Apresenta:
O Homem e Sua Máquina
UMA VISÃO GLOBAL DO
UNIVERSO FASCINANTE DO HOMEM
DEDICATÓRIA:
Dedico este trabalho a minha filha, minha
mãe e minha avó por seu carinho paciência pelos meus dias de ausência do
convívio familiar.
AGRADECIMENTOS:
Agradeço aos meus Professores: José Alberto Moreno, Eliete M. M. Fagundes, Prof. Múcio, Professora Cecília, Professora Lucinda, professor
Gelson, Professor Wagner Túlio, Professora Elen e minha amiga Adriana Menezes
por ter me ajudado na organização do trabalho.
ÍNDICE:
Dedicatória:.....................................................03
Agradecimentos:.............................................03
Resumo:..........................................................08
Apresentação:.................................................09
Introdução:....................................................13
Capítulo
I:
1.2 O que é Realidade?.................................23
- A verdade sobre a Percepção.....................25
- Emoções e Percepções..............................28
1.4 O Homem transdimensional..................33
1.5 Individualização e Personificação.........36
1.6 O Domínio da Mente Sobre a Matéria..40
- As Mensagens da Água...........................41
1.8 Análise do Sofrimento........................47
Capítulo
II:
2.1 O Homem DE Cabeça Para Baixo...........54
2.2 Área Afetiva.............................................63
2.3 Análise de Sintomas.................................68
- Orgulho........................................................68
- Egoísmo.......................................................70
- Crítica..........................................................73
- Ilusão...........................................................75
- Culpa...........................................................77
- Medo..........................................................79
- Mágoa........................................................82
- Perda.........................................................84
2.5 Transtornos da Intuição.........................93
Capítulo III:
3.1 Psicologia e Homeopatia.......................98
3.2 Os Ansiosos..........................................100
3.3 Os Agitados..........................................106
- Agitação Local.........................................106
- Agitação Generalizada.............................108
- A Agitação Psiquiátrica...........................110
3.4 Os Astênicos........................................114
- Os Astênicos após uma Sobrecarga Muscular........................................................115
- Os Astênicos após um Trauma afetivo.....116
- Os Astênicos após uma Sobrecarga
Intelectual......................................................118
- Os Astênicos em conseqüência da perda
Líquida orgânica............................................121
- O Líquido Seminal..................................122
- A Astenia do Idoso..................................124
- Os Astênicos e as Grandes Diáteses........125
- Os Astênicos Psóricos.............................127
-Os Astênicos Sicóticos.............................128
- Os Astênicos Luético...............................128
3.5 Os Fóbicos............................................129
3.6 Os Deprimidos......................................135
3.7 Os Maníacos........................................145
3.8 Os Obsessivos.....................................155
3.9 Os Esquizofrênicos.............................156
3.10 Os Desequilibrados..............................166
3.11 Os Dementes........................................169
3.12 Os Retardados......................................172
3.13 Os Anoréxicos.....................................173
3.14 Os Alcoólicos e os Toxômanos............175
Conclusão....................................................176
Bibliografia.................................................178
RESUMO:
Este trabalho é o carinho que tenho pelos estudos de muitos anos,
observando o Ser Humano em seu dia – a –dia e seus sinais e sintomas. Mostro de
uma maneira simples o trajeto da construção de nossas “doenças” dentro da visão
transdimensional a Mente do Ser Humano. Exemplificando as patologias
psiquiátricas e mostrando como criamos e o que criamos dentro e fora de nós.
Hoje compreendo que não existe doença e sim sinais e sintomas mórbidos que
criamos com nossos atos, comportamentos, relação com a vida, etc. Pois tudo
está dentro de nós à saúde e a doença, depende o que estamos procurando.
Há necessidade do Ser Humano chegar ao fundo do poço para poder efetuar
as transformações íntimas para a sua verdadeira cura. Reconhecer seus erros é o
primeiro passo. Não se esconder colocando máscaras e ser honesto consigo mesmo.
Patrícia Jorge
Alves
Apresentação
Samuel Hahnemann
Samuel Hahnemann, foi o notável gênio,
que descobriu, desenvolveu e sistematizou as leis fundamentais da cura, as
quais estão produzindo mudanças revolucionárias no pensamento relativo à saúde
e à doença. A história de Hahnemann revela um dos casos mais singulares de
descobertas da história da medicina.
Ao comentar a lei dos semelhantes,
Hahnemann foi o primeiro a admitir que esse conceito fora posto de lado por
outros na história ocidental, a começar pelo próprio Hipócrates. No entanto,
ninguém antes de Hahnemann reconheceu a verdadeira importância do conceito,
muito menos procedeu a sua sistematização como ciência terapêutica completa.
Hahnemann nasceu em 1755, numa pequena
cidade da Alemanha e desde cedo demonstrou notáveis habilidades. O pai, que
reconhecia as qualidades do filho, ensinou-lhe desde cedo a ter disciplina,
costumava trancar o jovem Samuel numa sala onde ele tinha de fazer exercícios
de raciocínio, exigindo que ele resolvesse sozinho os problemas, pois o “garoto
precisa aprender a pensar”. Hahnemann possuía grande talento para as línguas e
já aos doze anos seu instrutor o fazia ensinar grego aos outros alunos.
Hahnemann estudou Medicina na
Universidade de Leipzig, em Viena, e em Erlangen, diplomando-se em 1779, e logo
se tornou muito respeitado nos círculos profissionais pelas suas comunicações
escritas, tanto sobre Medicina quanto sobre Química. Mesmo assim, ficava muito
perturbado com a falta de um pensamento fundamental subjacente à terapêutica da
época, que consistia em sangria, catárticos, ventosas e o uso de substâncias
químicas tóxicas. Hahnemann escreveu a um de seus amigos:
“Para mim, foi uma agonia estar sempre
no escuro quando tinha que curar o doente e prescrever, de acordo com essa ou
aquela hipótese relacionada com as doenças, substâncias que tinham o seu lugar
na Matéria Médica, por uma decisão arbitrária... Logo depois do meu casamento,
renunciei à prática da medicina para não mais correr o risco de causar danos e
me dediquei exclusivamente à química e as ocupações literárias. Mas tornei-me
pai, e doenças sérias ameaçavam meus amados filhos... Meus escrúpulos
duplicaram quando percebi que eu não lhes podia dar nenhum alívio”.
Ele voltou à profissão de tradutor de
trabalhos médicos, mas sua mente inquiridora estava sempre à procura dos
princípios fundamentais sobre os quais devia se basear a terapia. Foi enquanto
traduzia a edição da Matéria Médica de Cullen que deparou com a idéia que o
levou à revolucionária descoberta. Cullen era professor de medicina da
Universidade de Edimburgo e havia devotado vinte páginas de sua Matéria Médica
às indicações terapêuticas sobre quina, cujo sucesso no tratamento da malária
ele atribuía ao fato de a erva ser amarga. Hahnemann estava tão insatisfeito
com essa explicação que decidiu prová-la ele mesmo, ato completamente inusitado
na época. Diz ele:
“Tomei, como experiência, duas vezes
ao dia, quatro dracmas de boa quina. Meus pés e as extremidades dos dedos logo
ficaram frios; fui ficando lânguido e sonolento, depois ocorreram palpitações e
o pulso ficou fraco; ansiedade intolerável, tremor, prostração de todos os meus
membros; em seguida, latejamento na cabeça, vermelhidão das faces, sede, e,
resumindo, apareceram todos esses sintomas, que são ordinariamente
característicos da febre intermitente, um após o outro, sem, no entanto, o frio
peculiar e o calafrio. O embotamento da mente, aquela espécie de rigidez dos
membros e, acima de tudo, a desagradável sensação de entorpecimento, que parece
ocorrer no periósteo, espalhando-se para todos os ossos do corpo. Esse acesso
durava duas ou três horas de cada vez e só reaparecia se eu repetisse a dose;
caso contrário, não interrompi a dosagem e fiquei com boa saúde.”
Hahnemann incidentalmente acabou
descobrindo a idéia de que a mesma substância que produz os sintomas numa
pessoa normal pode curá-los numa pessoa doente. Ele reconheceu a necessidade da
experimentação humana no delineamento das indicações curativas dos agentes
terapêuticos. Assim, ele e outros médicos com a mesma formação começaram a
provar as substâncias neles próprios, de maneira sistemática, e a registrar
suas observações nos mínimos detalhes. Essa experiência continuou por seis
anos, durante os quais Hahnemann também compilou uma lista exaustiva dos
envenenamentos registrados por diversos médicos, em diferentes países nos séculos
da história médica.
Hahnemann começou a experimentar a lei
dos semelhantes em casos clínicos e imediatamente começaram a obter resultados
estarrecedores, que de longe, ultrapassavam os resultados alopáticos da época. Ele
sintetiza a importância fundamental da descoberta:
“Então, como as doenças nada mais são
do que alterações do estado de saúde do indivíduo saudável, que se expressam
através de sinais mórbidos, e como a cura também é possível somente através de
uma mudança da condição saudável do estado de saúde do indivíduo doente, é
bastante evidente que os remédios jamais poderiam curar as doenças se não
possuíssem o poder de alterar o estado de saúde do homem, que depende das
sensações e funções, na verdade, seu poder curativo deve-se apenas ao poder que
possuem de alterar o estado de saúde do homem.”
O procedimento de testar as
substâncias em seres humanos saudáveis para clarear os sintomas que refletem a
ação da substância é chamado de experimentação. As experimentações continuam
desde o tempo de Hahnemann e são à base de escolha para um determinado
medicamento. A manifestação do sintoma do medicamento se combina,
possibilitando os princípios de ressonância e fortalecendo o mecanismo de
defesa, provocando a cura.
É introduzida no organismo, uma substância
de concentração suficientemente alta para perturbar o organismo e mobilizar seu
mecanismo de defesa. O mecanismo de defesa produz um espectro de sintomas nos
três níveis do organismo. Anotam-se os sintomas do cliente registrando o modo
característico pelo qual seu organismo reagiu ao estímulo morbífico. A causa
deve ser suficientemente forte para mobilizar o mecanismo de defesa, de forma
que haja produção de sintomas.
Para a ciência terapêutica, os quadros de sintomas dos medicamentos
combinam de forma acurada com o quadro de sintomas de todas as doenças
existentes, em todas as suas variedades. Existem centenas de medicamentos que
foram experimentados dessa forma e que cobrem a maior parte das perturbações
possíveis do ser humano.
Para dizer que uma droga foi
totalmente experimentada, antes ela deve ser testada numa pessoa saudável nas
doses tóxicas, hipotóxicas e altamente diluída e potencializada. Devem ser
anotados os sintomas produzidos pela droga nos três níveis; e a ação da
substância deve ser completada pela observação dos sintomas que desapareceram
depois que o medicamento produziu a cura. Se forem registrados os sintomas de
uma experimentação apenas no nível físico, ela está incompleta. É por essa
razão que a simples toxicologia descrita nas escolas de medicina é
insuficiente. Os sintomas têm sido registrados de forma muito grosseira, sem
uma informação individualizada adequada.
INTRODUÇÃO
Parágrafo
210 Organon da Arte de Curar: “Não há nenhuma doença dita somática em que não
se possam descobrir modificações constantes do estado psíquico do doente”.
Assim, foi reconhecida com indicações de um mesmo remédio, a
significativa freqüência de algumas seqüências de sintomas psíquicos:
modalidades intelectuais e emocionais, traços de caráter, tonalidade do humor,
particularidades do comportamento.
Esse aporte da experiência clínica completou e modulou as contribuições
patogenésicas, levando a uma compreensão mais global e dinâmica desse
“conjunto” semiológico reconhecível, específico de um remédio.
Enfim, quando os comentários descritivos substituíram a enumeração dos
sintomas experimentais por verdadeiros “retratos clínicos”, vimos constituir-se
a galeria de psicotipos, surpreendentes e sedutores ao mesmo tempo, contidos na
matéria médica homeopática – especialmente a de Lathoud e a de Kent.
Não restam dúvidas de que se corre o risco de afastar-se demasiadamente
dos sintomas patogenésicos e à força de interpretações pessoais, de trair a
verdade. Contra esse risco real, a única proteção honesta é a coleta
perseverante e rigorosa de observações cuidadosas, tão objetivas quanto
possível, num terreno onde qualquer história é de certo modo única, onde
qualquer sintoma tem valor apenas por tênues conotações.
A propósito desses retratos psicopatológicos de remédios, convém
especificar dois pontos importantes:
- Semiologia física e simiologia
psíquica contribuem de modo indissociável, segundo sua importância e
concomitância, para determinar com exatidão o remédio cuja indicação é
manifestada pela patologia do doente.
“Angústia carregada ao despertar” é indiscutivelmente uma queixa
freqüente durante os estados depressivos. Em Homeopatia, isso leva a possíveis
indicações terapêuticas bem diferentes, de acordo com o quadro clínico e sua
tradução patogenésica:
- no caso de uma mulher pletórica,
congestiva, agitada, logorréica, porém desanimada, durante uma depressão
reacional (a um choque emocional ou a sua menopausa), arrancada do sono por um
acesso brutal de angústia;
- ou de um adolescente longíneo, de
tórax magro, pele doentia e com espinhas, triste, abúlico, com despertar
difícil e tardio e que experimenta, desde esse momento, uma angústia de vazio
existencial e de um futuro sem atrativo com torpor intelectual;
- ou ainda, de um velho esgotado,
macilento, impaciente, irritável, que desperta subitamente com medo (de morte
iminente).
Assim analisado e recolocado num contexto clínico geral, um sintoma tão
comum quanto “angústia carregada ao despertar” pode assumir um valor indicativo
diferente.
Evidência clara de uma inadequação ao vivido, não se trata de modo
algum, de iludir, assim, por uma prescrição intempestiva, uma indicação
importante que abra caminho a um diálogo
Através do interesse concedido às suas queixas diversas, do
interrogatório minucioso concernente a toda a sua fisiologia, o doente “se vê”
aceito em sua unidade somatopsíquica.
As descrições dos remédios, por meio das quais os homeopatas se
conscientizam do instrumento de trabalho notavelmente útil e original que a
Homeopatia é capaz de trazer em termos do conhecimento, da relação e da
terapêutica, indicam certo registro clínico dentro do qual se diversificam
todas as individualidades, os aspectos particulares à infância, à adolescência,
à velhice, à parte irredutível de cada Ser.
Nessa mesma linha de funcionamento, podemos compreender a indicação do
remédio e sua eficácia em diversos estados de descompensações neuróticas: em
adolescentes imaturos e sentimentais, que integram mal sua sexualidade, são
tímidos, pouco à vontade com seu corpo, às vezes bulímicos por compensação
regressiva no plano oral; em mulheres jovens, que assumem com dificuldade uma
maternidade, que desperta uma ambivalência ansiogênica\ com respeito ao filho:
investimento captativo e agressividade por reativação das antigas frustrações;
e às vezes tardiamente, em pessoas a caminho da senescência.
Mais além dessa patologia menor, em tal estrutura e num grau mais grave,
pode também constituir-se uma fobia histérica de angústia, com presença
necessária de um apoio assegurador e protetor... Companheiro contrafóbico da
angústia de abandono e mesmo, de modo mais invalidante, fobias compulsivas de
mácula e impureza, que acarretam ritos de purificação.
Isso não passa de um exemplo, mas seria necessário citar muitos outros,
com sua riqueza clínica e o amplo terreno de suas aplicações.
É bem evidente que, ao primeiro contato, podemos ficar céticos,
surpresos ou mesmo chocado diante de um processo tão singular. Mas os fatos
estão aí, assim como sua verificação diária, e merecem ser levados em
consideração.
A Homeopatia representa uma abordagem global da patologia do indivíduo.
O conceito de psiquiatria homeopática pode parecer se não uma heresia, pelo
menos uma apresentação relativamente artificial do que se passa na realidade.
A realidade atual da medicina faz com que os progressos do detalhe, quer
sejam biológicos ou terapêuticos, sejam tais que impunham um trabalho
gigantesco a quem desejaria apreendê-los completamente. Este bom conhecimento
microscópico comporta um risco que os pacientes tem rapidamente experimentado e
que os médicos sentirão um dia, que é o da atomização da pessoa do doente. Essa
experiência clínica que leva brutalmente o paciente a uma época muito arcaica do
seu desenvolvimento psíquico lhe é dolorosa. O médico não compreende sempre,
fascinado que está pelo prazer de aprofundar seu conhecimento, que emana de um
certo mito narcísico de completude. Essa ilusão é por vezes apenas um passo do
tipo perverso onde, dentro do sujeito, considera-se apenas uma parte como se
ela representasse o todo. O paciente encontra-se, então, situado em posição de
fetiche procurando no médico apenas um orgasmo científico. Em certos casos
mesmo, esse fetiche toma sua dimensão derrisória e, entre duas ondas de desejo,
ele é classificado como vazio de sua substância, em algum quadro de
estatísticas.
A duração da consulta e a minúcia de suas
investigações pode dar ao paciente a impressão de uma grande atenção à sua
pessoa como um todo. Se essa investigação é colocada apenas em nível técnico, o
sujeito não está menos reconfirmado e o médico não está menos em seu isolamento
terapêutico. É apenas um movimento de mudança e de investigação científica,
colocando o sujeito em seu meio, enfim, diante do seu desejo.
A homeopatia que tem atualmente quase dois séculos, tem a favor dela
inaudita de que seu fundador definiu de início o objeto da sua ciência como
psicossomática, no sentido em que entendemos hoje.
Samuel Hahnemann situou os sinais psíquicos
colhidos no discurso espontâneo do cliente ou por seu interrogatório, em um
nível hierárquico essencial dos sintomas, logo depois dos sinais etiológicos.
Esse interesse por sua vida interior, suscitado por tal procedimento médico,
determina uma simples doença de órgãos, simples como ele acredita.
Ele está então com maior freqüência,
disposto a se abrir completamente nesse domínio particular. É assim que,
freqüentemente, o que se chama a “pequena psiquiatria” pode permanecer em um
nível de médico de família e deve, sem dúvida, se felicitar: não há alienação
social. O cliente permanece em certo equilíbrio com o meio em que vive. Para
utilizar a linguagem psiquiátrica, o doente fica compensado. Quando o cliente é
constrangido ou decide espontaneamente consultar um psiquiatra, aparece certa
inquietude. Com muita freqüência, o doente tem consciência de que o psiquiatra
vai entrar em seu mundo. Quaisquer que sejam as excelentes justificativas do
profissional, isto se faz com a defesa do seu corpo e do seu espírito. O
psiquiatra é tido como alienado, essencialmente em razão da demarcação que ele
estabelece de modo radical em sua prática e as convenções sociais e até
familiares. Ainda que não se dê conta, ele dá direito de cidadania ao
inconsciente.
E o paciente sente, ainda que
confusamente, que não é sempre impunemente que deixa seu inconsciente falar. A
loucura não está longe. Quando se trata de um neurótico, tem medo, se é um
psicótico, ele a vive plenamente e não sabe muito bem como acomodar a realidade
exterior àquela que o psiquiatra quer levar a ele. Antes de mais nada, não
entende o que ele fala.
O psiquiatra homeopata encontra-se, em
uma situação particular, quando o comparamos a seus confrades alopatas. Mesmo
quando seus clientes conhecem sua formação psicológica e sua prática
psicoterápica, ele é colocado em um registro organicista. De modo tácito,
existe um contrato de restauração das capacidades reacionais do cliente por
meio dos remédios de ação homeopática. Com maior freqüência não é questão de
tomada de consciência ou de transferência no modo psicanalítico.
Freqüentemente, os clientes já estão
em psicoterapia, há longo tempo, com outro profissional, mas preferem não saber
que sua cura passa, sem dúvida, por suas próprias vias anatomofisiológicas.
Pensa-se hoje, que se trata
possivelmente de um modelo imunológico. Qualquer que seja o psiquiatra
homeopata está ancorado na matéria e nessas condições, direcionando ao corpo.
Qualquer que seja o lugar maior que
tem os sinais psíquicos na matéria médica homeopática, ele saberia não ter
escolha possível do remédio sem referência ao corpo do cliente.
O tratamento psiquiátrico clássico tem
má fama entre os psicoterapeutas. De fato, existe na maior parte dos pacientes
tratados, uma certa anestesia, uma baixa de energia que interfere com seu
desejo real de tentar se entender e de fazer uma psicoterapia. Provavelmente, a
existência de um certo grau de angústia seja indispensável a este trabalho e ao
desenvolvimento frutífero de uma transferência necessária. Não é o caso do
tratamento homeopático que não compromete de modo algum o progresso de uma
psicoterapia. Ao contrário, ele nos parece favorecê-la quaisquer que sejam suas
modalidades.
A homeopatia é reacional, que exalta,
quando isto ainda é possível, as capacidades de reação do indivíduo à agressão
exógena ou endógena.
Concebe-se a partir daí, que uma
terapêutica que se dirige ao ego do sujeito, reforçando-o, não tenha senão um
efeito positivo sobre a maturação de uma personalidade.
O caráter de urgência de alguns casos implica
na hospitalização, bem como, em razão do perigo do sofrimento que se apresenta
o doente. É o caso das depressões graves, do tipo melancólico, das crises
maníacas, das psicoses agudas. Neste caso, os progressos da psicofarmacologia
têm permitido a utilização de medicamentos com ação regularmente eficaz e,
freqüentemente, mais rápida que a dos remédios homeopatas. É, portanto,
indispensável proceder ao tratamento clássico de modo prioritário. Nada, no
entanto, impede associar o tratamento homeopático. As psicoses antigas, muito
impregnadas, por neurolépticos, reagem com freqüência à homeopatia. Apesar de
tudo, nos casos em que o tratamento clássico permanece ineficaz, ela retoma
suas indicações. Do mesmo modo, alguns estados depressivos rebeldes aos
antidepressivos de todo o tipo, respondem favoravelmente a nossos remédios.
Vemos então, que se trata antes da escolha da boa indicação do que de uma
contra-indicação. E nesse caso, a experiência do psiquiatra homeopata conta com
a intuição do psiquiatra, qualquer que seja a decisão com o deprimido grave,
sente-se a necessidade de se estabelecer uma relação fecunda com ele.
Assim, o psiquiatra homeopata torna-se
um psiquiatra, mas para poder dizer verdadeiramente, homeopata, deve acrescentar
à sua abordagem uma dimensão particular que se empenha na medicina do corpo. É
esta que Samuel Hahnemann definiu em seu “Organon da Arte de Curar”, em seu
“Tratado das Doenças Crônicas” e, em menor grau, em suas “Lições de Medicina
Homeopática”... (palavras do psiquiatra homeopata Jacques Algazi).
CAPÍTULO 1
1.1
A INESGOTÁVEL RIQUEZA DO NADA
O “nada” ou os vazios quânticos é uma
das principais preocupações da ciência atual. No “nada” desconfiam os
cientistas, está a matriz do Todo, De tudo e do Universo Material em que
vivemos. “O vazio está cheio de alguma coisa que não é matéria”. No vazio
quântico há tudo e nada, ao mesmo tempo. Alguns físicos simplificam a questão e
dizem que no vazio, nada há informação. O Brasileiro Mário Schemberg Laborit
considera essa definição insuficiente e dá uma explicação mais elaborada para o
conteúdo do “nada”: “Variações de campos elétricos provocados pelo epicentro da
matéria e que persistem quando a matéria já não está lá.” Outro físico, David
Bohm, fala de “ordem implícita”. Ele quer dizer: a matéria está implícita no
“nada”- no vazio há pré-forma; é o molde invisível do molde visível- que somos
nós e as coisas. Beneviste, pesquisador francês, provou que a matéria tem
memória. Realizou experiências mostrando que quando a matéria deixa de existir
num ponto, ficam os vestígios- ou memórias. As experiências de Beneviste foram
testadas em vários laboratórios e os resultados comprovaram a afirmação. Burr e
Sheldrake, dois biólogos, dizem ter identificado “campos de vida”, ou campos
morfogenéticos. É mais ou menos como a “ordem implícita”, cada organismo teria
uma pré-forma da qual os genes seriam apenas mensageiros materiais.“ Einstein,
no seu intuicionismo avassalador, pensou ter identificado no Universo essa
força invisível contida no “nada”- a ordem implícita de Bohm – e a incluiu num
sistema conhecido como” constante cosmológica”. Desacreditada – até repudiada
pelo próprio Einstein, depois a constante foi recentemente reabilitada com as
descobertas do Telescópio espacial Hubble. O Hubble não detectou a chamada
massa invisível. Essa massa era a explicação dada pelos astrônomos para
ocorrências cósmicas inexplicáveis pelo volume de massa visível. Ou seja, a
massa detectável no universo não bastaria para produzir o próprio
universo.Deveria haver massa oculta e que constituiria 90% de todo o cosmos. O
Hubble demoliu essa crença e pôs no seu lugar uma explicação parecida com a
constante cosmológica. A de que há alguma coisa muito poderosa no “nada” dando
origem ao todo, e muitos até a estão chamando de Deus. Para o físico inglês
Stephen Hawking isto não é novidade. Ele já vem falando da “mente de Deus” para
justificar o comportamento da matéria que volta para o “nada” pelas goelas dos
insaciáveis buracos negros e atravessa a barreira do tempo.
A própria ciência com embasamento
matemático, nega a existência de um “nada absoluto”, quando afirma existir algo
indefinível, indetectável, inefável, fonte de “informações” além do Universo.
Este pensamento da ciência moderna está em conformidade com o pensamento dos
místicos em alto nível de todos os tempos, especialmente os orientais,
habituados à meditação sobre conceitos metafísicos elevados. É exatamente num
nível além do universo, ou seja, naquele “nada quântico” referido pela ciência
atual, que eles colocam Deus, o Poder Superior Criador.
A fonte de todo o conhecimento, o
propósito primeiro de tudo quanto foi criado, e mesmo daquilo que ainda não foi
criado, existe ao menos como “informação” na citada “Inesgotável Riqueza do Nada”,
pois ali tem tudo e tem nada.
A própria ciência tem indagado sobre
coisas abstratas como pensamento e consciência, indagando se o próprio
pensamento também é feito do “nada”. Psicólogos Freudianos e comportamentais,
neurofisiologistas e biólogos têm tentado em vão, identificar a substância
mental e a sede da consciência. Aí surge outra dúvida, a consciência é uma
propriedade apenas do ser humano ou dos animais, e a própria matéria, também a
têm? A Consciência como a mente seria algo especial, substrato do Todo, ou
apenas produto de interações neuroquímicas de um organismo? Isto para a ciência
ainda é um mistério insondável, embora para o místico seja algo bem claro, a
consciência é um aspecto de o próprio Poder Superior. Todas as reações dos
seres vivos nada mais são do que exteriorizações implícitas na fonte da própria
energia o que originou todo o Universo, portanto não se trata de algo inerente
ao mundo objetivo, de algo gerado pela matéria, mas de algo manifestado através
dela.
“Onde quer que se faça presente uma
estrutura apta a manifestar consciência, ela ali, se fará presente, desde que
se trate de um Poder que inunda todo cosmos”.
A fonte de todo o conhecimento, o
propósito primeiro de tudo quanto foi criado e mesmo daquilo que ainda não foi
criado, existe ao menos como informação, pois ali tem tudo e tem nada. A
ciência pode chamar de pré- forma da forma ou modelo organizador, mas nomes não
causam diferença alguma, o que importa é que lá está uma fonte de consciência.
“Tudo é Mente” ou “O Universo é
Mental”. Sendo assim, desde que tudo é mente no universo, logo, tudo tem
consciência nas devidas proporções.
Podemos afirmar que sejam quais forem
às circunstâncias, a consciência e também todas as qualidades inerentes à mente
pré-existem, antecedem à forma, pois antes de qualquer estrutura tudo já estava
implícito no ponto gênese do universo. Como não existiram dois pontos de
origem, então não se pode negar que tudo que há e se manifesta de alguma forma,
já estava reunido numa só condição – ponto primordial da criação, que se
desdobrou em miríades de coisas. Houve uma fragmentação colossal atingindo não
apenas a energia, mas também todas as condições imateriais existentes. Embora
isto seja um mistério insondável para a ciência oficial não o é para os pensadores
metafísicos e místicos.
1.2 O
QUE É REALIDADE?
O que eu pensava ser irreal, agora me parece
em alguns aspectos mais real do que o que eu considero real, que agora parece
irreal.
Fred Alan Wolf
O que é a realidade? A maioria das pessoas
acha que realidade é o que nossos sentidos projetam para nós. É claro, a
ciência adotou essa visão durante quatrocentos anos, o que não for perceptível
por meio dos cinco sentidos (ou de suas extensões) não é real.
Porém, mesmo essa “realidade” tem uma
aparência quando a examinamos com nossos olhos, e outra quando a examinamos
mais a fundo, por meio do microscópio ou do acelerador de partículas. Então ela
se torna completamente diferente, irreconhecível.
E os nossos pensamentos, então? Eles são
parte da “realidade”? Olhe em torno: há janelas, cadeiras, lâmpadas etc. Você
provavelmente pensou que tudo isso era real. Tudo isso foi precedido por uma
“idéia” de janelas e cadeiras e as criou. A maioria das pessoas acha que
pensamentos e emoções são reais – mas quando os cientistas exploram a
“realidade”, eles evitam cuidadosamente falar sobre essas coisas.
A humanidade foi para o laboratório e
resolveu algo mais simples, vamos pegar todas as “coisas” que concordamos serem
“reais” e verem do que são feitas. Elas são mais simples do que sonhos, idéias,
emoções ou outras coisas internas.
“Não
existe nada a não ser átomos e espaços vazios; tudo o mais é opinião”.
(filósofo grego Demócrito)
Foi um grande ponto de partida. Então
vieram os microscópicos eletrônicos, os aceleradores de partículas e as câmaras
de neblina e nós, os gigantes, nos debruçamos sobre o mundo das coisas
pequenas.
Os
átomos são os blocos de que é feita a natureza. Boa tentativa! É um
conceito elegante, que permite criar diagramas, mas não é verdadeiro. Aqueles
pequenos átomos sólidos, com suas órbitas bem comportadas, eram apenas pacotes
de energia. Cada átomo consiste quase totalmente em “espaço vazio” de modo que
é uma espécie de milagre não cairmos no chão cada vez que nos sentarmos numa
cadeira. E como o chão é majoritariamente vazio, onde encontraríamos alguma
coisa bastante sólida para nos sustentar? Nossos corpos também são feito de
átomos!
O dito “espaço vazio” dentro e em
torno dos átomos não é de forma alguma vazio; está cheio de energia que um
centímetro cúbico. O conteúdo de um dedal ou o volume de uma bolinha de gude
contém mais energia que toda a matéria sólida existente em todo o Universo
conhecido! Então, o que você disse que era realidade?
Existe um domínio completamente não físico,
que pode ser chamado de informação, de ondas de probabilidade ou de
consciência. Tudo é feito de átomos; então esse campo subjacente de
inteligência, é na essência, o que o universo realmente é.
O universo é inteligente. Ele está avançando
em uma direção, e temos algo a ver com ela. O espírito criativo, a intenção
criativa que fez a história deste planeta, vem de dentro de nós e está fora.
Tudo é o mesmo. Tudo é consciência. Tudo é inteligente. Tudo é Deus.
A consciência
propriamente dita é o que é fundamental, e a energia- matéria é o seu produto.
Se mudarmos de opinião sobre quem somos, e nos olharmos como seres criativos e
eternos, criando a experiência física, unidos por esse nível da existência que
chamamos consciência, então começará a ver e a criar de forma diferente esse
mundo em que vivemos.
No século XVIII, o
filósofo alemão Emmanuel Kant afirmou que nunca poderemos conhecer a natureza
da realidade como ela é. Nossas investigações só fornecem respostas ao que
perguntamos baseados nas capacidades e limitações de nossas mentes. Tudo o que
percebemos no mundo natural (seja por nossos sentidos, seja pela ciência) passa
pelo filtro da nossa consciência, e é determinado, até certo ponto, pelas
estruturas mentais. Assim, o que vemos são “fenômenos”, interações entre a
mente e o que quer que esteja “realmente ali”. Não vemos a realidade. A “coisa
em si” nos é oculta.
A ciência só nos dá
modelos do mundo, não o mundo propriamente dito.
A idéia de que
existem diferentes níveis simultâneos, todos eles reais. Em outras palavras, os
níveis superficiais são reais em si, só quando os comparamos aos níveis mais
profundos percebemos que não são de fato reais, não é o nível “final”. Braços e
pernas são reais, células e moléculas são reais, átomos e elétrons são reais, a
consciência é real.
Existem diferentes
mundos nos quais vivemos. Há a verdade superficial e a profunda. Há o mundo
macroscópico que podemos ver, há o mundo de nós mesmos, há o mundo de nossos
átomos, e o de nossos núcleos. São mundos totalmente diferentes. Vivemos
paralelamente em muitos mundos. Cada um deles tem uma linguagem própria. Não
são menos importantes ou mais, são diferentes níveis de verdade. Mas tudo está
ligado, vivemos em uma cadeia.
A realidade é um processo
democrático?
As
nossas vidas diárias e decisões momentâneas sobre a realidade são democráticas?
Quando a concordância com os outros
torna algo real? Se de dez pessoas numa sala, oito vêem uma cadeira, e duas um
marciano, quem está alucinado?
E quando 12 pessoas
acham que um lago é uma massa de água, e uma pessoa, uma superfície em que se
possa caminhar? Um paradigma é apenas a
idéia (modelo) de maior aceitação sobre o que é real. A consciência cria a
realidade? É por isso que não há uma boa resposta, porque a realidade é a
resposta?
A mente fornece a
referência, o conhecimento específico e as premissas específicas para que os
olhos vejam. A mente forma o universo que o olho então vê. Em outras palavras
nossa mente está estruturada em nossos olhos.
Henryk Skolimowski
A Mente mente!
Se tudo o que
percebo tem por base o que já conheço, como poderei perceber alguma coisa nova?
Se eu nunca perceber algo novo, como poderei mudar? Como crescerei?
Cinco níveis
aninhados de processamento cerebral. Foi o que você acabou de fazer para “ver”
cada uma dessas letras. Seus olhos não mandaram uma imagem de cada letra. Seu
cérebro processou os dados visuais enviados pelos olhos e construiu essas
letras.
O cérebro divide em
formas, cores e padrões básicos os impulsos que chegam a ele. Ele então compara
esses elementos a padrões de lembranças de coisas similares, associando-os às
emoções e atribuindo significado aos eventos. O cérebro reúne tudo, formando
uma imagem integrada que é projetada no lobo frontal quarenta vezes por
segundo. Nós não vemos de forma contínua. É como um filme piscando.
Imagine que você
está olhando para uma floresta. O cérebro está na verdade pintando as folhas de
cada árvore que você vê. Ele associa as imagens às lembranças, ou redes
neurais, de folhas, cores, tamanhos e formas, e de alguma maneira as reúne.
“Somos bombardeados
por imensas quantidades de informação que entra em nosso corpo e é processada.
Ela entra por meio de nossos órgãos dos sentidos, vai se infiltrando corpo
acima, e a cada passo vamos eliminando informação. Por fim, a que chega à
superfície da consciência é aquela que mais atende a nossos interesses.”
(Candace Pert, Ph. D)
A VERDADE SOBRE A PERCEPÇÃO
A percepção é um processo complexo com múltiplas facetas, iniciada
quando nossos neurônios sensoriais captam informações do meio ambiente e a
enviam ao cérebro na forma de impulsos elétricos. Temos uma percepção sensorial
limitada. Não vemos a radiação infravermelha ou percebemos os campos
eletromagnéticos como os pássaros que usam essa informação para se orientar. A
quantidade de informação que entra por meio dos cinco sentidos é
impressionante; cerca de 400 bilhões de bits por segundo.
Não recebemos nem
processamos conscientemente essa quantidade. Pesquisadores afirmam que passam
por nossa consciência apenas dois mil bits por segundo. Nas palavras do doutor
Andrew Newberg, quando o cérebro trabalha para tentar criar uma história do
mundo, ele precisa se livrar de muitos dados supérfluos. O cérebro precisa
filtrar uma tremenda quantidade de informação irrelevante para nós. Ele faz
isso inibindo coisas, evitando que algumas respostas e informações neurais
acabem por chegar ao nível consciente, e assim ignoramos a cadeira em que
estamos sentados. Ou seja, filtrando o que é conhecido. E, então, existe a filtragem
do que é desconhecido...
Ao vermos alguma
coisa que o cérebro não consegue identificar, buscamos algo similar. Se não
houver nada semelhante, ou se for algo que saibamos não ser real, descartamos a
informação com: “Eu devo estar imaginando coisas”.
Assim, nós não
percebemos a realidade de fato, vemos a imagem dela que nosso cérebro
construiu, usando o impulso sensorial e associações obtidas em suas vastas
redes neurais.
“Dependendo de suas
experiências, diz o doutor Newberg, e de como você as processa, isso realmente
cria um mundo visual, o cérebro é, afinal, quem percebe a realidade e cria
nossa versão do mundo”.
EMOÇÕES E PERCEPÇÕES
Nossas emoções
decidem o que é digno de atenção. Os receptores são os mediadores na decisão
sobre o que vai se tornar um pensamento ao chegar à consciência e o que vai
permanecer como um padrão de pensamento não digerido, enterrado num nível mais
profundo do corpo.
“As emoções foram projetadas para
fixar quimicamente algo em nossa memória de longo prazo.”
(Joe
Dispenza)
As emoções são
ligadas a um nível ainda baixo do processamento visual, próximo do primeiro
passo. De um ponto de vista evolutivo, isso faz sentido. Se você caminha por
uma trilha e um tigre salta a sua frente, você vai processar essa imagem e
começar a correr antes de saber por quê.
Quatrocentos
bilhões de bits por segundo. ”Mesmo depois de jogar fora o “irreal” (marcianos)
e o” irrelevante” (cheiro de xampu), ainda restam muitos bits. As emoções
atribuem a eles um peso ou importância relativos. Elas são um atalho estrutural
na percepção, e também nos dão a capacidade incomparável de não ver o que
simplesmente “não queremos ver”.
“Nossos olhos estão se movendo o tempo todo.
Eles se movem sobre todo esse campo de energia. Então, por que eles colocam em
foco e começam a deixar entrar uma área e não outra? É muito simples: vemos
aquilo em que queremos acreditar. E viramos as costas ao que não é familiar ou
é desagradável.”
(Candace Pert, Ph. D)
Portanto, se construirmos a realidade como
elemento de nosso estoque já existente de lembranças, emoções e associações,
como podemos perceber algo novo?
A chave são os novos conhecimentos. Expandir nosso
paradigma, nosso modelo do que é real e possível, acrescenta novas opções à
lista utilizada por nosso cérebro. Lembre-se, essa lista é só uma descrição
operacional da realidade. Não é a realidade propriamente dita.
Conhecimentos
novos podem abrir nossas mentes a novos tipos e novos níveis de percepção e
experiência.
Informações novas
são importantes, mas o conhecimento completo envolve tanto a compreensão quanto
a experiência. Se você quiser que alguém saiba como é comer um pêssego, pode
descrever a experiência – “é suculento, doce, macio...” - mas ele ou ela nunca
saberá de fato o que é comer um pêssego enquanto não morder um. Portanto, para
expandir nosso paradigma e despertar para uma vida, mas rica, precisamos de
novas experiências.
Quando foi a última vez que você provocou a própria mente?
Que você fez algo escandalosamente diferente?
Em Viagem a Ixtlan,
Carlos Castaneda descreve uma das lições de Don Juan: “Espreitar a si mesmo”.
Ou seja, estudar os próprios hábitos como se espreitasse uma presa, de modo a
se apanhar fazendo coisas habituais e então fazer algo totalmente novo.
De volta às velhas
perguntas: se só percebemos o que conhecemos, como iremos perceber algo novo?
Se é você quem faz, como poderá criar um novo você?
Quando
compreendemos que só conseguimos experimentar a vida dentro das fronteiras do
que já sabemos, torna-se óbvio que se quisermos ter uma vida mais abrangente e
mais rica, com mais oportunidades de crescimento, realizações e felicidade,
precisamos nos empurrar para frente, fazendo grandes perguntas, experimentando
novas emoções e armazenando mais dados em nossas redes neurais.
Nós criamos o nosso
mundo...
O resultado, pelo
menos para a ciência, é: Nós criamos o mundo que percebemos. Quando abro os
olhos e olho em torno, não vejo o “mundo”, mas o que meu equipamento sensorial
consegue perceber, o que meu sistema de crenças me permite ver, o que minhas
emoções desejam ou não ver.
Karl Pribram
revolucionou o modo de pensar o cérebro quando declarou que ele é
essencialmente holográfico: o processamento está espalhando por todo o cérebro
e, como num holograma, cada parte contém o todo. O Universo é essencialmente
holográfico e a única razão para sentirmos que estamos dentro da realidade, em
vez de apenas percebê-la, é o fato de nosso cérebro estabelecer uma conexão
holográfica com o que está lá fora. Portanto, nossa percepção não é processada
apenas no cérebro, ela se move para além dele para interagir com o que está lá
fora.
Mas
se a realidade é holográfica, é possível perceber isso de imediato? Nossos
sentidos são limitados; são cortadores de biscoito dando forma à realidade. Ao
passo que os exploradores da consciência relatam ser possível experimentar completamente
o mundo, todo o universo e um grão de areia, o que percebemos em nossos
sentidos é Maya, ilusão. Tudo depende do ponto de vista.
1.3
A ORIGEM DA INDIVIDUALIDADE
Em se tratando de um ser vivo existe nele a
capacidade de perceber o meio, percepção no qual está situado e com o qual
interage. A partir do momento em que a consciência se dualiza ela “esquece” que
é essencialmente una; não mais se dá conta de que o “eu”, os “eus” e todas as
coisas integram uma só essência. Sentindo-se divisionária a mente, em vez de
agir como unicidade, passa a agir como dualidade e por isso cobra a necessidade
de interações com tudo aquilo que é percebido. Em tal condição o ser deixa de
vivenciar a realidade única, unicidade e passa a vivenciar a realidade virtual,
multiplicidade, que é o mundo imanente.
Somente
a metafísica especula sobre o que está além daquele limite expresso pelo mundo
objetivo, mas ela se distancia muito do pensamento cartesiano adotado pela
ciência oficial. Para além do ponto inicial da criação não se pode usar
qualquer tipo de método científico, não se podem usar conceitos de geometria,
de física, de matemática ou coisas assim. O único meio de abordagem sobre a
transcendência é o da especulação metafísica e filosófica, portanto desde que nenhum
método experimental se presta para este fim qualquer afirmação sobre o que está
além do ponto adimensional da creação não pode ter respaldo científico,
exatamente por transcender os limites da experimentação, da análise objetiva.
A
Filosofia Homeopática fala de Psora Latente Conferindo a qualidade de uma forma
de angústia existencial, presente em todos os seres racionais, e quiçá nos
irracionais. Mas para se entender o que na verdade é a Psora Latente em nível
mental, se faz além do limite da própria creação e sendo assim não podemos
obedecer aos protocolos da ciência experimental.
Como
tudo tem uma origem única fora do mundo objetivo, podemos então dizer: a
angústia existencial tem origem no limite entre o mundo transcendente e o
imanente, portanto fora do mundo dialético, ou seja, fora do mundo objetivo.
Não adianta buscá-la em nível de organismo, e sim da própria existência do Ser.
A
Angústia Existencial atinge todos os seres. Para se entender, se faz deixar de
lado o aspecto científico de nível experimental e penetrar no especulativo. Mas
como a ciência experimental é totalmente ignorante no que tange à origem das
coisas existentes que constituem o Universo em geral e as condições mentais em
especial, isto nos leva a ter de usar premissas estabelecidas no campo da
metafísica, das doutrinas filosóficas e religiosas.
Houve
o surgimento de uma Luz no início dos tempos (tempo cronológico, tempo linear,
pois o tempo absoluto é eterno, portanto não tem início). No início deste
universo manifestou-se algo que a ciência chama de energia e as doutrinas
chamam de Luz. A ciência intitula de energia primordial existente num estado
chamado de singularidade é idêntico àquela condição que as doutrinas oriundas
do pensamento védico chamam de “Brahma”; as judaico-cristãs, de Deus Pai, e
assim por diante.
Temos
duas condições, os dois mundos, o transcendente e imanente. A transcendência é
o “nada quântico” que é considerado como sendo a Consciência Suprema, a
Consciência Cósmica, que por transcender o ponto de origem do mundo imanente é
considerada Una. Não existem duas consciências porque na transcendência Tudo é
Um.
A
Consciência Creadora gerou duas condições distintas em manifestação. Tudo
procede do Um, a primeira representa a consciência imponderável, e a segunda a
consciência-energia-estruturada em todas as coisas objetivas. Ambas as
condições são diferentes aspectos de manifestação de algo único que é a
consciência.
Qualquer
expressão de consciência somente pode ser detectável através de algo. A
Consciência Cósmica para se manifestar objetivamente necessitou criar as coisas
que constituem o Universo físico, e isto conforme o pensamento dos antigos
filósofos se fez sentir primariamente mediante os quatro elementos: Fogo, Água,
Ar e Terra.
Nesse processo fica evidente que a partir da
unicidade se estabeleceu a multiplicidade, gerando assim dois aspectos de
manifestações perceptivas da “existência Uma”. A primeira consiste em
percebê-la como natureza primordial, isto é, como unicidade – Unismo; e a
segunda, como descontinuidade – Dualismo, como uma “ilusória fragmentação do
Uno” (Ilusão Maya). A multiplicidade é a condição que predomina quase
totalmente na mente dos seres que integram o chamado “mundo Imanente”, a
creação.
A visão unista difere da dualista apenas no
que diz respeito à objetividade. No dualismo Deus se manifesta objetivamente
como polaridades, enquanto que no unismo como potenciais em que não há
polaridades, pois o que é uno não pode comportar polaridade alguma.
1.4 O HOMEM
TRANSDIMENCIONAL
O Homem como um ser transdimensional, pois
parte permanece no plano físico e parte permanece no plano espiritual. Como em
um iceberg, a maior porção está submersa e não pode ser vista no plano físico.
A porção física é temporária, perecível e
descartável (realidade humana temporária), utilizada como um instrumento que
possibilita ao Espírito transitar nesta dimensão, experimentando suas sensações
e aprendendo lições que o mundo de sensações tem a ensinar.
No plano espiritual, o Homem desencarnado,
que não carrega o corpo físico, sua constituição é de dupla natureza, sendo
parte material (derivada do fluído cósmico universal) e parte verdadeiramente
espiritual (derivada do princípio inteligente).
Quem transcende as dimensões é a porção
material do homem, sendo justamente nessa porção que identificamos os
mecanismos que manifestam o Espírito. É também através do estudo e compreensão
da porção material do homem, assim como a interferência de sua porção
imaterial, que entenderemos os seus distúrbios, para, então, chegarmos às
alternativas terapêuticas de auxílio e reequilíbrio do indivíduo.
Modelo Tiller- Einstein do
espaço/tempo positivo-negativo, descritos no livro Medicina Vibracional,
escrito pelo Dr. Richard Gerber. Nesse modelo o Dr. Willian Tiller, da
Universidade de Stanford (EUA), utilizou a fórmula de Einstein (E=m.c2)
acrescida de uma constante de proporcionalidade (equação de Einstein- Lorentz).
E = M C
(1 – V 2 / C2)
E = energia c = velocidade
da luz m = massa v = velocidade
(equação de Einstein –
Lorenentz)
Uma partícula acelerada à velocidade da luz
gasta uma energia absurdamente intensa maior até que em certo ponto, o aumento
de sua velocidade necessita de uma energia absolutamente intensa.
Para a matéria com velocidades inferior à da
luz, chamou de: espaço-tempo positivo. Seria a matéria do universo físico. Para
a matéria cujas partículas viajam a uma velocidade maior que a da luz, chamou
de: espaço-tempo
negativo, que comporiam a dimensão espiritual ou etérica.
Sobre essa teoria, poderíamos imaginar que,
da mesma forma que as partículas espaço-tempo positivas, ganhando velocidade,
se transformam em luz e depois passam as fronteiras entre o físico e o etérico,
na dimensão espaço-tempo negativa, poderíamos continuar acelerando a partícula
até que ela se tornasse luz espaço-tempo negativa, e novamente estivesse na
fronteira de uma próxima dimensão, mais energética e etérica ainda, e assim por
diante até onde puder nos levar a imaginação.
Na linha exata de transição entre essas duas
dimensões, está o duplo- etérico, porção composta pelas partículas mais lentas
da matéria espaço-tempo negativas, formadas pelo ectoplasma (matéria de
transição).
Na dimensão material, as porções mais
próximas do perispírito são os neurônios e os meridianos acupunturais mais
intimamente relacionados com o duplo- etérico. Já na dimensão espaço-tempo
negativo, encontramos como principais estruturas de ligação os nadis e os
chacras.
Ao conjunto formado pelo duplo- etérico e
seus canais de energia (chacras e nadis), meridianos acupunturais sistema
nervoso e também sistema endócrino, chamamos de interface física- etérica, ou
seja, a ponte transdimensional que ancora o verdadeiro EU ao seu corpo físico e
provisório, agindo como um canal de comunicação de energia nos dois sentidos.
Conhecer as leis que regem os canais de
energia, saber como o perispírito age sobre o corpo físico e como o corpo
físico pode influenciar o perispírito, são os caminhos que deverá seguir a
medicina do próximo milênio, partindo para a exploração da matéria
transdimensional, buscando as causas primárias dos distúrbios e descobrindo
formas de intervir e auxiliar de maneira mais eficaz.
Terapêuticas que agem sobre o organismo
físico, estão mais relacionadas ao tratamento meramente sintomático, que
procura aliviar os efeitos do distúrbio, sem intervir sobre a causa.
As terapias que buscam a restauração dos
fluxos energéticos, sua quantidade e qualidade, estão mais próximas da medicina
curativa. No entanto, só haverá fim para os desequilíbrios humanos, quando
passarmos a praticar a verdadeira medicina preventiva; e esta não age na porção
material do homem, mas na sua Alma.
Cirurgia, alopatia, homeopatia, acupuntura,
cromoterapia, etc. são formas de auxílio que agem em diversos pontos da porção
material do homem, seja ela espaço-tempo positivo ou negativo; mas a verdadeira
cura só ocorrerá quando deixar de existir a causa primária do distúrbio, ou
seja, a correção das patologias da Alma, dos sentimentos, das ações. O único
que pode operar essa cura é o próprio indivíduo, no exercício do livre-
arbítrio.
Toda a porção de matéria física é um simples
espelho do indivíduo, usado por ele para manifestar-se e interagir como mundo
onde vive. Não existe possibilidade de tratamento a base de química se não
houver um entendimento das ações, pensamentos e sentimentos gerados pelo
indivíduo não resultando na cura. A homeopatia atua no campo vibracional do
indivíduo, acelerando a força vital proporcionando a cura. As exonerações
mental, emocional, energética e conseqüentemente física é simplesmente a força
interna de cada um de nós (do Eu Superior) atuando na percepção verdadeira do
Ser.
1.5 INDIVIDUALIZAÇÃO
E PERSONIFICAÇÃO
Todas as condições
manifestas querem se tratem de estruturas físicas, quer de estados mentais, tem
uma origem única. Vamos considerar o que ocorreu com aquilo que chamam de
origem única, ou seja, a fragmentação do “Um”. As teorias científicas que dizem
respeito à fragmentação apenas se referem ao que ocorreu em termos de energia,
falam de como, a partir desta, se estruturam as galáxias, os sistemas
planetários. Quando estudam as reações dos seres, em particular as atividades
psíquicas, partem da premissa de que elas são formas de comportamento da
matéria. O que não se pode negar é que, seja qual for à reação mental, a
manifestação psíquica, ela em potencial, já estava naquele ponto primordial.
Mesmo que se considere a mente como algo inerente a uma das formas reacionais
da matéria, ainda assim é preciso que se aborde como a partir da unicidade ela
se fez sentir como multiplicidade. A ciência informa de como a energia se
expandiu e se estruturou fragmentariamente, como se estabeleceram as coisas
concretas, mas nada fala do que ocorreu no tocante à natureza abstrata da
creação.
A origem das emoções, dos sentimentos
e como não existe qualquer informe de natureza científica têm que apelar para
conceitos ensinados pelas doutrinas metafísicas tradicionais antigas. Lembramos
que a ciência oficial começa onde a metafísica termina e que esta não é
passível de comprovação experimental. A origem da angústia existencial, algo
que transcende ao âmbito da experimentação científica, então só podemos contar
com a lógica e os legados de sistemas filosóficos e metafísicos. Desde que a
causa primeira dos sofrimentos tem origem além do limite do mundo objetivo,
portanto fora do campo de atuação da ciência experimental, então não temos como
mostrar objetivamente o porquê da angústia existencial-Psora latente, a não ser
através de proposições metafísicas.
As manifestações dos miasmas são
passíveis de experimentação dentro de paradigmas científicos por situarem-se
nas reações estruturais do organismo, mas o mesmo não acontece em se tratando
da origem e desenvolvimento da angústia existencial.
Em nível de unicidade não é possível
haver o “eu” e o “tu”, pois tudo é coeso, o que não acontece em se considerando
à diversidade. “Desde o momento em que a consciência unida em um ponto único se
tornou parcialmente dividida pelo próprio processo da creação, de imediato
surgiu à possibilidade do estabelecimento do “eu”, do “tu”, dos “outros” e
“das” coisas”, isto é, a existência de fatores que podem se constituir ameaças
ao pretenso “eu” individual.
A Consciência Cósmica, no processo do
“ver a si mesma”, se projeta sob dois aspectos: um que consiste na creação de
“espelhos” para nele se refletir; coisas limitadas e fragmentárias que refletem
leis e princípios, ou seja, substratos nos quais ela se manifesta. O outro que
é a própria consciência essencial, dando conta de si mesma. Surge o observador
e o observado e assim tem lugar o início da individualização, ou seja, o se
sentir como algo diferente dos demais, e a personalização, que consiste no se
dar conta de si, o que equivale ao “eu sou eu”.
A individualização consiste do ser se
sentir distinto dos demais, mas sem que ele se dê conta disso. É uma reação na
qual basicamente se manifesta o instinto e não a razão. A partir de um
determinado ponto da escala biológica um animal tem individualização, mas não a
personificação. Mesmo que o ser possa viver em grupo ainda assim ele age como
unidade independente; luta, compete, lidera, mas não tem noção do “eu sou”. Por
outro lado, a personalização consiste no ser se dar conta de si mesmo, ter
noção do “eu sou”. É nesta fase que é constituído basicamente o “ego”. É uma
conseqüência direta da natureza descontínua do universo imanente; a
descontinuidade promove a separação daquilo que é em essência Uno.
É a partir da personificação que surge
o “ego” que na verdade se trata de algo que existe tão somente como uma
condição da mente. Graças a este elemento é que o “ter consciência de si” faz
com que o ser se sinta isolado de tudo e de todos; quando muito ele mantém
inter-relacionamentos com as supostas frações do Todo Uno. Nesta situação ele
sente a necessidade de provar a existência de um “si mesmo”, ou seja, lhe é
imperioso provar a sua existência através de pontos de referência fora de si, e
é isto o que faz se sentir cada vez mais separado da Unicidade. Mas é somente
quando ocorre o “se dá conta de si” como sendo um ser independente, que surge a
personalidade. Na verdade isto, em termo de Unismo, é uma ilusão, pois coisa
alguma está plenamente dissociada do Um Essencial. O próprio nome personalidade
deriva de persona que quer dizer máscara. Na verdade a personificação é uma
máscara por detrás da qual a face é sempre a mesma, portanto a rigor não
existindo separação alguma. O “eu” e o “tu” são apenas aspectos de manifestação
do “Um”. O viver no mundo imanente, em nível dualístico pode ser comparado com
um teatro cujo artista usa uma máscara para vivenciar um personagem que não é
ele próprio, portanto tratando-se de uma ilusão. O que é pior nisso tudo é que
ele acaba por acreditar que o personagem representado pela máscara é seu
verdadeiro “eu”.
A partir do momento em que o “eu” se
vê como um ser distinto, ele tenta se auto afirmar como tal, pois já não tem
mais a clareza de consciência para sentir que todos são “Um”. Mas por isso há
um elevado preço a ser pago, o ser se sente só, como tal ele tenta se proteger
dos demais de várias maneiras promovendo o fortalecimento e crescimento do
“ego”. Quando o ser toma consciência de si como “eu sou” ele se personifica, é
quando ele deixa de ser indivíduo para ser pessoa, ponto de surgimento do
“ego”.
A consciência por se manifestar
divisionariamente deixa de ser clara e ilimitada, para se tornar limitada e
opaca; deixa de sentir imortal, para se sentir mortal; deixa de se sentir como
Todo, para se sentir como parte; de se considerar um “eu”, para aceitar a
ilusão da existência de “os outros”. Por não ter mais toda a clareza de
consciência o ser crê pertencer a um mundo do qual ele sente-se como um “eu”
entre um incomensurável número de “outros”. Em tal condição, é natural que
ocorra a manifestação de um estado de “insegurança existencial” diante do que
ele sente a necessidade de estabelecer mecanismos de defesa para conservar a
integridade daquele “eu” de forma competitiva.
Não toda a Psicologia, mas algumas
linhas acreditam que o viver sem conflito é um estado de liberdade, não se
dando conta, porém de que este mundo dialético funciona num nível restrito, que
a liberdade na imanência é semelhante a um prisioneiro que adaptou à própria
cela, onde por um determinado tempo não percebe que está vivendo num nível
restrito, sendo por isso incapaz de assimilar a riqueza total de outras
experiências existenciais “interiores” e “exteriores”. São incontáveis os
mecanismos sociais, morais, familiares, econômicos, institucionais, etc. que
tem como objetivo fazer a pessoa viver bem através de uma cristalização do
“ego”.
O “ego” é algo que a pessoa acredita
ser a sua própria natureza pessoal, esquecendo que se trata de um amontoado de
conceitos individualizantes. A individualidade é o que há de mais marcante nas
pessoas a nível de mundo imanente. É o “ego” que separa que diferencia que
fragmenta, portanto afasta o indivíduo da sua natureza essencial “uma” que na
verdade está representada pela expressão: “Os altos afins da existência”. O
mais elevado fim da existência é aniquilação da dualidade, o pleno retorno à
origem, o que indica o passar da posição de egoísta para a de altruísta. Como
disse Jesus: “Amai a teu próximo como a ti mesmo”, cuja conotação é UNISTA.
Mesmo considerando o altruísmo, as religiões pregam o dualismo, pregam a
separação afastando a pessoa da Realidade Única, tirando-a do caminho da
libertação e orientando-a para o alvo da acomodação dualística.
É o estabelecimento do Princípio da
Descontinuidade a origem do sofrimento oriundo da insegurança existencial como
dualidade. O ser se sente desprotegido, vulnerável por todos os lados o que o
leva a tentar inúmeras formas de preservação, modos para proteger a
pseudo-idéia do “eu” individual, fortificando cada vez mais as qualidades que
caracterizam o “ego” ao preço da ampliação da angústia primária – angústia
existencial e da angústia secundária oriunda dos apegos.
1.6 O DOMÍNIO DA MENTE SOBRE A MATÉRIA
Tudo
O que somos é resultado do que pensamos. A mente é tudo. Nós nos tornamos
aquilo que pensamos.
Buda
Observe seu
estado mental.
Pendure um piano grande, de armário ou de
calda, a 1m de altura sobre seu pé.
Solte o piano
Observe seu estado mental.
Se você não for o Pica-Pau, o Patolino ou o
Coiote, seu estado mental será significativamente diferente. O que não é
surpresa, pois a matéria é sólida e substancial enquanto a mente é efêmera e
imaterial. Isto é certo?
O método científico é o mais objetivo
dos métodos humanos de investigação. Ele é absoluto, não está vinculado ao
gênero é uma ferramenta absolutamente poderosa de investigação da realidade nas
mãos de quem estiver disposta a utilizá-la.
O método científico é o seguinte:
pegue uma teoria, imagine um experimento que a teste, eliminando todas as
influências espúrias, execute o experimento se a teoria for contrária, procure
outra.
Acho que o interessante na física é
ela ser uma forma genuinamente nova e inovadora de tentar um entendimento com o
mundo. Penso que o método experimental, importante para a física, é muito
diferente do método da revelação ou do método da meditação.
Há cientistas tão preconceituosos como
seres humanos quanto qualquer pessoa. Há o método científico, criado
especificamente para minimizar a influência do preconceito. Isso é a ciência
propriamente dita.
Existe todo um domínio da física
chamado setor oculto, que nos é dado pela teoria das supercordas. Ele é um
mundo em si mesmo. Ele permeia esse espaço, nós andamos através dele. Em princípio,
podemos até vê-lo de forma difusa. Isso provavelmente é o que chamamos de
mente. Existem corpos-pensamentos que vivem lá como as criaturas físicas vivem
aqui.
AS MENSAGENS DA ÁGUA
O doutor Masaru Emoto fez um grande
sucesso com seu livro Mensagens oculto na água, que mostra fotografias
surpreendentes de cristais de água congelada depois de submetidos a estímulos
não físicos. Ele começou por expor os cristais de água à música – de Beethoven
a rock pesado – e fotografar os resultados. Depois de a música ter claramente
afetado o tamanho e a forma dos cristais, ele passou a trabalhar com a
consciência. Afinal a música cria um objeto físico que pode afetar as ondas de
matéria-som; mas, e os pensamentos?
O doutor Emoto põe nas garrafas de
água rótulos que expressam emoções e idéias humanas. “Algumas são positivas,
como “muito obrigado” e” Amor”. Outras são negativas, como “Você me enoja, vou
matá-lo.” Contrariando a sabedoria dominante na ciência, a água respondeu a
essas expressões, embora as palavras não tivessem criado uma ação física
mensurável. A água como mensagens positivas formou belos cristais, a com
mensagens negativas ficou feia e mal formada.
A resposta a essas fotografias foi
mundial. Como conseqüência, pesquisadores científicos estão em atividade,
repetindo o experimento. A réplica independente é parte integrante do método
científico.
O que une toda a humanidade, toda
forma de vida, é a água. De 70% a 90% de nossos corpos são de água. A
superfície do planeta é principalmente água. Em sua brilhante inspiração, o
doutor Emoto vai ao coração do elemento físico comum a todas as formas de vida.
Se a vida (nós) pode afetar o mundo físico, é natural que isso apareça na água.
Como se vê, há muito que a comunidade
científica deva considerar. As experiências não param. Os resultados estão
sendo publicados. O que queremos saber é: quão real é o domínio da mente sobre
a matéria? Se os pensamentos têm esse efeito sobre a água, imaginem o que podem
nos fazer.
Se o domínio da mente sobre a matéria
é um aspecto da realidade, e se com o exemplo do piano de que o domínio da
matéria sobre a mente também acontece, o que isso significa?
Mente sobre matéria, sobre mente,
sobre matéria de novo é outra hierarquia complexa, outro aspecto do universo. O
dualismo está impregnado nesses conceitos: sujeito/ objeto, dentro/ fora,
ciência/ espírito, consciência/ realidade. A visão do mundo apontada aqui mais
uma vez se infiltra em nossa linguagem e pensamento. Que tal a mente como
matéria e, portanto a matéria como mente?
Que tal a matéria como informação ou a
mente como informação?
Nesses momentos a atração sugestiva da
física quântica é quase irresistível. O fato de que a matéria acabe parecendo
informação prova que a mente é como a matéria? Bem, se não prova, parece
sugerir que essa visão está indo na direção correta.
Ela sugere isso tanto quanto um piano
cair sobre o seu pé, sugere dor; assim como os observadores (conscientes ou
não) afetam o que é observado; como as partículas conectadas em lados opostos
do universo sugerem um mundo que não é dual. Aliás, não só sugerem como provam.
O sonho de Newton de um universo dividido acabou, e, nesse espírito de ação
afirmativa positiva, a pergunta é: o que vamos fazer com isso?
A questão mais aflitiva para o
Espírito no Além é a Consciência do Tempo Perdido.
Chico
Xavier
Eu crio minha própria realidade ou sou
uma folha na tempestade? Sou a origem que determina os acontecimentos de minha
vida, ou ela está no final de uma corrente, determinada em um instante pelo big
bang?
Vimos como toda vez que saímos da cama
ou interagimos com o que está “lá fora”. O que é realidade? Eu crio minha própria realidade? Se o bom
senso diz que criamos alguns acontecimentos em nossa vida (o que vamos comer no
café –da – manhã, com quem vamos nos casar, qual carro vamos comprar), parece
certo exagero dizer que você tem alguma coisa a ver com o fato de aquela árvore
ter caído sobre aquele carro.
Na verdade, o conceito de que criamos
a realidade (afinal, ela é criada de alguma maneira – ela está aí!).
Eu crio você também cria, e o que
criamos é diferente, e aí?
As coincidências existem?
Uma criança que passa fome criou essa
situação?
E os desastres naturais?
Quem é o “eu” que está criando?
E essas perguntas por sua vez estão
ligadas aos conceitos de carma, ser transcendental, ressonâncias de freqüências
específicas, atitudes, responsabilidade pessoal, vitimização e poder.
Mas a questão final é: o lado do muro
em que você se situa com relação a esse conceito tem o maior impacto isolado
sobre a vida que você leva.
Toda fala, toda ação, todo
comportamento são flutuações da consciência. Toda a vida emerge e é mantida na
consciência. O universo inteiro é a expressão da consciência. A realidade do
universo é um oceano ilimitado de consciência em movimento.
Por mais útil que seja nas
circunstâncias do dia-a-dia afirmar que o mundo existe “lá fora”, independente
de nós, essa visão não pode mais ser mantida. Não somos somente observadores de
passagem no palco cósmico, formadores e criadores vivendo em um universo
participativo. Todos nós costumamos pensar que tudo o que nos cerca já é algo
que existe sem nossa interferência ou escolha. Precisamos realmente reconhecer
que até o mundo material ao nosso redor, as cadeiras, as mesas, as salas, o
tapete, tudo são apenas movimentos possíveis da consciência. E eu escolho a
cada momento entre esses movimentos para poder manifestar a minha experiência
concreta.
Não é a mente sobre a matéria; é mente
= matéria. A consciência não cria a realidade, consciência = realidade.
Pense nos dois lados do muro:
Consciência
Mente
Espírito
Ser transcendental
Deus
Realidade Física
Matéria
Ciência
Natureza
Coisas
Consciência é a irradiação do nosso
pensamento. Temos de meditar e atingir estados incomuns de consciência, antes
de nos tornarmos criadores de nossa própria realidade.
Tudo o que fazemos tudo o que
pensamos, todos os nossos planos se propagam e afetam o universo. No entanto, a
maior parte do universo não se incomoda com isso, razão pela qual nosso pequeno
pensamento individual não tem ação imediata e não muda o que vemos. Posso
imaginar que, se cada um de nós fosse tão poderoso que nossos menores desejos
se propagassem e afetasse o universo, nós nos destruiríamos quase
instantaneamente.
Pense nisso: Como está hoje nosso
Planeta?
Como está hoje nossa saúde?
Como vivemos? E o medo que nos rodeia?
E a busca incessante da felicidade ilusória? A busca desenfreada da beleza?
Amamos verdadeiramente sem posse?
A consciência e a energia criam a
natureza da realidade, e atitude é tudo.
Um estudo recente de dois físicos
Ellen Langer e Rebecca Levy em Harvard comparou a perda de memória em idosos de
culturas diferentes. Os americanos médios, cuja cultura teme a idade avançada e
sabe que com ela as capacidades diminuem, tiveram uma perda de memória
substancial (um dos fatores são a alimentação totalmente industrializada,
conservantes e outros elementos químicos, sem a presença de energia vital). Já
os chineses, cuja cultura valoriza muito a ancianidade, não só apresentaram uma
perda de memória muito pequena, como se saíram quase tão bem quanto os mais
jovens. Cada cultura produziu idosos compatíveis com a atitude predominante em
relação ao envelhecimento.
Há ainda os franceses, cuja cultura
aceita sem problemas os hábitos de beber vinho, fumar, comer doces, consumir
molhos que aumentam o colesterol. Eles envelhecem com saúde magros e felizes.
Foram realizados muitos estudos na tentativa de descobrir qual o segredo deles,
já que, de acordo com as teorias atuais, deveria haver uma ponte de safena para
cada loja de doces. Não se trata de um segredo: é a atitude. Eles adoram o que
comem e não sentem culpa por isso.
Como nossas atitudes estão codificadas
nas estruturas neurais, e o que é criado a partir daí. Emoções e Dependências.
Por que crio a realidade em que me encontro? Como usar conscientemente o
machado da criação? Enquanto escolhas e mudanças acompanham o movimento do
machado para ver o que acontece em nossa vida. A quem você deve escutar? Àquela
pessoa que na realidade você sempre escuta – você mesmo.
1.8 ANÁLISE
DO SOFRIMENTO
Buda ensinava que a única função da vida é a
luta pela vitória sobre o sofrimento, empenhar-se
em superá-lo deve ser a constante preocupação do homem.
Após tentá-lo mediante o ascetismo mais
austero e as disciplinas mais rígidas, o jovem Gautama afastou-se do monastério
com alguns candidatos desanimados e foi meditar calmamente, logrando a
Iluminação.
Estabeleceu a teoria do ‘caminho do
meio’ para alcançar a paz. Nem mais a austeridade cruel, nem as dissipações
comuns, mas o equilíbrio da meditação.
Voltou-se então para a libertação dos
homens e estabeleceu as quatro Nobres Verdades: o sofrimento, suas origens, a
cessação do sofrimento e os caminhos para a libertação do sofrimento.
Segundo as suas reflexões, o
sofrimento se apresenta sob três formas diferentes: o sofrimento do sofrimento;
o sofrimento da impermanência e o sofrimento resultante dos condicionamentos.
O sofrimento do sofrimento é resultado
das aflições que ele mesmo proporciona.
A dor macera os sentimentos,
desencoraja as estruturas psicológicas frágeis, infelicita, leva as conclusões
falsas e estimula os estados de exaltação emocional ou de depressão conforme a
estrutura íntima de cada vítima.
Apresenta-se sob dois aspectos: físico
e mental, na imensa área das patologias geradoras de doenças. Nesse caso, o
sofrimento é como uma doença e resultado dela.
As doenças, porém, são inevitáveis na
existência humana, em razão da constituição molecular do corpo, dos fenômenos
biológicos a que está sujeito nas suas incessantes transformações.
A abrangência da ação da matéria sobre
o espírito particularmente nos estágios mais primitivos enseja sofrimentos
constantes face às doenças físicas contínuas e às distonias mentais freqüentes.
À semelhança do buril agindo sobre a
pedra bruta e lapidando-a, as doenças são mecanismos buriladores para a alma
despertar as suas potencialidades e brilhar além do vaso orgânico que a
encarcera.
Nessa área, a ciência médica alcançou
um elevado patamar do conhecimento, debelando antigas enfermidades que
dizimavam milhões de existências e alucinavam multidões.
A lucidez do diagnóstico, a
habilidade cirúrgica, a farmacopéia rica e as diversas terapias alternativas têm
contribuído com um grande contingente de socorro para atender os enfermos.
Embora os surtos periódicos de antigos males e o surgimento de outros que a imprevidência gera, essa conquista
expressiva contribui para que tal sofrimento seja atenuado.
Na área das psicopatologias a visão
humana é hoje mais benigna do que no passado, considerando o enfermo mental um
ser humano, e como tal prossegue, ainda que momentaneamente tenha perdido a
identidade, o equilíbrio, com o direito de receber assistência, oportunidade a
amor.
Multiplicaram-se, lamentavelmente,
porém, os distúrbios existenciais, comportamentais, na área psicológica,
nascendo à chamada geração neurótica perdida no mare magnum das
vítimas do sexo em desalinho, das drogas alucinantes, da violência e
agressividade urbanas, do cinismo desafiador.
Os avanços tecnológicos não bloquearam
os corredores do desespero; a cultura hedonista, fria em relação aos valores
morais, e as guerras contínuas fomentaram o medo, a insatisfação, o desespero,
as fugas emocionais.
A juventude insegura tornou-se a
grande vítima a um passo da depressão, da loucura, do suicídio.
Ao lado das diversificadas patologias
desesperadoras do momento os fenômenos psicológicos de desequilíbrio
alastram-se incontroláveis.
O Ser Humano passou a sofrer o efeito
desses sofrimentos que se generalizaram.
A doença, todavia, é resultado do
desequilíbrio energético do corpo em razão da fragilidade emocional do espírito que o aciona. Os vírus, as
bactérias e os demais microorganismos devastadores não são os responsáveis pela
presença da doença, porquanto eles se nutrem das células quando se instalam nas
áreas em que a energia se debilita.
Causam fraqueza física e mental, favorecendo o surgimento da doença, por falta
da restauração da energia mantenedora da saúde. Os medicamentos matam os
invasores, mas não restituem o equilíbrio como se deseja, se a fonte
conservadora não irradia a força que sustenta o corpo.
Momentaneamente, com a morte dos
micróbios, a pessoa parece recuperada, ressurgindo, porém, a situação, em outro
quadro patológico mais tarde.
A conduta moral e mental dos homens, quando cultiva as emoções da
irritabilidade, do ódio, do ciúme, do rancor, das dissipações, impregna o
organismo, o sistema nervoso, com vibrações deletérias que bloqueiam áreas por
onde se espraia a energia saudável,
abrindo campo para a instalação das enfermidades, graças à proliferação dos
agentes viróticos degenerativos que ali se instalam.
Quase sempre as terapias tradicionais removem
os sintomas sem alcançarem as causas profundas das enfermidades.
A cura sempre provém da força da
própria vida, quando canalizada corretamente.
As tensões físicas, mentais e
emocionais são, igualmente, responsáveis pelas doenças – sofrimento que gera
sofrimento.
O homem, desde as suas origens
sociais, aprende a ter medo, a conservar mágoas, a desequilibrar-se por
acontecimentos de somenos
importância, desarticulando o seu sistema energético. Passa de um aborrecimento
para outro, cultivando vírus emocionais
que facultam a instalação dos outros, degenerativos, responsáveis pelo
agravamento das suas doenças.
Os condicionamentos, as idéias
pessimistas, as crenças absurdas, as ações vexatórias são responsáveis pelas tensões
que levam à desarmonia.
Evitando essas cargas, o sistema
energético-imunológico liberará de doenças o indivíduo, e a sua vida mudará,
passando a melhorar o seu estado de saúde.
As causas profundas das doenças,
portanto, estão no indivíduo mesmo, que se deve auto-examinar, autoconhecer-se
a fim de liberar-se desse tipo de sofrimento.
De imediato há o prazer que gera
sofrimento.
O cotidiano demonstra que a busca
insaciável do prazer constitui um tormento que aflige sem compensação. Quando
se tem a oportunidade de fruí-lo, constata-se que o preço pago foi muito alto e
a sensação conseguida não recebeu retribuição correspondente.
Ademais, há aquisições que
proporcionam prazer em um momento para logo se transformarem em dores acerbas.
E o responsável por esse resultado é a ilusão. A maioria dos sofrimentos
decorre da forma incorreta por que a vida é encarada. Na sua transitoriedade,
os valores reais transcendem ao aspecto e à motivação que geram prazer.
Esse é o sofrimento da impermanência
das coisas terrenas. Esfumam-se como palha ao fogo, atiçado pelo vento, logo se
transformando em cinza flutuando no ar.
Para conseguir desfrutar de
determinado prazer o indivíduo investe além das possibilidades, constatando,
depois, quantas dificuldades têm a enfrentar para manter essa conquista. A luta
para possuir um automóvel último modelo expõe-no a compromissos pesados para o
futuro. A imaginação estimula-o com a ilusão da posse para averiguar, passado o
prazer, que não têm condições para preservar o veículo adquirido, ou os móveis,
ou a residência, enfim, tudo quanto é impermanente e brilha com atração apenas
por um dia...
Medidas as possibilidades sem
sacrifícios, é factível constatar até onde pode aventurar-se, sem os riscos de
sofrer dores e arrependimentos tardios.
Essa visão correta, realista, que se
adquire da existência, emoldura-a de harmonia. No entanto, a fantasia
injustificada responde pelo choque inevitável com a realidade.
Certamente, a cautela nas decisões não
se pode converter em medo de agir, em cultivo de pessimismo para o futuro. É a
ambição irrefreada, a precipitação, a falta de controle, que abrem espaços
emocionais para o prazer que gera dor.
Aí estão os vícios sociais e morais
estiolando vidas, produzindo a lassidão dos sentidos e, a médio, curto ou longo
prazo conduzindo à loucura, não autocídio. São alguns deles o inocente cigarro
de exibição no grupo social como afirmações da personalidade, eliminação de
tabu, respondendo por graves problemas respiratórios, cânceres, enfisemas
pulmonares; o prazer etílico gerador de ressacas tormentosas, cirroses
hepáticas, úlceras gástricas e duodenais, distúrbios intestinais e outros, além
das alucinações que levam à violência, à depressão, à destruição de outra vida
e tudo quanto é caro, precioso, com resultados funestos; as drogas, que
escravizam, iniciando-se as dependências nas primeiras tentativas que parecem
proporcionar prazer, estimulando à alegria, a coragem, a realização, vitórias
fugidias sobre os fortes conflitos psicológicos, logo se convertendo em desgraças,
às vezes, irremediáveis...
O engano de considerar-se invencível,
superior, provando o desconhecimento da fragilidade e da impermanência do
conjunto que o constitui, especialmente de seu corpo, faculta, ao ser, prazer
mentiroso, que o desperta sob grande sofrimento.
Ninguém escapa às conjunturas que
constituem a vida. Programada de forma a educar e fortalecer, seus aprendizes
não a podem burlar indefinidamente.
Enfrentar as vicissitudes e superar os
valores indicativos de prosperidade, de prazer injustificável, eis como
poupar-se ao sofrimento. É certo que um número significativo de prazeres se
apresenta, sem riscos de converter-se em fator afligente.
O sofrimento, portanto, quando se tem
dele consciência, é facilmente evitável.
O sofrimento resultante do
condicionamento abarca a educação incorreta, a convivência social pouco
saudável, que propiciam agregados físicos e mentais contaminados.
A escala de valores, para muitos
indivíduos, apresenta-se invertida, tendo por base o imediato, o arriscado, o vulgar
e o promíscuo, o poder transitório, a força, com relevantes para a vida. Os
seus agregados, sob altas cargas de contaminação, produzem sofrimentos físicos
e mentais duradouros.
As festas ruidosas atraem a atenção,
as companhias jovens e irresponsáveis despertam interesse, as conversações
chulas produzem galhofa, que são satisfações de um momento, responsáveis por
sofrimentos de largo porte.
Ao mesmo tempo, a contaminação
psíquica e física, derivada dos condicionamentos doentios dos grupos sociais e
dos indivíduos, promove sofrimentos, que poderiam ser evitados.
A irradiação mórbida de uma pessoa
enviando à outra energia negativa termina por contaminá-la, caso esta não
possua fatores defensivos, reagentes, que procedem da sua conduta mental e
moral edificante.
O homem vive na Terra sob a ação de medos: da
doença, da pobreza, da solidão, do desamor, do insucesso, da morte. Essa
conduta é resultado de seu despreparo para os fenômenos normais da existência,
que deve encarar como processo da evolução.
Herdeiro da própria consciência é
também legatário dos atavismos sociais, dos hábitos enfermos, dentre os quais
se destacam esses pavores que resultam das superstições, desinformações e
ilusões ancestrais, formando os condicionamentos perturbadores.
Absorvendo e impregnando-se desses
fatores negativos, os sofrimentos apresentam-se inevitáveis, produzindo
distúrbios psicológicos, mentais e físicos por somatização automática.
A educação calçada nos valores
ético-morais, não-castradora, que estimule a consciência do dever e da
responsabilidade do indivíduo para com ele próprio, para com o seu próximo e
para com a vida, equipa-o de saúde emocional e valor espiritual para o trânsito
equilibrado pela existência física. Esse conhecimento prepara-o para que saiba
selecionar o que lhe é útil e saudável, ajudando-o no crescimento interior para
a sua realização pessoal. Enquanto este discernimento não se transformar em
força canalizadora para o seu bem, o indivíduo experimentará o sofrimento
resultante do condicionamento, que lhe davém dos agregados físicos e mentais
contaminados.
CAPÍTULO 2
2.1 O HOMEM DE CABEÇA PARA BAIXO
Comecemos pelo subsolo abaixo das rochas. Aí está o rio da vida que
corre por todos os terrenos e penetra em todas as mentes: é a alma – A Memória
Divina. Esta memória divina torna-se ânima
e cria a vida a partir do momento em que ela penetra no ser na primeira
inspiração. Como anima ela se confunde com a força vital ao misturar-se com a
energia física do ar nos pulmões da criança. Ao penetrar concomitantemente nas
glândulas pineal, hipófise e timo ela faz um circuito de armazenamento das
informações Cósmicas e do próprio parto e então a semente da personalidade está
devidamente embrionada.
O restante dos fenômenos é jogo de circunstâncias, entrelaçamento de
forças, desdobrar de energia... A Alma é nossa dimensão divina e estando
enferma sua terapêutica será a fé. Com o contato da nossa razão com a nossa
alma através do inconsciente.
Acima do nível da água estão as rochas. Elas são quatro: O Instinto, À
vontade, A Razão e a crença. Formam a Base da Personalidade e poderemos também
denominá-las de Id, Ego, Superego e Self, respectivamente. Essas rochas começam
a se formar a partir do sofrimento primitivo registrado no sistema nervoso do
feto antes e durante o nascimento e completam-se fechando o primeiro ciclo aos
sete anos de vida.
Até aí a criança viveu e ao viver o embrião divino plantado no eixo Timo
- Pineal lançou suas raízes em direção à Psique ou Terreno Mental, e seu caule
em direção à soma, ou corpo físico. Apesar de termos um corpo e uma mente
formados aos sete anos, muito pouco foi particularmente ou exclusivamente
decisão ou participação dele. Para mim o indivíduo começa a existir aos sete
anos. Até lá só uma promessa de gente ganhando e armazenando memória,
hereditariedade, energia, agressão, medo, afeto etc. Mas então quem tomou as
decisões nesse primeiro estágio do desenvolvimento da personalidade? Certamente
toda a configuração de informações contidas nas glândulas endócrinas e no
movimento vibratório da molécula espiralada do DNA e RNA. Isto é todas as
decisões foram inconscientes.
Cada Rocha configura um campo magnético na formação de cada raiz
espiralada em uma determinada fase do desenvolvimento pessoal. O Instinto
corresponde ao Id que seria nossa percepção sensorial e concreta de nós mesmos
e do mundo, é, portanto a primeira rocha a ser formada. O campo magnético dessa
rocha configura a raiz dual da Bondade/Maldade, da Agressão/Fuga. É a fase de
intensa participação e engajamento materno. Se a pessoa permanece muito tempo
na polaridade negativa essa raiz passa a ser vertente da Enfermidade Crônica
Psicossomática chamada pela Homeopatia de Luetismo.
A rocha da vontade corresponde ao Ego que seria a nossa percepção
afetiva de nós mesmos e do mundo, e é a segunda rocha a ser formada. O campo
magnético da rocha configura a raiz dual da Ansiedade/Serenidade, do
Medo/Confiança. Na polaridade negativa ela canaliza a Enfermidade Crônica
Psicossomática chamada pela Homeopatia de Psora.
A Rocha da razão corresponde ao Superego que seria a nossa percepção
racional e abstrata de nós mesmos e do mundo, e é a terceira rocha a ser
formada. Neste estágio do desenvolvimento infantil a responsabilidade maior é
do pai ou da mente masculina. Seu campo magnético configura a polaridade
Orgulho/Humildade ou Desconfiança/Confiança. Esta raiz é imantada pela
enfermidade crônica psicossomática denominada na Homeopatia de Sicose.
Chegamos agora na crença que na verdade é o cimento entre as rochas,
estabilizando os alicerces da personalidade e por isso corresponde ao Self que
é a nossa percepção intuitiva da nossa modelagem existencial. Vamos dizer que a
Crença e o Self correspondem à noção muito íntima do todo em nós mesmos e da nossa
participação nele. O contrário disso é o apego a qualquer dos outros três
estágios. Se há crença a personalidade é estável, se não haverá um processo
ansioso de busca dessa estabilidade, pois que sempre estará presente uma
sensação de abandono, de medo, de culpa. Talvez esse seja o “Pecado Original”
de todos nós. Cair no apego de uma ou outra face de nossa personalidade e
perder o elo com a totalidade. A formação do Self se dá dos sete aos quatorze
anos, quando o jovem entra em meditações naturais e espontâneas, que nós
simploriamente denominamos de “Jovens Desligados”.
Onde no Ser vivo estará presente esta noção de totalidade? Na memória
vibratória do DNA/RNA. Pois são essas moléculas que gerenciam tudo segundo um
padrão de formação. Aqui começa a busca mitológica do Graal o Cálice do Sangue
Sagrado onde contém toda a nossa história dos antepassados e do presente.
A Memória Divina pode trazer o registro de suas vidas passadas. É uma
busca intuitiva de cada um. Cabe a cada um de nós verificarmos a correspondência
com sua verdade interna e dar liberdade aos outros para que também o façam.
Enquanto as raízes cresceram nos planos mentais, o caule (corpo humano) cresceu
no plano físico. Toda a informação da glândula timo foi transferida para as
células do corpo através do sangue bombeado pelo coração.
Aos sete anos o timo está diminuto, mas dá a cada um de nós a noção
mecânica e automática do “EU”. Quando falamos essa palavra e instintivamente
colocamos nossa mão em cima do peito, pronunciando a palavra “EU”. A captação
das informações foi feita, e resta ao caule somente crescer, desenvolver e
aumentar o número de células.
A cada raiz mental corresponderá um galho maior da árvore. Os galhos
menores serão formados por agrupamentos de doenças. Nossa árvore terá cerca de
três mil galhos, se tornarmos como referência todas as doenças cadastradas pela
Organização Mundial de Saúde, é lógico que uma pessoa terá somente alguns
galhos doentes.
À medida que somos vítimas de sintomas mentais escravizantes, como o
medo, desconfiança, culpa ou muitos outros, as raízes deverão drenar o campo
alterado de energia para os galhos e suas células correspondentes. A cada grupo
de sintomas psíquicos escravizantes estabelece um grupo de sintomas físicos
persistentes particulares modelando uma das três enfermidades crônicas.
Psora, Sicose e Luetismo, somente curadas por um medicamento energizado
de vibração maior e semelhante àquela enfermidade: o Medicamento Homeopático.
Quando cortamos os galhos com intervenções químicas ou cirúrgicas
provocamos o efeito da supressão dos sintomas físicos cuja energia negativa
será recolhida nas raízes mentais ou será drenada para outros planos orgânicos
mais profundos.
Estamos juntos agora num momento mágico. Você vai ter que tomar algumas
decisões. Você vai nascer..., seu coração palpita, o útero contrai lhe
empurrando para fora, a placenta lhe sustenta, a bolsa rompe. Chega o momento
Crucial o momento de conhecer a Cruz da Vida.
Cruz é Sabedoria, é Vida é o Ser na sua Dimensão Universal!
Agora é sua primeira decisão: receber o sopro da Vida que entrará pelas
suas narinas. Você decide viver e chora quando o ar entra em seus pulmões. É a Primeira
Dor.
Primo Sofrimento que é registrado no Sistema Nervoso Autônomo.
Segunda Decisão Inconsciente: “Perda do Útero cortando o cordão umbilical.” Ganhou
a vida, mas Perdeu a proteção uterina registrado no Sistema Nervoso
Autônomo.
Ganhar e Perder torna-se
a primeira lição da vida. O braço Horizontal da Cruz.
O Perder tem o significado altruístico do Desapego total em relação à
Vida, colocando a personalidade em contato direto com sua Mente Intuitiva.
Assumir a perda é assumir a crença na Personalidade-Alma. Perder significa,
portanto, entregar tudo de si. “EU NÃO PERCO EU ENTREGO”.
A busca inconsciente do reconhecimento os recém-nascidos que vão para o
berçário buscarão por muitos anos o reconhecimento da mãe. “Você gosta de mim”?
Você me quer?
“Você tem que me amar.” Ser reconhecido recebendo o abraço e o olhar da
mãe é a terceira decisão inconsciente.
A quarta etapa vem o choro pedindo alimento. É uma decisão importante do
sistema nervoso. Para ter o alimento é preciso gritar, chorar, clamar.
Sobreviver na busca do alimento é a quarta decisão inconsciente que você toma.
Ser e Ter é o braço vertical da Cruz da Vida.
Entre o Ser e o Ter e o Ganhar e o Perder identificam-se os alicerces da
Personalidade. Em cada pessoa haverá uma maneira diferente de fazê-lo com
critérios próprios, com uma ansiedade básica.
Esta ansiedade evoluiu para um grau maior o MEDO.
O Sistema Imunológico não é um sistema de defesa. Sua ação é ampla no
organismo gerenciando toda a produção de células e, também atua por mecanismo
não bioquímico e até por ações puramente energéticas com produção de calor ou
frio. Sua sensibilidade é tão grande que participa da programação molecular
dentro das células. Tem intensa relação com a estrutura e o padrão psíquico de
cada indivíduo. Como um radar, o sistema imunológico rastreia o campo magnético e acusa a presença de agressões
psíquicas e físicas, mas também dá a qualidade do terreno, da herança, da
nutrição, do campo emocional de cada um. Para um trabalho tão sensível, tal
sistema não poderia ser rústico com ações simplesmente celulares e bioquímicas.
O Sistema Imunológico é também de estrutura imaterial, tem forte relação
com a força vital e até se confunde com ela, governando automaticamente toda a
homeostase.
Medo e Sistema Imunológico são co-geradores de muitas reações
inflamatórias.
O Primo Sofrimento agora arquivado no Sistema Nervoso impõe um tipo de
onda energética que se irradiará pelo Tempo e Espaço, pela vida afora e pelo
organismo todo.
Com a qualidade de sofrimento já definido no inconsciente do Bebê,
surgirão as manifestações de ódio pertinentes.
1-
Medo
2-
Defesa
3-
Ataque/Fuga
Todo esse conjunto Psíquico Reacional atingirá a Força Vital e será
captado pelo Sistema Imunológico.
Três Síndromes Psicossomáticas: Psora, Sicose e Luetismo.
No Bebê, o toque estimula o sistema imunológico. Se a criança não tenha
sido tocada adequadamente no primeiro mês de vida, terá um comportamento
instintivo defeituoso, que na Personalidade gerará ausência de auto-estima,
dificuldade de raciocínio, inquietude e busca incessante de emoções e prazeres
compensatórios, com forte sentimento de culpa. Marcando a Personalidade com
impulsos agressivos de ataque e fuga. Não medirá conseqüência para seus atos.
Sua frase: “Eu não devia ter nascido!”.
Com dois anos, o Bebê, já tem noção de sua individualidade. Já diz
“EU-VOCÊ” e sabe o que está dizendo. Terá consciência dos elogios e de suas
rejeições. Um EGO mal formado nesses dois primeiros anos é como nós no tronco
da árvore, gerando auto-estima baixa. Manifestará seu ódio através das
reações de medo. Será indeciso na vida, vai querer experimentar tudo e não se
decidirá por nada. Pedirá as opiniões dos demais. Sua frase: Porque Nasci.
O Super Ego se completa aos sete anos. A presença do Pai é mais
importante
que a da Mãe. Toda a formação do juízo, da noção de dever e
responsabilidade, será melhor compreendida se a fonte for paterna. Noção
social, da justiça, do heroísmo, dos direitos e deveres, enfim do Macrocósmico,
estruturarão a Mente Racional. Caso o Pai seja um grande ausente e a mãe não o
substitua, a tendência será defender-se da sociedade competitiva desenvolvendo
auto-estima exagerada para compensar suas frustrações, sendo que manifestará
seu ódio através da desconfiança de tudo e de todos. Tornar-se-á orgulhoso,
altivo, desconfiado, perfeccionista, introvertido, obstinado e cheio de
defesas. Sua frase: “Hei de Vencer! (mesmo que a custa dos demais)”.
O Id é a nossa relação instintiva com a vida. O tato, o paladar, a
audição, o olfato e a visão são instrumentos dessa percepção objetiva, concreta
do mundo à nossa volta. Através deles temos prazer ou desprazer nos contatos
conosco mesmo e com o ambiente, sentimos as agressões, percebemos o seio bom e
o seio mau, reagindo a esse meio. Caso ocorram interferências negativas, devido
à própria predisposição familiar dessa criança, teremos consolidado marcas na
formação da personalidade. Essas
Marcas são manchas, sulcos, caminhos,
como baixo relevo marcado numa folha de papel que ficou embaixo da outra onde
escrevemos algo. Se pulverizarmos aquela folha com um pó colorido saberemos
exatamente o que foi escrito. A criança já traz no seu código neurogenético às
marcas dos pais, que ao serem estimuladas por fatores ambientais e emocionais
ativarão a junção de elos ou ganchos como vagões de trem que vai partir.
Vamos supor que a mãe conseguiu engravidar quatro anos após o casamento
através de um tratamento endócrino, pois sofria de hipotireoidismo (tireóide
preguiçosa). Essa doença não lesiona nenhum órgão na mãe, mas todas as suas
células ficam preguiçosas e o cérebro, o coração, os músculos, o intestino. O
doente fica reprimido, melancólico e carente. Muitas vezes indiferente a tudo.
Muito bem, ela faz o tratamento, seus ovários funcionam melhor e a gravidez acontece
sob a ação de medicamentos químicos que ela continua tomando durante toda a
gestação, principalmente o iodo. Por isso vem o parto antes do tempo, no oitavo
mês, e a criança nasce azulada com forte sofrimento respiratório com muita
dificuldade de inspirar o ar. Vai para o berçário sem que a mãe o reconheça.
Após vinte e quatro horas do parto (quando então perdeu o útero) é reconhecido.
Recebe o seio, mas o seio não é bom. Racha, dói, e a mãe depois de quinze dias
toma anticoncepcional secando o leite. Vai para a faculdade estudar e a criança
passa a ser cuidada pela tia. O seio passa a ser a mamadeira e a mãe fica sendo
a tia durante o dia. À noite a mãe verdadeira assume os cuidados. Quem é a mãe?
A criança vai crescendo aprendendo a satisfazer seu apetite, pois que a fonte
de sua vida não está personalizada e ele só vai conseguir identificar a
mamadeira. Entre ele e a mamadeira passa a existir então uma relação vital e
emocional. O berço é seu refúgio. O colo uma fantasia. Forma-se o Id guloso,
fantasioso, e agressivo. Um Id sem mãe. Um pequeno monstrinho. A mãe continua
estudando. Aos dois anos de idade o garoto ainda não formou seu Ego. A mãe não
o forjou e a chance de estruturar sua afetividade é perdida. A partir dos sete
anos de idade começa a receber responsabilidades escolares cada vez mais
intensas. Sente dificuldade, mas o Pai é bravo. A cobrança vem dura. Repete
dois anos escolares por dificuldade de aprendizagem. É estudioso, seu superego
foi bem moldado nos padrões conservadores. Aos quinze anos completamente
obesos, com o Ego diminuído, e o Id e Superego desenvolvidos, temos um jovem
frio e instintivo, fantasioso e calculista, sádico e forte. Diz, perigosamente
com um sorriso nos lábios- “Hoje sou mais forte que meu pai!”. Suas doenças?
Com a Mente Concreta e a Racional predominando, mais a Concreta, este jovem
desenvolverá as raízes do miasma Luético (sifilinismo) e sicótico. Poderá
desenvolver doenças com destruição celular e com hipertrofia celular. Eplepsia
e verrugas, por exemplo. Ou então,
abcessos ou furúnculos e cólicas intestinais. Catarros respiratórios e
adenóides. Num grau maior de
desequilíbrio fará tumores no intestino e úlcera no estômago. Poderá um dia
calculadamente matar a sangue frio – seu patrão que não quis lhe dar um aumento.
O desequilíbrio na Mente Concreta manifesta o Luetismo? Entre o Ter e o
não Ter emoções, sensações, prazer, contentamento, satisfação, a força vital
vibra em direção à mãe-terra, para baixo, para o estômago, intestino e
genitais, para o Sul, entre 18 e 24 h. A personalidade personalizada nesse jogo
sensorial torna-se instintiva, e quando ocorrem frustrações a força vital
poderá romper com seu referencial gravitacional, com a mãe, com a Terra, e os
átomos e as moléculas dos elementos químicos perderão suas ligações magnéticas.
Nessas pessoas existe o desejo de morrer ou de matar quando, por exemplo, são
frustradas nos seus hiper desejos. Da paixão passam facilmente para a
destruição.
Como vai se dar a relação Mente
Racional/ Sicose?
A Hipertrofia da razão desencadeia a ganância do poder em tudo: no campo
intelectual, financeiro e político. A razão lança uma rede de normas
burocráticas, de regulamentos defensivos, de perfeccionismos exagerados até
controlar tudo. A força vital vibra em direção Anti-Terra para o alto, para o
céu, para o Norte, entre 24 horas e 6 horas. Basicamente o jogo é ser ou não
ser reconhecido. À medida que o ser reconhecido vai aumentando, a força vital
aumenta sua vibração sugando energia dos demais, da natureza e de si mesmo. Os
átomos e moléculas entram em euforia vibratória e as células crescem
exageradamente. É o Hulk, que sofre um tremendo estímulo energético fazendo
crescer seu corpo. Um exemplo natural disso é o “cipó mata – pau, um cipó de
uma figueira (sycos vem de ficos) comum no Pantanal Mato-grossense, que
gananciosamente mata a árvore, sufocando-a com uma rede de braços
entrelaçados”. Quando a árvore o tomba já escolheu outra para lançar seus
ramos. É um cipó canceroso, e pela lei da semelhança deve curar algumas pessoas
de Mente gananciosa com câncer ou não.
O afetivo (ego/psora) joga entre o ganhar e o perder afeto. A força
vital vibra na direção leste-oeste, entre o nascer e o pôr do sol. O sol nasce
e ele pergunta? O que vou ganhar hoje? O sol se põe e ele afirma: - Quanta coisa
acho que perdi hoje! È um carente insatisfeito, sempre abandonado, inseguro.
Alegre e logo triste. Confiante e logo covarde. O afetivo vai rastreando os 360
graus do horizonte em busca de um ponto de apoio, de um farol que o ilumine.
Busca muitos lugares ao mesmo tempo. A força vital vibra na direção do
horizonte e os átomos e as moléculas ficam meios estacionados, meio letárgicos
e conseqüentemente as células trabalham menos, sem, no entanto perderem suas
funções. A vibração horizontal da força vital é uma vibração pouco aumentada,
pouco diminuída e, portanto variável no seu ritmo.
Se juntarmos o “sofrimento primitivo” com a “qualidade da maternagem”
mais o “terreno biológico”, teremos sem dúvida o Protótipo da Personalidade
daquele bebê e, em conseqüência, o padrão psicossomático da sua Força Vital
(Sistema nervoso Autônomo & Sistema Imunológico).
Bem antes de a nossa arvorezinha crescer, entra em cena o poder de
arbítrio do inconsciente infantil, que nada tem de infantil. Esse inconsciente
está fortemente ligado a outra camada do terreno, uma camada mais profunda, que
é o Inconsciente coletivo. Essa estrutura mental é sem sombra de dúvida a
própria Alma Humana, e que quando reencarnamos trazemos todas as
características de nossas outras vidas que ficam registradas no nosso DNA que
mais tarde, afloram em comportamentos ou tendências. A Homeopatia trabalha no
sentido de aprimorar o relacionamento consigo mesmo, equilibrando nossos
comportamentos e atitudes rumo à evolução.
2.2
ÁREA AFETIVA
Tudo
aquilo que se percebe, se sente; todas as emoções, assim como as reações
mentais, se externam através de atitudes, e estas são provocadas por estímulos
que muitas vezes tem causa exterior, que eles podem nascer do imo pessoal. Nem
sempre um estímulo está associado a uma causa exterior, muitas vezes ele nasce
no próprio ser como resultados de associações mentais com estados vivenciados
antes, nesta vida ou em outra.
Não há efeito sem causa, qualquer que seja a
reação tem alguma razão para se fazer sentir, a causa pode se situar num limiar
muito abaixo da capacidade da pessoa identificar sua origem. Por muitas razões,
ter a percepção objetiva ou subjetiva da causa determinante. Em maior grau
acontece com a angústia existencial. Ela é tão sutil e tão distanciada de nível
do “se dar conta” que nenhum sistema psicanalítico é capaz de fazer a pessoa
identificar a origem. Neste caso falham todos os meios oferecidos pela
medicina. Somente através de processos de interiorização, alguns métodos de Ioga
e estados de expansão da consciência, é possível a pessoa se dar conta de
muitos estados de angústia.
Como já mencionei anteriormente, nós nos
dividimos e criamos o Ego. Criamos então a dualidade. Deus fora de mim, tendo
portando a visão de dificuldade, medo insegurança, tristeza, angústia, dúvida,
preconceito, crenças do que é certo e errado, julgamentos, críticas,
condenações e uma série de confusões em que a sociedade que também criamos nos
impões como devemos agir, pensar, sentir, comer e ser! E conseqüentemente as
doenças criadas exclusivamente por nós. Onde verdadeiramente estamos somos Luz
e não há porque adoecer. Mas a divisão do “SER” criou um mundo Maya, ou seja,
ilusório.
A “Psora Latente” configura a mais
existencial das angústias, pois é a primeira conseqüência da divisibilidade do
Um. Da perda da certeza da unicidade no existir como “eu” separado do Universo.
Implicando na admissão do estado mental ilusório do existir no “Eu Sou”. A
insegurança no existir em multiplicidade leva o indivíduo a sentir “consciente”
ou “inconsciente”, um estado de inquietude mental caracterizado por uma
sensação sutil de anormalidade indefinida, portanto um estado de ansiedade. Se
a pessoa não conseguir um modo de atenuar esse sentimento, a ansiedade pode se transformar
num estado de angústia, que pode gerar expressões de tristeza existencial, e
indo mais profundamente atingir um estado de medo de existir, uma fobia, muito
presente na atualidade como “síndrome de pânico”. Este processo consiste na
transformação do que antes era “Psora Latente” em psora estabelecida, base de
todas as doenças.
A angústia existencial de início se
faz sentir como um estado de desconforto indefinível, como algo sem causa
aparente, pelo que a pessoa não oferece reações de defesa, assim ela apenas
sofre. Somente quando os estímulos se intensificam, a mente lança mão de alguns
mecanismos bem elementares, em nível que não pode ser considerado como
distúrbio de comportamento reprovável, ou menos ainda alguma doença mental. A
Psicologia chama de Mecanismo de Defesa do Ego, que se manifestam na primeira
área “Afetiva”- visando a pessoa se libertar ou conviver com aquilo que a
ameaça, caso escolha viver com o sofrimento sem dúvida alimentará seu miasma
predominante e conseqüentemente uma doença crônica.
Para compensar a insegurança
essencial, a mente lança mão de mecanismos psicológicos considerados bem
simples, que em Homeopatia é denominado Sintomas Psóricos. São formas
defensivas que de forma alguma tem por objetivo atingir outras pessoas, trata-se
de uma maneira de mostrar, de aparentar um estado de auto-afirmação, através de
representações no modo de ser. Exemplo, o choro, quando não é uma descarga de
alguma pressão psicológica, muitas vezes é o meio de atrair a atenção e o
compadecimento de outrem.
Algumas linhas de psicologia afirmam
que as reações psicológicas quase sempre visam a gratificações sensuais,
sensações prazerosas, mas podemos dizer que na verdade, elas são mais frutos da
insegurança do “eu” ilusoriamente dividido, pois este se fortifica com as
sensações de prazer. Neste caso o perde-las equivale a um enfraquecimento do
“ego” protetor, decorrendo disto uma luta perene da mente visando a sua
autopreservação através das sensações. A mente pode desenvolver atividades
afetivas emotivas adulteradas, pervertidas, que compreendem reações de apego,
de egotismo, e muitas outras.
A psora se origina do Ego medo de
perda – orgulho, aonde culpa e condenação estão sempre presentes. O afastamento
de si mesmo traz a posse, querer sempre mais para preencher o vazio existente
dentro de si.
Quando algum fator desestabiliza a
área intelectiva, determina reações afetivas bem diferentes, muitas vezes
opostas. É quando o ciúme se transforma em opressão e até mesmo em agressões
diversas. Há uma perversão dos sentimentos, quando o nível psórico se perverte,
o indivíduo sai da passividade, deixa de apresentar reações singelas para
apresentar as mesmas reações em um patamar de agressividade, caracterizado como
estado miasmático sicótico.
A mente sicótica visa gratificações
sentimento emocionais, gozos e prazeres, não mais importando a integridade e o
bem estar do outro. Há falhas no crivo da razão, a pessoa tende a buscar por todas
as meias formas de gratificações sensoriais, daí o desejo de possuir mais e
mais. As reações deste nível ultrapassam o nível de uma segurança primária e
atinge o de imposição, o de obter prazeres, a necessidade de se sobrepor, de
ser superior, de dominar.
Ao atingir o nível sicótico a mente
deixa de se comportar como um servidor para se comportar como um déspota,
manifestando, porém na área afetiva/ emotiva.
Na sicose há uma deformação
comportamental, em que a ansiedade, pelo medo de perder, é substituída pelo
prazer de dominar, ou até mesmo pelo prazer de ver os outros sofrerem,
configurando um estado de sadismo.
O desejo de possuir compõe o quadro
dos mecanismos primários de proteção do ego. Todos eles podem apresentar de
modo pervertido, ou hipertrofiado, abandonando a condição de passividade e
passando para a agressividade, portanto migrando do nível psórico para o
sicótico, ou mesmo o luetismo. É quando o ciúme zelo se converte em ciúme
agressivo/destrutivo; quando a economia se transforma na usurpação; o zelo em
despotismo.
A mente para afirmar sua identidade
para conservar a integridade do “ego”, ativa a inveja, orgulho, diversos
estilos de vaidade, prepotência, ambição, a avareza, até mesmo sorriso, gestos
e atitudes como o choro, e outras formas de captar a Dor no sentido de ter
“Dó”, são comportamentos de defesa da integridade do “Ego”. Na unicidade, o
“EU” não tem contra o que se defender, ou de quem se proteger.
“Todos os estados de sofrimentos
existentes tem como causa única a ilusão da mente, a criação do “EGO”.
Separação do Todo”.
A astrofísica afirma que este mundo
objetivo teve uma origem, que houve um momento a partir do qual ele foi Creado;
que houve no princípio um ponto único de onde eclodiu a energia que gerou tudo
quanto há. Portanto tudo o que existe veio daquele ponto único, não somente as
coisas objetivas, concretas, como também as abstratas, tantos as físicas quanto
às psíquicas. Podem aceitar que as reações da mente são reações biológicas,
meras formas reativas da própria matéria; mas se toda a Matéria veio da energia
e esta procedeu de um único ponto, seja qual for à forma da matéria reagir,
isto não tem como ser algo separado. Mesmo as manifestações psíquicas nada mais
são do que reações da energia, consubstanciadas em matéria biológica só no
aspecto reagir.
Na gênese deste Universo houve uma
fragmentação do Um, uma destruição de um estado de unicidade primordial gerando
a diversidade. É a ciência atual que afirma isto.
Os astrofísicos não têm dúvidas de que
o Universo constituído não é um estado caótico. No estado em que ele existe,
todos os sistemas galácticos estão interligados, no mínimo pelo campo
gravitacional. Isto faz com que a unicidade essencial ainda exista e que a
total fragmentação não ocorra.
A astrofísica mostra que todos os
sistemas siderais estão unidos por forças em especial a força da gravidade. Na
verdade, não é somente isto que unifica todas as expressões de existência, mas
para não divagar além das fronteiras, basta esta tese defendida pela ciência
atual.
A confirmação da física nos mostra
claramente que o caos é produzido pelo poder que o Homem criou e que a pobreza
é a criação energética de pensamentos, atitudes, sentimentos e ações. A
degradação do Ser Humano é o uso excessivo do livre – arbítrio acreditando que
a ilusão da vida é o poder de tudo. Portanto somos co-criadores do Universo.
Criamos tudo em nós e em nossa volta, portanto as doenças são frutos de nossas
criações.
2.3 Analisando as
Paixões Humanas
Orgulho:
“Na vida nada está perdido; aliás, existe a
época certa para cada saber o que é preciso para se desenvolver”.
Desprezar é sentir ou manifestar
desconsideração por alguém ou por alguma coisa; portanto, é uma atitude sempre
inadequada nas estradas de nossa existência evolutiva.
A nenhuma coisa ou criatura deve-se atribuir
o termo “desprezível”, pois tudo o que existe sobre a Terra é criação divina.
Todos somos importantes e todos fomos convocados a dar nossa contribuição ao
Universo.
A cada instante, estamos criando impressões
muito fortes na atmosfera espiritual, emocional, mental e física. Todo
envolvimento na vida tem um propósito determinado cujo entendimento, além de
esclarecer nosso valor pessoal, favorecerá o amor, o respeito e a aceitação de
cada um de nossos semelhantes.
Não Julguemos, com nossos conceitos
apressados, os acontecimentos em nosso redor; antes aguardemos com calma e
façamos uma análise mais profunda da situação. Assim agindo, poderemos avaliar
melhor todo o contexto vivencial.
Descobrir a vida como um todo será sempre um
constante processo de trabalho dos Homens. A vida é trabalho e movimento, e
para fazermos nosso aprendizado evolutivo há um certo “tempo de gestação”, se
assim podemos dizer. Na vida nada está perdido; aliás, existe a época certa
para cada um saber o que é preciso para se desenvolver.
Nosso orgulho quer transformar-nos em
super-homens, fazendo-nos sentir “Heroicamente Estressados”, induzindo-nos a
ser cuidadores e juízes dos métodos de Evolução da Vida Excelsa e com
arrogância, nomear os outros como desprezíveis, ociosos, improdutivos e
inúteis.
Os indivíduos portadores de uma
personalidade orgulhosa se apóiam em um princípio de total submissão às regras
e costumes sociais, bem como o defendem energicamente.
Utiliza-se de um impetuoso interesse por
tudo aquilo que se convencionou chamar de certo ou errado, porque isso lhes
proporciona uma fictícia “cartilha do bem”, em que, ao manuseá-la, possam
encontrar os instrumentos para manipular e dominar e assim, se sintam ocupando
uma posição de inquestionável autoridade.
Quase sempre se autodenominam “bem
intencionados” e sustentam uma aura de pessoas delicadas, evoluídas e
desprendidas, distraindo os indivíduos para que não percebam as expressões
sintomáticas que denunciariam suas posturas de severo crítico, policial e
disciplinador das consciências.
A autêntica relação de ajuda entre as
pessoas consiste em estimular a independência e a individualidade, nada se
pedindo em troca.
Ninguém deverá ter a pretensão de ser “salvador das almas”.
A compulsão de querer controlar a vida
alheia é fruto de nosso orgulho. O ser amadurecido tem a habilidade perceptiva
de diagnosticar os processos pelos quais a evolução age em nós; portanto, não
controla, mas sim coopera com o amor e com a liberdade das leis naturais. São
“censuradores morais”, incapazes de compreender as dificuldades alheias, pois
não entendem que cada um pode amadurecer de acordo com o potencial interno.
Confie plenamente no Sábio e Amoroso Poder
que dirige o Universo e, portanto, respeite os objetivos da Natureza, que age
no comportamento humano, desenvolvendo-o de muitas maneiras. A evolução ocorre
de modo inevitável, recebendo ou não a ajuda dos Homens.
Egoísmo:
A vaidade é filha legítima do egoísmo, pois
o vaidoso é um “cego” que somente sabe ver a si próprio.
A vaidade é um desejo superlativo de chamar a
atenção, ou a presunção de ser aplaudido e reverenciado perante os outros. É a
ostentação dos que procuram elogios, ou a ilusão dos que querem ter êxito
diante do mundo e não dentro de si mesmo.
A vaidade atinge toda e qualquer classe
social, desde as paupérrimas até as que atingiram o cume da independência
econômica.
Francisco VI, duque de La Rochefoucauld ,
escritor francês do século XVII, dizia que “ficaríamos envergonhados de nossas
melhores ações, se o mundo soubesse o que as motivou”.
A
afirmativa é válida porque se refere às criaturas que fazem filantropia a fim
de alimentar sua vaidade pessoal, impressionando o mundo para que os inclua no
rol dos generosos e de grandes altruístas.
Filhos de pais orgulhosos podem-se tornar
crianças exibicionistas, carregando uma grave dependência psíquica de destaque.
Comportam-se para ser socialmente aceitas e para aparentar-se pessoas
brilhantes.
Os vaidosos colocam máscaras de criaturas
impecáveis e, evidentemente, transmitem aos filhos toda uma forma de pensar e
agir alicerçada na preocupação com os rótulos e com a escala de valores pela
qual foram moldados.
Outra causa do desenvolvimento da vaidade
nas criaturas é a importância desmedida que dão às posses e propriedades. Na
atualidade, por menor que seja a classe social em que se encontra constituída
uma família, ainda é o dinheiro uma fonte absoluta de poder.
A supervalorização social e econômica de
determinada profissão ou emprego influencia as escolhas de conformidade com a
realização externa, em detrimento das inclinações e vocações internas.
A mesquinhez pode manifestar-se ou não com a
acumulação de posses materiais, como também pode aparecer como um “refreamento
de sentimentos” ou um “autodistanciamento do mundo”.
A falta de generosidade e a insensibilidade
em relação às necessidades dos outros têm raízes numa defesa psicológica que
desencadeia nos indivíduos uma ruptura na conexão entre o seu conteúdo
emocional e o seu conteúdo intelectual.
A criatura sovina isola-se em si mesma. Nada
tem importância para ela, a não ser a contenção doentia e generalizada em
relação à sua própria vida interior, e não só em relação aos outros, como se
pensa habitualmente. A mesquinhez pode manifestar-se ou não com a acumulação de
posses materiais, como também pode aparecer como um refreamento de sentimentos
ou um auto distanciamento do mundo. Como a matriz interior se fundamenta numa
necessidade reprimida da pessoa que não consegue se relacionar com outras, nem
mesmo delas se aproximar para permuta de experiências e afetividade, ela se
sente solitária e, assim, compensa-se acumulando bens. Constrói torres e
muralhas imensas para se proteger do empobrecimento que ela mesma vivencia,
inconscientemente, há muito tempo. A escassez e a inibição da aproximação
social e afetiva.
Cria toda uma atmosfera de autonomia por
possuir valiosos objetos exteriores destinados a suprir a sensação de
vulnerabilidade que sente ao lidar com as pessoas.
Na atualidade, tenta-se resgatar essa
sensação do vácuo interior, existente na intimidade da alma humana, com uma
reivindicação do desejo, cada vez maior, de possuir bens materiais. O grande
fluxo de indivíduos que buscam os consultórios de psiquiatria e as clínicas das
mais diversas especialidades médicas se deve a esse clima de insatisfação e de
vazio existencial, que nada mais é que a colheita dos frutos do egoísmo.
Incapacidade de se relacionar, repressão dos sentimentos de amor e de
fraternidade e a inconsciência de uma vida interna e externa.
A indiferença e a frieza emocional, a apatia
e o apego patológico, bem como o distanciamento das privações dos outros, são
características marcantes das criaturas que alimentam uma paixão egoística
pelos bens materiais. São conhecidas como sovinas, mesquinhas ou usurárias.
O trabalho interior sempre melhora a
qualidade de nossa vida, pois passamos a conhecer a nós mesmos e o Universo
como um todo, visto que somos levados também por um propósito precípuo cuja
função é a de aprender a amar incondicionalmente.
Procuremos então viver, não como
proprietários definitivos de nossas posses, mas apenas como usufrutuários
delas.
A técnica para aprendermos a amar, usando de
generosidade e desprendimento, é empregarmos nossos sentimentos e emoções com
equanimidade, ou seja, dar-lhes igual importância ou utilizá-los com
imparcialidade.
Caridade sem salvacionismo; humildade sem
baixa-estima; determinação sem atrevimento; obediência sem submissão; bondade
sem anulação da personalidade; compaixão sem sentimentalismo; segurança sem
impulsividade; perseverança sem obstinação.
A avareza é o produto de uma necessidade que
se encontra na intimidade da psique humana. Ela tenta enfeitar ou distrair o
conflito com a busca de bens perecíveis, mas nunca consegue suprir a sensação
de carência íntima.
O altruísmo é o amor desinteressado,
resultado do “enriquecimento da vida interior”, enquanto a avareza é filha da
“pobreza do mundo interior”, acarretando uma desumanização e uma obstrução da
capacidade de amar.
Crítica:
Por projeção psicológica entende-se a
atitude de perceber-nos outros, com certa facilidade, nossos conflitos e
dificuldades, com recusa, no entanto, de vê-los em nós mesmos.
Dependendo do grau de distorção que fazemos
dos fatos, para atender nossas teorias e irrealidades, é que se inicia em nossa
intimidade o processo de paranóia. Os paranóicos possuem uma característica
peculiar: relacionam qualquer acontecimento do mundo consigo mesmos, ou, melhor
dizendo, desvirtuam a realidade dos fatos, trazendo para o nível pessoal tudo o
que ocorre em sua volta.
Quanto mais conscientizado for o homem,
tanto mais entende a ordem das coisas e mais as questionará em seu simbolismo.
Estar perfeitamente harmonizado e centrado em tudo o que existe é o requisito
primordial para atingirmos a plenitude da vida.
Tudo o que criticamos veemente, no exterior
encontraremos em nossa intimidade. Isso nos leva a entender que o ambiente em
que vivemos é, em verdade, um espelho onde nos vemos exata e realmente como
somos.
Se, na exterioridade, algo de inoportuno
estiver ocorrendo conosco ou chamando muito a nossa atenção, é justamente
porque ainda não estamos em total harmonia na interioridade. Significa que
devemos analisas melhor e estudar ainda mais a área correspondente ao nosso mundo
íntimo.
Todas as maldades e eventos desagradáveis
que visualizamos fora são somente mensageiros ou intermediários que tornam
consciente a nossa parte inconsciente.
Os efeitos sonoros do eco são reflexões de
ondas que incidem sobre um obstáculo e retornam ao ponto de origem. Poderemos
entender o mecanismo espiritual de funcionamento da Lei de Ação e Reação em
nossas existências. Atos ou palavras, repetidas sucessivamente, voltarão
ecoando sobre nós mesmos; são “veredictos” resultantes de nossas apreciações e
estimativas vivenciais.
Todas as nossas suspeitas sistemáticas têm
raízes na falta de confiança em nós mesmos, e não nos outros. Por isso:
- se criticarmos o comportamento sexual
alheio, podemos estar vivendo enormes conflitos afetivos dentro de nós ou do
próprio lar;
- se tememos a desconsideração, é possível
termos desconsiderado alguma coisa muito significativa dentro de nossa
intimidade;
- se desconfiarmos de que as pessoas querem
nos controlar, provavelmente não estamos na posse do comando de nossa vida
interior.
-se condenarmos a hipocrisia dos outros,
talvez não estejamos sendo leais com nossas próprias vocações e ideais.
Projetar nossas mazelas e infortúnios sobre
alguma coisa ou pessoa não resolve a nossa problemática existencial. Somente
quando reconhecemos nossas “traves”, é que poderemos ver com lucidez que,
realmente, são elas as verdadeiras fontes de infelicidade, que nos distanciam
da paz e da harmonia que tanto buscamos.
Ilusão:
A criatura humana modela suas reações
emocionais através dos critérios dos outros, estabelecendo para si própria
metas ilusórias na vida. Esquece-se, entretanto, de que suas experiências são
únicas, como também únicas são suas reações, e o constante estado de
desencontro e aflição são subproduto das tentativas de concretizar essas suas
irrealidades.
Criamos fantasias em nossa mente, bloqueamos
nossa consciência e recusamos aceitar a verdade. Usamos os mais diversos
mecanismos de defesa, seja de forma consciente, seja de forma inconsciente,
para evitar ou reduzir os eventos, as coisas ou os fatos de nossa vida que nos
são inadmissíveis. A negação é um desses mecanismos psicológicos; ela aparece
como primeira reação diante de uma perda ou de uma derrota. Portanto, negamos
invariavelmente, a fim de amortecer nossa alma das sobrecargas emocionais.
Um exemplo clássico de ilusão é a tendência
exagerada de certas pessoas em querer fazer tudo com perfeição, aliás, querer
ser o modelo perfeito. Essa abstração ilusória as coloca em situação
desesperadora. Trata-se de um processo neurótico que faz com que elas assimilem
cada manifestação de contrariedade dos outros como um sinal de seu fracasso e a
interpretem como uma rejeição pessoal.
O ser humano supercrítico tem uma
necessidade compulsória de ser considerado irrepreensível. Sua capacidade de
aceitar os outros como são é reflexo de sua incapacidade de aceitar a si
próprio. Sua busca doentia da perfeição é uma projeção de suas próprias
exigências internas. O perfeccionismo é, por certo, a mais comum das ilusões e,
inquestionavelmente, uma das mais catastróficas, quando interfere nos
relacionamentos humanos.
A ação de controlar os outros se transforma,
com o passar do tempo, em um nó que estrangula, lentamente, as mais queridas
afeições. Se continuarmos a manter essa atitude manipuladora, veremos em breve
se extinguir o amor dos que convivem conosco.
As ilusões que criamos servem-nos, de certa
forma, de defesas contra nossas realidades amargas. Por um lado, nos poupam das
dores momentaneamente, por outro nos tornam prisioneiros da irrealidade.
Muitos de nós conservamos a ilusão de que a
posse material proporciona a felicidade; de que o poder e a fama garantem o
amor; de que a força bruta protege de uma possível agressão.
Colocar restrições às emoções é como querer
segurar as ondas do mar, enquanto colocar restrições ao comportamento humano é
perfeitamente possível e válido. São os comportamentos adequados que promovem o
bem-estar dos grupos sociais e inquestionavelmente, são necessários à harmonia
da comunidade.
As emoções são simplesmente emoções. É
importantíssimo aprendermos a perdoar e sermos compreensivos, desde que façamos
isso agindo por livre escolha, não por medo ou por autonegação emocional.
Censurar as emoções é ilusão; seria o mesmo
que censurar a própria Natureza. Todos os seres humanos nascem com reações
emocionais. Não estou fazendo alusão às emoções patológicas e irracionais, mas
àquelas que, naturais, são essenciais ao crescimento e desenvolvimento dos seres
humanos.
Nossos sentidos são tudo o que temos para
perceber os recados da vida; contê-los seria o mesmo que destruir o elo com
nossa intimidade.
Não sentir é viver em constante ilusão,
distanciado do verdadeiro significado da vida. A repressão das emoções inibe o
ritmo, adoece com muita rapidez; perdendo o sentido da vida. É mais produtivo para nossa evolução
acreditar naquilo que se sente do que nas palavras que se ouvem.
Culpa
Aprenderam a vestir a túnica de
“super-heróis”, tentando satisfazer e suprir as necessidades da família, e se
culpavam quando não conseguiam resolver esses problemas.
Sábios são aqueles que acumulam
conhecimentos não somente através do estudo das ciências, mas também pela
prática e pela observação.
Sabedoria, portanto, é a soma de nossos
conhecimentos coerentes obtidos em contato com os diversos acontecimentos da
vida; não apenas o que foi adquirido pela instrução acadêmica, mas, acima de
tudo, pelas experimentações, vivências, atividades e realizações nas mais
variadas áreas. Sensatez, prudência, desempenho e erudição são patrimônios
intransferíveis da alma humana, alicerçados na intimidade do próprio ser.
Dessa maneira, podemos entender que, quanto
mais impedimos as pessoas com as quais convivemos de agir e de pensar por si
mesmas, mais estaremos dificultando suas oportunidades de amadurecimento e de
crescimento.
Muitos indivíduos trazem um comportamento
psicológico inadequado, adquirido desde a mais tenra idade, pela longa
convivência com familiares difíceis e criaturas problemáticas que se diziam
incapazes de se cuidar e se defender. Em decorrência disso, essas crianças
assumiram responsabilidades que não lhes pertenciam e, para que pudessem
sobreviver emocionalmente no lar em desajuste, aprenderam a vestir a túnica de
“super- heróis”, tentando satisfazer e suprir as necessidades da família, e se
culpavam quando não conseguiam resolver esses problemas.
Passaram a viver para controlar e proteger
pais, irmãos, outros parentes, amigos e conhecidos à sua volta, preocupando-se,
neurótica e compulsoriamente, em solucionar as dificuldades ou equacionar a
vida dessas pessoas.
“Desenvolveram ao longo do tempo
relacionamentos doentios, nunca se preocupando com o que eles próprios sentem
ou desejam, mas somente se interessando por aquilo que os outros estão sentindo
e pensando.” Trazem como lema “sua dificuldade é meu problema” ou” sua vontade
é minha vontade”, assumindo obrigações pelo bem-estar, comportamento, decisões,
emoções, pensamentos ou mesmo pelo destino de outras pessoas.
Outra situação de culpa é a sexualidade em
que mais floresce na sociedade. Nossa limitação na compreensão dos outros seres
humanos se deve ao pouco ou a quase nada que sabemos sobre nós mesmos, ou seja,
ao desconhecimento de nossa sexualidade. Por isso é que temos dificuldade de
admitir a diversidade de sentimentos e emoções afetivas e sexuais.
Na atualidade, as crianças são introduzidas
prematuramente na esfera dos adultos por inúmeras revistas, filmes, cartazes,
fotografias e pela publicidade da televisão e do rádio, o que lhes provoca a
malícia numa idade desprovida da lógica e do bom senso contra essa espécie de
afronta sexual.
Devemos, assim, viver em paz com nossa
experiência sexual, valorizando nosso aprendizado e, em tempo algum, culpar-nos
ou atribuir culpa a alguém.
Na realidade, criaturas imaturas se
consideram profundamente culpáveis, porque valorizam em excesso o que os outros
dizem e pensam. Por lhes faltar independência interior, nem sempre reúnem
condições de julgar seu próprio comportamento, pensamentos e emoções,
responsabilizando-se pelas conseqüências que tais atos causam sobre elas.
A culpa não encontraria abrigo em nossa alma,
se tivéssemos uma ampla fé no amor de Deus por nós e se acreditássemos que Ele
habita em nosso âmago e sabe que somos tão bons e adequados quanto permite
nosso grau de conhecimento e de entendimento sobre nossa vida interior e também
exterior.
Medo
Ao Lançarmos
mão de uma lanterna em uma noite escura e focalizarmos determinado lugar, vamos
torná-lo evidente. Quando destacamos algo, convergimos todas as nossas
percepções mais íntimas para o motivo de nossa atenção e, ao examiná-lo,
estaremos estabelecendo profundas ligações mentais através de nosso olhar
ligado a esse lugar específico.
Focalizar com lanterna de nossas atenções
os lugares, as pessoas, os fatos, os eventos e as coisas em geral significam
que estaremos enfatizando, para nós mesmos, o que queremos que a vida nos
mostre e nos forneça.
A percepção é um atributo do espírito.
Quanto maior o estado de consciência do indivíduo, maior será sua capacidade de
perceber a vida, que não se limita apenas aos fragmentos da realidade, mas sim
à realidade plena.
Colocar nossa atenção nas coisas da vida é
fator importante para o nosso desenvolvimento mental, emocional e espiritual,
mas é necessário saber direcionar convenientemente nossa percepção e atenção no
momento exato e para o lugar certo.
Quanto mais pensamos e
voltamos nossa atenção para as calamidades e desastres, mais teremos a
impressão de que o mundo está limitado à nossa pessoal maneira catastrófica de
vê-lo e senti-lo.
Nas oportunidades de
crescimento que nos oferecem nossas experiências, temos a possibilidade de
validar e potencializar determinadas crenças e conceitos que poderão nos
desestruturar psiquicamente, levando-nos a uma verdadeira hipnose mental. A
partir disso, esquecemo-nos de visualizar o restante do mundo que nos cerca.
Passamos a viver simplesmente voltado para a opinião que adotamos como única
verdade, assustados e amedrontados entre constantes atmosferas de receio e
apreensão.
O resultado do medo em
nossas vidas será a perda do nosso poder de pensar e agir com espontaneidade,
pois quem decidirá como e quando devemos atuar será a atmosfera do temor que
nos envolve.
Desvendar gradativamente nossa geografia
interna, nosso próprio padrão de carências e medos, proporciona-nos uma base
sólida de autoconfiança.
Modela
e forma a nossa sombra tudo aquilo que nós não admitimos ser, tudo o que não
queremos descobrir dentro de nós, tudo o que não queremos experimentar e tudo o
que não reconhecemos como verdadeiro em nosso próprio caráter.
Por medo de sermos vistos como somos, nossas
relações ficam limitadas a um nível superficial. Vivemos papéis que criamos
como carapaça para encobrir nosso orgulho de não enxergar nossas limitações e
mudá-las.
Recusar-se a aceitar a diversidade de
emoções e sentimentos de nosso mundo interior nos levará a viver sem o controle
de nossa existência, sem ter nas mãos as rédeas de nosso destino. Ao assumirmos que são elementos naturais
de estrutura humana em evolução frieza/ sensualidade, avareza/ desperdício,
egoísmo/ desinteresse, dominação/ submissão, lassidão/ impetuosidade, aí começa
nosso trabalho de autoconhecimento, a fim de que possamos descobrir onde
erramos e, a partir de então, encontrar o meio termo, ou seja, não estar num
extremo nem no outro.
Muitas pessoas têm medo de si mesmas.
Desvendar gradativamente, nossa geografia interna, nosso próprio padrão de
carências e medos, proporciona-nos uma base sólida de autoconfiança.
As manifestações decorrentes da nossa sombra
são projetadas por nós mesmos de forma anônima no mundo, sob o pretexto de que
somos vítimas, porque temos medo de descobrir em nós a verdadeira fonte dos
males que nos alcançam no dia-a-dia. Por acreditar que banimos de nossa
intimidade determinado princípio que nos gerava medo e baixa estima, é que
fatalmente encontraremos logo em seguida esse mesmo princípio materializando-se
no mundo exterior, amedrontando-nos e causando-nos desconforto.
Os chamados tiques nervosos nada mais são do
que impulsos compulsivos de atos ou a contração repetitiva de certos músculos,
desenvolvida de forma consciente, para não tomarmos consciência dos conteúdos
emocionais que reprimimos em nossa sombra. Os tiques são compulsões motoras
para aliviar emoções e funcionam como verdadeiros tapumes energéticos para
conter sentimentos emergentes. Enquanto o indivíduo se distrai com o tique, não
deixa vir à consciência o que reprimiu, por considerá-lo feio e pecaminoso.
O somatório dessas emoções negadas nos causa
medos inexplicáveis que nos oprimem, afastando-nos do verdadeiro arrependimento
e prejudicando o nosso crescimento interior. Muitos de nós continuamos, anos a
fio, sentindo temores injustificáveis por tudo aquilo que reprimimos e para
evitar que pensamentos, recordações ou impulsos cheguem ao consciente.
Uma das manifestações do medo mais
problemáticas para as criaturas humanas é a denominada fobia social ou
agorafobia. Agorafobia significa medo da praça (ágora = praça, palavra oriunda
do grego). É o pavor de fazer o que quer que seja em público.
Fobia, um medo superlativo e desmedido
transferido a indivíduos, lugares, objetos e situações que, naturalmente, não
podem provocar mal algum. Quando a agorafobia se torna crônica, começa a
atrapalhar a vida em todas as áreas do relacionamento humano.
Dentre as muitas dificuldades que envolvem a
agorafobia, a mais grave é a incerteza de nosso valor pessoal e as crenças de
baixa estima que possuímos herdadas muitas vezes na infância.
O sentimento de inferioridade é o grande
dificultador dos relacionamentos seguros e sadios. Esse sentimento produz uma
necessidade de estarmos sempre certos e sempre sendo aplaudidos pelos outros.
Tememos mostrar-nos como somos e escondemos nossos erros, convencidos de que
seremos desprestigiados perante todas as pessoas. Dissimulamos constantemente,
fazemos pose o forçamos os outros a nos aceitar. Quanto mais o tempo passa e
permanece nessa atitude íntima, mas a insegurança se avoluma, chegando a
alcançar tamanha proporção que um dia passará a nos ameaçar.
Mágoa
O produto amargo de nossa infelicidade
amorosa são nossas mágoas, resultado direto de nossas expectativas, que não se
realizam, sobre nós mesmos e sobre as outras pessoas.
Os indivíduos que acreditam que tudo sabem a
respeito do amor não têm meios de descobrir que não sabem, pois para nos tornar
aptos ao aprendizado é necessário estarmos abertos às experiências e às
observações. Aprendemos sobre o amor quando reconhecemos nossa própria
ignorância, que não deveria ser encarada como desapontamento e fracasso, e sim
como estímulo e desafio a um conhecimento mais amplo.
A maior parte das pessoas se comporta como se o amor não fosse um
sentimento a ser cada vez mais aprendido e compreendido. Agem como se ele
estivesse inerte na intimidade humana e passam a viver na expectativa de que um
dia alguém ou alguma coisa possa despertá-lo em toda sua potência, numa espécie
de fenômeno encantado.
Na questão do amor, vale considerar que, quanto mais soubermos,
mais teremos para dar; quanto maior o discernimento, maior será nossa
habilidade para amar; quanto mais compartilharmos o amor com os outros, mais
estaremos alargando a nossa fonte de compreensão a respeito dele.
Quase todos os habitantes da Terra são considerados um “livro em
branco” no entendimento do amor. Por não admitimos nossa incapacidade de amar
verdadeiramente, é que poderemos desestimulados e conformados a viver uma
existência com fronteiras bem limitadas na área da afetividade.
Negamos freqüentemente o fracasso amoroso, durante anos e anos,
para não admitir diante dos outros nossas escolhas precipitadas e equivocadas.
Não percebemos, muitas vezes, oportunidades intensas de caminhar pelas veredas
do amor, porque não renunciamos à necessidade neurótica de ser perfeitos;
ficamos sempre presos a uma pressão torturante de infalibilidade.
O produto amargo de nossa infelicidade amorosa são nossas mágoas,
resultado direto de nossas expectativas, que não se realizaram, sobre nós
mesmos e sobre as outras pessoas.
Por que estou me deixando magoar tanto? Onde e como nasceram
minhas crenças de autopunição? Como está minha postura de vida pode me fazer
feliz?
A arte de perceber de forma clara e real nossas mais íntimas
intenções é uma das tarefas do processo evolutivo pelo qual todos estão
passando.
Mágoa não elaborada se volta contra o interior da criatura
alojando-se em determinado órgão, desvitalizando-o. Mágoa se transforma com o
tempo em rancor, exterminando gradativamente nosso interesse pela vida e
desajustando-nos quanto a seu significado maior.
Nosso orgulho é tão grande que, não fazendo do jeito que queremos
nos magoamos.
Transmutar o sentimento inferior que é o
orgulho ferido, com certeza seremos mais felizes e saberemos viver melhor.
Perda
São compreensíveis as lamentações e os
pesares, o pranto e os suspiros, pois o ser humano passa por processos
psicológicos de adaptação e de reajuste às perdas da vida.
A morte na Terra é o término de uma existência física, é a
passagem do ser infinito para uma nova forma existencial. É um intervalo entre
as diversas transformações da vida, a fim de que a renovação e a aprendizagem
se estabeleçam nas almas, ao longo das existências.
Estudando as atitudes comportamentais dos idosos, observo que,
apesar de o corpo físico estar passando pelos fenômenos responsáveis pelo
envelhecimento, o centro da personalidade permanece inalterado. Continuam
presentes as características particulares e as tendências naturais dos
indivíduos durante a velhice orgânica. Mesmo acumulando diversas experiências e
aprendizagem na caminhada terrena e efetuando expressivas mudanças de
comportamento, os idosos continuam procedendo de acordo com tudo aquilo que
sempre foram.
Entendo que, apesar do crescimento espiritual que desenvolvem
durante toda uma existência numa matéria densa, renovando suas atitudes e
defrontando com um extenso campo de transformações biológicas e sociais na
idade avançada, guardam sua própria individualidade. O Criador não dá cópias.
Cada um de nós é um projeto da Natureza, nascido de Deus, com expressões
singulares e especiais. Todos nós temos em comum o fato de pertencermos à mesma
espécie quer dizer, somos da mesma natureza, somos semelhantes, mas não iguais.
A história da vida de cada um de nós é importante para determinar
sua capacidade de mudar e de crescer durante a idade avançada. Na arte de bem
envelhecer, podemos dar origem a novas forças e novas aptidões que não puderam
ser desenvolvidas anteriormente nas outras fases da vida.
Sabe-se que o ser existencial nunca é produto acabado; ele se
apura, esmera-se e reassume, modificando-se continuamente. O desenvolvimento
evolucional é permanente, mas não instantâneo.
Na Natureza nunca há perda. Quando finda uma etapa de nossa
existência, outra vem ocupar a lacuna deixada, porque nossas vidas estão
entregues ao Poder Perfeito do Universo, que tudo cuida e desenvolve. O
calendário na Terra pode estar passando; entretanto temos agora o momento
perfeito e a idade precisa que nos possibilitam discernir que devemos dar à
vida seu alto e justo valor, seja qual for à faixa etária que estivermos
atravessando.
O método descoberto e fundado por Samuel Hahnemann:
- Um conhecimento global e Dinâmico
- Um modo de relação individualizado
- Uma prevenção Psicopatológica
- Uma terapêutica personalizada, estimuladora e reativa,
farmacologicamente ativa, mas caminhando no mesmo sentido que uma ação
psicoterápica.
A importância dos sintomas psíquicos, tanto na valorização das
observações experimentais quanto na pesquisa e identificação do medicamento
“simillimum”.
O reconhecimento de um medicamento, a freqüência significativa de certas
seqüências de sintomas psíquicos:
- Modalidades intelectuais e emocionais
- Traços de caráter e tonalidade de humor.
- Particularidades do comportamento.
Esta contribuição da experiência completou e modulou as contribuições
patogenéticas, conduzindo a uma compreensão mais global e dinâmica de um
medicamento.
A semiologia somática e semiologia psíquica contribuem segundo sua
importância em determinar com exatidão o medicamento cuja indicação é
manifestada pela patologia do doente.
“Angústia que ocorre ao acordar”. Este sintoma é uma queixa freqüente
durante os estados depressivos. Em Homeopatia, dirigimo-nos a possibilidade
terapêutica bem diferente segundo o quadro que nos apresenta. Vemos então o
conjunto de fatores, situações, vivências, passado e presente.
·
Se
for o caso de uma mulher pletórica, congestiva, agitada, logorréica,
reivindicadora, mas desanimada, durante uma depressão reacional (a um choque
emocional ou a sua menopausa), e que é acordada por uma crise de angústia.
·
Se
for o caso de um adolescente longilíneo de tórax magro, de pele malsã e com
espinhas, triste, abúlico, com despertar difícil e tardio, confrontando-se a
partir deste momento com a angústia de um vazio existencial, de um futuro sem
atração e de um intransponível torpor intelectual.
·
Se
for de um grande depressivo melancólico, que abre seus olhos com o desgosto do
dia que terá que viver.
·
Ou
se é o caso de um idoso esgotado, caquético, impaciente, irritável, acordando
repentinamente durante um sonho de morte eminente.
Os distúrbios orgânicos as perturbações psíquicas, o desequilíbrio da
moral e comportamentos desarmônicos causam patogenesias que a Homeopatia com
sua Lei de Semelhança e sua freqüência vibracional atinge o Ser Humano em sua
totalidade, fazendo com que os todos os corpos entram em ressonância com sua
natureza interior. Ocorrendo então a cura através de exonerações fazendo com
que sua natureza interior aflore.
Pelo conhecimento das patogenesias e do olhar diferente depositado no
doente, a atitude do homeopata não pode e nem deve ser uma atitude padronizada.
Sintomas orgânicos e sintomas psíquicos são decodificados como
significados de certa organização somatopsíquica com a qual se estabelece uma
comunicação “sob medida”.
O conflito entre o orgulho de poder (mais ou menos bem reprimido) e as
instâncias morais de Lycopodium (conflito entre o Ego e Superego).
O terror metafísico de espaço e tempo que tem por sede Argentum Nitricum
(tentando escapar disto pela precipitação anciosa, mas com a fobia de se
precipitar de qualquer altura).
A angústia vital de Arsenicum Álbum.
A necessidade de se qualificar e se valorizar pela ação e pelo sucesso
motor da dinâmica de Nux Vomica.
Cada um deles reage segundo modalidades particulares para tentar
resolver sua problemática. A psicoterapia deve levar este fato em consideração.
Não abordamos da mesma maneira, não estabelecemos a mesma relação médica
paciente, não dirigimos a psicoterapia de maneira idêntica, e sabemos que o
ritmo de cada uma delas será bastante diferente.
O trabalho Homeopático (em psiquiatria como em patologia somática) não é
evidentemente instaurar uma espécie de equilíbrio normativo, referindo-se a
algum conceito abstrato que só pode ser uma amputação da personalidade, mas
restaurar, tanto quanto se possa este equilíbrio original perturbado durante
uma história particular.
Mas então, o que é curar e o que curar?
Curar é reunificar, o fato de ser reconhecida em Homeopatia uma estreita
relação entre os distúrbios físicos, mentais, emocionais e energéticos. Sabemos
que atualmente numerosos psiquiatras questionam-se sobre a noção de totalidade;
procuram uma resposta terapêutica a esta necessidade de se considerar o
indivíduo na sua totalidade.
Poderemos ir ao mesmo tempo mais direta e rapidamente em profundidade
com uma mulher Sépia do que com um homem de idade equivalente de tipo sensível
Silicea: este necessita de uma aproximação prudente e discretamente calorosa.
O indivíduo Calcarea Carbônica, angustiado por tudo que é imprevisto e
impreciso, deve através de uma relação estreita e estimulante, evoluir em
direção a uma melhor apreciação de suas capacidades de autonomia, enquanto que convém
manter uma distância de personalidades histéricas (tipo Lachesis, por exemplo)
a despeito da exuberância sintomática que pode perverter a relação médica.
Ajudar a evolução do doente para lhe dar mais liberdade interior, é, de fato, a
meta de toda a psicoterapia, ainda mais sob a perspectiva homeopática.
A originalidade da ação terapêutica em psiquiatria é que ela exclui toda
contradição de atitude, toda oposição dialética entre a ação de um medicamento
(que não é nem uma supressão artificial de sintomas, nem uma mordaça colocada
sobre o inconsciente) e a ação da palavra que além dos sintomas significativos,
faz surgir e exprimir o significado: em nível simbólico, “O Medicamento
Homeopático”, isto é, semelhante ao estado do paciente, é um espelho estendido
a ele pelo terapeuta, refletindo sua própria imagem.
Os praticantes “Psiquiatras Homeopatas” tem a experiência de curar
estáveis e completas pelo medicamento “simillimum”, porque a terapêutica
homeopática ao invés de limitar a ação médica mascarando, transformando os
sinais mórbidos, visa reencontrar as tendências naturais do indivíduo doente e
restabelecê-lo, não por uma referência a um protótipo padrão do homem são, mas
segundo sua” individualidade própria”, definida pela sintomatologia de seu temperamento
e de sua constituição.
O fato de procurar e reconhecer o conjunto patogenético mais análogo ao
estado do doente introduz na relação homeopática em psiquiatria uma qualidade
diferente em um outro ritmo: “assumir o caso avaliando de maneira mais precisa
as possibilidades reacionais um estímulo exatamente apropriado às suas
possibilidades de esforços, e assim um apelo a participar de seu tratamento”.
Isto mostra a importância da coerência da dupla resposta sob esta perspectiva.
Questiona-se sobre o problema da relação médico – paciente, é admitir
que a medicina não seja somente a aplicação, por um técnico a um paciente, de
instrumentos e cuidados cada vez mais aperfeiçoados; é ir contra uma grande
parte de uma orientação ainda recente que se dirige à mecanização do ato médico
em detrimento da personalidade total dos doentes e dos recursos que ela poderia
trazer a sua cura.
Seria certamente absurdo negar o enorme progresso dos meios técnicos
contrapondo-se à doença orgânica e psíquica; mas seria igualmente absurdo negar
a participação psicogênica em numerosas síndromes: seria negar nossa existência
em sua unidade. Diante do progresso “do instrumento” – equipamento ou droga
surgiu à preocupação de se compreender o homem doente, e assiste-se atualmente
a esta surpreendente confrontação de multiplicados meios instrumentais e de
concepções “psicogenéticas” trazendo, esta ou aquela doença mesmo
“aparentemente orgânica”, por mecanismos, sobretudo psicológicos, nos quais a
angústia tem um papel central, sem contar os casos onde, mais ou menos
travestida, esta angústia aparece no primeiro plano dos distúrbios. Mas a
tentação de estender o uso exclusivo do instrumento a todos os estados mórbidos
permanece sempre, forte ou latente, o que sem dúvida traz uma segurança
tranqüilizadora ao médico; evitando-lhe o diálogo e o cansaço, às vezes também,
e sem dúvida uma segurança provisória, freqüentemente ilusória, colocando fora
dele mesmo (isto é fora do seu Ego profundo) as causas totais de sua doença, ao
lhe evitar a tomada de consciência e ao lhe dar um recurso mágico contra a
angústia.
A uma necessidade criada pela nossa civilização, nosso “Universo
Sociocultural’, as novas especialidades médicas, inspirando-se em dados
elaborados pelos psicanalistas, acentuaram as relações inter pessoais:
pseudopsiquiatria, psicossomática, e em primeiro plano as psicoterapias, sejam
elas de qualquer natureza ou forma.
A criança nervosa, atrapalhada ou retardada, o adolescente perturbado,
os pais de um ou de outro, não podem ser mais abordados unicamente sob o ângulo
de uma prescrição higiênica ou medicamentosa. Ela se revelaria insuficiente.
Mesmo se eles têm a intenção de utilizá-la exclusivamente para si
próprios ou para os seus, e não encaram a não ser com reticência uma entrevista
colocada desde o seu início num terreno psicológico, explorando o clima de
existência e a biografia do paciente, os doentes ou os pais das crianças
doentes, sabem bem a partir deste momento que serão conduzidos ao centro do
problema que eles pressentem e diante do qual se escondem.
É a mesma coisa para o adulto que, alegando mal estar somático, mais ou
menos definidos, vem procurar no médico – bruxo, a droga milagrosa sempre
esperada embora decepcionante, sabendo no fundo de maneira obscura que a doença
é inicialmente problemas psicológicos trazido de atitudes, pensamentos,
sentimentos desvirtuosos para o Ser. O corpo físico nos mostra claramente como
estamos nos comportando na vida.
Cada vez mais freqüentemente, pelo fato desta tentação de mascarar os
sintomas com a ajuda de um arsenal terapêutico variado, potente, solicitante...
Devido ao “consumo médico” (locução horrível) crescente, a pressão de uma
clientela mal informada e sedenta do sensacional, a relação dinâmica que leva a
uma modificação de atitude do doente diante de sua doença é substituída por uma
administração combinada de calmantes, estimulantes, soníferos e euforizantes...
Ou então em razão do temor de assumir o caso, muitos destes doentes são
encaminhados a consultas psiquiátricas, o que para muitos é um traumatismo
suplementar.
Ora, parece, que melhor do que qualquer clínico geral (e mesmo que certo
número de especialistas), pela formação (a colocação em conformidade) que lhe
dá o estudo paciente e sempre renovado de sua Matéria Médica, a óptica através
da qual ele se acostuma a ver o doente, e, sobretudo sua concepção unitária da
personalidade humana (psique e soma indiscutivelmente ligados), o homeopata
está preparado a se posicionar, na medida do seu gosto pessoal, de sua
liberdade interior e de seu tempo, numa atitude psicoterápica eletiva.
O Homeopata não tem complexo da “superioridade química”: ele não brinca,
com uma certeza mais ou menos arrogante, com drogas tóxicas, ele não é mágico
que detém os últimos segredos da terapêutica moderna. Ele utiliza, ao
contrário, uma medicina aparentemente fora de moda pela sua forma de
interrogatório, as questões precisas e inabituais que podem surpreender e,
sobretudo, estes nomes em latim de medicamentos que evocam MOLIÈRE, a loja do
vendedor de plantas medicinais e a velha farmacopéia de potes verdes e
vermelhos onde, antigamente, nas farmácias de pequenas cidades se empilhavam
ofídios preocupantes. Tudo isto que
parece uma “mise en scène” ou “folclore”, o Homeopata justifica pela minúcia
consciente e tranqüilizadora do seu interrogatório, do seu exame e da sua
prescrição.
Uma longa psicoterapia é desnecessária para detectar por traz da
agressividade deste doente um Lycopodium desconfiado, distante gozador, uma
hipersensibilidade moral que lhe suscita reações de indignação, decepção e
amargura, ou em
um Natrum Muriaticum , as necessidades de ternura
insatisfeitas. Estas necessidades não conduzem a uma atitude de solicitação
imediata como em Pulsatilla tem, sobretudo necessidade de uma ternura
exprimida, gestual, e às vezes se contenta com os gestos, desde que eles
satisfaçam sua avidez. Natrum Muriaticum exigente quer estar certo da
sinceridade do amor que ela deseja: caso contrário ela prefere tentar com
dificuldade e se priva.
Há de fato, tantos psicoterapeutas quantos homeopatas, e tantas formas
de relação homeopática quanto de doentes.
A fragilidade destes adolescentes imaginativos, hipersensíveis, mal
adaptados ao real, com parcos recursos nervosos, tão bem ilustrados nos
Phosphorus e Phosphoric Acidum, por quem será melhor acolhida no conjunto a não
ser pelo médico que, conhecendo o gênio “pirogênico” do medicamento, tratará
estes doentes como “grandes queimados” psicológicos, com toda a discrição que
respeita a paciência que traz a paz e a calma que reconforta.
O idoso ansioso é freqüentemente levado ao médico, transtornados por
seus gemidos, por sua agitação estéril e inquieta, por suas idéias de prejuízo
e seu pessimismo; a solidão e o medo da morte estão no centro de suas
angústias, ele os espera e se defende contra eles, com pouca ajuda daqueles que
ele amou, pelos quais ele até sofreu e que o tratam como uma criança
desagradável; ele necessita, entretanto, ser escutado, ou melhor: ouvido, para
não se sentir rejeitado. Escutá-lo e compreender o que os próximos não
compreendem (pelo menos não ainda) a inquietação de uma vida que se extingue
que se sente isolada e pede um eco de compreensão é um ato médico, melhor ainda
quando isto termina pela prescrição de Argentum Nitricum, Aurum Metallicum ou
Arsenicum Álbum.
O Homeopata não é o clínico frio, impessoal e silencioso, que deixa o
doente expor com timidez, sem habilidade ou de modo prolixo, seus sintomas num
ambiente de neutralidade distante; ele é o portador de seus predecessores, de
seus contemporâneos e de sua experiência, porém sempre certo de que, na
complexidade das reações biológicas, algo de essencial pode lhe escapar, por
ignorância pessoal ou geral, e além do mais, que a natureza não terminou de
revelar seus segredos.
Homeopatia, diz medicina Humana, medicina do Homem total, medicina da
experiência. Eu acrescentarei. Tratamento que visa os Seres Humanos como um
Todo. Partindo da necessidade pessoal de aliviar, de curar, de prevenir. O
Homeopata que se compromete com Amor e Dedicação como o Mestre Hahnemann
ensinou, ele vai até o fim da sua tarefa, pelo seu estudo paciente, sua vontade
lúcida; contribui para recriar uma ligação inter-humana que ultrapassa com
simplicidade e amor a relação médico – paciente.
2.5 TRANSTORNOS DA INTUIÇÃO:
É através do inconsciente que o intuitivo percebe o mundo. Desse modo, o
simples olhar para a página de um livro lhe permite destacar os pontos mais
importantes. Talvez seja devido ao desenvolvimento dessa capacidade que muitas
pessoas conseguem realizar a leitura dinâmica de um livro volumoso, cujo
conteúdo é apreendido no espaço de poucas horas de leitura. A percepção visual
da escrita deve estimular determinadas áreas nas quais se encontram armazenados
determinados conhecimentos adquiridos anteriormente e esses, por sua vez,
contribuem para a captação intuitiva da leitura.
Tais indivíduos são extraordinariamente receptivos a tudo aquilo que é
desapercebido às demais pessoas, a tudo aquilo que é exprimível. Ele pressente
aquilo que nasce e que germina no homem e nos acontecimentos. Conforme a
rapidez de sua adaptação, da rapidez de sua compreensão e do valor da certeza
de seus prognósticos. Fico muitas vezes surpreendida pela inexatidão de suas
percepções sensoriais, que excluem tudo aquilo que pode ser facilmente
apreendido, como se uma percepção bastante precisa, um olhar ou o fato de estar
com o ouvido atento, possa perturbar a intuição. Essas percepções são por si
mesmas um conhecimento imediato, enquanto a sua compreensão é imediata.
O intuitivo introvertido percebe as possibilidades do futuro. Quando a
intuição, esse dom de predição e de compreensão súbita das relações entre as
coisas, volta-se para a vida interior, as conseqüências aparentes parecem-nos
surpreendentes. Esses indivíduos percebem, por assim dizer, espontaneamente,
suas possibilidades intrínsecas, suas realidades psíquicas profundas. As imagens do inconsciente tornam-se o mundo
real. O intuitivo introvertido não nos falará de suas experiências interiores
arquetípicas. Torna-se seu intérprete, ele não é senão um fantasista estranho
ou um poeta cheio de ilusões obscuras. Em condições especiais torna-se um
profeta, assumindo com paixão e sem comedimento as suas qualidades inatas, colocando
os homens diante de verdades e exprimindo-as de uma maneira simbólica. Os
profetas eram dotados de um poder extraordinário de intuição. Por isso eram
sempre consultados pelos poderosos da época e suas profecias, com raras
exceções, eram sempre corretas. Os profetas e os místicos de todas as épocas
afirmaram que eles não eram senão instrumentos de certas divindades: não se
trata de criação de suas próprias mentes o que revelam em sua contemplação
interior, mas de uma iluminação divina.
Os clássicos da psiquiatria tiveram oportunidade de registrar o fenômeno
da intuição, mas não conseguiram aprofundar o seu conhecimento. O delírio,
qualquer que seja o modo de sua exteriorização, é sempre um transtorno da
intuição. No delírio resta sempre uma espécie de resíduo incompreensível, de
inconcebível, de abstrato. Os enfermos vivenciam sentimentos primários,
sentimentos vivos, disposições de ânimo anormais, captações intuitivas. Tudo se
passa no campo da intuição, do pressentimento. As coisas do ambiente adquiriram
novas significações. O ambiente está diferente. Uma tensão incômoda, nefasta,
passa a dominar o paciente (quando eu trabalhava no Pronto socorro de
Psiquiatria em São
Bernardo do Campo, uma paciente relatou o que sentia).
Muitas vezes parece que os enfermos adquiriram a capacidade de
apreender, intuitivamente, as qualidades fenomênicas essenciais, o ser
essencial dos objetos e fenômenos da natureza, capacidade que o homem
civilizado perdeu em resultado da imensa massa de conhecimento que lhe é transmitida
pelos meios modernos de comunicação. Se tivermos ocasião de acompanhar o
desenvolvimento normal de uma criança desde a época do nascimento, teremos
oportunidade de verificar que, a partir de certa idade, a criança manifesta
poderes excepcionais, como o de captar realidades que escapam aos nossos órgãos
sensoriais de adultos. A impressão que tenho, em determinada situação, com o
desenvolvimento e a educação baseada em crenças, dogmas, repressão ligadas
diretamente no medo, faz com que nos afastamos da telepatia, intuição,
vidência, ou seja: o sexto sentido. Infelizmente nos encontramos em faixas
tridimensionais ligadas ao EGO, longe de nós mesmos. Certas pessoas, por
condições especiais, conservam esses poderes, mas de modo geral, são encaradas
com reservas, desconfianças, quando não ridicularizadas.
A minha concepção é que, em determinados transtornos mentais, o
indivíduo enfermo recupera os poderes naturais perdidos através do
desenvolvimento no meio social. Em certos momentos de seu desenvolvimento
físico e mental, parece que a criança permanece absorta, percebendo coisas,
objetos e fenômenos que nós, adultos, não percebemos, e poderíamos dizer, com
uma margem pequena de erro, que a criança está percebendo alucinações.
O enfermo não compreende as dúvidas e objeções que possam ser feitas em
face de sua convicção delirante, produto de uma profunda alteração da
capacidade de intuição.
No livro: O Delírio Transtorno da Intuição, do autor: Joaquim Lopes Alho
Filho, editora Robe Editora- ano 1997 pág: 35 e 36 exemplificam um caso
clínico:
...Exemplo Clínico - O paciente informou ao médico que se sente dominado
por uma espécie de vazio psíquico ao mesmo tempo em que não consegue se livrar
da idéia fixa de catástrofe e morte. Diz: ando pela rua e mesmo dentro de casa
como se estivesse morto. O meu estômago não funciona e a minha cabeça está
morta. Sinto um medo indescritível de algo que não consigo explicar: Parece que
o céu vai cair ou como se eu estivesse andando por uma cidade presa de incêndio.
Tenho medo de algo que vai acontecer; não sei do que se trata, mas pressinto
que vão acontecer fatos muito desagradáveis. Tenho medo de algo que não sei o
que é como se esperasse algo mau. Creio que a minha pessoa vai acabar e aguardo
a morte com serenidade. Creio que vão dar voltas ao mundo e que me acontecerá
algo desagradável. Sinto uma intranqüilidade interior como resultado do temor
de que algo me acontecerá. Experimento uma sensação desagradável na cabeça que
não consigo definir: Impressão de perigo, medo de algo grave que me possa
acontecer: Estou como uma parede que vai desabar; sei que algo vai acontecer;
coisa que temo. No princípio do inverno comecei a sentir uma estranha sensação
de ameaça e me fez ficar intranqüilo, violento, assustado, como se fossem fazer
alguma coisa comigo. Parece que arde todo o meu corpo, que o coração bate de
maneira assustadora, repercutindo nas têmporas e no ouvido. Sinto-o como um
cavalo freado, os nervos lutam por escapar; uma sensação de fuga de forças,
ouvindo como se fosse um eco, sem poder controlar meu cérebro, sem poder
assimilar o que digo. Choro e rio ao mesmo tempo, com um riso espasmódico,
ressoando em minha cabeça com horríveis gargalhadas. Tenho o pressentimento de
que vai acontecer algo mau, algo da alma, todas as coisas me perturbam muito.
(Nágera).
O enfermo desta observação mantinha-se em permanente estado de tensão,
sempre alerta, sempre em guarda, numa expectativa ansiosa terrível, com o
pressentimento de que algo de mal ia acontecer-lhe. Ele não tinha consciência
clara do que estava para acontecer, mas tinha uma espécie de pressentimento que
uma ameaça pairava sobre sua cabeça.
O humor delirante tem como característica principal o estado de tensão
que o enfermo experimenta no início da enfermidade. O sentimento de tensão
precede, muitas vezes, durante meses e anos, a irrupção do surto
esquizofrênico, como um estado atormentador e incontrolável...
È com grande alegria que digo que a homeopatia é o tratamento primordial
para equilibrar o mental, emocional e conseqüentemente o físico do enfermo
acima citado. O Mestre Samuel Hahnemann nos trouxe a oportunidade de nos
conectarmos com a essência da vida! A Homeopatia é uma Dádiva.
O delírio representa o tema mais importante da psicopatologia. O termo
delírio significa: “a perversão do entendimento, que faz com que o doente
associe idéias incompatíveis que toma como verdades reais; desordem das
faculdades intelectuais com ou sem alteração das faculdades morais. É o
conjunto de idéias falsas identificadas pela consciência e que resistem à
prova.”
A palavra delírio tem origem no latim delirium que por sua vez, deriva
do verbo delírio, es, are, composto pela partícula privativa de (fora) e lírio,
que significa arar. Delírio consiste em sair do sulco do arado, ou seja, sair
da linha reta, desviar-se.
Os delírios consistem em desordem primária do juízo, que não podem ser
deduzidas de outras experiências, nem racionais, nem emocionais. São juízos
infundados que ocorrem ao indivíduo, o qual os vivencia como verdades
incontestáveis e retira delas conseqüência, como um juízo fundamentado. Por
isso os enfermos delirantes são capazes de discorrer com uma lógica impecável,
porém, conseqüente com uma falsidade que lhe serve de ponto de partida.
CAPÍTULO 3
3.1 PSICOPATOLOGIA E
HOMEOPATIA
“““ “““ Antes de relatarmos sobre as patologias psiquiátricas vamos
voltar no tempo: Descartes dada ao pensamento racional; em nossa cultura está
sintetizada no célebre enunciado: “Cogito, ergo sum” – Penso
logo existo” - o que encorajou
eficazmente os indivíduos a equipararem sua identidade com sua mente racional e
não com o seu organismo total. Veremos que os efeitos dessa divisão entre mente
e corpo são sentidos em toda a nossa cultura. Na medida em que nos retirarmos
para nossas mentes, esquecemos como “pensar” com nossos corpos, de que modo
usá-los como agentes do conhecimento. Assim fazendo, também nos desligamos do
nosso meio ambiente natural e esquecemos como comungar e cooperar com sua rica
de variedade de organismos vivos.
A divisão entre espírito e matéria levou à concepção do universo como um
sistema mecânico que consiste em objetos separados, os quais, por sua vez, foram
reduzidos a seus componentes materiais fundamentais cujas propriedades e
interações, acredita-se, determinam completamente todos os fenômenos naturais.
Essa concepção cartesiana da natureza foi, além disso, estendida aos organismos
vivos, considerados máquinas construída de peças separadas. Vemos que tal
concepção mecanicista do mundo ainda está na base da maioria de nossas ciências
e continua a exercer uma enorme influencia em muitos aspectos da nossa vida.
A consciência somente surgirá quando aliarmos ao nosso conhecimento
racional uma intuição da natureza não linear. Tal sabedoria intuitiva é
característica das culturas tradicionais, não letradas, especialmente as
culturas dos índios, em que a vida foi organizada em torno de uma consciência
altamente refinada do meio ambiente. Na corrente principal de nossa cultura, por
outro lado, foi negligenciado o cultivo da sabedoria intuitiva. Essa separação manifesta-se numa flagrante
disparidade entre o desenvolvimento do poder intelectual, o conhecimento
científico; por um lado, a sabedoria, a espiritualidade, por outro. Nosso progresso,
portanto, foi uma questão predominantemente racional e intelectual, e essa
evolução unilateral atingiu agora um estágio alarmante, uma situação tão
paradoxal que beira a insanidade. O mundo dos negócios faz-nos acreditar que o
fato de gigantescas indústrias produzirem alimentos totalmente artificiais,
cosméticos sintéticos é um sinal do nosso elevado padrão de vida, enquanto os
economistas tentam dizer-nos que não dispomos de recursos para enfrentar os
custos de uma adequada assistência à saúde que acarretou o “chamado progresso”.
A ciência médica e a farmacologia estão pondo em perigo nossa saúde, são esses
os resultados da exagerada ênfase dada ao nosso lado Masculino “yang –
conhecimento racional, análise, expansão. Contudo o nosso lado feminino yin-
sabedoria intuitiva, consciência, vida natural, tornou-se esquecida.
Numa época pivô da história da medicina, Samuel Hahnemann no início do
século XIX, sua originalidade; o percussor, pelo método experimental que ele
inaugurou conceitos médicos dos mais modernos da época e ainda continua sendo;
da unidade: somatopsíquica da pessoa, o da patologia psicossomática.
Em Pergame lugar forte original de ASCLEPEION, um dos mais importantes
centros médicos da Antiguidade. Encontram-se lá ainda os restos do que se
poderia qualificar de primeiro “conjunto psicoterápico”.
-cena de um teatro sobre o qual, agitados, ansiosos, melancólicos e
delirantes, os pacientes eram convidados a exprimir por jogo de palavras,
diante de médicos expectadores suas fantasias, suas obsessões, suas angústias,
isto é, colocá-los em ação (psicodrama).
Local que foi uma sala de musicoterapia onde sons e ritmos de liras, de
citaras, se esforçavam em apaziguar, estimular e principalmente harmonizar o
estado de espírito dos pacientes. Podendo-se percorrer um local de caminhadas,
palavras de encorajamento, de reconforto e de confiança, eram dirigidas aos
pacientes, enquanto que para torná-los mais, lhes eram difundidos leves vapores
de ópio.
A farmacopéia era muito inspirada no princípio “Similia similibus
curantur” de Hipócrates; considerados os sintomas mórbidos como o conjunto de
esforços de um organismo para encontrar o equilíbrio global perdido; ele
utilizava diversos produtos, cujos efeitos conhecidos estavam em harmonia com
os distúrbios do doente.
Apenas cinco séculos mais tarde, Galeno diz “Não” em nome do “Contraria
contrariis curantur”, numa perspectiva de atividade mais imediata; numa
orientação analítica e fragmentária. Estava terminada a preocupação com a
globalidade!
A seguir, mostrarei as patologias psiquiátricas e as homeopatias
correspondentes; pois equilibrando o ser humano, conseqüentemente os sinais e
sintomas se normalizarão trazendo a harmonia interna.
3.2 ANSIOSOS
Definição
de ansiedade:
Sentimento de insegurança em relação ao presente e o futuro emoção
caracterizada por um estado de dor moral. Uma desordem vivida na expectativa
pungente de um perigo iminente. Um sentimento de dúvida sobre a natureza do que
lhe acontece.
No campo psiquiátrico qualquer patologia é tingida de angústia. Pode ser
camuflada nas fobias ou na neurose obsessiva; mascarada no hipocôndrio,
evidente em todas as psicoses agudas ou crônicas.
A ansiedade na homeopatia está em todos os miasmas em graus diferentes.
J. T. Kent assinala 37 remédios de terceiro grau e 89 remédios de
segundo grau.
Alguns deles:
Aconitum: São pessoas alegres, nervosas,
impressionáveis e muito preocupada, medo e angústia sempre presentes. Ansiedade
intensa, manifestando-se por palpitações. É realmente uma pessoa rica de
temores; ele espera ansiosamente uma catástrofe indefinível Diz que vai morrer,
prediz até a hora de sua morte. Ele pede ajuda, mas sabe que no fundo vai se
salvar. Todos esses sintomas
acompanhados com muita ansiedade.
Arsenicum álbum: É um dos
grandes senhores. Possui numerosos sintomas. Exaustão, inquietude, com
agravamento noturno. Tem mania de arrumação, é industrioso, teimoso agitado ao
extremo com muito medo de doenças. Ansiedade é tanta provocando insônias. Muito
friorento, mas que não tolera um cômodo fechado. Medo, susto e preocupação,
muita angústia e inquietude. Muda constantemente de lugar. Tendência para o
suicídio. Alucinações no olfato e na visão. Mesquinho, egoísta, sem coragem.
Sensível a desordem e a confusão. Cefaléias aliviadas pelo frio. Delirium
tremens; blasfemando e enfurecendo-se.
Argentum nitricum: É um
ansioso crônico. Sem nenhuma dúvida é rico de ansiedade. Um encontro, quaisquer
obrigações, deixam-no extremamente ansioso, com medo e diarréia, provocando mal
estar súbito. Qualquer acontecimento súbito é um horror. A visão de casas
altas, prédios, pontes, provoca vertigens. Se ele olha uma janela, pensa que
poderá pular às vezes ele realiza essa idéia. Pensa que vai pular do alto da ponte.
Isso faz com que não tenha mais coragem de caminhar ao longo de um rio ou de
atravessar uma ponte, pois teme a idéia de suicídio. Ele é chamado de o
“específico da nossa vontade de se movimentar. Ainda “o campeão da aceleração”.
Conta passos, Medo de ficar louco, depressão e agitação, percepções de seus
erros; temores aumentam, idéia de suicídio. A agitação é tamanha que ele teme a
apoplexia pelo aparecimento de palpitações, tem pequenas perdas de consciência,
mas teme que as casas caíssem sobre sua cabeça, fala sem parar. É um
medicamento importante e precioso.
Cyclamen: Tristeza ansiosa,
geralmente uma mulher é a escrupulosidade exagerada. Ela terá medo de ter feito
incorretamente e pensa que não cumpriu seu dever. É um melancólico tão exigente
consigo mesmo e com os outros. Pensa ter cometido uma má ação. Sente-se
culpado, sozinho e abandonado, procurando na religiosidade excessiva amainar os
seus desafios. Excessivamente escrupulosa, grande tristeza com tendência a
chorar. Ansiedade febril, ansiedade de consciência, cansaço e esgotamento;
necessidade obsessiva de atividades minuciosas. Humor variável, inconstante;
teimosa e suscetível.
Lilium tigrinum: Lembra e
convém a uma mulher que apresenta peso pelviano, usando uma cinta, ou a segurar
seu baixo ventre com as mãos. O que nos chama a atenção é agitação.
Precipita-se e deseja terminar rapidamente sua tarefa. Muito preocupada,
apresentando uma melancolia furiosa e está ao mesmo tempo desesperada e
precipitada. Tem medo de ficar louca; tem a sensação de perder a razão. Tem
medo de perder a sua alma podendo desenvolver uma melancolia religiosa. Imagina
ter uma doença incurável e fica constantemente preocupada. Seu estado psíquico
é deprimido, tem dificuldade de raciocinar. Sua depressão mental é profunda,
chora com freqüência e se desespera. Odiosa e desagradável, sombria e
solitária. Se for uma mulher ela parecerá selvagem, um pouco louca, tendo
impressões confusas. Não suporta o calor. Tem idéias obscenas. Tem necessidade
de lutar contra esta obsessão sexual. Acusa-se de faltas e pecados.
Sepia: Eis um grande senhor.
Poderíamos considerá-lo como um dos milionários da nossa matéria médica, pois é
muito rico em sintomas de grande qualidade. Uma grande deprimida, fala pouco e
temos que arrancar sua história quando quer nos falar. É sua ansiedade que a
faz correr o risco de bascular para o suicídio que ela minuciosamente prepara
sem dizer nada a ninguém.
A vida lhe é difícil, tem horror ao barulho. Tudo lhe aborrece e está
descontente de tudo. É irritada contra os outros e contra si mesma. Às vezes
ela deseja gritar de nervosismo. Até sua família lhe é indiferente. Existe um
estado verdadeiramente histérico. Humor variável, não sabe o que quer cheia de
contradições, espírito de contradição e temores imaginários. Crises de
lágrimas, excitável e obstinada. Todos os tipos de medos, cheia de
pressentimentos.
Suas vestimentas escuras. O outono lhe convém, o tempo cinza pesado, as
nuvens baixas, a luz pobre estão em harmonia com o rosto amarelado, com os
traços caídos e a expressão triste.
Ignatia amara: Sensibilidade,
o nervosismo, a emotividade, hipersensível. Muitas lágrimas e suspiros,
ansiedade psicológica; ela espera uma catástrofe. Bruscamente passa da alegria
a cólera. Nota-se a tristeza, a melancolia o que é muito característico os
suspiros involuntários. Fechada nela mesma, Ignatia ruminará seus pensamentos e
será uma presa da emoção e da hipersensibilidade. Não pode suportar os
tormentos e as mágoas passadas, dolorosamente presentes na sua mente. Apresenta
ciúmes e cólera. É um medicamento capital pra ser dado aos acessos de cólera de
pessoas que não estouram em fúrias violentas, concentram habitualmente seu descontentamento neles mesmos através de
lembranças das corrosivas ofensas que sofreram.
Gelsemium: É um ansioso
imóvel que o medo da platéia o paralisa. Suas pernas falham. Pode ocorrer
diarréia entes de uma prova, ou audiência. O medo será mais intenso. Observa-se
a fraqueza e o esgotamento após um susto. É preguiçoso, inibido e confuso. Tem
palpitações e se vê obrigado a se mexer para evitar uma parada cardíaca. Suas
faculdades mentais são embotadas, não pode pensar com clareza e não consegue
prestar atenção. Lentidão e um estado de obnubilação. Dificuldade de
concentração.
Grandes
Policrestos dos ansiosos:
Phosphorus: É um ansioso que esbanja o que tem.
Sua ansiedade aumenta no crepúsculo. Phosphorus queima no interior como Sulphur
queima no exterior.
Devido a uma sobrecarga física ou mental constata-se logo com freqüência
que Phosphorus está cansado. Ele é incapaz de manter um esforço mental. Diz-se
que phosphorus queima sua vida aos vinte anos. Descompensado ele destrói suas
células nervosas; é a incapacidade de pensar que caracteriza seu abatimento,
isto é a incapacidade de queimar, em consumir o alimento psíquico. Então ele
fica embotado, abandona sua função cerebral.
Apresenta uma ansiedade particular por antecipação pelos outros. Sentirá
pressentimentos de uma infelicidade que anunciará aos seus próximos. Sua ansiedade
se exprime pela opressão, pois o
mundo tal como é, se apóia como um peso sobre o peito deste respiratório.
Apresenta uma imaginação violenta, uma exaltação entusiasta que o faz
construir teorias transcendentes; ama a vida, mas infelizmente ela lhe escapa,
pois sua condição lhe agrava com a rapidez do fogo.
Psorinum: É o ansioso abatido, desesperado por temores constantes
quanto à sua saúde. Se o aconitum diante do seu temor da morte, pede que o
salvem; se o Arsenicum acha que é tarde demais, mas aceita socorro, Psorinum
sabe que está perdido, porque se diz incurável, esgotado, inapto a qualquer
esforço, condenado tendo apenas o suicídio como saída. Fisicamente ele sente
que não agüenta mais, desejando apenas o repouso, mas receando morrer sozinho.
Tem grande fome durante sua insônia. Cheira mal porque é pouco inclinado a
tomar banho apesar de uma transpiração fétida e das erupções cutâneas.
Calcarea carbônica: Tem medo de tudo. Teme o futuro; tem
medo de perder a razão e, sobretudo, de que se apercebam. Espera uma catástrofe
imprevista, ou se agita ou permanece apático. A fixação alimentar se traduz
pela preocupação de segurança material: desejo de estar envolvido pela
abundância, de reservas, compras de geladeira, de dispensas de cofres. Levam
uma vida sedentária, em geral com medo. Medo primitivo de tudo que o cerca.
Temeroso em agir, e apenas correndo quando é para se salvar de algum perigo
imaginário. Após uma contrariedade, um problema, ele será incapaz de prestar
atenção, de pensar direito durante um certo tempo.
Prestando má atenção, ele fixa mal. Torna-se facilmente triste, ansioso,
deprimido que chora facilmente. Obcecado por idéias temerosas e ansiosas, vendo
tudo preto até o ponto de achar que vai ficar louco.
Sulphur: É um dos maiores
senhores da matéria médica. Porém ele se apresenta sob diversas máscaras, o que
poderia induzir a erros. Sulphur é o sujo e desordenado. É orgulhoso e
discutidor, egoísta e ingrato. É preguiçoso, indeciso, nervoso, reclamão e
mal-humorado. Ele poderá tornar-se
hipocondríaco após a supressão de uma erupção. Este humor hipocondríaco dura o
dia inteiro e ele ficará alegre à noite.
Mercurius: Tem tendência a
idéias impulsivas. Pode ter uma cólera súbita com intenso impulso de cometer
atos violentos. Terá o impulso de se suicidar como Hepar Sulphur. É mal-
humorado desconfiado e discutidor. Sempre está apressado, agitado e ansioso.
Mercurius tem uma grande agressividade. Ele se sente um pouco inconsciente e
cai num intenso estado de ansiedade com desejos de fuga. Quando seu estado se
agrava, isto pode ir até a grande lassidão, a prostração e ao amolecimento
cerebral.
3.3
AGITADOS
Definição
de Agitação:
A agitação é um fenômeno corrente do qual o médico terá que se ocupar em
todas as fases da vida. Esta agitação pode afetar a pessoa ou se encontrar
localizada, ao contrário em uma parte do corpo. Ela pode afetar o comportamento
e se prolongar por longos períodos. Pode igualmente ser psíquica.
A agitação reflete freqüentemente uma ansiedade fundamental e
encontraremos por conseqüência, os remédios dos ansiosos. Pode ser o sinal de
uma afecção neurológica ou psiquiátrica.
Temos várias vertentes de agitação:
Movimentos inconscientes, mas coordenados que podem ser reprimidos pela vontade.
Movimentos Atetósicos, são movimentos mais amplos, involuntários, porém
agravados pelas motivações voluntárias, que predominam na face e extremidades.
Agitação Local
Agaricus: Ação sobre os nervos motores e sensitivos, chegando a nível
motor com convulsões, espasmos e sacudidos. Tiques nervosos, espasmos faciais,
corea. Adora dançar, mas tem pouca coordenação. Canta, fala e não responde as
perguntas. Grande agitação mental com fala incoerente, alegria imoderada
alternando com melancolia. Aumento da força física, distorção da percepção dos
objetos. Agaricus atua como um inebriante cerebral e produz mais vertigem e
delírio do que o álcool, seguido de profundo estupor e diminuição dos reflexos.
Estados delirantes alternando com excitação religiosa, epilepsia, distúrbios
motores espasmódicos, SNC.
Tarêntula hispanica: Agitação motora extrema, com
necessidade de andar rápido. Excitação das terminações nervosas, as pontas dos
dedos se tornam sensíveis. Vê pequenas figuras diante dos olhos que movem suas
mãos; grande excitação provocada pela música. Inquietude em todas as partes do
corpo. Agressivo, nervoso, histérico. Tem muita pressa, medo de que algo passe
ou alguma desgraça fora a suceder. Necessidade tremenda de se movimentar e não
quer ver ninguém parado. Trabalhador compulsivo.
Mygale Iasiodora: Apresentam movimentos espásticos da
face, do lado direito, movimentos que são agravados de manhã e que desaparecem
durante o sono. Esses movimentos produzem-se igualmente nos membros quando ele
está sentado e, se anda, se arrasta.
Kali bromatum: É um sujeito atarefado, apesar de sua
depressão moral e suas preocupações. É um ansioso. Perde a memória, pula as
sílabas ao falar; gagueja. É um sujeito que remarca a consulta, porque continua
em dúvida sobre o que acabou de ser explicado. Retorce sem cessar seus dedos no
lugar os tamborila e fala mexendo as mãos e os braços.
Zincum metal: Se Kali Bromatum move os braços,
Zincum mexe sem cessar as pernas. Ele sapateia sobre sua cadeira quando fala
com alguém. No leito ele apresenta a síndrome nas pernas sem repouso. Melhora
na mulher no fluxo menstrual, agrava-se pelo vinho. Zincum é um esgotado que
suporta mal a conversação dos outros.
Hyosciamus níger: Age eletivamente no cérebro levando a
sintomas com três graus de intensidade: inicialmente uma fase de excitação com
espasmos, depois uma fase astênica durante a qual temos congestão que leva a
estagnação sanguínea nos capilares e finalmente uma fase paralítica que termina
com o coma. Delírio agudo, a excitação alterna com abatimento, se torna
rapidamente suave para chegar à inconsciência ou prostração completa. Podemos
ter no início um delírio violento que se manifestam em acessos, que vai
diminuindo, as crises de violência se espaçam e o estupor e o abatimento
aumentam até a inconsciência total.
A mania se instala geralmente após uma doença aguda. Apresenta sintomas
marcantes: desconfiança, não quer tomar remédios porque tem medo de ser
envenenado; ciúmes, que pode ser a causa original determinante da doença; a
lascividade.
O sistema nervoso está enfraquecido, deprimido, não podendo orientar
seus pensamentos, nem controlar seus gestos, mente desordenada, movimentos
desequilibrados.
Super
excitado e agitado gosta de andar nu, transforma todas as palavras em pornografia. Delirium
Tremens com espasmos crônicos, com aversão a luz e a
companhia. Suas alucinações são muito interessantes e numerosas. Fala com seres
invisíveis, nas suas alucinações vê todo o tipo de coisas indescritíveis. Passa
de um minuto a outro da ilusão à alucinação. Conversa com familiares mortos.
Reclama de tudo e de todos, é irritável e discutidor, é durante os períodos de
excitação que ele se torna discutidor, insolente, perde o controle, explode e
ri, canta alto, fala ou faz gestos obscenos.
Agitação Generalizada
Os Tremores
Gelsemium sempervirens: Como sintoma predominante a paralisia
dos nervos motores. No início a mente está lúcida, há apenas um ligeiro estado
de estupidificação, com lentidão do pensamento e da emotividade. Paralisia dos
centros motores e depois dos centros sensoriais. São estas alterações cerebrais
e medulares que levam a manifestação da maior parte da alteração do remédio.
Temos então convulsões, cãibras nos músculos das costas e dedos; sensação de
frio nos dedos e as pernas estão geladas até os joelhos, enquanto que a cabeça
e o rosto estão congestionados e de cor violeta; os olhos estão injetados e as
pupilas dilatadas. Poderão ocorrer sintomas hiperemia cerebral, sensação de
rigidez com tração dos músculos da nuca, impedindo que se dobre para frente.
Dores violentas ao longo da coluna vertebral com sensação de frio. Sistema
nervoso dos indivíduos sensíveis, irritáveis, com fraqueza geral e muitos
tremores. Relaxamento e prostração completa do sistema muscular com paralisia
motora completa e incompleta; tremores. Os músculos não obedecem à vontade.
Nash o chamava de “o remédio do tremor”.
Argentum nitricum: Sistema nervoso cérebro-espinhal que
sob sua influência produz uma série de sintomas que vão desde uma simples
debilidade até uma paralisia. Afeta profundamente o sistema nervoso produzindo
um estado de desequilíbrio mental. Que se traduzem por fobias, apreensões,
tristezas, tremores, vertigens, epilepsia, síndrome de pânico, ataxia. Prediz o
momento da morte como aconitum. Tremores dos lábios enquanto fala.
Phosphorus: Leva uma super
atividade das trocas teciduais, assimilação e desassimilação extremamente
rápidas que traduzem por debilidade. Afeta os dois centros, o cerebral e a
medula produzindo amolecimento e atrofia com seus sintomas: prostração,
tremores, entorpecimento e paralisia. Sua ação se caracteriza por sensação de
calor queimante em várias regiões, sobretudo na pele com agitação, ansiedade,
sobretudo ao cair da tarde e hiperexcitabilidade de todos os sentidos às
expressões externas.
Mercurius Solubilis: Mercurius é um luético trêmulo. É,
sobretudo a língua que treme, mantendo a marca dos dentes, assim como as mãos.
É ainda significativo por seu agravamento noturno, seus suores oleosos
debilitantes, sua sensibilidade ao frio.
É igualmente um remédio da doença de Parkinson.
Secale cornutum: Secale causa contração das fibras
musculares lisas, mas também das mãos e pés.
A
Agitação Psiquiátrica
Atropa
Belladonna: Age no
SNC; SN neuro-vegetativo, pupilas dilatadas, força aumentada, delírio violento,
excitação, convulsões, delírio com alucinações, fúria com desejos de morder,
ansiedade com desejos de fugir, destrutividade, grande agitação, agride a si
mesmo e aos outros a sua volta. Sensível aos tremores e trepidações. Violência
predominando o estupor. Tudo em Belladona é violento: febre alta, dores de
cabeça intensa, processos inflamatórios. Grande Dor. Bate com a cabeça na
parede e arranca os cabelos. Energia vital extraordinariamente aumentada.
Acessos de fúria; ele agride a si mesmo e aos outros. Olhos brilhantes e
vermelhos a pele do rosto vermelha. Hiperexcitabilidade de todos os sentidos:
À luz, ao ruído, ao tato, ao menor
golpe. Medo de animais, principalmente cachorros e de coisas imaginárias, de
água
Chamomilla Vulgaris: Ansioso,
impressionável, agitado, muito sensível à dor, que o leva ao furor. Briguento e
disputa com todos. Não tem nenhuma consideração pelos sentimentos dos outros.
Agita-se , grita, chora sem lágrimas, lamenta-se em altas vozes, apostrofa os
outros de forma maléfica. É um verdadeiro frenesi, uma loucura de desespero, de
dores e cólera. Nervos a flor da pele, grita e tem reações intempestivas.
Impaciente, com humos áspero, brigão, suscetível, colérico, obstinado,
reconhece seus defeitos, mas não consegue atuar de forma diferente.
Hyosciamus Níger: Confunde o imaginário com o real,
delírio agudo com excitação, terminando em inconsciência e prostração.
Agressivo, ameaçador, agitado, inquieto, estupor, violento, obsceno,
insanidade, ciumento, perdeu o paraíso da lucidez, debochado, desconfiança,
delírio tremens, convulsões, alucinação, medo de ser envenenado, medo de água.
Vive fora da realidade num mundo de alucinações e fantasias. Extrema raiva.
Impulsos violentos, vingativos.
Stramonium: Atua sobre o cérebro e o sistema
nervoso central. Age no cérebro de forma semelhante à Belladonna e Hyosciamus
Níger, mas o grau de ação é diferente. O delírio provocado por Stramonium é
mais violento.
O delírio é acompanhado de alucinações, a pupila está imóvel e dilatada.
A sensibilidade geral está diminuída, tem grande agitação do sistema muscular,
que não está mais sob o controle de sua vontade. A agitação pode chegar a
violentas convulsões. Há excitação sexual violenta, dispnéia e disfagia
espasmódicas, secura na garganta, ao mesmo tempo no interior da boca tem
sensação de que a mucosa está em carne viva. A língua se torna rígida depois
paralisada.
O delírio pode apresentar de diferentes formas: pode ser alegre falando
incessantemente; faz discursos absurdos para pessoas ausentes, gestos
ridículos, danças extravagantes, canta e ri. Outras vezes está completamente
mudo, podendo ter aspecto alegre, mas o mais freqüente é que seja um delírio furioso,
com impulsos de gritar, bater morder a si mesmo. Este furor alterna com
convulsões. Algumas vezes mistura delírios alegre com delírio furioso, podendo
ser terrível; canta, dança, faz careta, assobia, grita, reza fervorosamente ou
blasfema.
Durante o delírio assume diferentes posturas: se enrola como uma bola
fica tenso ou levanta a cabeça do travesseiro inúmeras vezes.
É um enorme medicamento do ponto de
vista mental. Nota-se uma agitação extrema e violenta com ausência de dor, o
que merece ser gravado. Irá manifestar esta agitação com freqüência através de
um rir violento com uma expressão sardônica. Se ele manifesta sua alegria, que
às vezes é grande será através de um rir espasmódico. Sua voz é rouca e vulgar.
Fala palavras obscenas. Está louco e
inquieto. Tem idéias estranhas a respeito da conformação do seu corpo.
Imagina-se disforme. Fica inquieto e angustiado ao escutar a água correr. É um
dos principais medicamentos da loucura e da mania aguda.
Baptisia Tinctoria: Incapacidade
de pensar, grande depressão nervosa. As faculdades intelectuais estão
perturbadas. Aversão a todo esforço mental, incapaz de fixar sua atenção,
reunir suas idéias e a tudo se torna indiferente rapidamente.
Grande prostração, estupor profundo; quando interrogado começa a
responder, mas no meio da resposta recai no seu estado de estupor e sonolência.
Idéias confusas, divagação e delírio, têm resmungos incompreensíveis. Pensa que
é duplo, triplo, que a coberta da cama jamais será grande o suficiente para
cobri-lo. Imagina que está partido, que sua cabeça e seu corpo estão separados,
que está em pedaços; agita-se na cama para reunir os pedaços de seu corpo que
crê estarem dispersos. Muito agitado constantemente em movimento, apesar de
desejar permanecer tranq6Uilo, não só pelo estado mental, mas também pela
sensação dolorosa de contusão.
Veratrum: Temeroso, assusta-se por nada, geração inquietude,
gemidos e choros. Melancolia com estupor e mania. Permanece sentado com ar
estúpido, indiferente, mal humorado não presta atenção em nada do que ocorre à
sua volta.
Desespera-se e fica abatido quando a loucura se aproxima. Desespero por
curar-se, tenta o suicídio. Indivíduos muito abatidos por um desgosto e que
caminham para a loucura. Melancolias,
a cabeça se inclina sobre o peito, rumina em silêncio seu desespero. Os loucos
não estão desesperados, mas os que se aproximam da loucura sim.
Violência excitação e frenesi. Lança gritos agudos, blasfema a noite
toda. Caminha sem destino, com medo de desgraça iminente. Loucura, desejo de
cortar, rasgar suas roupas; linguagem lasciva, religiosa ou amorosa.
Devemos distinguir Veratrum álbum de Stramonium. Os dois são loquazes,
violentos e religiosos, mas a face de Stramonium é inchada e vermelha e a de
Veratrum álbum é pálida e esticada.
Desejo de destruir quer quebrar qualquer coisa, arranca a roupa do corpo
e a rasga. Deseja estar ocupado sem parar.
Frenesi religioso imagina ser Cristo ressuscitado. Grita até sua face
esteja cianótica, mas está fria como gelo. Estende os braços faz preces, excita
a platéia à penitência, canta canções obscenas, se desnuda. Tem medo da morte e
de ser condenado.
Altera gritos com melancolia, alegria excessiva com depressão
melancólica, loucura furiosa com silêncio, prostração e melancolia, irritação,
está furioso, grita e ofende a todos.
Tuberculinum: Necessidade de mover-se adora viajar,
mudar as coisas de lugar. Impulso como se tivesse que fazer alguma coisa e não
encontrasse sossego. Impulso de correr tem a ver com sua necessidade de
mudança. Inquieto mentalmente e fisicamente. Ansiedade cheio de dúvidas.
Apreensivo, medo de cachorro, de animais em geral. Horror a
qualquer intrusão na sua vida pessoal. Sente temor e repulsão por todo
obstáculo autoritário que poderia ocorrer com ele principalmente ao nível do
corpo. Ofende-se facilmente. Compulsão a escapar da realidade com desesperança
por sua capacidade a adaptar-se a realidade. Incapacidade para controlar seus
impulsos agressivos. Grita, insulta, blasfema. A agressão se manifesta em cinco
sintomas: ameaça briguento, atira as coisas nas pessoas, rompe coisas e arranca
os cabelos dos demais. É um colérico irritável, usa linguagem grosseira, arisco
e não tolera repreensão.
Loucura aguda ou crônica. Golpeia a cabeça contra a parede e coisas. Tem
muitos medos.
Um estudo feito em um hospital de tuberculosos mostrou que quando
surgiam alterações psiquiátricas, melhorava a tuberculose e vice-versa, isto em
hospital alopático. Kent tem um caso descrito de um tuberculoso e esquizofrênico,
alternando crises de ausência e piora da tuberculose.
Alternância entre os sintomas físicos e psíquicos: Pessoas que estão à
beira da loucura. É exato que a tuberculose e a demência são estados que se
convertem um no outro. Muitos tuberculosos tratados e curados com alopatia caem
na demência. Algumas pessoas que curamos de suas loucuras tornam-se
tuberculosas e morrem. As doenças mentais e pulmonares são intercambiáveis.
Barbancey, Jaqueline. Psicopatologia em homeopatia.
3.4 OS ASTÊNICOS
Astenia nada mais é do que a expressão de uma depressão do estado geral
e estará associada a numerosas insuficiências funcionais. É o sintoma essencial
de uma afecção psíquica, particularmente um estado depressivo. É um estado de
esgotamento somático e psíquico, com lassidão e desencorajamento. O sujeito
sente-se incapaz e abandona-se a essa incapacidade. Exprime-se através da musculatura
voluntária: todo o esforço é penoso, mas a astenia manifesta-se em:
- Cardíaco: com palpitações
- Digestivo: Lentidão da digestão, eructações, flatulência, constipação.
- Urinário: incontinência, polaquiúria.
- Genital: falta de ereção, ejaculação precoce ou retardada, diminuição
do desejo sexual.
A vertente psíquica: é a neurastenia. Esta denominação tinha feito furor
antes da guerra de 39-45, foi um pouco abandonada em conseqüência de um uso
excessivo. É aí que chegará, sem dúvida, a nossa atual depressão, termo cuja
utilização, na linguagem do grande público.
A neurastenia para reconhecer que ela implica em fadiga crônica que
corresponde a uma realidade clínica.
Ela aparece freqüentemente após um “estresse” importante ou prolongado
no plano emocional, associado a sinais de esgotamento fisiológico: alterações
da memória; fatigabilidade excessiva; incapacidade de qualquer trabalho;
tristeza vaga; pessimismo; sentimento de impotência com temor de se tornar
incurável.
A fronteira com a depressão é estreita, mas que o que caracteriza mais
especialmente esta última, é a perda da auto-estima. Este sentimento de
desvalorização caracteriza o deprimido neurótico, mas ele permanece moderado,
ao contrário do melancólico que se encontra submergido e recusa qualquer
encorajamento.
Não nos aprofundemos nesse aspecto da questão, mas imaginamos que a enumeração
desses diferentes sinais não deixará de fazer evocar o tipo sensível de certas
homeopatias ou os sinais psíquicos: Anacardium Orientale, Arsenicum Álbum,
Lilium Tigrinum, Lycopodium, Pulsatilla, Selenium, etc.
Os Astênicos Após uma Sobrecarga Muscular
Arnica Montana
Age efetivamente nos músculos e no tecido celular. Sua influência
especial sobre a fibra muscular determina alterações na circulação arterial e
capilar. Produz no organismo quadros semelhante aos que resultam de uma
contusão ou traumatismo. É o principal remédio das contusões e suas
conseqüências. Nos quadros agudos ou crônicos que resultam de um traumatismo.
Bellis Perennis: Atua nas
fibras musculares dos vasos sangüíneos. Muita dor muscular. Estropiado como se
tivesse uma distensão muscular. Congestão venosa devido a causas mecânicas. É o
primeiro remédio para ferimento nos tecidos mais profundos, depois de grandes
intervenções cirúrgica. A astenia predomina nas coxas. É uma astenia dolorosa,
algumas vezes com hematoma. É um remédio do ciclista ou do jardineiro.
Sarcolactic acid É formado no tecido dos músculos
durante a fase de exaustão muscular. Sua fadiga é encontrada após o esforço,
mas também em gripe epidêmica, principalmente com ânsias violentas de vômitos e
muita prostração. Neurastenia na coluna, fraqueza nos músculos, dispnéia e
fraqueza no miocárdio.
Cocculus indicus Contração dolorosa nos membros e no
tronco. Muitos dos efeitos prejudiciais de permanecer acordado durante a noite.
É útil para as pessoas que cuidam de enfermos, não são enfermeiras
profissionais, já que é o medicamento das contrariedades, inquietude e insônias
prolongadas. Fraqueza paralítica, principalmente das fibras motoras; temos
então lentificação dos membros motores.
Os Astênicos após um trauma afetivo
Arnica Montana
Pessoas stressadas, desgastadas, traumatizadas; hipersensibilidade para
emoções desagradáveis, tornando-os assustadiço. Traumas energéticos. Após
susto. Após presenciar cenas chocantes ou dela participar, a pessoa fica com a
suscetibilidade a desenvolver várias doenças, como vitiligo, diabetes, lúpus e
outras doenças profundas. O choque emocional é uma doença energética que, ao
atingir uma pessoa, abre um buraco; uma cratera na sua aura. A Arnica homeopática irá fechar o buraco na
aura impedindo a entrada de vírus, fungos e bactérias.
Gelsemium Semprevirens
Hipersensibilidade nervosa, após uma excitação brusca ou uma emoção
violenta. O medicamento concentra no sistema nervoso, tendo uma ação depressiva
e paralisante. É acompanhada de estupor mental, lentidão do pensamento e da
emotividade. Há paralisia de grupos musculares variados: ao redor dos olhos,
laringe, garganta, peito, esfíncteres, nas extremidades etc. Devemos nos
lembrar dos efeitos estudados pela escola oficial do cloridrato de gelsemina,
sal do alcalóide do Gelsemium sempervirens que, experimentado fisiologicamente,
determina reflexos aumentados e paralisia das terminações motoras e depois das
sensitivas (daí seu poder analgésico utilizado pela alopatia).
O indivíduo é lento, preguiçoso, teme
o movimento. As suas faculdades mentais estão entorpecidas, não consegue pensar
claramente nem fixar sua atenção. Deseja ficar bem tranqüilo. Não quer que lhe
falemos, nem ninguém junto dele. Superexcitação emocional; após um susto ou
choque emocional ocorrem problemas funcionais. Maus resultados de um medo, uma
emoção, uma má notícia. Medo de falar em público.
Nux vomica
Irritabilidade, irascibilidade, rapidez, vivacidade nos seus movimentos;
são muito sensíveis às expressões externas, tanto morais como as físicas.
Sentem de forma muito viva as tristezas e as decepções; a mínima luz o ofusca,
o menor ruído o sobressalta, qualquer odor lhe causa náusea, a menor dor o
tortura. São briguentos, impulsivos, críticos e maldosos com o que estão a sua
volta. O resto do tempo estão ansiosos, inquietos, melancólicos, temores em
relação aos seus negócios, podem chegar a pensar em suicídio, mas o temem.
São muito ativos, se sobrecarregam por um trabalho intensivo aos quais
se dedicam com frenesi, pelos seus medos e inquietudes profissionais. Porém
suas atividades nunca o satisfazem, o cérebro trabalha continuamente, as idéias
são inúmeras e lhes dão essa impressão de atividade, de fecundidade
intelectual, que os faz sentir realizados.
O excesso de trabalho mental e a vida sedentária, esta perpétua
excitação nervosa, levam a este indivíduo a uma extrema tensão mental.
Os Astênicos após uma sobrecarga
intelectual
Kali phosphoricum
Esgotamento mental após esforço ou tensão, temos inúmeros sintomas
neurastênicos e Kali Phosphoricum pode levar à cura nesses casos
Uma alteração no equilíbrio intra-orgânico tem as seguintes
conseqüências:
Na esfera mental: determina timidez, ansiedade, medo, choro, desconfiança
exagerada, saudades, fraqueza de memória e depressão.
O remédio é útil nas pessoas hipersensíveis, nervosas, delicadas,
afeadas por sofrimento longo, tristezas e preocupações ou por um trabalho
prolongado. Pode ser útil nas mulheres que foram vítimas de abusos sexuais.
Pessoas pálidas, sensíveis, sem controle sobre si mesmo. Mulheres
enfraquecidas pelos problemas de família ou pelo aleitamento, executivos
sobrecarregados e intelectualmente fatigados.
Calcarea phosphorica
Não consegue manter sua concentração num trabalho contínuo. O trabalho
intelectual pode causar rapidamente, ansiedade mental, memória enfraquecida,
compreensão lenta, mau humor, irritabilidade e colérico.
Phosphoric acid
Sofreu um desengano amoroso tentou esquecer com alegrias imaginárias.
Cometeram todos os excessos inclusive os sexuais. Medicamento importante nas
noxas emocionais provocada por decepção e frustração. Fica sem interesse por
tudo o que se passa ao seu redor. Mente débil, pessoa lenta, catalepsia. Torna-se
boêmio por choque emocional. Sem energia, sem ânimo. Estado de prostração.
Perda óssea. Afeta seriamente o SNC. Muita quantidade de ácido fosfórico induz
ao uso de bebidas alcoólicas e drogas. Pessoas que adquiriram diabetes, pois
embotaram a afetividade. O doce da vida.
Pícrica acid
Ele tem dificuldade para mexer as pernas e apresenta uma dor raquidiana
extensa. Queixa-se de cefaléia agravada pelo esforço mental e acusa diminuição
da vontade. Apresenta as violentas e incômodas ereções do priapismo.
Zincum metallicum
Age sobre o conjunto do sistema simpático e cérebro espinhal, sua ação
principal é sobre o plexo do tronco e do baixo ventre, assim como nos feixes
nervosos, que distribuem movimentos e sensibilidade ao aparelho locomotor.
A primeira face de sua ação
consiste em uma exaltação da sensibilidade e contração, mas os efeitos
espasmódicos ou convulsivos resultantes são passageiros, logo cedendo lugar a
fenômenos Astênicos: fraqueza excessiva, insensibilidade geral, pode provocar em
certos casos dores agudas. Zinco é antes de tudo um remédio depressivo e que
transtorna a nutrição a ponto de determinar caquexia e provocar a morte por
paralisia do coração e pulmão.
É indicado para indivíduos fracos, de aspecto esgotado, emagrecidos, com
tez pálida, terrosa e pálpebras caídas. Apresenta movimentos automáticos de
agitação e tremor, sobretudo nos membros inferiores. Sensação constante de
inquietude nas pernas.
Nervos excessivamente sensíveis, excitáveis e trêmulos, têm dores dilacerantes
ao longo dos trajetos nervosos. Estremecem e se excitam por qualquer coisa.
Podem sofrer de hipersensibilidade em um lugar e anestesia em outros. A
hipersensibilidade é tão marcante e característica quanto em Nux Vomica , com o qual,
aliás, não combina os indivíduos sobrecarregados de trabalho e excitáveis
pertencem a Nux Vomica ou a Zincum Metallicum. Nos de Zincum há fraqueza
paralítica, prostração e emaciação, apresentam sintomas cerebrais e medulares.
Lachesis
Um grande medicamento. Foi experimentado pela primeira vez pelo Dr.
Constantin Hering, que teve a honra de ter introduzido na nossa Matéria Médica.
Neste caso, é indicada pelos seus sintomas nos alcoólatras crônicos. São
indivíduos nervosos, coléricos a face é inchada e escurecida. Delirium Tremens
com muitos tremores e confusão. Alterna excitação e depressão.
Os Astênicos em conseqüência da perda
líquida orgânica
O Sangue
China
É um indivíduo irritável e astênico, que por um lado oferece o quadro de
hipocondria com apatia moral e insensibilidade, defendendo-se de sua astenia
com apatia, indiferença e aversão pela companhia. Ante as frustrações da vida,
se sente desafortunado, usado, abandonado e mal querido por todos.
Anemia progressiva com grande palidez e debilidade, quadro que pode ser
conseqüência de perdas de qualquer outro líquido vital. Tendência a
hemorragias, em qualquer orifício do corpo, com zumbido nos ouvidos,
desfalecimento, perda de visão, frialidade generalizada, convulsões
esporádicas.
Helonias dióica
É um remédio mais feminino. Trata-se de uma mulher que sente seu útero:
ela experimenta uma sensação de peso pelviano como Sepia. Suas regras são muito
abundantes e ela apresenta leucorréia. Piora ao pensar em seus males.
Aletris farinosa
Foi denominada a China dos órgãos genitais. Não tem mais energia. Seu
útero lhe parece pesado e suas regras profusas estão adiantadas. Existe também
forte leucorréia, por vezes um verdadeiro prolapso.
O Líquido Seminal
Kali phosphoricum
Encontramos
na constituição de todos os líquidos e tecidos, principalmente no cérebro,
nervos, músculos e glóbulos sangüíneos. Esgotamento mental após esforço e
tensão, temos inúmeros sintomas neurastênicos. É útil nas pessoas
hipersensíveis, nervosas, delicadas, afetadas por sofrimentos longos, tristezas
e preocupações. Pode ser útil a mulheres que foram vítimas de abusos sexuais.
Indivíduos com depressão nervosa geral, funcional e nutritiva, com
fraqueza que pode chegar à paralisia. Morosos irritados, não gosta quando lhe
falamos, tremem ao menor ruído ou ao serem tocados. Corresponde à neurastenia,
é um grande restaurador da debilidade muscular após uma doença.
Kali carbonicum
Age no sistema nervoso deprimindo-o profundamente. Mente fraca com
hipersensibilidade física e moral. É afetado por qualquer bagatela, exagera o
menor acontecimento. O menor ruído leva a um pavor acompanhado de tremores. A
debilidade intelectual o torna indiferente a tudo que se passa até mesmo às
suas enfermidades e tem dificuldade de relatá-las. Ansiedades e medos
obstinados, mas muito sensíveis. Hipersensível à dor, contato e ruído, fraco,
prostrado, sujeito a enfermidades orgânicas, com pouca vitalidade, tremores,
pulsações, dores ardentes e picantes.
Staphysagria
Age de forma marcante no sistema nervoso sobre o qual tem ação
hipoestenizante. Age de forma importante no cérebro e medula.
Convém aos indivíduos enfraquecidos por emoções, penas, tristezas,
contrariedades. Podem estar debilitados por excessos sexuais ou por onanismo.
Excitabilidade, irritabilidade, rapidamente se encoleriza. Facilmente se
irrita, mas interiormente, não a manifesta. São os casos que as enfermidades
são desencadeadas por cóleras contidas, contrariedades dissimuladas, emoções
escondidas, indignação contida. Cólera com relação às atitudes dos outros ou
suas próprias preocupações com as suas conseqüências. Desobstrui a alma.
Agnus castus
Ele tem medo da morte e perde o tônus. Existe uma diminuição do desejo
sexual com impotência erétil e retração dos órgãos genitais.
Caladium seguinum
É um remédio de intoxicação tabágica com persistência do desejo, mas
astenia geral e impotência erétil.
Selenium metal
É um constituinte existente nos ossos e dos dentes. Possui efeitos
acentuados nos órgãos geniturinários, sendo com freqüência indicado para homens
idosos, principalmente para prostatite e atonia sexual. Muita debilidade, piora
com o calor. Fácil exaustão física e mental, em idade avançada. Pensamentos
lascivos, com impotência. Fadiga devida ao trabalho mental. Extrema tristeza.
Desespero humilhante, melancolia constante.
Lycopodium clavatum:
Adolescente irritável: num indivíduo que duvida dele mesmo, procura sua
verdadeira personalidade, tem uma sexualidade pouco segura com uma espécie de
ambivalência. Distúrbios de caráter nervoso, hipersensibilidade super compensada
em agressividade, descompensada em ansiedade e em tiques.
A Astenia do idoso
Phosphorus:
Este não é somente um remédio do adolescente, mas também um grande
remédio do idoso. Apresenta uma paresia dos membros inferiores, uma repulsa por
todo esforço que o esgote.
Causticum:
Este remédio apieda-se do infortúnio dos outros, mas permanece
irritável. Ele sente uma grande fadiga dos membros inferiores, por vezes uma
verdadeira paresia, assim como uma disfunção vesical com incontinência.
Hyosciamus:
Trata-se de um idoso linguarudo, desconfiado e debochado que se sente
esgotado após uma inquietação prolongada ou um episódio de ciúme. Essa astenia
pode ser reveladora de demência no início e conhecemos a propensão do
Hyosciamus de passear nu.
Conium maculatum:
É um remédio do qual é preciso lembrar, porque ele apresenta grande
astenia muscular, vertigens, agravadas se o sujeito está deitado. Essa fadiga
leva a um sentimento depressivo com desinteresse e abulia.
Os
Astênicos e as grandes diáteses
Os
Astênicos Tuberculínicos
Natrum muriaticum:
Trata-se bem entendido, do topo de linha dos jovens fatigados e
desmineralizados. Sua dificuldade de se manter em pé ou sentado sem apoio, em
razão da fraqueza de seus músculos dorsais e lombares. Todo esforço o agrava. É
um carrancudo irritável, agravado pela contradição e pela consolação. Natrum
mur. É solitário.
Silicea:
Este sujeito é hipersensível que assimila igualmente mal. Foi uma
criança em atraso para andar, transpirando na cabeça e nos pés. É um friorento,
de grande barriga e com fontanelas abertas por muito tempo.
É agitado e medroso, esgotado pelo trabalho intelectual que agrava os
sinais. É um infectado crônico nos dentes, nos sinus, nos brônquios e nos
ossos.
Calcarea phosphorica:
É um remédio que combina bem com os dois precedentes. Criança distraída,
desatenta, mas inteligente e sensível.
É um estudante rapidamente cansado e submergido por seu trabalho que
acaba por lhe dar dor de cabeça a ponto de ser obrigado a parar tudo.
Kali carbonicum:
Temos aqui um remédio bem mais astênico: trata-se de um Calcarea carb.
Agravado e deprimido pelo potássio. Seus traços são cerosos e caídos, com
inchaço no canto interno da pálpebra superior. O rosto parece cansado. A astenia
é física: o esforço difícil com dispnéia e pequena insuficiência cardíaca. A
digestão é pesada com constipação, meteorismo supramesocólico ainda que tenha
comido pouco.
O coito é difícil, seguido de tremores, suores e diminuição da visão.
Psiquicamente, Kali carbônico é irritável, medroso e teme a solidão. Os edemas
desse remédio fazem dele uma transição para a sicose.
Sulphur Iodatum:
Trata-se também de um remédio de articulação, dessa vez com a psora.
Considerado como uma atenuação do Sulphur menos explosivo. Ele comporta uma
originalidade em razão da presença do iodo que faz dele um hipertireoidiano.
Traqueíte e pleurite são freqüentes. Esse remédio é agravado pelo calor
e busca o ar fresco. É um indivíduo magro onde o exercício o agrava.
Tuberculinum:
É nervoso, agitado, mas enfraquecido, que dorme mal e atormentado por
pesadelos. Ele transpira ao menor esforço. Apresenta paresia dos membros
inferiores, com dificuldade para se manter de pé. A fadiga tem predominância
matutina.
Trata-se de um bom remédio do neurastênico, mas é preciso dizer, que em
verdade, a patogenesia dos sinais psíquicos é pouco precisa e que seria bom
redefini-la, porque é um remédio de grande importância.
Phosphorus:
Se não se pensa a priori na fadiga do Phosphorus, conhece-se bem sua
fraqueza vertebral e articular, assim como seus tremores ao esforço.
Nas fases hipostênicas, existe uma aversão para o trabalho físico e
intelectual. Sua fala é lenta, sua voz enfraquecida e sua ideação diminuída.
Ele cochila durante o dia, sobretudo ao crepúsculo e se sente melhor depois de
ter dormido. Phosphorus apresenta cefaléia que lhe dá a necessidade de
permanecer tranqüilo.
Phosphorus é sedento constipado, oprimido. É um explosivo que um
fatigado, mas sua ação difásica o predispõe a ser astênico periodicamente.
Phosphorus é um cíclico e um remédio que nos conduz para a esquizofrenia cuja
astenia inexplicada pode ser um sinal de alerta.
Os
Astênicos Psóricos
Sulphur:
O rei dos antipsóricos sente muito calor. Ele está fatigado, sobretudo
de manhã e tem que se apoiar em uma parede, pôr o cotovelo na mesa,
esgotando-se ao esforço que ele teme. Está entre os antípodas do Psorinum.
Psorinum:
É um grande friorento, o paciente agasalha-se muito, o que diferencia do
Silícea que não se cobre. Ele tem mais reação, ele está enregelado, esgotado
ansioso, desesperado e pensa em suicídio. Ele busca a calma e o repouso,
recusando toda companhia em razão de sua fadiga.
Os Astênicos Sicóticos
Thuya occidentalis:
É o remédio mestre da sicose. É também um fatigado, atormentado por
obsessões, com sentimento de fragilidade do seu corpo a ponto de, quando sofre,
ter medo que seus ossos quebrem.
Medorrinum:
Está igualmente esgotado, mas se sente melhor à tarde. Apesar de sua
fadiga ele se agita improdutivamente para chegar sempre atrasado.
Natrum sulphuricum:
É um centrípeto em retenção de água, abatido, pesado, deprimido.
Qualquer esforço lhe é penoso e ele sente dificuldades em se decidir e agir.
Agravado pelo calor e pela tempestade.
Os Astênicos Luéticos
Calcarea Fluórica:
O fluórico é fraco, mas flexível e adaptável. A fragilidade da túnica de
seus vasos e de seus ligamentos.
Mercurius Solubilis:
É um sujeito amorfo que sente repugnância ao esforço, porque ele agrava
e determina um temor em seus membros.
Phytolacca decandra:
Esse luético pode ser igualmente útil, porque ele está esgotado. Seus
músculos estão doloridos, seus membros rígidos e ele treme ao esforço.
Intelectualmente, Phytolacca desinteressa por tudo e por todo o mundo.
Luesinum:
É o bioterápico da luese que denomina também Syphilinum. Ele é
igualmente fatigado de manhã ao despertar, mas como todos os luéticos, ele
piora à tarde e sente dificuldades para dormir. Ele não pode se concentrar e
perde a memória; ele é incapaz para o trabalho intelectual abstrato e, portanto
para a matemática.
3.5 OS FÓBICOS
Trata-se de uma sistematização da angústia em pessoas, coisas, situações
ou atos que se tornam objeto de um terror paralisante.
Um grande número de fobias, sobretudo uma fobia referente a um domínio
maior, pode comprometer toda uma vida.
No mínimo, se atenderá um tímido. No máximo, uma fobia muito evidente
pode camuflar uma esquizofrenia.
O sujeito deslocou para um objeto, um temor bem mais profundo e
cotidiano.Por exemplo: um sujeito esquizofrênico que não pode nem olhar seu
interlocutor na face nem suportar seu olhar. A fobia do olhar lembraria o
sentimento de culpa de ter olhado o baixo ventre de uma menina de short, de ter
imaginado seu sexo e, de ter descoberto em torno dos quatro anos, na realidade
de um banheiro, que sua mãe não tinha pênis como ele.
No plano evolutivo, as fobias da primeira infância têm uma tendência
espontânea à cura. Ao contrário, aquelas que aparecem na idade adulta tornam-se
permanentes.
Agorafobia: fobia social na qual o sujeito poderia ser observado por
outros, medo de lugares públicos ou abertos
Claustofobia: Medo de lugares fechados
Androfobia: Medo de homem
Decidofobia: Medo de tomar decisões
Afania: Medo de perder a capacidade sexual
Aerofobia: Medo de avião
Gamofobia: Medo de casamento
A fobia está ligada diretamente ao medo concreto ou ilusório. Na
esquizofrenia, neurose, paranóia a fobia está sempre presente.
Homeopatias:
Calcarea carbônica
Tem medo de tudo o que é novo e, sobretudo do que é desconhecido. Tem
medo das doenças, das doenças incuráveis. Tem medo de que lhe falte comida e
enche sua casa de caixas de conservas, de geladeiras totalmente cheias. Receia
os grandes espaços vazios. Teme perder a razão. Sua angústia se agrava à noite.
Argentum
nitricum
É um paciente com pânico agitado. Ele teme ao mesmo tempo os espaços
fechados ou muito pequenos e os grandes espaços, os locais elevados como pontes
e prédios. Sua agitação indica uma inquietação. É um remédio do medo em geral,
medo que pode engendrar uma tendência ao fugir.
Gelsemium sempervirens
É igualmente um fóbico, mas de vertente simétrica. Fica paralisado em
seus músculos, inibido no plano psíquico e afetivo. Ele oscila entre o medo e o
movimento.
Lycopodium clavatum
A mudança de seus hábitos o angustia e ele teme a companhia daqueles que
não são seus familiares, porque se arrisca a ter conseqüências. Apenas a
perspectiva de uma modificação é o sinal de uma ruminação ansiosa, o medo de
não poder enfrentá-la. Perde a confiança em si é capaz de renunciar aos
encontros e obrigações profissionais fundamentais. A contrapartida dessa
inibição é a tirania que exerce sobre seu próximo.
Pulsatilla nigricans
Receia perturbar a quietude de quem quer que seja, e apesar de sua
necessidade de companhia, é tão impressionável que não diz uma palavra em
presença de pessoas que não conhece.
Seus temores são numerosos: tem medo da morte; da obscuridade e de seus
fantasmas; de uma catástrofe iminente. Tem medo do primeiro sinal de solidão e
se sente confortada pela companhia. É de sua mãe ou quem a tenha substituído
que ela tem necessidade. Receia a presença do sexo oposto de maneira
caricatural e usa todos os pretextos para escapar sob pena de pânico.
Silicea
Seu esgotamento quase constitucional é tão grande, sua falta de
confiança em seu acompanhante tão profunda, que receia pouco a pouco qualquer
empreendimento. Qualquer ruído o angustia, qualquer emoção o transtorna.
Silicea evita qualquer relação. Sua fobia específica dos alfinetes que procura
por toda parte.
Bryonia Alba
Não quer sair sozinho. É um sujeito que sofre o medo da platéia e que
não se acalma enquanto não lhe dizem que não irá onde deve.
Arsenicum album
Tem medo de sair sozinho, sobretudo à noite e na obscuridade. Ele se
agita e tem necessidade de companhia para disfarçar outros medos: ladrões, da
morte. Teme sufocar em cômodos fechados e se acalma ao abrir a porta ou a
janela.
Kalium carbonicum
Apresenta o medo de estar só e de sair sozinho, embora a companhia o
irrite. Sobressalta-se ao contato e ao ruído. Tem medo de morrer e teme o
futuro.
A fobia do desconhecido:
Aí encontramos evidentemente os precedentes, mas podemos acrescentar
Baryta carbônica que não é sempre um débil, mas freqüentemente um tímido.
Encontra-se também um bufo Rana, Gelsemium, Opium e Plumbum metallicum que
desfalece ao entrar em um cômodo cheio de gente.
A fobia dos ladrões
Anacardium
orientale, Arsenicum álbum, Kali phosphoricum.
A fobia de contrair uma doença
grave
Ammonium carbonicum, Cactus grandoflorus, Drosera rotundifolia, Lac
Caninum, Podophyllum, Bórax, Valeriana, Lachesis muta, Llilium tigrinum, Nitric
acid, Thuya occidentallis.
Fobia dos micróbios e do contágio
O
remédio central é Luesinum que o leva a precauções extraordinárias.
A fobia de ser envenenado
É um receio menos freqüentemente encontrado, mas um certo número de
remédios a comportam. Estes são: Hyosciamus Níger, Lachesis, Plumbum Metallicum
e Rux tox. Pode acrescentar Allium sativum e Euphorbia resinifera.
A fobia de enrubescer
Sanguinária, Pulsatilla e Adrenalinum.
A fobia do contato
Arnica Montana, Antimonium crudum, Belladonna e Chamomilla.
A fobia de Serpentes
Os dois remédios maiores são: Lachesis e Lac caninum.
A fobia da morte
É um sintoma freqüente. Aconitum napellus, Arsenicum álbum, Lilium
tigrinum que tem certeza de estar condenado ao inferno quando morrer e
Pulsatilla que teme morrer quando estiver sozinho.
A claustrofobia
Trata-se de uma fobia muito freqüente. Argentum nitricum, Natrum
muriaticum, Lachesis muta.
Constataremos que os fóbicos participam de todas as diáteses. São eles:
Tuberculinum
O tuberculinismo manifesta-se, por uma grande labilidade emocional e
intelectual. Encontraremos no Tuberculinum uma atitude fóbica que consiste no
medo paroxístico ou permanente de uma catástrofe iminente.
Por outro lado, J.T.Kent e Gilbert Charette em um caráter particular que
é o medo de cães e especialmente dos grandes cães negros, às vezes dos animais
em geral.
Pode-se considerar igualmente a instabilidade profficional, topográfica
de Tuberculinum como a fuga do fóbico que não tolera o contato nem o hábito.
Medorrhinum
Ansiedade como se tivesse chegado o momento. Ansiedade de consciência
como se tivesse cometido um crime. Desespero por sua salvação religiosa. O
tempo parece passar muito lento e que o obriga a se afobar, implica uma nota
fóbica. Paranóia, transtornos por antecipação. Medo de enfermidade iminente, pensar em males
piora. Desespero por sua recuperação. Medo de enlouquecer. Agitação constante
nas pernas. Muito apressado quando faz algo. Piora ao anoitecer. Vive sempre
apurado, agitado e ansioso. Um grande policresto!
Luesinum
A
noite é cheia de temores. Ele receia terrivelmente a ponto de ter medo de
adormecer, sabendo que estará esgotado ao despertar. Tem medo de perder a razão
ou de paralisar, é sobretudo dominado pela fobia do contato e da sujeira, dos
micróbios e do contágio. Isso leva a rituais de lavagem que são uma
característica do remédio. Delírio melancólico.
A importância de levar em conta o Ser
Humano como um todo implica num remédio de fundo.
3.6 OS DEPRIMIDOS
É
preciso saber lidar com nossas emoções; não devemos nos censurar por senti-las,
mas sim julgar do que faremos com ela.
Reparação é o ato de compensar ou ressarcir prejuízos que causamos, não
apenas aos outros, mas também a nós mesmos, através de posturas inadequadas e
injustas.
Necessitamos reparar as atitudes desonestas que tivemos perante nós
mesmos, para ressarcir-nos dos abalos que promovemos contra nossas próprias
convicções e para compensar-nos da deslealdade com nosso modo de ser e com
nossos valores íntimos.
Devemo-nos conscientizar do quanto estivermos abrindo mão de nossos
sentimentos, pensamentos, emoções e necessidades em favor de alguém, somente
para receber aprovação e consideração.
Quantas vezes asfixiamos e negamos nossas emoções diante de
acontecimentos que nos machucaram profundamente.
Viver o direito de sentirmos nossas emoções equivale a ser honestos com
nós mesmos. Elas nos ajudam no processo de autodescobrimento e estão vinculadas
a estruturas importantes de nossa vida mental, como os pensamentos cognitivos e
as nossas intuições.
O hábito de rejeitarmos, freqüentemente, as energias emocionais fará com
que percamos a capacidade de sentir corretamente; e, sem a interpretação dos
sentimentos, não poderemos promover a reparação de nossas faltas.
Para repará-las, é preciso estar predispostos
a dizer o que pensamos e a escolher como independência.
Para repará-las, é necessário termos a liberdade de sentir o que
sentirmos e de viver segundo nossas próprias emoções.
Para resgatar nossas faltas conosco e com os outros, é imperioso, antes
de tudo, desbloquear nossa consciência para que possamos ter um real
entendimento do que e como estamos fazendo as coisas em nossa vida.
Há em
nós um mecanismo psicológico regulado pelo nosso grau evolutivo, que assimila
os fatos ou os ensinamentos de acordo com nossas conquistas nas áreas da
percepção e do entendimento. Nossa incapacidade para absorver certos aspectos
da vida deve-se a causas situadas nas profundezas da nossa consciência, que
está em constante aprendizado e ascensão espiritual. Portanto, não devemos nos
culpar por fatos negativos do passado, pois tudo o que fizemos estava ao nível
da nossa compreensão à época em que eles ocorreram. Mas sim reavaliando antigas
emoções e resgatando sentimentos passados, a fim de transformá-los para melhor.
Desse modo, reconquistamos a perdida postura interior de vida própria e
promovemos a modificação de nossas atitudes equivocadas perante as pessoas.
Depressão é cansaço de
viver, é não aceitar a vida como ela é.
É a doença “prisão” que cassa a liberdade da criatura rebelde, viciada
em ter seus caprichos atendidos.
É uma intimação de Leis da Vida convocando a alma a mudanças inadiáveis.
Em tese, depressão é a relação da alma que não aceitou sua realidade pessoal
como ela é, estabelecendo um desajuste interior que incapacita para viver
plenamente.
O stress emocional é um
importante fator no processo de produção das doenças.
Os conflitos emocionais, os sentimentos de impotência e a falta de amor
por si próprio podem ter efeitos nocivos sobre o funcionamento do organismo.
Funciona deste modo uma das possíveis trajetórias da depressão: diante
de um sofrimento de dor, fatalmente experimentamos emoções, ou seja, reações
energéticas provenientes dos instintos naturais. São denominadas emoções
básicas, conhecidas como medo e raiva. Essas reações energéticas nascem como
impulso de defesa para nos proteger da ameaça de dor que uma agressão pode nos
causar. Se a emoção for de raiva, o organismo enfrenta a fonte da dor; quando é
de medo, contorna e foge do perigo. Ambas aceleram o sistema nervoso simpático
e, conseqüentemente, a glândula supra-renal para que produza energia suficiente
para a luta ou para a fuga. Se essas emoções (raiva ou medo) forem julgadas
moralmente como negativas, elas poderão ser transformadas em sentimento de
culpa, levando-nos a uma autocondenação.
Quando reprimidas, quer dizer, quando não expressadas convenientemente nem
aceitas, nós as negamos distorcendo os fatos, para não tomarmos consciência.
Tanto a repressão sistemática quanto os compulsivos julgamentos negativos
dessas emoções naturais geram a depressão.
Não são simplesmente as privações pueris, as distribuições de esmolas e
o ato de bater no peito que transformarão o íntimo de nossas almas. Para
verdadeiramente repararmos nossas faltas, é preciso, acima de tudo, que façamos
observações de nossas atitudes, comportamentos, sentimentos em relação a nós e
aos outros, assim poderemos equilibrar, transmutar para evitar o sofrimento em
que nos colocamos, gerando sinais e sintomas e
denominamos doenças.
Medicamentos dos Deprimidos Graves:
Aurum Metallicum
É o mais clássico e aquele que cada um
tem, sem dúvida, mais o espírito. Corresponde inteiramente, à sua dor moral,
sua ansiedade colérica, sua auto-acusação, sua dificuldade de concentração, seu
sentimento de solidão, sua tendência a chorar, sua obsessão ao suicídio que, no
entanto, ele receia à melancolia. Trata-se de um melancólico, congestionado,
hipertenso, cefalálgico e alcoólico, sua prescrição se imporá por si mesma, mas
se faltam os sinais, isso não nos impedirá de prescrevê-lo.
Sepia
Depressão melancólica, desalentada, descontente de tudo. Rechaça
recordações desagradáveis. Vive pensando em acontecimentos desagradáveis do
passado. Pessimista. Cansada de viver. Fastio da vida. Tudo parece estranho.
Sentimento de abandono, não se sente querida por seus pais, esposo, amigos.
Evita ver gente. Sem gosto e sem alegria, ela se sente ao mesmo tempo
indiferente e inútil aos seus próximos, com um doloroso fechamento em si mesma,
só saindo deste estado para manifestar sua irritabilidade extrema. Ela tem
consciência disso, se sente muito culpada desta agressividade em relação aos
seus filhos: “Eu canso de me dizer que eu não faço o que deve ser feito, que eu
lhes faço mal, mas eu não posso fazer de outra maneira”. Esta falta de ternura
pode, efetivamente, produzir distúrbios psicológicos em seus filhos: regressão
afetiva, ansiedade, timidez. Muitas crianças psicóticas têm mães Sepia que
compensam sua aridez de sentimentos culpabilizantes, seja por uma superproteção
inibitória, seja por uma atitude pseudoliberal que é somente um abandono
disfarçado.
Ela se isola foge da sociedade, fecha-se numa solidão que, entretanto,
ela teme, pois evidencia seu fracasso de adaptação.
Pulsatilla nigricans
A doce Pulsatilla, quando se encontra separada da mãe ou daquela que a
substitui, se deprime gravemente podendo até tentar suicídio, freqüentemente
pelo afogamento.
Alguns remédios do impulso suicídio
Alumina: Fobia dos objetos cortantes, cuja visão pode levá-los ao
suicídio. Ocorre mesmo ao ver sangue.
Veratrum álbum: Intervém em um contexto de desordem
moral e física, como em certos toxicômanos em abstinência. O
suicídio pode parecer à única solução para sua angústia.
Antimonium crudum: è um glutão cuja bulimia mascara
freqüentemente uma profunda angústia. Após os abusos de alimentos, ele pode se
descompensar e se sentir atraído pelo suicídio com o revolver ou pelo
afogamento.
Naja tripudians: Tem impulsos brutais, o lado
impulsivo, aparentemente sem razão, faz um grande medicamento de tendência
suicida dos psicóticos, tanto dos delirantes agudos ou cônicos como dos
maníacos depressivos.
Alguns remédios de idéias melancólicas
Cactus grandiflorus: Esse melancólico fecha-se em si
mesmo, apresentando uma constrição torácica.
Cadmium sulfuricum: Se aplica de modo preferencial ao
deprimido que sofreu um tratamento radioterápico e que se desespera de nunca se
curar.
Carbo animalis: Se sente em uma cidade abandonada. É
um grande esgotado, tem medo da obscuridade. Está sem esperança, mas deseja
estar só e rumina tristes pensamentos.
Causticum: Ele se agrava à tarde ao cair da noite. Teme um período
iminente, uma punição como se tivesse cometido um ato defeituoso. Deseja a
solidão, muito comovido com o infortúnio dos outros. É manipulador, tem
comportamentos de vítima, coitadinho.
Cyclamen: É frequentemente uma mulher, clorótica, triste e
solitária. Excessivamente escrupulosa e agravada se não se movimenta.
Helonias: É uma agitada, insone, deprimida pela sobrecarga.
Agravada pela contradição. É um excelente complementar de Sepia.
Kali bromatum: É ansioso, afastado dos seus
interesses, sente-se abandonado, com mãos convulsivas. É gaguejante e
convulsivo. Excitado no plano sexual, mas às vezes dele se desinteressa
completamente.
Manganum: busca a solidão. Ele teme uma catástrofe iminente. Agrava-se
ao frio, à umidade. Está freqüentemente resfriado nas mudanças de tempo.
Remédios de Deprimidos que exprimem
Escrúpulos de Consciência
Apresentam sob uma forma religiosa
Cyclamen
É um sujeito abatido, que apresenta crises de choro, incapaz de se
concentrar. Perseguida por seus escrúpulos, ela s impõe obrigações desmesuradas
ou imaginárias, reprovando-se as ações que diz para si mesma serem condenáveis
ou no mínimo imperfeitas que ameaçam sua saúde. Seus tormentos lhe dão
vertigens, enxaquecas, perturbações visuais.
Lilium tigrinum
Caracteriza-se por sua hiperatividade que compensa suas idéias
obsedantes. Rumina faltas desmesuradamente grosseiras. Agrava-se pela
consolação que a deprime. É sedenta; seu ventre lhe pesa. Seu coração está
apertado como em um torno e a dor se irradia pelo braço direito.
Psorinum
É um esgotado, profundamente melancólico, que se acredita punido e
condenado ao inferno.
Pode-se acrescentar: Pulsatilla, Sulphur, Veratrum álbum, Platina e
Chelidonium majus.
Deprimidos de caráter Psicastênico
São os deprimidos crônicos, porém suscetíveis de manifestar crises
agudas
Caladium
seguinum:
Dorme mal, é irritável e apreensivo quanto ao futuro. Seus problemas são
ampliados por preocupações sexuais concernentes à sua impotência. Abusa do fumo
que o remédio permite tolerar melhor.
Luesinum:
É mais obsessivo do que um psicastênico.
Manganum:
É um anêmico, com corizas freqüentes, tem pouca confiança em si mesmo.
Medorrhinum:
Um grande medicamento. É um depressivo sicótico, nervoso, irritado, não
consegue ficar parado agitando suas pernas.
Natrum carbonicum:
O sódio é deprimente e que procura uma grande tristeza. Tende a se
fechar em si mesmo, sente dificuldades em prosseguir uma conversação. É
ansioso, hipersensível ao ruído que lhe faz tremer.
Natrum sulphuricum:
Tristeza, ansiedade. É agravado pela
umidade. É um grande remédio de depressão após um traumatismo craniano, o que
faz com que nele o risco de suicídio esteja sempre presente.
Staphysagria:
Melancolia
com apatia. Grande indignação, indiferença. Queixa-se de sua má memória, de sua
dificuldade de se concentrar. Hipersensível, agravado por sensações fortes:
ruído, odor, paladar, tato. Está obcecado por idéias sexuais que ele tenta
acalmar pela masturbação.
Thuya occidentalis:
Vê-se nele mais um obsessivo do que deprimido. É inquieto, rumina
tristemente erros atormentados. Agrava-se pela música que o faz tremer.
Experimenta um sentimento de decadência, de incapacidade e de fim próximo.
Apresenta idéias delirantes. É um sicótico de referência. Seu sono é
perturbado; está fatigado física e psiquicamente.
Outros medicamentos:
Selenium, Oxalic acid.
Remédios
dos Deprimidos de Caráter Histérico
Ambra
grisea:
A depressão é insuperável. Apresenta crises de choro. Tem tendência a
ruminar o que a preocupa e sente o receio de enlouquecer, como Actea racemosa.
É uma pessoa tímida, impressionada pela presença dos outros, tossindo de modo
espasmódico e que se sente freqüentemente mal, com impressão de frio. É agravado
pelo ruído, pela música que a faz chorar. Pode-se compará-la à Thuya a quem a
música faz tremer; ao Phosphorus que não suporta a música de piano.
Existe insônia que o
obriga a se levantar da cama.
Ammonium carbonicum:
Também chora. É impressionável, sente as doenças das quais se fala.
Dificuldade de se concentrar e sua distração. Um grande descuido de higiene e
vestimentas. Não gosta de tomar banho. È um sujeito gordo, pálido, pouco
resistente, de aspecto hipotireoidiano, apático. Está constipado, sente-se pior
de manhã, na umidade, na tempestade.
Antimonium crudum:
Impressionável e sentimental, chorando por nada. Tem tendência a
obesidade e seus transtornos psíquicos são freqüentemente devidos a seus
problemas dispépticos.
Apis mellifica:
Ele é triste e chorão. Rumina seus aborrecimentos, insensível ao que
poderia torná-lo feliz. Está abatido,
ou ao contrário, agitado, suspeitoso. Piora pelo calor, contrariedade ou pela
inabilidade de suas mãos.
Cicuta virosa:
É deprimido, busca a calma, a solidão. Ele se sobressalta muito
facilmente como o kali carbonicum e tem forte apreensão quanto ao futuro.
Convulsão, com hipersensibilidade ao contato. Seu paladar pervertido pelo giz
ou pelo carvão.
Lac caninum:
Sua ansiedade, seus choros e seu temor de solidão, seu medo de contrair
uma doença grave ou de morrer. Trata-se freqüentemente de uma mulher
hiperestésica ao ruído, à luz forte, ao contato com áreas sexuais. O coito desencadeia
crises pseudocomiciais e o exame ginecológico pode fazê-la desfalecer, como
Mochus e Platina.
Palladium:
Tem tendência a chorar, a se sentir compreendida e abandonada. Ela quer
ficar deitada, esgotada por uma cefaléia que vai de um ouvido a outro.
Hipersensibilidade do ovário direito. È um complementar da Platina.
Platina:
É um remédio cíclico de exuberância alegre, mas igualmente de melancolia
que a consolação agrava com, no entanto, o medo de ser abandonada. Platina
mostra um desgosto pela vida, porém violento. Os problemas genitais são
conhecidos: hiperesia sexual com frigidez e, portanto ninfomania. Apresenta
grande remédio do homossexual masculino deprimido.
Ignatia amara:
É triste, fechado em si mesmo. Chora, suspira, boceja, sobretudo em
torno das onze horas. Hipersensível, ameaça matar, mas não realiza senão
raramente. Nesse caso é suicida espetacular, sem risco de vida real.
Outros medicamentos: Ammonium muriaticum, Bromum, Onosmodium, Fraxinus,
Digitalis, Benzoic acid, Crataegus oxyacantha, Chelidonium majus, Chionantus,
Petroleum, Podophylum.
3.7 OS MANÍACOS
O acesso maníaco é caracterizado por uma exaltação eufórica do humor;
uma hiperatividade anárquica; uma aceleração dos processos psíquicos aos quais pertence
o que se denomina fuga de idéias. A mania não é sinônima de minúcia, de
perfeccionismo, de esquisitice. Trata-se de uma urgência psiquiátrica.
A fase maníaca representa a vertente positiva da melancolia e, por
conseqüência, um momento da doença maníaco-depressiva, quer seja unipolar ou
bipolar.
A
Exaltação do humor
Trata-se de um sujeito muito excitado, com rosto hiperexpressivo, alegre
ou agressivo; ele se agita sem cessar. Seu contato com casa um se faz
facilmente, com toda a familiaridade.
No entanto, essa euforia é lábil. Na realidade essa exaltação alegre é
superficial e esconde uma grande angústia: é irritável se o contrariam. Por
vezes, sem razão aparente, ele se torna inquieto e hostil, freqüentemente
violento. A excitação maníaca não é uma comédia é um drama. A exaltação é
acompanhada de transtornos instintivos. O apetite é enorme; o sono desapareceu
e apresenta uma hipergenesia considerável e sem controle.
A
hiperatividade maníaca
Agitação mexe braços e pernas; desloca os objetos, mudando-os de lugar.
Recita poemas de modo teatral, canta ou se faz de palhaço. Mostra uma
atividade esgotante para seus familiares e se entrega a compras impensadas.
Podendo apresentar um delírio agudo comparável ao do alcoólico.
Fuga de idéias
Toda vida intelectual está
acelerada. Enche cadernos inteiros com uma escritura mais ou menos anárquica.
Muda da água ao vinho, libera-se a trocadilhos grosseiros em uma desordem
indescritível.
A
fabulação megalomaníaca
A par dessa fuga de idéias, libera-se em uma transfiguração eufórica da
realidade e mostra uma imaginação muito viva. Essa propensão chega a uma
fabulação do tipo megalomaníaco.
O sujeito apresenta-se como um ser extraordinário, carregado de marcas
consideráveis. Quando esse arrebatamento
maníaco manifesta-se em certas personalidades, pode-se colocar a questão como
uma onda delirante aguda ou um episódio fecundo de um delirante crônico.
O diagnóstico da mania é feito num surto delirante agudo.
Grandes
medicamentos:
Stramonium
É um enorme medicamento. Seus sintomas numerosos e característicos
merecem ser estudados com atenção. Uma agitação extrema e violenta com ausência
de dor. Irá manifestar esta agitação com freqüência através de um rir violento
com uma expressão sardônica. Sua risada espasmódica. Sua voz rouca e vulgar.
Deseja luz, tem alucinações, sobretudo no escuro. Mas o excesso de luz
não é favorável, pois se agrava por uma luz brilhante.
O medo o faz infeliz, pois tem medo da solidão, da morte, de cachorros.
Tem ilusões e alucinações.
Tem um medo curioso, o medo dos túneis. Mas seu medo mais marcante é o
mais terrível, é o medo da água. Ao escutar a água, além do pavor, uma grande
ansiedade o ataca. Pode até ter uma convulsão quando quer aproximar um copo de
água de seus lábios. O que se deve notar é sua excitação. Seus espasmos e
gesticulações. Com fúria e selvagem, morde e bate. Diz injúrias e rasga suas
roupas. Diz palavras violentas e indecentes. Às vezes apresenta menos violência
na sua atitude escutamos um palavreado alegre, louco, incoerente. Se isto é
muito intenso, terá uma hiperexcitação cerebral que não tem mais freio.
Nestes estados de excitação ele poderá pular da cama, ter uma crise,
bater, rolar no chão e tentar escapar. Poderá berrar até que fique rouco.
Sua excitação poderá ser intensamente sexual; escutaremos canto de amor
e poderá fazer discursos obscenos. Será às vezes um furor erótico.
Por outro lado ele poderá ter idéias estranhas sobre a forma do seu
corpo. Pensa que é duplo, que está em dois pedaços, que sua alma está fora de
seu corpo, que está deformado e principalmente que é mais longo. Vive num mundo
onde não o seguimos.
Veremos preso em seu universo; ele vê monstros mas sobretudo ouve vozes,
ruídos, fala com volubilidade, interrompe seu interlocutor, contradiz, faz
réplica a uma pessoa invisível, enerva-se e bate, tenta escapar e rola no chão.
Outras vezes, refugia-se numa atitude superior e desprezante, a única
que convém ao iniciado. Como conclusão possível, ele cobre uma grande parte dos
sintomas das crises de mania aguda.
Grande medicamento sem nenhuma dúvida que o futuro médico considerará
como de importância capital no nosso mundo de depravados, alcoólatras e
superexcitados.
Hyosciamus
Medo! Tem medo de estar sozinho, quer sempre ter alguém perto dele. Tem
a fobia da água, o medo aparece até mesmo ouvindo a água correr.
Tem medo de comer e beber; comendo teme ser envenenado. Não toma
medicamentos por medo de se envenenar. É desconfiado e ciumento. Desconfia de
todos os seus amigos.
Alternância de depressão e excitação. Alternância de delírio e de
estupor. Diz coisas estúpidas. Canta o tempo todo canções de amor e fala
rápido. Qualquer situação ele transforma em pornografia.
Sente que não está na sua casa; vê pessoas que não estão presentes.
Emoção agrava seu delírio. Violenta excitação sexual e uma marcada tendência ao
exibicionismo. Expões seus órgãos genitais.
Se estamos diante de uma mulher, veremos que ela tem manias religiosas;
dirá que está amaldiçoada, pois pensa que matou ou cometeu atos horríveis.
Resumindo: com este medicamento, temos vários estados e podemos chegar a
quadros psiquiátricos como: maníacos, esquizofrênicos, psicose alucinatória.
Delírios. Medicamento sem dúvida difícil, mas que um dia poderá ser precioso
nos hospitais psiquiátricos.
Belladonna
Excitação e violência estão sempre presentes. Todo o sangue está na
cabeça. Tem medo com desejo de escapar da cama. Tem um riso louco, grosseiro,
estrondoso. Uma mania aguda se instala; morde a colher, late como um cão e faz
tudo que é violento, até pular da janela. Precisa ser vigiado, controlado, e às vezes
amarrado.
Ainda mais calmo ele ainda terá desejo de proferir injúrias; sentirá
muita ansiedade e medo.
Pensa que as enfermeiras querem lhe fazer mal. Não existe delírio suave
em Belladonna.
Está repleto de imaginações. Raiva, fúria. Bate morde delira, monstros
que povoam seu cérebro congestionado. Teme coisas imaginárias.
É agravado pelo ruído e pela vida social. A luz também o agrava. Tem
horror aos líquidos, pois provocam espasmos da faringe.
Um fato pouco conhecido que é a melhora por uma alimentação leve e isto
de maneira muito nítida. Alternâncias curiosas: cantos alternando com
resmungos, ou com choros; a dança com suspiros; os lamentos com delírios; os
risos com resmungos; choros com alegria ou risos, a alegria com a mania e um
humor alternante.
Belladonna nos é de grande utilidade quando tenha uma febre intensa com
pupilas ou uma terrível excitação.
Veratrum
álbum
Um indivíduo que tem
necessidade de se queixar e de se atormentar sem motivo.
Pode ser um indivíduo
abatido por uma grande mágoa e caminhando para a loucura.
Poderá ter uma doença
grave e tentar se suicidar.
Estados alternantes de risos e de melancolia. Tem uma mania bastante
curiosa e penosa, pois só fala dos defeitos dos outros e os reprova. Quer estar
ocupado o tempo todo e continua sem parar seu trabalho cotidiano habitual. Vive
na ansiedade.
Sob o aspecto sexual, dirá palavras obscenas e vai querer beijar todo
mundo.
É no aspecto religioso que podemos observar os estados mais
extraordinários. Por exemplo, ele exorta os outros na penitenciária, gesticula,
berra, rasga suas roupas, diz palavras impudicas mas não acusa o sentimento de
estar possuído e sob o império de uma outra pessoa. Às vezes apresentará uma
loucura religiosa, imagina que é Cristo ressuscitado, com medo da morte, medo
de ser amaldiçoado. Ele permanece horas com a cabeça baixa sem dizer nada.
Numa mulher, poderemos observar uma loucura puerperal com convulsões e
tendências a morder e a rasgar.
Um grande medicamento!
Mandrágora
Representa a expressão direta do mundo inconsciente. Tumultuado,
incoerente, inconseqüente e imprevisível. Exercem no picadeiro da vida aquilo
que é ridículo, mas que cada um de nós carrega um pouco.
Os indivíduos mandrágora são como sua raiz, que embaixo da terra têm
aparência da figura humana. Os indivíduos têm o comportamento do sob mundo
(marginal). É a caricatura da espécie humana carregando os múltiplos
comportamentos, na figura do vagabundo, sem teto, sem casa, desabrigado, aquele
tipo louco que habita as ruas da cidade, servindo de deboche para as crianças
de rua e saídas de escola, uma vez que vivem uma realidade própria dentro de
seu universo delirante, ora eufórico cantarolante, ora maníaco ou prostrado, ou
ainda como que endemoniado, fora de si, irresponsável e obsceno. Sensibilidade.
Hipersensíveis, com tendência a estados hipomaníacos ou maníacos depressivos,
acompanhados por sintomas psicossomáticos. Euforia alternado com tristeza.
Depressão com apatia ou irritação, podendo bruscamente alternar com euforia e
alegria. Mudanças de humor, acessos de choro alternando com euforia e agitação
exagerada. Sonolência com entorpecimento. Piora por lugares fechados com muita
gente. A personalidade retrata a miséria humana, sua confusão, sua incoerência
sua inconstância, sua ambivalência, sua inconseqüência e sua
irresponsabilidade. Inquietude, insônia, histeria, irritabilidade, debilidade
de memória, confusão mental, agitação psicomotora, incapacidade de permanecer
parado, embora sem conseguir andar por sentir dormência de membros inferiores e
sensação de que está com as pernas paralisadas (lembrando o estado do indivíduo
embriagado). Grande medicamento da loucura.
Nux
vomica
É um indivíduo interessante, encontramos com freqüência do qual ele é um
famoso protótipo. Ele é impaciente. Isto é a característica do homem moderno.
Não gosta de perder tempo. Tempo para o Nux vomica é dinheiro. Almoços de
negócio. Apressado. O tempo passa lentamente demais para seu gosto. É sensível,
tolera mal os odores e não hesitará em sem queixar amargamente. O menor ruído é
intolerável. Possui um exagero considerável de sensibilidade. Mas esta sensibilidade
vai se revelar mais ainda no aspecto psíquico. Fica facilmente colérico; é
explosivo por simples bagatelas. Não suporta ser contrariado. Pode matar diante
de uma cólera. Pensa igualmente com freqüência no suicídio.
Sua psicologia é delicada. Antes de chegar aos atos violentos de
suicídio e assassinato, ocorre-lhe de se tornar esquisito, cometer atos
estranhos e, sem perceber, apavora-se e para terminar com isso, ele pensa no
suicídio.
Sulphur
É um dos maiores senhores
da matéria médica. Porém ele se apresenta sob diversas máscaras.
É preciso estudá-lo com atenção. É sujo, desordenado, orgulhoso, egoísta
e ingrato. É preguiçoso, indeciso, nervoso, reclamão e mal humorado.
Ele poderá tornar-se hipocondríaco após a supressão de uma erupção. Este
humor hipocondríaco dura o dia inteiro e ele ficará alegre à noite.
Ele nos dirá que é infeliz demais para continuar a viver. Contradiz
tudo. “Violento, tem cóleras que se alternam com um rápido arrependimento”.” O
mundo é belo e eu sou feio e impuro”.
Apresenta confusão mental.
O verdadeiro Sulphur vai mostrar
uma folha (de algum documento) dobrada em oito, cheia de manchas de
gordura. Irá espalhar sobre sua mesa algum resto de fumo que estava nos seus
bolsos. Adora comer e bebe muito. Ansiedade por antecipação. Tem humor
melancólico. É ansioso pela salvação de sua alma. Filósofo, maltrapilho, com
aparência suja, inclinado a meditar, a pensar mas não a trabalhar. Preocupa-se
com suas eliminações fecais as quais vigia com zelo.
Tarentula hispanica
A violência é uma das grandes características deste medicamento. Seu
humor é difícil e particularmente variável. O consolo o faz chorar. Durante uma
conversa pode ocorrer que não responda quando lhe fazemos uma pergunta. Canta
longamente até o momento em que cai em inanição. Apresenta
um estado de excitação durante o qual cantará, dançará e depois chorará. É
agitado, ansioso e hipernervoso. Há momentos que não suporta nada, nem ruído,
nem luz e, sobretudo a música. Às vezes se queixa bastante e ameaça seus
próximos. Quando a agravação ocorre, nós o veremos violento e colérico ao ponto
de rasgar suas roupas. Crises de loucura com agitação das pernas e dirá
palavras ameaçadoras. Pode se bater e bater quem estiver perto.
Está sujeito a pavores, terrores e alucinações. Seus terrores são
imaginários. Tem medo da morte. Vê desconhecido no seu quarto, monstros,
animais, insetos, fantasmas.
Fica de quatro quando está
com raiva e puxa seus cabelos. Tem tendência a cleptomania.
Tem aversão a cores quentes, principalmente o verde, vermelho e preto. É
um bom medicamento a ser estudado em casos delirantes, maníacos e psicoses.
Cannabis indica
É um exaltado eufórico com idéias petulantes. Exaltação de uma
loquacidade incoerente.
Ele fala, fala, fala, provoca acidentes, segura a pessoa que quer se
afastar. Começa uma frase e esquece o que ia dizer. Não se concentra m nada,
medo de ficar louco. Não consegue exprimir rápido tudo o que pensa. Rico em
alucinações, medo da morte, do escuro. Acredita ouvir uma música celeste vê
desenhos na parede. O que diz pensa ser de outra pessoa. Está desorientado no
tempo e no espaço. O tempo passa lentamente. Os minutos parecem séculos
Este notável medicamento cujo uso é proibido, o que é uma grande
imbecilidade, pois a homeopatia em diluições não contém o princípio ativo da
“Erva”, mas a energia vibracional de cura!
Lembraremos que semelhante cura
semelhante. Traria com certeza a harmonia para muitos jovens viciados m
maconha.
Cantharis
Irascibilidade e maldade, impressionável e tristeza. Temor e inquietude,
com gemidos, hipocondríacos. Ansiedade com grande agitação, que não o permite
ficar no lugar.
Perda súbita de consciência, com o rosto vermelho. Está tomado pelo
estupor, confuso assolado por estranhas idéias, seus pensamentos vagueiam, como
se fossem dirigidos por uma influência externa.
Delírio agudo, furioso, simulando a raiva, com cabeça quente. Vêem
objetos brilhantes. Crises de furos, gritos e latidos. Mania aguda, do tipo
sexual; frenesi amoroso, desejos sexuais impetuosos. O instinto sexual está
completamente desorientado. No homem há ereções violentas e dolorosas; o pênis
está inflamado e doloroso a tal ponto que lhe é impossível ter relações, mas
tem frenesi sexual extremo.
Nos delírios canta canções obscenas e fala sobre órgãos genitais, urina
e fezes, conversações impróprias e depravadas. Sensação como se a água fervesse
no seu cérebro. Vertigem que piora ao ar livre. Esses sintomas mentais indicam
uma inflamação cerebral e são semelhantes à Belladonna. A diferença é que
Belladonna tem a face vermelha. Apresenta convulsões.
Outros medicamentos: Coffea cruda, Iodium, Apis mellifica, Actea
racemosa, Lycopodium, Phosphorus, Lachesis mutus, Platina, Argentum nitricum,
Calcarea fluorica, Fluoric acid, Iodum, Medorrhinum, Thuya, Aurum metallicum,
3.8 OS OBSESSIVOS
A neurose obsessiva é uma patologia neurótica grave, em relação à
freqüência da ansiedade, da histeria e dos delírios de todo tipo.
As obsessões portam pensamentos de violência física (matar seu filho) ou
verbal, de contaminação (não tocar objetos), de dúvida (ter atropelado alguém
com seu carro sem se dar conta). Lavagem forçada das mãos ou de diferentes
objetos, recontar muitas vezes. Bater na madeira quando se evoca a sorte de
alguém, ou se evita passar debaixo da escada A fronteira entre normal e doentio
não é, portanto muito nítida. Se o indivíduo tente resistir a essa compulsão a
tensão psicológica aumenta. Nos casos graves, a situação chega a um estado de
ansiedade maior e de depressão, podendo chegar ao suicídio. Em certos casos o
indivíduo se recolhe em si mesmo.
A depressão acompanhada de agitação psíquica afeta a vontade, a atenção
e a função do real. Tendo uma regressão psicológica muitas vezes com uma forma
anárquica de comportamento.
Em caso de fixação: medo de ser separado dos objetos; constituições de
coleções, medo da separação.
Alguns remédios são dominantes e fiéis, outros são encontrados menos
freqüentemente, mas são algumas vezes eles que suscitam o desaparecimento do
sintoma.
Os medicamentos são: Luesinum; Argentum nitricum; Thuya occidentalis,
Medorrhinum; Natrum muriaticum, Silicea; Natrum carbonicum, Alumina, Lilium
tigrinum; Agnus castus, Cocculus indicus; Cereus bomplandi; Iodum; Pulsatilla,
Sabadilla e Selenium.
3.9 OS ESQUIZOFRÊNICOS
O Stress não causa esquizofrenia, no entanto pode agravar os sintomas.
Situações extremas como guerras, epidemias, calamidades públicas não fazem com
que as pessoas que passam por tais situações tenham mais possibilidades de
desencadear esquizofrenia do que aquelas que não passam.
Não há provas de que drogas lícitas ou ilícitas causem esquizofrenia.
Elas podem, contudo, agravar os sintomas da doença. Certas drogas como cocaína
ou estimulantes podem provocar sintomas semelhantes aos da esquizofrenia.
A alimentação equilibrada é recomendável a todos, mas não há provas de
que a falta de certas vitaminas desencadeie esquizofrenia.
Fatores sociais como desencadeantes da esquizofrenia sempre são
levantados.
Teoria Bioquímica
As pessoas com esquizofrenia sofrem de um desequilíbrio neuroquímico,
portanto falhas na comunicação celular do grupo de neurônios envolvidos no
comportamento, pensamento, sensibilidade e percepção.
As pessoas com esquizofrenia têm dificuldade na coordenação das
atividades entre diferentes áreas cerebrais. Ao pensar ou falar, a maioria das
pessoas mostra aumento da atividade nos lobos frontais, juntamente com a
diminuição da audição.
Casos de descriminação
“Numa noite uns policiais fizeram-me
sinal de paragem numa operação stop. Estava escuro, as luzes piscavam, eu
estava apavorada e a tremer. Quando o policial se aproximou do meu carro, eu
estava com tanto medo que não conseguia falar! Ele acusou-me de não cooperar
com a polícia. Eu disse que tinha esquizofrenia, ao que ele respondeu: O que é
que uma coisa tem a ver com a outra?”
(Elizabeth Anderson, professora
vocalista – EUA, diagnosticada com esquizofrenia há três anos)
“Eu estava grávida quando me foi
diagnosticada esquizofrenia. Os pais dos meus amigos perguntaram-me: Quando é
que vai abortar?”
(Michelle Miserelli, diagnosticada com esquizofrenia em 1988, oradora da
Sociedade de Esquizofrenia do Canadá).
“Após o almoço, fui ao café, infelizmente tive uma crise. Não me lembro
bem do que aconteceu... Mas também não preciso, pois depois disso voltei uma
vez a esse mesmo café e foram muitos aqueles que imitaram tudo o que aconteceu
naquela tarde.”
(Daniel Faria, 23 anos, estudante, diagnosticado esquizofrenia desde aos
16 anos).
Ter sempre consciência das palavras e expressões utilizadas. Palavra
como maluco, demente, louco, deficiente mental, doido, esquizofrênico ofendem e
magoam.
Controlar e pensar no tipo de atitudes que podem magoar as pessoas com
esquizofrenia.
O mais importante, quando se trata de uma pessoa com esquizofrenia, é
que a família e os amigos possam ajudar a encontrar um tratamento eficaz. O
passo seguinte é apoiar e acompanhar o tratamento.
A esquizofrenia é uma doença funcional do cérebro que se caracteriza
essencialmente por uma fragmentação da estrutura básica dos processos de
pensamento, acompanhada pela dificuldade em estabelecer a distinção entre
experiências internas e externas. Embora primariamente uma doença que afeta os
processos cognitivos, os seus efeitos repercutem-se também no comportamento e
nas emoções.
Tipo de esquizofrenia mais comum e também a que responde melhor ao
tratamento. Está associada a delírios de perseguição. São também freqüentes
delírios de grandeza, idéias além das suas possibilidades: “Eu sou o cantor
melhor do mundo, ninguém me supera”.
Chegam a ter idéias religiosas, políticas, proclamando-se salvadores da
terra ou da raça humana.
Esses pensamentos podem vir acompanhados de alucinações, aparição de
pessoas mortas, deuses, alienígenas e outros elementos sobrenaturais.
São comuns os problemas de concentração, pouca coerência de pensamento,
pobreza do raciocínio, discurso infantil. Muitas vezes fazem comentários fora
do contexto desviando-se do tema da conversa. Expressam uma falta de emoções
pouco apropriadas, rindo-se a gargalhadas em ocasiões solenes ou rompendo a
chorar por nenhuma razão em particular.
É também freqüente a aparição de delírios: o vento se move na direção
que eles querem etc.
A esquizofrenia catatônica apresenta como característica transtornos
psicomotores, tornando difícil ou impossível a pessoa se mover. Passa horas
sentado na mesma posição.
A esquizofrenia residual pode predominar sintomas como o isolamento
social, o comportamento excêntrico, emoções pouco apropriadas e pensamentos
ilógicos.
Normalmente, começa na adolescência com emoções irregulares ou pouco
apropriadas, pode ser seguida de um demorado isolamento social, perda de
amigos, poucas relações reais com a família mudança de caráter, passando de
sociável a anti – social e terminando em depressão.
Quem sofre de uma perturbação esquizofrênica escuta vozes estranhas,
odores estranhos, sensações estranhas. Outro sintoma característico é a
intrusão do pensamento a percepção de vozes e sons que a pessoa considera
estranho a si próprio.
Desmotivação e desinteresse: se manifesta através de uma falta de
iniciativa, desmotivação, desinteresse, apatia. Surge numa fase avançada.
O isolamento progressivo, pelo medo. Pode sentir que os pensamentos são
lidos pelas outras pessoas e que suas idéias são roubadas.
Alterações de comportamento, atos súbitos e imprevisíveis.
Os hábitos de higiene
podem deixar de ser cuidado.
Dependendo do grau da
esquizofrenia pode chegar a um suicídio.
Muitos têm uma vida completamente normal, mas seu olhar é desprovido de
emoção, sentimentos e reações.
A percepção de diagnosticar uma esquizofrenia é quando o indivíduo no
decorrer de sua vida passa por um trauma, e que mais tarde com a pré disposição
apareça sintomas marcantes.
A Homeopatia é fascinante, pois seu diagnóstico é em cima de
comportamentos, sintomas e sinais presentes no indivíduo.
Existem muitos
medicamentos importantes:
Natrum
muriaticum
Aconitum napellus
Kali
bromatum
Crotallus horridus
Kali
phosphoricum
Crocus sativus
Calcarea
phosphorica Cyclamem
Phosphorus
Psorinum
Pulsatilla
Sabina
Actaea
racemosa
Tarentula hispanica
Anacardium
orientale Magnésia muriatica
Lycopodium
Secale cornutum
Silicea
Cicuta virosa
Cyclamen
Alumina
Arsenicum
álbum
Nux moschata
Lilium
tigrinum
Manganum
Staphysagria
Opium
Sulphur
Thuya
Mercurius
vivus
Baryta
carbônica
Bufo
rana
Graphities
Tuberculinum
Canabis
indica
Falarei
sobre alguns medicamentos acima:
Actaea
racemosa
Loquacidade incessante, fala com volubilidade, agitando-se
continuamente; fala sem parar, passando de um tema para outro com rapidez, sem
se fixar em nenhum e essa incoerência de linguagem corresponde bem ao seu
desequilíbrio mental.
Nos intervalos do estado de excitação, está triste, deprimido,
melancolia, desalento, sensação como se estivesse envolto em um nevoeiro
sombrio, ao mesmo tempo tem a impressão de ter chumbo na testa. Fadiga
cerebral, podendo aumentar até uma verdadeira confusão mental, com excitação e
delírio. Tudo isso passa subitamente ou agrava pelo movimento, pelo medo, ou
por um esfriamento.
Desconfianças constantes,
medo de ficar louca; medo de uma desgraça iminente.
Tem visões de ratos,
diabos, bichos. Tendência ao suicídio por desesperar-se.
É importante gravar que estabelece uma espécie de alternância entre o
psiquismo e o físico. Os distúrbios
mentais melhoram quando uma dor precisa aparece.
O amor não correspondido perturbou seus pensamentos. É uma causa
importante a ser vista, pois compreende uma grande parte de seus sintomas.
Distante, ausente, deprimida, cansada de tudo, temendo tudo e em
particular de ficar louca: “minha cabeça está confusa”.
Não dorme, suplica que deixem dormir, mas não consegue adormecer. Mil
idéias, mil imagens a impedem se ela começa a adormecer.
Ansiedade no limite do desespero. Queixa-se de múltiplos sofrimentos:
seu coração vai parar uma dor a faz temer, crises de angina, dores musculares,
de abalos nervosos, de descargas elétricas ou dores vertebrais.
Natrum
muriaticum
As modificações morfológicas e psicológicas do adolescente, acentuadas
pela instabilidade endócrina, mental e afetiva, impulsos sexuais, na menina
como no menino, são sentidos com preocupação.
Distúrbios psicossexuais pubertários, são agravantes, podendo evoluir
por desvios de comportamento e uma patologia psiquiátrica grave.
Uma preocupação obsessiva que diz respeito à aparência e a forma do
corpo, o temor de seus defeitos. Gozações na escola por não estar nos padrões
instituídos pela sociedade hipócrita imbutindo o que é certo e errado. Os
jovens que não se encontram no padrão pré estabelecido criam traumas que muitas
vezes os familiares não têm noção da destruição direta nos jovens. Criam,
portanto depressões, ausência de afetivas, tentativas de suicídio, problemas
sexuais como homossexualidade, masoquismo, prostituição ou fuga em estado de
confusão mental.
A importância do esclarecimento e observação dos pais é fundamental para
a fase adulta de seus filhos. Não julgueis de forma alguma o comportamento
estranho. Compreender é o início da cura.
Apresenta agravamento auto-agressivo e situações de angústia, tendo
dificuldade em refrear a tentação ao suicídio. Torna-se indiferente, emudece.
Será necessário não confiar nos antidepressivos, do tipo imipramina que, se não
suscitam o delírio, pode eliminar a inibição e facilitar a passagem ao ato
suicida.
Natrum muriaticum é um remédio muito importante. Representa uma
possibilidade de retrocesso total dos transtornos em uma esquizofrenia. Evita
regressão profunda e o fim de um quadro de pseudodemência.
Phosphorus
A
imaginação é a função mental mais desenvolvida, permitindo aos impulsos
instintivos se exprimirem através da fala. A atração pela poesia, a invenção
fantasiosa, a literatura fantasmagórica. Caráter nervoso, intensa emotividade,
vibrante, reagindo muito vivamente a todas as incitações por respostas rápidas
e excessivas. Queima de entusiasmo ou se consome de desânimo; impressionável e
rapidamente assustado; conturbado pelas emoções felizes; hiperexcitável as
percepções sensoriais. Ou sentir uma ansiedade dramática à menor emoção.
A atividade é fraca, mas não ausente, mas é necessário o suporte de uma
excitação febril ou o motor da inspiração criativa para se manifestar. É a fase
de ação imaginária ou realizadora, um esboço de esforços para recair, longo
período de inanição e apatia. Todo o trabalho mental o agrava.
A reativa é ocasionalmente
impulsiva. Impulsos perigosos sobre os outros ou ele mesmo.
Necessidade de ternura, generosa, personalidade frágil, vulnerável,
exigente, exclusiva, egocêntrica.
Indiferença taciturna, em procura da solidão com mutismo em fechamento
em si, vergonha do seu estado ou desespero abatido conduzindo ao suicídio.
Excitação erótica com uma
imaginação desenvolvida.
O adolescente, agitação excessiva, resultados irregulares, aparência
cansada. É o mais apaixonado, romântico, o mais vulnerável às decepções
amorosas, triste e ansioso no crepúsculo, deprimido até a angústia pela
tempestade e mudanças meteorológicas, entusiasta por um ideal social, o mais
atraído por uma vocação religiosa.
A adolescência pode representar para o tipo fosfórico a mais perfeita
das possibilidades psíquicas, mas se suas deficiências naturais ou a ausência
de um tratamento adequado, por menor que sejam não lhe permitem se adaptar será
o mais exposto aos distúrbios psíquicos juvenis e em particular a
esquizofrenia.
O adulto: episódios melancólicos, por choques emocionais, traumas,
adquire incapacidade sofrida de agir e pensar. Sentimentos de depreciação
culpa, de falta de mérito, hipersensibilidade ansiosa, acompanhada de múltiplos
distúrbios neurovegetativos e circulatórios; palpitações, suores, tremores,
arrepios, agitação inquieta; agravação da ansiedade ao anoitecer; insônia
atormentada; tristeza taciturna e desespero com tendência ao suicídio.
A esquizofrenia pode ter na sua forma mais clássica e correlativamente
seu tratamento “mais semelhante” entre os medicamentos da série fosfórica, em
seus diferentes graus de gravidade.
Encontram-se todas as
modalidades psíquicas características deste medicamento.
Sensações de vazio cerebral, agravado por vigílias prolongadas, os
excessos sexuais (a masturbação excessiva).
Dificuldades progressivas e depois aversão ao trabalho físico ou
intelectual, necessidade de se deitar na obscuridade.
Tristeza com lágrimas,
sensação de mal-estar interior.
Diminuição da sociabilidade, perda progressiva do contato humano,
fechamento sofrido em si mesmo, mutismo.
Ansiedade mórbida, sem objeto definido, alternando com uma excitação
imotivada, às vezes, uma agitação agressiva.
Sentimento de hostilidade à sua volta, de estranheza do mundo exterior,
de isolamento num universo morto, deserto, gelado.
Angústia inexprimível, aterrorizante, atroz, por sentimento de
deslocamento da personalidade.
Alucinações auditivas. Estado progressivo de indiferença de ausência de
contato de lentidão, depois da degradação intelectual, evocando os estados de
esclerose cerebral lacunar, refúgio impiedoso contra uma vivência insuportável.
3.10
OS DESEQUILIBRADOS
Os desequilibrados são sujeitos cuja personalidade não lhes permite
adaptarem-se espontaneamente às regras da vida em sociedade. Essa
incapacidade torna-os marginais, estranhos também aos grupos que não
representam uma maioria, mas que tem suas próprias leis, como o meio dos
mendigos, por exemplo. Designavam-se no passado, esses sujeitos sob o nome de “psicopatas”.
O comportamento que com maior freqüência não demandam nenhuma ajuda
médica, é de instabilidade e impulsividade. Chegando a uma delinqüência mais ou
menos guarnecida de episódios psiquiátricos.
Com grande freqüência, as dificuldades no plano afetivo (traumas de
amor), familiar, matéria e educativo são causas de grande importância e mais
tarde com a pré disposição do indivíduo criando raízes profundas no mental,
comportamental, energético e conseqüentemente no físico.
Parte psicológica, insuficiência materna e uma fraqueza da imagem do
pai. Às vezes, ao contrário, a mãe que adora seu filho a quem protege do rigor
paterno.
A Hereditariedade genética como também a semelhança energética
espiritual é uma das causas de eclosão da patologia.
Não existe efeito sem causa. Tudo é construção. Nada acontece por acaso.
Muitas vezes a necessidade de se verificar a família em todos os aspectos:
moral, emocional, comportamental as atitudes, com certeza a necessidade de
todos se tratarem.
Caracterizam-se por sua tendência à passagem ao ato imediato em todas as
situações que mobilizam sua afetividade.
Estará preso a uma grande agitação, apresentará fugas, cometerá roubos,
violações e se entregará a uma tentativa de suicídio sem tirar nenhuma lição
nem exprimir arrependimento. O
desequilibrado não tem sentimento de culpa.
Se sua consciência não participa do processo, seu comportamento indica o
rigor de um Superego imprevisível e em sua dureza. Comportamentos perigosos,
sempre estando em risco: roubo de carros, alcoolismo, toxicomanias etc.
Sua vida sexual é freqüentemente tingida de malignidade e prática
perversas com atos agressivos.
Em homeopatia temos grandes medicamentos como:
Atropa Belladonna, Hyosciamus, Stramonium,
Tarêntula hispânica, Agaricus, Chamomilla, Carboneum sulfuratum, Mercurius
vivos, Hepar sulphur calcareum, Fluoric Acid, Nitric Acid, Anacardium
orientale, Tuberculinum, Calcarea fluorica, Argentum nitricum, Aurum
metallicum, entre outros.
Falarei de dois grandes
medicamentos:
Mercurius
vivos
Mercúrio, o planeta mais
próximo do Sol.
Um grande medicamento!
A agressividade de Mercurius desde criança. Crianças más, batem, atacam
brinquedos, não tolera nenhuma recusa, nenhuma contradição, sem limite algum.
Sua violência é característica.
É com freqüência o egocêntrico angustiado, ego fraco, que nunca atingiu
a autonomia afetiva.
Um comportamento
masoquista, com bruscos acessos de cólera.
Pode corresponder àquelas pessoas devotadas a uma administração, a uma
associação ou a uma causa a qual se identificam, servindo no contexto, eles
encontram aí uma armadura protetora e o estímulo indispensável para lutar conta
sua indolência. Com as inevitáveis vexações, frustrações e humilhações que
alimentam os dolorosos sentimentos de tristeza com reações psicossomáticas ou
pensamentos vingativos em razão das injustiças sofridas, que não lhe foi
permitido exprimir.
Mas ele pode também ser psicopata perverso, em revolta ativa contra a
sociedade: vandalismo, delinqüência em todos os níveis do roubo prazeroso ao
ato criminal, perigoso, chefe de bando ou pequeno malfeitor assinando seus atos
com uma nota característica de sadismo.
Nitric
acidum
Está
sempre entrando em litígio, até com a humanidade.
Odeia em silêncio, pessoa que gosta de processos judiciais. Come pelas
bordas. Está sempre irritado projetando vinganças.
Ação destrutiva, sensação
forte de que foi atraiçoado. “Olho por olho, dente por dente”.
Descontente consigo mesma, insegura, covarde. Através de seu ódio por
todos, busca na desforra, rogando pragas, maldições, blasfêmias, foge de seus
atos.
Sensível ao barulho, dor, toque, agitado, teme a morte, agressivos, com
angústia e depressão. Irrita-se facilmente. Tem crises de cólera e tremores,
teimoso.
Mente prostrada. Ela é de
uma indiferença total, cansado da vida, privado de alegria. Agressividade das
perguntas e melhora andando de carro.
3.11
OS DEMENTES
Trata-se de sujeitos que apresentam, um enfraquecimento psíquico global,
chegando a uma degradação somática. O processo é crônico.
O processo demencial instala-se progressiva e lentamente. Normalmente é
a família que nota um comportamento mais absurdo que o de hábito. Tomando a
consciência de que o indivíduo tinha maneiras estranhas; que tinha comprado
certos objetos desnecessários; que sua afetividade havia mudado.
Desinteressa-se pelos que amava; ele procura ao contrário pessoas que
desprezava antes. Seu comportamento sexual espanta.
Um fechar em si mesmo, uma recusa de se comunicar, tomada por uma
manifestação nova do caráter que ninguém explica.
Depois o sujeito ocupa-se de modo prolongado ou permanente com
atividades inúteis. Não cuida de sua higiene. Sua vestimenta suja, manchada;
seu rosto embotado. A linguagem torna-se incoerente. A memória comprometida.
Distúrbios de humor sem controle.
Em certos casos, é sob a máscara de uma outra patologia psíquica que a
demência aparece. Pode-se deprimir
sentir ciúmes. Ter delírios que roubam seu dinheiro, e o envenenam.
Sem controle esfincteriano, com uma bulimia. Dificuldade no vocabulário.
Concentração da atenção alterada. Linguagem lenta. Dificuldade na escrita. È
importante perceber que pode ser o início da doença de Alzheimer.
O indivíduo não tem mais noção de dia, mês, ano. Esquece sua data de
nascimento. Perde-se. Não lembra onde mora, não reconhece os familiares. As
funções superiores estão afetadas no julgamento assim como no raciocínio.
Podem existir problemas
neurológicos associados que poderiam confirmar o diagnóstico. Tiques de mastigação,
espasmos localizados, convulsões.
O confuso apresenta também distúrbios comportamentais, uma desorientação
de tempo e espaço. No idoso a confusão mental poderá surgir um quadro de
demência evoluindo muitas vezes na evolução de um tumor cerebral.
A intoxicação por álcool, dependendo da pré disposição, meio de vida,
família, poderá caminhar para um quadro de demência, com espasmos, delírios,
convulsões.
Os
remédios Homeopáticos dos Dementes:
Atropa Belladonna, Alumina, Bryonia Alba, Crocus sativus, Crotalus
horridus, Gelsemium,
Hyosciamus Níger, Kali bromatum, Veratrum álbum, Aurum muriaticum,
Anacardium orientale, Arsenicum álbum, Causticum, Lachesis mutus, Lycopodium
clavatum, Mercurius vivus, Natrum muriaticum, Nitric acid, Phosphoric acid,
Phosphorus, Plumbum Metallicum, Thuya, Sulphur, Chamomilla.
Falarei
de alguns medicamentos:
Belladonna:
Pode estar estuporoso, sem memória, incapaz de realizar ações que
conhecia muito bem. Seus movimentos são rígidos existem movimentos opostos dos
membros inferiores logo que forçá-lo a executar qualquer coisa. Muito
agressivo, grita. Um medicamento para espasmos e convulsões.
Gelsemium:
Não consegue fixar sua
atenção.
Ação no sistema nervoso central, medula espinhal, fígado e intestinos. É
um grande paralisante. Produz um estado geral de paresia mental e física. A
mente é lenta, sistema muscular encontra-se relaxado. Principal medicamento
para a “Paralisia Infantil”. Fraqueza cerebral, descompensação cardíaca. Um
excelente medicamento a ser estudado.
Plumbum metallicum:
Chumbo. Tendência ao alcoolismo. Ação no SNC, SNA. Produz três formas de
encefalopatias (convulsiva, delirante e comatosa). Na medula com lesões no cone
anterior, produzindo paralisias motoras bilaterais dos dedos e membros; seguido
de atrofia dos músculos afetados; sobre certas raízes do tronco nervoso (ciática
nervo ótico).
Paralisia precedida por distúrbio mental, tremor, espasmos ou fortes
dores rasgantes, penetrantes, ao longo do trajeto dos nervos principais; as
regiões afetadas emagrecem punho caído causado por apoplexia, esclerose do
cérebro ou atrofia muscular. Grande medicamento para estados escleróticos. Um
medicamento a ser estudado!
3.12 OS RETARDADOS:
São
indivíduos cujo nível intelectual, avaliado em relação a um quociente médio é
insuficiente.
Um funcionamento intelectual significativamente inferior à média.
As causas do retardamento mental são numerosas. È o Luetismo que aí
domina.
Existem retardamentos isolados, sem déficit associado em que o fator
genético é evidente.
Algumas doenças hereditárias associam um retardamento. Poderão ocorrer
as causas infecciosas como, por exemplo, a rubéola, a toxoplasmose.
Não intervindo em nenhuma discussão, eu particularmente em meus estudos
acredito no histórico individual e carmas (ação pendente) trazidos pelo ser
humano com o intuito de resgatar as pendências do passado. As causas mecânicas
(do nosso físico) são somente sinais de uma causa profunda. (Lei da Causa e
Efeito).
Os Dois remédios Essenciais:
Baryta
carbônica:
Está
em primeiro plano no retardamento mental. QI varia da debilidade leve à
imbecilidade.
Sua compreensão é lenta seu medo
diminui suas possibilidades. É tímido, envergonhado. Afasta-se o que não conhece. Tem dificuldade
de interagir com a família e com as pessoas. Não tem confiança em si mesmo. Tem
necessidade de segurança. No plano escolar, o retardo é confirmado muitas vezes
desde cedo. Dificuldade de entendimento de se expressar. Um medicamento a ser
estudado com muita importância.
Bufo rana:
É
um retardado profundo, imbecil, idiota. É um apático. Sua memória e linguagem
são limitadas. Tem aspecto apalermado com risos sem razão evidente,
entregando-se à masturbação.
É um sujeito solitário. Se o solicitam excessivamente ele pode sair
violentamente de sua indiferença e ter grandes cóleras. Corre em todos os
sentidos, tentando morder se o querem conter. É hipersensível à menor excitação
e piora pela música. Crises epiléticas, podendo sobrevir durante o sono.
Outros medicamentos também importantes:
Medorrhinum, Luesinum, Nosódio ADN ARN, Causticum, phosphorus,
Graphites, Mercurius vivos, Calcarea carbônica, Conium maculatum, Helleborus
Níger, Nux moschata, Agaricus muscarius, Ambra grisea, entre outros.
3.13 OS ANORÉXICOS
Antes de falar sobre a anorexia dentro da visão mecanicista (visão
médico), a importância da observação do comportamento em que a sociedade
influencia diretamente e com imposições diretas.
Quais são os valores que a mídia tem transmitindo? E os seus valores?
Sabemos que na pré-adolescência e adolescência a individualidade, a
personalidade de um jovem é totalmente frágil. Pois bem, è nesse momento que a
sociedade traz os valores de crítica, julgamento e condenando. Dizendo o que é
certo ou errado. O que é verdade ou mentira, impondo seus valores de
vestimenta, de alimentação de beleza ou até a felicidade fútil, vazia, que traz
tudo isso. Se o jovem não tem uma base sólida dos verdadeiros conceitos de
felicidade e bem estar, com certeza essa jovem terá profundos traumas se caso
ela não estiver nos padrões da sociedade de beleza.
Começa um processo de ausência de amor. Os valores são distorcidos. A
depressão se instala.
“Eu abro os meus olhos, não me vejo como sou. Uma dor intensa. Não me
conheço, não me amo. Perco tudo o que tenho, pois sei que não construí nada. Em
nome da beleza, alegria fútil. Não me aceito como sou.”
“Anorexia e Bulimia hoje são estilos de vida”.
A consciência dos verdadeiros valores que temos que dar para a vida.
(que é uma ilusão). Construir castelos
de areia, com certeza cairá um dia.
O amor, a beleza são construções diárias.
Existem diversos quadros de anoréxicos dentro da teoria da psiquiatria.
Sabemos que somos diferentes. Reagimos diferentes (a mesma situação). O grau
muda dependendo da atuação dos miasmas que estão vibrando no momento. Então temos
Anoréxico Deprimido, O anoréxico Obsedado, o anoréxico histérico, A anorexia
mental, anorexia nervosa.
Temos muitos medicamentos não para os sintomas e sim para O Ser Humano
(que é a causa). Por isso, da importância do homeopata ser um Terapeuta. Sentir
verdadeiramente quem somos nós.
Abaixo alguns medicamentos
homeopáticos:
Arsenicum álbum; Belladonna; China; Ipeca;
Kali carbonicum; Sepia; Lycopodium; Platina; Palladium; Veratrum álbum; Ignatia
amara; Phosphorus; Pulsatilla; Sulphur; Silicea; Natrum muriaticum; Ferrum
metallicum; Lilium tigrinum; Nux vomica; Calcarea carbônica, entre outros.
3.14
OS ALCOÓLICOS E OS TOXÔMANOS
O alcoolismo é uma doença que começa no comportamento familiar. Quando
temos um alcoólatra em
casa. Todos somos alcoólatras. A importância de tratar um
todo faz verdadeiramente o restabelecimento da patologia.
É a fuga, não aceitação de como sou, o que construí. Sentimento de
fracasso, sentimento de minusvalia fraqueza da moral, ausência de amor ausência
de humildade.
A sociedade junto com a mídia introduz o alcoolismo em todos os lugares,
mostrando “que é chique, normal”.
Dentro da visão mecanicista o alcoolismo se manifesta de várias formas,
como falamos no capítulo anterior. Dependo sempre do miasma que está vibrando
no momento. O histórico familiar, comportamental e moral.
Poderá chegar a delírio tremens, alucinações, amnésia, demências alcoólicas;
crises convulsivas, distúrbios hepáticos.
Existem muito medicamentos, o próprio nosódio do sangue, Petroleum;
Opium; Stramonium; Tarêntula; Mandrágora; Sulphur; Apocynum Androsaemifolium;
Ethylicum, Carduus marianus; Alumina, entre outros.
As drogas por sua vez trazem uma complexidade dentro da própria
sociedade, a introdução leva a marginalidade ou até mesmo a marginalidade tendo
o dinheiro para sustentar sua família. Sendo que o governo não dá condições,
sustentação para a sociedade carente. È muito mais profundo tudo isso, pois
sabemos que a política os governos estão por traz de tudo isso. A mídia mais
uma vez impõe um padrão de beleza, mas a população carente procura de todas as
maneiras conseguir o que está estabelecido como felicidade.
Por outro lado temos as classes mais abastadas. A futilidade o vazio da
base familiar, os conceitos de moral e de amor; e os padrões estabelecidos,
levam para a marginalidade das drogas. Construção em bases de areia. É claro
que o comportamento muitas vezes seguidos de arrogância, prepotência, orgulho,
não aceitação da própria vida ou até “a dificuldade de conhecer algo novo,
acarreta uma falsa alegria, muitas vezes duradoura, porém vazia...” Pela
ausência do preenchimento interno do ser humano.
Bem, esse assunto é extenso, mas o importante é sabermos o que
verdadeiramente estamos fazendo com nossas vidas. O que venha ser felicidade?
Façamos uma reflexão de nosso comportamento, atitudes, palavras, pensamentos. O
que estamos construindo?
Existem muitos medicamentos homeopáticos para o restabelecimento da
saúde. Abaixo alguns deles:
Canabis indica, Avena sativa, Opium, Stramonium, Belladonna, Escholzia
californica; Medicago Sativa; Passiflora; Plantago Major; Sumbul, Thea
Chinensis, entre outros.
CONCLUSÃO
Não somos máquinas, somos energia
condensada. Tudo está interligado, portanto se cuidarmos somente do corpo
físico estaremos camuflando e adoecendo sem realmente resolvermos o que
desequilibramos.
A ausência de amor ou o “Super Amor
Egoísta”, define a importância de todos nós nos observarmos por completo.
Quantas pessoas por aí estão perdidas em seus pensamentos, sentimentos,
emoções, palavras...
Todos os profissionais da área da saúde têm
por obrigação buscar o Equilíbrio e a Harmonia, mas infelizmente não é bem
assim.
A busca desenfreada do poder com
características de arrogância nos mostra a decadente saúde pública.
Este trabalho mostra que mascarar os sinais
e sintomas de qualquer patologia psiquiátrica causa terríveis distúrbios
irreversíveis, pois a destruição total já foi concluída. É importante a
observação, a atenção no comportamento, nas atitudes, a moral do ser humano, a
mudança interior, faz com que sejamos mais felizes e compreendamos
verdadeiramente a causa de todos os males. Saibamos reverter os processos de
sofrimento que nós mesmos construímos no decorrer de nossas vidas. Não adianta
culpar outros por nossas faltas e falhas. Sentir e observar faz parte de nosso
trabalho diário e constante em nossas vidas. Sejam todos felizes! Hoje, agora e
sempre.
Patrícia Jorge Alves.
Terapeuta
Homeopata
Atenemg
1498
Conahom
1081
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