Parágrafo
14 do Organon:
“Não
há, no interior do Homem, nada mórbido que seja curável, nem alteração mórbida
invisível curável, que não se revele ao médico observador por meio de sinais e
sintomas mórbidos, o que está em perfeita concordância com a bondade infinita
do sábio Preservador da vida humana” Samuel Hahnemann
“Encontramos
aqui o reconhecimento de Hahnemann à Divina Providência. E foi precisamente o
reconhecimento desta Providência que
possibilitou a Hahnemann a capacidade de perceber a Lei. Em toda a sua
experiência ainda que vivos até idades avançadas, encontrará poucos homeopatas
que não reconheceram a Ordem Divina”. (James Tyler Kent).
Parágrafo
9 do Organon da Arte de Cura.
“Desta
forma o espírito dotado de razão que reside em nós (Componente Espiritual
Pensante), pode empregar livremente este instrumento vivo e sadio para atender
os mais Altos Fins de nossa Existência”. Organon Samuel Hahnemann.
“ A
ideia de que a força não tenha nada
anterior a ela, conduz o homem a loucura...O Materialista para ser consistente
com seus princípios é obrigado a negar a alma, e negar um Deus substancial, por
que a energia em que ele insiste tanto, não é nada, e deve supor que Deus não é
nada, e portanto não existe. Porém aquele que é racional se verá induzido a
crer que existe um Deus supremo.” (James Tyler Kent).
“Todas
as ações e todas as imaginações humanas tem em vista satisfazer as necessidades
dos homens e trazer lenitivo a suas dores. Recusar esta evidência é não
compreender a vida do espírito e seu progresso. Porque experimentar e desejar
constituem os impulsos primários do Ser, antes mesmo de considerar a majestosa
criação desejada. Sendo assim, que sentimentos e condicionamentos levaram os
homens a pensamentos religiosos e os incitaram a crer, no sentido mais forte da
palavra?....”
“O
espírito científico, fortemente armado com seu método, não existe sem a
religiosidade cósmica. Ela se distingue da crença das multidões ingênuas que
consideram Deus um Ser de que esperam benignidade e do qual temem castigo – uma
espécie de sentimento exaltado da mesma natureza que os laços do filho com o
pai, um ser com quem também estabelecem relações pessoais,por respeitosas que
sejam. Mas o sábio, bem convencido da lei de causalidade de qualquer
acontecimento, decifra o futuro e o passado submetidos às mesmas regras de
necessidade e determinismo. A moral não lhe suscita problemas com os deuses,
mas simplesmente com os homens. Sua religiosidade consiste em espantar-se, em
extasiar-se diante da harmonia das Leis da Natureza, revelando uma inteligência
tão superior que todos os pensamentos humanos e todo o seu engenho não podem
desvendar, diante dela, a não ser seu nada irrisório. Este sentimento
desenvolve a regra dominante de sua vida, de sua coragem, na medida em que
supera a servidão dos desejos egoístas. Indubitavelmente, este sentimento se
compara àquele que animou os espíritos criadores religiosos em todos os
tempos.” Albert Einstein – Como vejo o Mundo. Ed. Nova Fronteira Rio de Janeiro
1981.
Fundamentos
da Homeopatia
1. Lei
dos Semelhantes:
Uma
ideia bastante antiga, muitos séculos antes de Hahnemann, já se falava nesta
teoria. Hipócrates o “Pai da Medicina”, já tentava a cura dos males com
semelhantes.
Associava-se
o formato, cor, entre outros e principalmente observava-se os agentes da natureza,
comparando-os com o comportamento humano. Como exemplo o aforismo 46 de
Hipócrates:
“Quando
uma pessoa sente ao mesmo tempo duas dores, em partes diferentes do corpo, a
dor mais forte oblitera a mais fraca”
Assim,
uma manifestação similar (no caso, a dor) tem capacidade de apagar a mesma,
através de sua intensidade. Dor, apagando outra dor, é igual ao semelhante
curando o semelhante.
Foi
Hahnemann, quem desenvolveu as bases para a utilização da Lei dos Semelhantes
através de métodos científicos. Ele experimentava as substâncias,
anotava os efeitos despertados e passava a utilizar as mesmas, em doentes com
sintomas semelhantes aos observados.
“Similia
Similibus Curantur” – O Semelhante será curado pelo Semelhante , Hipócrates
(486 aC – 377 aC)
O
mesmo agente que é capaz de desencadear
sintomas,também tem competência de curá-los.
“quem
faz o bem aos outros, a si mesmo o faz; o homem cruel causa o seu próprio mal”.
(provérbios 11:17)
“Assim,
em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhe façam; pois esta é a
Lei e os Profetas.” (Mateus 7:12)
Nestes
versículos, encontra-se uma das leis mais importantes do relacionamento do
homem com o homem: o bem trazendo o bem e o exercício do mal, acarretando como
consequência, o mal a si mesmo. Identifica-se aqui, o princípio da Semelhança.
2. Experimentação
no homem são:
Ao
invés de testar as drogas em animais ou em testes laboratoriais, Hahnemann
selecionou voluntários, aparentemente saudáveis para experimentar as
substâncias e descrever com precisão os sintomas (inclusive os mentais),
obtendo assim, o “retrato” de cada medicamento. Em seu método, a prescrição
homeopática deve basear-se na comparação entre os sintomas apresentados pelo
paciente e os sintomas que a droga a ser prescrita, produziu nos indivíduos
sadios.
3. Doses
infinitesimais:
Consciente
do perigo do uso de grandes quantidades de plantas tóxicas e venenos, Hahnemann
sempre preferiu usar doses pequenas de medicamentos, para que somente o efeito
benéfico aparecesse no decorrer do tratamento. Na tentativa de amenizar os
efeitos colaterais dos medicamentos e procedimentos de sua época, Hahnemann
começou a atenuar esses efeitos, através da diluição, dissolução e trituração.
Na
atualidade, sabe-se que a capacidade que uma pessoa tem, de responder a uma
substância, está diretamente relacionada à sua sensibilidade a mesma. Como por
exemplo, o fenômeno alérgico, onde o indivíduo é capaz de responder a estímulos
infinitamente pequenos, quando carrega dentro de si uma sensibilidade a estes.
Assim uma pessoa alérgica a determinado perfume, pode desencadear uma crise,
apenas ao sentir o odor deste, num determinado ambiente, enquanto os não
alérgicos, toleram quantidades maiores, sem que nada ocorra.
O
mesmo ocorre com o medicamento homeopático. Se uma pessoa tem identidade ou
semelhança aos efeitos deste medicamento, é sensível. Assim, mínimas doses,
podem desencadear manifestações físicas ou até mesmo, a cura.
Hahnemann
tinha conhecimento de que os metais, depois de serem manipulados, adquiriam uma
carga magnética, a exemplo do ímã. Então, passa a aplicar essa mesma teoria,
agitando vigorosamente os medicamentos líquidos e sólidos, observando que,
esses medicamentos, mesmo extremamente diluídos, se apresentam com algum tipo
de carga energética, como que se imantados, e começa a concluir que, quanto
menos concentrados, mais diluídos e quanto mais agitados, muito maior
competência terapêutica adquiriam.
Segundo
Pachero, falecido médico homeopata argentino, o homem é um dos seres mais
indefesos dentro do reino animal. Ao se comparar com outras espécies,
especialmente nos primeiros anos de vida, quando existe uma total dependência
de sua mãe, ou de seu pai, verifica-se que ele necessita de um cuidado muito
especial e de proteção, não só na alimentação, mas no vestuário e também na
formação de sua personalidade.
Sabe-se
que em homeopatia, através do processo de dinamização desenvolvido por
Hahnemann, as pequenas partículas das substâncias diluídas no solvente,
adquirem um poder muito maior, que a anterior a essa dinamização. Hahnemann ao
dinamizar(resumidamente: diluir as partículas e agitá-las) estava extraindo a
essência, o poder curativo daquele medicamento. Lembre-se que esta ideia
ocorreu centenas de anos antes de Einstein enunciar sua teoria, provando que
havia uma relação inversa entre Matéria e Energia (E=mc²), ou seja quanto menos
matéria, mais energia e vice-versa.
Mediante
um procedimento próprio (dinamização = diluição e sucussão) e que antes nunca
houvera sido tentado, o método homeopático de cura libera a um grau até hoje
nunca visto, os poderes medicamentosos intrínsecos das substâncias cruas.
Através
desta técnica (dinamização) as substâncias tornam-se imensurável e “penetrantemente”
eficazes e benéficas, mesmo aquelas que no estado cru não demonstram a menor
ação medicamentosa sobre o organismo humano.
Essa
notável mudança na qualidade dos corpos naturais é obtida:
·
Pela ação mecânica sobre as menores
partículas da substância do atrito e sucussão;
·
Pelo acréscimo de uma substância neutra,
sólida ou líquida, que sirva de veículo, permitindo que as partículas da
matéria transformada permaneçam separadas.
Este procedimento é chamado
de Dinamização
ou potencialização(desenvolvimento do poder medicamentoso), sendo
seus produtos as Dinamizações ou potências, em diferentes graus.
Esta mudança notável na
qualidade dos corpos naturais percebidos,
como se estivessem adormecidos, ocultos, que afetam o princípio vital e alteram
o bem estar da vida animal.
§ 269 – Organon
A experiência já havia demonstrado muito antes desta minha descoberta
várias mudanças que a fricção pode provocar em diversas substâncias naturais,
como por exemplo:
Calor;
fogo; desenvolvimento de odor em corpos inodoros; magnetização do aço; etc.
Porém
todas estas propriedades impostas pela fricção até então estavam relacionadas
apenas ao mundo físico e inanimado.
Entretanto,
há uma Lei da Natureza pela qual as mudanças fisiológicas e patogênicas ocorrem
no organismo vivo por meio de forças capazes de alterar a matéria crua dos meis
medicamentosos, mesmo nas que jamais mostraram propriedades terapêuticas. Isto
é conseguido pela trituração (uma forma de diluição) e pela sucussão, porém com
a condição de se interpor um veículo não medicamentoso (um solvente inócuo:
água, água + álcool ou lactose) em certas proporções (1 parte do agente
medicamentoso em cada 100 partes da mistura com o solvente).
Esta
maravilhosa “lei física” (mais propriamente: fisiopatogênica) da Natureza não
havia sido descoberta antes de meu tempo. Não é de se admirar, portanto, que
até agora os naturalistas e médicos (que ignoravam esta lei) acreditassem no
poder mágico curativo das doses mínimas dos medicamentos preparados conforme os
ensinamentos homeopáticos.
Ouvimos
diariamente as potências medicamentosas homeopáticas serem chamadas de “meras diluições”.
Mas, ocorre exatamente o contrário, ou seja, o que existe é um verdadeiro
aumento das substâncias naturais que trazem a luz (revelam) seus poderes
medicamentosos específicos intrínsecos (ocultos). E, como já foi dito, isto é
conseguido por meio da fricção e da sucussão, contando com a ajuda de um “meio
de diluição” não medicamentoso que ocorre apenas como uma condição secundária.
A
simples diluição de um gão de sal de cozinha, por exemplo, redundará apenas em
água: “o grão de sal” desaparece no grande volume de água e jamais se
transforma num medicamento.
Entretanto,
a fricção e sucussão desta mesma mistura, este grão de sal tem sua força
elevada a um grau de assombroso.
A
mesma coisa pode ser observada numa barra de ferro ou aço na qual não podemos
enxergar em seu interior qualquer vestígio da força magnética oculta. Mas,
ambas as barras, depois de forjadas, colocadas em posição vertical, com sua
extremidade inferior repelem o polo norte e atraem o polo sul de uma agulha
magnética, enquanto que a extremidade superior comporta-se como o polo sul da
agulha magnética. Mas, esta é apenas uma “força latente”.
Por
isso, nenhuma partícula de ferro, mesmo a mais fina, pode ser atraída
magneticamente ou segura a cada uma das extremidades de tal barra. Unicamente
depois que a barra de aço é dinamizada pela fricção(feita em um único sentido
de uma lima não muito afiada) é que ela se transforma num poderoso e verdadeiro
ímã, capaz de atrair o ferro e o aço; e de transmitir seu poder magnético a
outra barra de aço por contato ou a alguma distância e isto num grau tanto
maior quanto maior tiver sido a fricção (diretamente proporcional ao atrito).
Da
mesma forma, a trituração de uma substância e a sucussão de sua diluição
(dinamização, potencialização) é capaz de desenvolver sua força medicamentosa
latente, manifestando-a cada vez mais: desmaterializando-a, se é que podemos
falar deste modo!
Por
isso, referem-se apenas ao aumento e desenvolvimento mais intenso de seu poder
para causar alterações no estado de saúde do Homem e dos animais, quando estas
substâncias naturais, neste estado melhorado, forem aproximadas das fibras
sensitivas vivas ou entrem em contato com elas (pela ingestão ou olfação).
Assim como uma barra imantada, pode mostrar poder magnético somente em uma
agulha de aço que esteja próxima de seu polo ou em contato com ela(o aço
propriamente dito permanece inalterado em suas propriedades químicas e físicas
remanescentes e não podem produzir alterações em outros metais, como por
exemplo, no bronze), tampouco os medicamentos dinamizados podem exercer
qualquer ação sobre coisas inanimadas.
4. Remédio
único:
Hahnemann
e seus voluntários experimentavam uma droga de cada vez, para não mascarar seus
efeitos no organismo sadio. Ele não admitia que no processo curativo o médico
misturasse duas ou mais substâncias ao mesmo tempo, pois achava que o resultado
era imprevisível, uma vez que o doente já estava bastante enfraquecido pela doença em
si.
O
homeopata procura entender as diferenças peculiares de cada ser, o seu sentir,
sua maneira de vivenciar as emoções, os medos, as alegrias, suas predileções,
entre outras. O modo de ser de cada um é sempre levado em consideração, na
escolha de um determinado medicamento.
Uma mesma
doença quando acomete mais deum indivíduo, é homeopaticamente tratada, de
maneira diferenciada em cada um. Não existindo portanto uma fórmula fixa ou
receita pronta, pois cada um adoece à própria maneira.
Hahnemann
recomenda que se busque a individualidade ou melhor, o conhecimento do universo
interior e particular de cada um:
§86
e 87 – Organon da Arte de Curar:
“Quando os narradores tiverem terminado
o seu relato, o médico retorna, então a cada sintoma em particular, e obtém
informações mais precisas sobre eles lendo-os na ordem em que lhe forem
relatados, procurando obter mais detalhes. E assim, o médico obtém informações
mais precisas sobre cada detalhe em particular.”
Patricia Jorge Alves
Terapeuta Homeopata
Hipnóloga Condicionativa