Tudo
é harmonia na criação; tudo se revela uma previdência que não se desmente, nem
nas menores coisas, nem nas maiores; devemos pois, desde o início, afastar toda
a idéia de capricho, inconciliável com a sabedoria divina; em segundo lugar, se
nossa época é marcada para a realização de certas coisas, é que elas tem sua
razão de ser na marcha do conjunto.
Diremos
que nosso globo, como tudo quanto existe, está sujeito a Lei do Progresso.
Progride fisicamente pela transformação dos elementos que o compõem, e
moralmente pela purificação dos Espíritos encarnados e desencarnados que o
povoam. Estes dois progressos se seguem e caminham paralelamente, pois a
perfeição da morada está relacionada com a do habitante. Fisicamente o globo
passou por transformações, constatadas pela ciência, e que sucessivamente o
tornaram habitável por serres mais e mais aperfeiçoados; moralmente, a
humanidade progride pelo desenvolvimento da inteligência, do senso moral e do
abrandamento dos costumes. Ao mesmo tempo que a melhoria do globo se opera sob
o império das forças materiais, os homens concorrem para ela, pelos esforços de
sua inteligência, saneiam as regiões insalubres, tornam as comunicações mais
fáceis e a Terra mais produtiva.
Este
duplo progresso se realiza de duas maneiras: uma, lenta, gradual e insensível;
a outra, por modificações mais bruscas; cada uma delas resulta num movimento
ascensional mais rápido, o qual marca, com sinais nítidos, os períodos
progressivos da humanidade. Esses movimentos, subordinados nos pormenores ao
livre-arbítrio dos homens, são de alguma forma fatais em seu conjunto, pois são
submetidos a Leis, como as que se operam na germinação, no crescimento e
maturação das plantas; é por isso que o movimento progressivo é algumas vezes
parcial, isto é, limitado a uma raça ou a uma nação; outras vezes será geral.
O
progresso da humanidade se efetua em virtude de uma lei; ora, com todas as Leis
Da Natureza são a Obra Eterna Da Sabedoria e da Presciência divinas, tudo o que
é feito dessas Leis é o resultado da vontade de Deus, não de uma vontade
acidental ou caprichosa, mas de uma vontade Imutável.
Quando
a humanidade está madura para franquear um grau, pode-se dizer que os tempos
marcados por Deus chegaram, como se pode dizer que em tal estação, são chegados
os tempos para a maturidade dos frutos e a colheita.
Da
afirmação de que o movimento progressivo da humanidade é inevitável, porque
está na natureza, não se segue que Deus seja indiferente ao mesmo, e que após
haver estabelecido suas leis,haja retornado à inação, deixando que as coisas se
movam por si. Suas Leis são eternas e imutáveis, sem dúvida, mas porque sua
própria vontade é eterna e constante, e seu pensamento, que penetra em tudo, é
a força inteligente e permanece, mantendo tudo em harmonia.O Universo é um
relógio sem o pêndulo regulador. Deus é a Inteligência Suprema Causa Primária
de Tudo e Ele vela pela execução de suas Leis, e os Espíritos que povoam o espaço
são seus Ministros encarregados dos detalhes, segundo as atribuições relativas
ao seu grau de adiantamento.
O
Universo é ao mesmo tempo um mecanismo incomensurável, conduzido por um número
não menos incomensurável de inteligências, um imenso governo cuja vontade única
mantém a unidade por toda a parte. Sob o império desta vasta potência
reguladora,tudo se move, tudo funciona numa ordem perfeita; aquilo que nos
parecem perturbações são os movimentos parciais e isolados, que só nos parecem
irregulares, porque nossa vista é circunscrita. Se pudéssemos abarcar o
conjunto, veríamos que tais irregularidades não são senão aparentes, e que elas
se harmonizam no todo.
A
humanidade realizou até hoje incontestáveis progressos; os homens por sua
inteligência, chegaram a resultados que jamais atingiram, sob o ponto de vista
das ciências, das artes e do bem estar material; resta-lhes ainda um imenso
progresso a realizar; é o de fazer reinar entre eles a caridade, a fraternidade
e a solidariedade para assegurar o bem estar moral. Já não é mais somente o
desenvolvimento da inteligência o que os homens necessitam; é a elevação do
sentimento, e por isso é preciso destruir tudo quanto possa excitar neles o
egoísmo e a vaidade.
Esta
fase que se elabora neste momento, é o complemento necessário da etapa
precedente, ela poderia ser prevista e predita com antecipação, e é por isso
que se diz que são chegados os tempos marcados por Deus.
Nesse
tempo, não se trata de uma mudança parcial, de uma renovação limitada a uma
região, a um povo, a uma raça; é um movimento universal que se opera no sentido
do progresso moral.Uma nova ordem de coisas tende a se estabelecer, e os homens
que maior oposição lhe fazem, trabalham nela contra sua vontade; a geração
futura, desembaraçada das escórias do velho mundo e formada por elementos mais
purificados, encontrar-se-á animada por idéias e sentimentos completamente
diversos dos que são adotados pela geração presente, que se retira a passos de
gigantes.
Cada
um sabe o quanto a ordem das coisas atual ainda deixa a desejar; depois de ter
alguma sorte esgotado o bem estar material, que é o produto da inteligência,
chega-se a compreender que o complemento de tal bem estar só se encontra no
desenvolvimento moral. Quanto mais se avança, mais se sente aquilo que falta. É
o efeito do trabalho íntimo se operando visando a regeneração.
Uma
mudança tão radical como a que se elabora, não pode realizar-se sem comoção; há
a luta inevitável entre as idéias. De tal conflito, nascerão forçosamente
perturbações temporárias, até que o terreno haja sido desobstruído e o
equilíbrio restabelecido. É pois da luta das idéias que surgirão os graves
acontecimentos anunciados e não de cataclismos ou catástrofes puramente
materiais. Os cataclismos gerais eram a conseqüência do estado de formação da
Terra; hoje não são as entranhas do
globo que se agitam, são as da humanidade.
Cada
corpo celeste, além das leis simples que presidem à divisão dos dias e das
noites, das estações, etc., passa por revoluções que levam milhares de séculos
para sua perfeita realização, mas que, como as revoluções mais breves, passam
por todos os períodos, desde o nascimento até um máximo de efeito, depois do
qual há um decréscimo até o limite inferior, para recomeçar em seguida a
percorrer as mesmas fases.
O
homem não abarca senão as fases de duração relativamente curta, e das quais ele
pode constatar a periodicidade; porém há outras que compreendem longas gerações
de seres, e mesmo de sucessões de raças, cujos efeitos, por conseguinte, tem
para ele as aparências de novidade e de espontaneidade, ao passo que, se seu
olhar pudesse alcançar alguns milhares de séculos atrás, veria, entre estes
mesmos efeitos e suas causas, uma correlação da qual nem sequer suspeita. Tais
períodos que confundem a imaginação dos humanos devido sua relativa extensão,
não são entretanto senão instantes na duração eterna.
Em
um mesmo sistema planetário todos os corpos que dele dependem reagem uns sobre
os outros; todas as influências físicas dali são solidárias, e não há um só dos
efeitos que vós designais sob o nome de grandes perturbações, que não seja a
conseqüência do componente de influências de todo esse sistema.
Os
sistemas planetários reagem uns sobre os outros, em razão da proximidade ou do
afastamento que resulta de seus movimentos de translação através dos miríades
de sistemas que compõem nossa nebulosa.Nossa nebulosa é como um arquipélago na
imensidade, tendo também seu movimento de translação através dos miríades de
nebulosas, sofre a influência daquelas das quais se aproxima.
As
nebulosas reagem sobre as nebulosas, os sistemas reagem sobre os sistemas, como
os planetas reagem sobre os planetas, como os elementos de cada planeta reagem
uns sobre os outros, e assim de aproximação em aproximação até o átomo; em cada
mundo as revoluções locais ou gerais, que não parecem perturbações senão em
relação à brevidade da vida, a qual não permite ver senão os efeitos parciais.
A
matéria orgânica não poderia escapar a tais influências; as perturbações que
ela sofre podem portanto alterar o estado físico dos seres viventes, e
determinar algumas moléstias, como todos os flagelos são para a inteligência
humana um estimulante que a impele, por necessidade, às pesquisas dos meios de
combatê-las, e a descoberta das leis da natureza.
A
matéria orgânica reage sobre o espírito e a ligação íntima com os elementos
materiais, sofre também influências que modificam suas disposições, sem
entretanto obstar ao seu livre arbítrio, contribuindo para o seu
desenvolvimento. A movimentação que se manifesta por vezes em toda uma
população, entre os homens de uma mesma raça, não é coisa fortuita, nem o
resultado de um capricho; tem suas causas na lei da natureza.
A
humanidade se transforma, como já se transformou em outras épocas, e cada
transformação é marcada por uma crise. Crises estas penosas, dolorosas
arrastando muitas vezes gerações e instituições, mas sempre seguidas de uma
fase de progresso material e moral.
A
humanidade chegada a um desses períodos de crescimento, está totalmente há quase um século, no trabalho da
transformação; é por isso que ela se agita de todos os lados, presa de uma
espécie de febre, e como que movida por uma força invisível até que retorne seu
assento sobre novas bases.
Quem
a vir então, a encontrará bem mudada em seus costumes, seu caráter, suas leis,
suas crenças, numa palavra em todo o seu estado social.
O
mundo dos Espíritos que vos rodeia sofre o contra golpe de todas essas comoções
que agitam o mundo dos encarnados. Os Espíritos e a Humanidade não deixam de
ser um todo; que eles dela saem, e nela devem reentrar; é natural que se
interessem pelos movimentos que se operam entre os homens. Quando uma revolução
social se realiza sobre a Terra, ela agita igualmente o mundo invisível; todas
as paixões boas e más ali são excitadas.
Tudo
o que se relaciona na natureza, as perturbações dos elementos físicos; dá-se
uma verdadeira confusão geral, que passa como um furacão, depois do qual o céu
volta a ser sereno, e a humanidade, reconstituída sobre novas bases, imbuídas
de novas idéias, percorre nova etapa de progresso.
Em
conseqüência de seu movimento de translação através do espaço, os corpos celestes
exercem, uns sobre os outros, uma influencia maior ou menor, conforme sua
aproximação e sua posição respectivas; que essa influencia pode ser causa de
uma perturbação momentânea em seus elementos construtivos, e modificar as
condições de vitalidade de seus habitantes; que a regularidade dos movimentos
deve resultar da volta periódica das mesmas causas e dos mesmos efeitos; que a
duração de certos períodos é bastante curta para ser apreciável pelos homens,
outras vêem passar gerações e raças que dela não se apercebem, e para as quais
o estado de coisas é normal; as gerações, ao contrário, contemporâneas da
transição, dela recebem o contra golpe, e tudo lhes parece afastar-se das leis
ordinárias. Elas vêem uma causa sobrenatural, maravilhosa, milagrosa, naquilo
que na realidade nada é senão o cumprimento das leis da natureza.
Se,
pelo encadeamento e a solidariedade das causas e dos efeitos, os períodos de
renovação morais da humanidade coincidem, como tudo leva a crer, com as
revoluções físicas do globo, elas podem ser acompanhadas ou precedidas de
fenômenos naturais, insólitos para aqueles que não estejam habituados, de
meteoros que lhes parecem estranhos, da recrudescência e intensificação
desacostumadas, de flagelos destruidores. Tais flagelos não são causas, nem
presságios sobrenaturais, mas sim uma conseqüência do movimento geral que se
opera no mundo físico e no mundo moral.
Ao
predizer a era de renovação que devia abrir-se para a humanidade e marcar o fim
do velho mundo, Jesus pode dizer que ela seria assinalada por fenômenos
extraordinários, tremores de terra, flagelos diversos, sinais nos céus; que não
são outra coisa senão meteoros sem sair das leis naturais; mas o vulgo
ignorante viu nessas palavras o anúncio de fatos miraculosos.
A
previsão dos movimentos progressivos da humanidade nada tem de surpreendente
para os seres desmaterializados que vêem o objetivo para o qual tendem todas as
coisas, pois alguns deles possuem o pensamento direto de Deus, e são os que
julgam, nos movimentos parciais, o tempo no qual se poderá realizar o movimento
geral, como se estima o tempo que necessitará uma árvore para frutificar, como
os astrônomos calculam a época de um fenômeno astronômico pelo tempo que um
astro leva para realizar sua revolução.
A
humanidade é um ser coletivo no qual se operam as mesmas revoluções morais que
em cada ser individual, com esta diferença: que umas se realizam de ano para
ano, e as outras de século em século. Se a seguirmos em suas revoluções através
dos tempos, veremos a vida das diversas raças marcada por períodos que dão a
cada época uma fisionomia particular.
A
marcha progressiva da humanidade opera-se de duas maneiras: uma gradual, lenta,
insensível, se consideram as épocas próximas, que se traduz por melhorias
sucessivas nos costumes, nas leis, nos usos, e não percebe senão à distância,
como as mudanças que as correntes d’água realizam na superfície do globo;
outra, por movimentos relativamente bruscos, rápidos, semelhantes àqueles de
uma torrente que rompe seus diques, que lhe fazem franquear em alguns anos o
espaço que levou séculos a percorrer. É então um cataclismo Moral que traga em
alguns instantes as instituições do passado, e ao qual sucede uma nova ordem de
coisas que se assenta aos poucos, à medida que a calma se restabelece e se
torna definitiva.
A
humanidade, tornada adulta, tem novas necessidades, aspirações mais amplas,
mais elevadas; ela compreende o vazio das idéias, a insuficiência das suas
instituições, no tocante a sua felicidade, ela não encontra mais no estado de
coisas as satisfações legítimas cujo apelo sente. A humanidade se encontra no
jardim da infância com vontades e verdades relativas e limitadas, achando que é
só isso o mundo; que ao morrer tudo acaba. Que idiotice!
O
crescimento é moral. A revolução é humanitária.
O
progresso intelectual realizado até hoje nas mais vastas proporções é um grande
passo, e marca a primeira fase da humanidade; porém sozinho é impotente para
regenerá-la; enquanto o homem for dominado pelo orgulho e pelo egoísmo,
utilizará sua inteligência e seus conhecimentos para vantagem de suas paixões e
seus interesses pessoais. Se aplica ao aperfeiçoamento dos meios de prejudicar
os seus semelhantes, e os destruir.
Unicamente
o progresso moral pode assegurar a felicidade dos homens sobre a Terra pondo um
freio às más paixões; unicamente ele pode fazer reinar entre os homens a
concórdia, a paz e a fraternidade.
O
progresso moral derrubará as barreiras dos povos, que fará cair os preconceitos
de casta e calar os antagonismos de seitas, ensinando aos homens a se
considerarem como irmãos chamados a se auxiliar reciprocamente, e não a viver
às expensas uns dos outros.
O
ser humano infelizmente vive nos tempos de hoje com conceitos de posse, de
vaidades ao culto do corpo, de poder e sofrem com o que criaram. Famílias
destroçadas por vaidades; Instituições de ensino perdidas em crenças e dogmas
sem ter condições de ensinar o que realmente é importante. Governo voltado ao
poder, ganância e satisfação de seus desejos. O que vemos é puramente a
destruição em massa!
A
nova geração se constituirá à partir da derrubada de todas as verdades criadas
pela humanidade. A própria humanidade comerá a si.
Os
vícios de qualquer espécie que os
Espíritos Encarnados criaram e se alimentam, com o efeito degenerativo é
puramente natural. Quer mudar essa realidade?
A
Lei do Universo se cumprirá acreditando ou não e o sofrimento é o Efeito de
tudo o que criamos. Observe a sua volta: a alimentação, a educação, conceitos
de beleza, conceitos de trabalho, os políticos que comandam, os valores que
colocamos para sermos felizes, o que fazer para mudar essa situação?
O
sofrimento faz parte da Ignorância Humana. A humanidade pelo mal uso do livre
arbítrio criou o sofrimento! Não se lamentar por algo que criaste e
acreditar-se piamente.
Patricia Jorge
Alves
Terapeuta
Homeopata
e
Hipnóloga
Condicionativa
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