mal, por pensar aquilo que é falso e
fazer da vida uma contínua herança de coisas falsas; conseqüentemente, esta
forma de doença, é apenas a manifestação externa daquilo que é primordial ao
homem.
O
estado interior do homem é anterior àquilo que o cerca, portanto, o meio não é
a causa, é como se fosse uma caixa de ressonância, que somente reage ao
interior e o reflete. Fluindo do interior, sobre a pele, órgãos, sobre o corpo
do homem.
Os
miasmas que estão presentes hoje em dia sobre a raça humana estão mil vezes
mais complicados pelos tratamentos alopáticos. Cada manifestação externa do
miasma tem em si mesma uma tendência a corrigir a espécie humana; mas a raça
humana está sendo violentamente danificada e as doenças estão sendo complicadas
pelo fato de que estas expressões externas são forçadas a desaparecer pela
aplicação de alguma droga violenta ou estimulante.
“...Como médicos temos
agora os grandes miasmas, em todas as suas complicações, diante de nós para
tratar. Por exemplo, se uma verdadeira gonorréia sicótica nos aparece em
segunda mão, ela aparece em sua forma suprimida, que é mil vezes pior que a
forma original: todas as manifestações externas foram levadas a desaparecer.
Também é assim com as formas externas da psora, as erupções vesiculosas e
escamosas, todas as excrescências e afloramentos da psora. Todas as coisas
concebíveis tem sido utilizadas para destruir suas manifestações, e as doenças
tem crescido e crescido até que ninguém possa dizer quais serão suas
conseqüências. Quanto tempo pode esta situação continuar, antes que a raça
humana seja varrida da Terra, com os resultados da supressão da psora? Devido à
supressão da psora temos as afecções cancerosas, as doenças orgânicas do
coração e dos pulmões, a tuberculose e a destruição geral do corpo. Quanto
tempo pode isso continuar?...”(Lições de Filosofia Homeopática, Ed. Organon,
2002. James Tyler Kent,. Pág. 191).
Sycosis
“A moderação em tudo,
até mesmo no que diz respeito ao que é inofensivo, deve ser a norma principal
dos pacientes crônicos”.Samuel Hahnemann.
Sicose
é a incapacidade do organismo de manter o equilíbrio vital ao nível da psora.
Quando os mecanismos utilizados à altura da psora não são capazes de
estabelecer a drenagem das pressões indesejáveis, a inteligência Vital mobiliza
outros meios, que correspondem exatamente ao quadro sicótico. Portanto, todas
as noxas que, por alguma razão, não forem eliminadas pelos emuctórios para
assegurar a manutenção do equilíbrio vital devem ser consideradas como
causadoras da sicose.
Sycosis
é o miasma que decididamente produziu o menor número de doenças crônicas e que
só esporadicamente é que se mostrou dominante.
“Esta doença da verruga
do figo ou verruca acuminatum que, em épocas posteriores, especialmente durante
a guerra francesa nos anos de 1809 e 1814, estava tão amplamente disseminada e
que desde então tem-se manifestado com raridade crescente, era tratada quase
sempre de maneira ineficaz e prejudicial a nível interno com mercúrio, porque
este era tido como homogêneo em relação à doença do cancro venéreo, enquanto que
as excrescências nos genitais eram tratadas pelos médicos alopatas sempre pelos
meios externos mais violentos, com cauterizações, queimações e cortes com
ligaduras.”Samuel Hahnemann.
“Eu procurei palavras
que pudessem expressar a enfermidade existencial profunda, mas sem perder de
vista as suas conseqüências somáticas. Então pensei em chamar de “egotrofia” à
sicose: a hipertrofia do ego, corporal e anímico. A outra atitude é, portanto,
a ‘lise’:auto e hétero (ou alter). Acho que é imprescindível que acabemos com
toda a confusão provocada pela syphilis e a sycosis”.Mais – Elizalde
Mais-Elizalde,
nos explica que em conformidade com os autores clássicos, a enfermidade está
atrelada ao conflito metafísico do homem. Ou seja, enxerga como Hempel, Henry
Allen e Kent – uma participação individual do homem no processo ontológico
descrito como “primitive wrong” (erro primitivo). Por termos esquecido de nossa
origem, recusamos a condição humana. E exagerando nossa própria importância,
chegamos a invejar uma característica ou atributo do Criador, cuja perfeição e
completude o homem pretende assemelhar-se.
O conflito entre quem somos e quem queremos ser encontra-se
no âmago da luta humana. A dualidade, na verdade, está no centro da experiência
humana. A vida e a morte, o bem e o mal, a esperança e a resignação coexistem
em todas as pessoas e manifestam sua força em todas as facetas da vida. Se
sabemos o que é a coragem, é porque também experimentamos o medo; se podemos
reconhecer a honestidade, é porque já encontramos a falsidade. No entanto, a
maioria de nós nega ou ignora nossa natureza dualista.
Caso estejamos vivendo sob a suposição de que somos
apenas de um jeito ou de outro, dentro de um espectro limitado de
características humanas, então, precisamos questionar por que, atualmente,
muitos de nós estamos insatisfeitos com a nossa vida. Por que temos acesso a
tanta sabedoria e, ainda assim, não temos a força e a coragem para agir segundo
nossas boas intenções, tomando decisões eficazes? E, mais importante, por que
continuamos a nos expressar de maneiras contrárias aos nossos valores e a tudo
aquilo em que acreditamos
Porque não examinamos nossa vida, nossoeu mais obscuro, o eu sombrio, onde
está escondido nosso poder esquecido. É ali, nesse local mais improvável, que
encontramos a chave para destrancar a força, a felicidade e a capacidade de
viver nossos sonhos.
Fomos condicionados a temer o lado obscuro da vida, assim como o nosso.
Quando nos pegamos em meio a um pensamento sombrio ou tendo um comportamento
que julgamos inaceitável, corremos como uma marmota ao buraco no chão e nos
escondemos, torcendo e rezando para que aquilo desapareça antes de nos
aventurarmos a sair novamente. Por que fazemos isso? Porque tememos,
independentemente do quanto nos esforcemos, jamais conseguir escapar desse
nosso lado. E, embora ignorar ou reprimir esse lado sombrio seja a norma, a
verdade soberana é que correr da sombra apenas intensifica seu poder. Negá-la apenas conduz a mais dor,
sofrimento, tristeza e sujeição. Se falharmos em assumir a responsabilidade de
extrair a sabedoria que está oculta no fundo de nossa consciência, a treva
assume o comando e, em vez de sermos capazes de assumir o controle, a escuridão
acaba nos controlando, provocando o efeito sombra. Então, o lado obscuro passa
a tomar as decisões, tirando-nos o direito a escolhas conscientes, seja quanto
ao que comemos, ao tanto que gastamos ou aos vícios a que sucumbimos. Nosso
lado sombrio nos incita a agir de forma que jamais imaginamos e a desperdiçar
a energia vital em maus hábitos e comportamentos repetitivos. A obscuridade interior
nos impede de expressar inteiramente o nosso eu, de falar nossa verdade e viver
uma vida autêntica. Somente ao abraçar a nossa dualidade é que nos libertamos
dos comportamentos que poderão potencialmente nos levar para baixo. Se não
reconhecermos integralmente quem somos, é certo que seremos tomados de assalto
pelo efeito sombra.
O efeito sombra está por toda parte. A prova de sua disseminação pode ser
vista em todos os aspectos da vida. Lemos sobre ele on-line. Podemos vê-lo nos noticiários da TV e também em amigos, familiares e
estranhos na rua. E talvez possamos reconhecê-lo de forma mais expressiva em
nossos pensamentos, comportamentos, e senti-lo nas interações que fazemos com os outros. Receamos que, se lançarmos luz nessa escuridão,
isso nos fará sentir uma imensa vergonha ou, até pior, nos levará a expressar
nossos piores pesadelos. Tornamo-nos temerosos quanto ao que podemos encontrar
se olharmos dentro de nós mesmos; portanto, em vez disso, escondemos a cabeça e
nos recusamos a enfrentar o lado sombrio.
Em vez de vergonha, sentimos empatia. Em vez de constrangimento, ganhamos
coragem. Em vez de limitação, experimentamos a liberdade. Mantida oculta, a
sombra é uma caixa de Pandora repleta de segredos, que tememos destruírem tudo
o que amamos e gostamos. Porém, se abrirmos a caixa, descobrimos que aquilo
que está ali dentro tem o poder de alterar radicalmente nossa vida, e de forma positiva. Sairemos da ilusão de que nossa
obscuridade nos dominará e, em vez disso, veremos o mundo sob uma nova luz. A
empatia que descobrimos por nós mesmos dará a centelha de ignição para nossa
confiança e coragem à medida que abrirmos nosso coração a todos ao redor. O
poder que desencavamos nos ajudará a confrontar o medo que esteve nos segurando
e nos incitará a seguir adiante, rumo ao mais alto potencial. Longe de ser
assustador, abraçar a sombra nos concede uma plenitude, permite que sejamos
reais, reassumindo nosso poder, libertando nossa paixão e realizando nossos
sonhos.
Cada um de nós chega a ele com anos de experiência e uma esperança profunda
e sincera de poder iluminar a sombra de uma vez por todas, pois, se não nos
opusermos à força da sombra e integrarmos sua sabedoria, ela tem o potencial
para continuar a lançar destruição em nossa vida e nosso mundo. Quando falhamos
em admitir nossas vulnerabilidades e reconhecer maus comportamentos,
inevitavelmente sabotamo-nos quando estamos prestes a alguma realização pessoal
ou profissional. Então, a sombra ganha. Quando agimos motivados por uma raiva
desproporcional ao falar com os filhos, a sombra ganha. Quando traímos as
pessoas amadas, a sombra ganha. Quando nos recusamos a aceitar nossa verdadeira
natureza, a sombra ganha. Se não focamos a luz ao nosso eu mais alto, na obscuridade
de nossos impulsos humanos, a sombra ganha. Até que aceitemos tudo o que somos,
o efeito sombra terá poder para retardar nossa felicidade. Se passar sem
reconhecimento, a sombra nos impede de ser plenos, de alcançar nossos melhores
planos, e nos faz viver uma vida pela metade. Nunca houve uma época melhor para
se criar um novo léxico para iluminar a sombra e finalmente entender o que tem
sido tão difícil de ver e explicar.
É uma jornada transformadora que vai além de qualquer teoria psicológica, porque
considera o lado sombrio uma questão humana, uma questão espiritual que todos
nós precisamos resolver se quisermos ter uma vida na qual nos expressemos por
completo. Enfim entenderemos por que não somos melhores nem piores que
ninguém, não importam cor, experiência, orientação sexual, aparência ou o
passado. Não há ninguém no mundo que não tenha um lado sombrio e, quando levada
a sério e compreendida, a sombra pode gerar uma nova realidade que irá alterar
a forma como nos sentimos em relação a nós mesmos, ao nosso exercício de pais,
à maneira como tratamos nosso parceiro, como interagimos com os membros de
nossa comunidade e como nos engajamos com outras nações.
A sombra não é um problema a ser resolvido ou um inimigo a ser vencido, mas
um campo fértil a ser cultivado. Quando mergulharmos as mãos em seu solo rico,
descobriremos as sementes potentes da pessoa que mais desejamos ser.
Esperamos, sinceramente, que você ingresse nessa jornada, pois sabemos o que
nos espera lá dentro.
Ter um lado sombrio parece pedir algum tipo de
intervenção, talvez uma terapia, ou pílula, talvez uma ida ao confessionário,
ou um confronto com a alma à meia-noite. Assim que as pessoas reconhecem tê-lo,
querem se livrar dele.
Se você não pode enxergar a própria sombra, precisa procurá-la. A sombra se
esconde na vergonha, nos becos escuros, nas passagens secretas e nos sótãos
fantasmagóricos de sua consciência. Ter um lado sombrio não é possuir uma
falha, mas ser completo.
Estamos todos vivendo com os destroços de ideias fracassadas que um dia pareceram soluções perfeitas. Cada solução combina com o
quadro daquilo que constitui o lado sombrio.
Se você acha que aspectos sombrios como o medo, a raiva, a ansiedade e a
violência são resultados de possessões demoníacas, a solução é purificar a
pessoa acometida. Os demônios podem ser afastados com rituais, limpeza do
corpo, jejum e austeridades exaustivas. Não se trata de uma noção primitiva. Milhões de pessoas
modernas se agarram a isso. Não dá para passar por uma banca de jornal sem ver
uma revista que prometa uma nova versão sua por meio de algum tipo de purificação,
seja uma dieta que irá superar seu desejo ardente por alimentos que fazem mal à
saúde ou uma lista para encontrar o par perfeito, evitando o tipo errado de
pessoa. "Situe-se" é a versão moderna de se
purificar dos demônios.
Semelhante a essa explicação é a noção de que o mal cósmico foi solto no
mundo. Se essa é a sua explicação para a sombra, a solução natural é a
religião. A religião o alinha com o bem cósmico em sua batalha contra o mal
cósmico. Para milhões de pessoas, essa guerra é muito real. Ela se estende a
todos os aspectos da vida, desde a tentação sexual até o aborto, do aumento
do ateísmo ao declínio do patriotismo. O Diabo cria todas as formas de
sofrimento humano e todo malfeito. Só Deus (ou deuses) tem o poder de derrotar
Satã e nos redimir do pecado. No entanto, é difícil estabelecer se a religião derrota a sombra ou se, na
verdade, ela a torna ainda mais poderosa, por instigar sentimentos fortes de
pecaminosidade e culpa, vergonha e medo das torturas de uma posteridade
infernal.
E então, você conhece sua sombra? Onde está? Descubra o
Mal que há em você! É apenas criação de seu Ego.....
Sombra, a grande vilã da sicose.
Sicose, “grandes inflamações”. Inflamar o Ego no poder,
mentir, ludibriar, enganar a si próprio. Células aumentadas, aglomeradas num
pequeno espaço; precisam exteriorizar, fugir.
A Lesão é a representação de um problema gerado pelo ato
humano. O tempo da patologia é um tempo muito particular, já que a extrema
subjetividade e até mesmo a imponderabilidade da avaliação do ato humano pode
não nos deixar perceber o espaço de tempo que separa o ato da lesão.
Um exemplo que costuma se usar é que quando enxergamos
uma verruga em um sujeito, dizemos: este sujeito é um sicótico, quando devemos
afirmar “este sujeito deve ter sido um sicótico.
A Flexibilidade da Mente, repercute na somatização do
enfermo.Nos casos em que a atitude já permaneceu fixa o tempo suficiente para
produzir lesões compatíveis com o conteúdo mental gerando uma concretização
somática. Sicose é portanto a inflexibilidade de ações, atitudes comportamentais,
pensamentos criadas por um orgulho exacerbado e consequentemente inflamamos
nosso Ser gerando posteriormente uma grande destruição em todos os aspectos da
vida humana.
O indivíduo tem uma enorme dificuldade em se assumir e
assumir o conflito de fatores externos, se tornando vulnerável diante das
vicissitudes da vida. Ser mártir é um fator corriqueiro da vida humana.
Estar ciente dos riscos, ter o mecanismo de ação perante
os desafios, fazem com que criamos agentes curadores, nos beneficiando a
estrutura física, mental, emocional e energética.
A Crítica, julgamento e condenação nos distancia de uma
verdadeira cura.
“Os fantasmas do antro são os do homem como indivíduo: porque, além das
aberrações da natureza humana, considerada em geral, cada homem contém uma
espécie de caverna, de antro individual, que quebra e corrompe a luz natural”.
Francis Bacon (Novum Organum)
“O espírito é a origem do psicológico. O psicológico é só a expressão do
espiritual ao nível do simbólico do inconsciente”.Masi-Elizalde
Segundo os métodos clássicos de análise e repertorização
dos sintomas, Hahnemann no parágrafo 153 do “Organon da Arte de Curar” nos
explica o que deve ser captado para a administração de cada medicamento.
§153 Na procura do meio de cura homeopático específico, isto é, nessa
confrontação do conjunto característico dos sinais da doença natural contra a
série de sintomas dos medicamentos existentes a fim de encontrar um cujas
potências mórbidas artificiais correspondam, por semelhança, ao mal a ser curado,
deve-se, seguramente, atentar especialmente e quase que exclusivamente para os
sinais e sintomas mais evidentes, singulares, incomuns e próprios
(característicos) do caso da doença, pois na série de sintomas produzidos pelo
medicamento escolhido, é principalmente a estes que devem corresponder sintomas
muito semelhantes, a fim de que seja mais conveniente à cura. Samuel Hahnemann
No desenvolvimento deste raciocínio, vemos que não é
suficiente o difícil trabalho de captar os sintomas mentais verdadeiros para
prescrever. Uma tarefa ainda mais delicada; é necessário segui-los para ver
como cada um deles evolui. Atribuir o caráter moral como Hahnemann costumava a
expressar-se, pois não significa abandonar o restante dos sintomas objetivos.
Em seu texto “A Medicina da Experiência” insere uma nota
quando está tratando do assunto das “causas predisponentes e excitadoras” que,
a fim de posicionar o leitor no universo epistemológico de Hahnemann, nos escreve:
“Da mesma maneira o mestre deve primordialmente observar as ações e conduta
de um novo pupilo indisciplinado, de forma a conduzi-lo nos caminhos da virtude
através das mais apropriadas orientações. Para efetuar esta reforma não é
necessário que ele saiba sempre a inescrutável organização do seu corpo, ou que
ele esteja apto a inspecionar as igualmente inescrutáveis operações internas da
mente. Além disso, ele certamente precisa saber(se ele realmente fazê-lo) a
causa da sua deteriorização moral, mas só de modo que ele esteja apto para
preveni-la de manter-se afastado no futuro; e então prevenir uma recaída”. C.F.
Hahnemann,S. Lesser Writtings. Op.cit.p.443.
“Obviamente, é bom conhecer a história de um paciente, todas as
peculiaridades de sua vida. É importante saber se o paciente é sifilítico ou
sicótico. Sabeis que todo mundo é psórico, mas aqueles que tem vivido uma vida
apropriada, tem escapado das duas doenças contagiosas que o homem adquire, em
primeiro lugar, por sua própria busca.” Lições de Filosofia Homeopática, Kent,
lições XXI-doenças crônicas-sicose, pág.209.
“Quanto mais os miasmas se desenvolvem na raça humana, mais a descendência
se torna progressivamente suscetível a eles. Quanto mais eles se tornam
complicados uns com os outros, mais a raça humana se torna suscetível às
doenças agudas e epidêmicas.”Lições de Filosofia Homeopática, Kent. Lições
XXI-doenças crônicas-sicose, pág.210.
Syphillis
Supuração,
Destruição,Ruptura , Quebra.
O
indivíduo não desenvolve o sifilinismo porque contraiu sífilis,mas sim, contrai
esta porque se encontra na fase sifilítica.
Mais
amplamente disseminado que a doença da verruga do figo e que durante quatro
séculos tem sido a fonte de muitos outros transtornos crônicos, é o miasma da
doença propriamente venérea, a doença do cancro (Syphillis). Esta doença só
causa dificuldades em sua cura se estiver emaranhada com uma psora que já
esteja bastante desenvolvida. Acontecendo a complicação com a Sycosis e então,
há ao mesmo tempo o envolvimento com a Psora.(Hahnemann)
É
o estado de intoxicação presente, ocasionado pela eliminação insuficiente, atua
em todas as células, tudo é envolvido; principalmente a mente.
“Se
o indivíduo não puder manter o equilíbrio vital ao nível da psora ou da sicose,
inevitavelmente mergulhará num terceiro nível miasmático, ou sucumbirá.” Egito
Quando
os mecanismos psóricos e sicóticos são insuficientes, por alguma razão, para
aliviar a compulsão excretora ou quando a própria noxa adoecedora, tem um tropismo
específico para certos tipos de distúrbios, o organismo pode desenvolver meios
de defesa que mesmo estando, longe de serem inóculos, são a única maneira de
evitar a morte.
A
pressão de rejeição é tão intensa que se inicia um processo de desagregação da
própria estrutura íntima das unidades biológicas. Podem estar presentes não só
essa pressão de rejeição, como também substâncias tão daninhas para o organismo
que sequer podem ser eliminadas pelos mecanismos inerentes aos dois primeiros
miasmas, podendo levar o indivíduo a uma situação de profundos distúrbios.
As
percepções se alternam, originando estados alucinatórios e delirantes; podendo
ocorrer distúrbios de associação mental, contribuindo para as alucinações e
delírios.
A
compreensão torna-se impossível, por não ter o indivíduo condições de
estabelecer padrões associativos válidos entre idéias e coisas.
Desvios
comportamentais, pensamentos destrutivos onde podemos encontrar em vários
segmentos de nossa sociedade.
O
Planeta está ocasionando rupturas perante as atitudes comportamentais de poder
e ganância do homem. Placa Tectônica quebrando; clima em desacordo com o
equilíbrio das estações, geleiras se derretendo, cidades litorâneas
desaparecendo.
LETRA:
ESSA NOITE NÃO
AUTOR: LOBÃO
A cidade enlouquece
sonhos tortos
Na verdade nada é o que parece ser
As pessoas enlouquecem calmamente
Viciosamente, sem prazer
Na verdade nada é o que parece ser
As pessoas enlouquecem calmamente
Viciosamente, sem prazer
A maior expressão
da angústia
Pode ser a depressão
Algo que você pressente
Indefinível
Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não
Pode ser a depressão
Algo que você pressente
Indefinível
Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não
As cortinas
transparentes não revelam
O que é solitude, o que é solidão
Um desejo violento bate sem querer
Pânico, vertigem, obsessão
O que é solitude, o que é solidão
Um desejo violento bate sem querer
Pânico, vertigem, obsessão
A maior expressão
da angústia
Pode ser a depressão
Algo que você pressente
Indefinível
Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não
Pode ser a depressão
Algo que você pressente
Indefinível
Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não
Tá sozinha, tá sem
onda, tá com medo
Seus fantasmas, seu enredo, seu destino
Toda noite uma imagem diferente
Consciente, inconsciente, desatino
Seus fantasmas, seu enredo, seu destino
Toda noite uma imagem diferente
Consciente, inconsciente, desatino
A maior expressão
da angústia
Pode ser a depressão
Algo que você pressente
Indefinível
Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não!
Pode ser a depressão
Algo que você pressente
Indefinível
Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não!
Letra Atual
Somos Consciente
sobre nossas atitudes? Nossos Comportamentos?
Estamos Imunes em
relação aos adoecimentos?
Perder a razão faz
parte de qualquer ambiente social. Depressão é moda hoje em dia. Os miasmas
estão por toda a parte, são pensamentos, atitudes, comportamentos, nada some no
Universo. Tudo se transforma, tudo cria forma. Atitudes descompensadas no outro
lado do Planeta, reflete instantaneamente ao nosso redor. Cabe a nós, aumentar
a freqüência para que possamos estar imunes aos adoecimentos.
Os
seres humanos vivem nas garras da dor há eternidades.Desde que caíram do estado
de graça, entraram no reino do tempo e da mente e perderam completamente o
conhecimento do “SER”. Nessa altura, começaram a ter a percepção de si próprios
como fragmentos sem sentido num universo estranho, desligados da fonte e uns
dos outros.
A
dor é inevitável quando há identificação com a mente do “ego”.
Estamos
adormecidos na ilusão do mundo das formas que a mente criou e que infelizmente
acreditamos ser verdade. Alimentamos a dor e o sofrimento por aquilo que
pensamos ter perdido. Perda gera sofrimento(siphillis). Se fomos criado à
partir de explosões de estrelas, fazemos parte do Todo.
A
dor é uma advertência necessária, um estímulo para a atividade humana; ela
obriga-nos à interiorização, à reflexão; serve-nos como medicina das paixões, e
é um caminho para nosso aperfeiçoamento. A doença é a ausência da verdade de
quem somos e o que criamos.
Há
correspondência entre os estados de organização da matéria com os miasmas? Com
as constituições,temperamentos, diáteses miasmáticas? Para explorar estas
indagações, busquemos fazer uso de abstrações e analogias.
A
cada estado microscópico de um sistema, corresponde um estado macroscópico .
Para explorar este ponto pensemos nas letras do alfabeto de A até Z. Estabelecendo várias seqüências lógicas, cada
uma delas corresponderia a um estado microscópico organizado, as mesmas letras
embaralhadas em seqüencias resultariam em um estado macroscópico.
A
tendência para a desorganização, disposição verificável em todos os sistemas
materiais, aumenta com o número de estados microscópicos. Este fato é a comprovação da segunda lei da
Termodinâmica chamada entropia, que pode ser definida aproximadamente como
a medida da desordem de um sistema e sua
vizinhança. As outras duas leis são as seguintes:
Primeira
Lei – A energia do Universo é constante;
Segunda
Lei – Há um limite inferior de temperatura. Se essa temperatura fosse
atingida cessaria toda vibração
molecular. A 0 K a entropia de um cristal puro e perfeito é zero.
As
descrições dos miasmas e suas conseqüências em se tratando apenas do estado
material mais denso pode ser relacionada,
com as três Leis da Termodinâmica. Principalmente quando se trata de
duas delas.:
A
entropia do universo está aumentando.
A
energia do universo é constante.
Patricia Jorge Alves
Terapeuta Homeopata