sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A TEORIA DA EVOLUÇÃO


A teoria do transformismo, da evolução das espécies, de Charles Darwin, apresenta o homem como descendente direto das espécies inferiores, dos animais, e mais proximamente do macaco. Segundo essa teoria , o homem é um ser que vem sendo elaborado pela natureza através de longo processo, passando pelas mais variadas experiências biológicas, para chegar ao seu estado atual. A vida não é mais do que um trabalho constante de elaboração, e o homem é o mais elevado produto desse esforço multimilenar de todas as forças conhecidas e desconhecidas do Universo que habitamos. Toda a Natureza é um imenso e penoso trabalho de construção.
A geologia nos mostra a formação da Terra, através dos séculos e dos milênios, como um lento e laborioso desenvolvimento. Vemos graças aos estudos e as pesquisas científicas, que as várias classes de seres vivos estão todas ligadas numa ampla cadeia. Por que estranho motivo apenas o homem seria uma exceção a regra geral? E que estranha rejeição seria essa em detrimento de si próprio ao invés de engrandecê-lo? Se o homem não se enquadrasse nesse vasto panorama da evolução terrena, qual seria sua posição, num mundo de constante evolução? Tudo progride ao seu redor, “menos ele” o enteado da criação, abandonado às suas próprias fraquezas e encerrado no estreito limite da vida orgânica, entre o berço e o túmulo. Tudo flui e tudo se transforma. Nesse imenso processo o homem representa o ponto culminante da Natureza.
As religiões dizem que “Deus criado o homem à sua imagem e semelhança. De acordo com esse princípio, aparentemente bíblico, o homem tem de ser elemento à parte na criação, porque é a própria imagem de Deus colocado dentro do Universo. O espiritismo nos mostra esse conceito ao invés de elevar o homem, diminui a Deus.
Kardec nos disse no capítulo XII da Gênese:

... Não rejeitemos, pois a Gênese bíblica; estudemo-la, ao contrário, como se estuda a história da infância dos povos.”
Deus é a Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas.”

Vemos, portanto, que Deus não foi esquecido, nem ficou à margem mas continua colocado com mais justeza e maior razão, na base de tudo quanto existe.
Comentando a teoria científica de que as coisas do Universo provém das propriedades íntimas da matéria, sem intervenção de qualquer outro princípio. Kardec nos escreveu no Livro dos Espíritos:

... Atribuir a formação primordial das coisas às propriedades intrínsecas da matéria seria tomar o efeito pela causa, pois que esses propriedades são, por sua vez, efeitos que devem ter uma causa.”
A natureza do efeito decorre sempre da natureza da causa. Analisando o Universo, pelo que dele podemos aprender, vemos que seus efeitos são de natureza inteligente, e se entrosam de maneira tão harmônica, tão perfeita, que só podem decorrer de uma causa inteligente.
O Espiritismo estabelece uma estreita relação entre a Ciência e a Religião, por meio da filosofia. Sem negar a existência de Deus, ele contraria a concepção antropomórfica das religiões e estabelece uma teoria. Deus já não é matéria de crença. No tocante a formação do homem à imagem e semelhança de Deus; diz a gênese bíblica que o homem foi feito de terra e embora não aceitando literalmente a imagem de um boneco de barro feito por alguém; que seria Deus. O Espiritismo aceita o princípio de que o homem procede do barro terreno, de que a vida orgânica teve princípio juntamente com o desenvolvimento mental e psíquico, na argila fecunda dos primeiros tempos da formação planetária.
A pergunta formulada por Kardec esclareceu:

A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a Natureza íntima de Deus. Na infância da humanidade o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas a medida que nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento penetra melhor no âmago das coisas, então, faz idéia mais justa da Divindade e, ainda que sempre incompleta à sã razão.”

...Deus não tem a forma orgânica do homem. Ora, se compreendemos que o homem não é seu corpo animal, mas o espírito que anima esse corpo e realiza através dele sua evolução na vida terrena, vemos que as palavras da bíblia não foram prejudicadas pela interpretação espírita; e vemos que há uma relação mais íntima e profunda de essência e não de forma, entre Deus e o homem,do que a relação materialista estabelecidas pelos exegetas bíblicos das várias religiões.” ( Herculano Pires).

A alma ou espírito é o princípio inteligente do Universo. Indestrutível, ao mesmo título que a força e a matéria, não lhe conhecemos a essência íntima, mas somos obrigados a reconhecer a existência distinta. O princípio inteligente, do qual emanam todas as almas é inseparável do fluído universal; sob sua forma original o que vale dizer em seu estado mais puro.
Todos os espíritos encarnados ou desencarnados qualquer que seja o grau de seu progresso moral são revestidos de uns invólucros, invisíveis, intangíveis e imponderáveis. Perispírito é como denomina esse corpo fluídico.
Allan Kardec no primeiro capítulo do Livro dos Espíritos:
Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?”
Responderam os espíritos:

“ – Não, pois lhe falta o sentido necessário.” O Espiritismo renovou fundamentalmente a concepção humana da vida e do mundo, ensinando ao homem que ele não nasceu para gozar nem para sofrer, mas para evoluir, crescer e progredir; pois tudo ao nosso redor nos faz crescer. A dor deixou de ser um castigo imposto ao homem pela “absurda vingança de Deus” contra o “casal primitivo”; o prazer deixou de ser o objetivo aceitável da existência corpórea e ambos, prazer e dor, passaram a ser meras decorrências de um processo mais amplo e mais complexo, em que o homem se acha envolvido, para crescer e se desenvolver, em espírito e verdade. Seria injusto em acreditar-mos que após a morte, dormiríamos num sono profundo e que quando Deus achar necessário acordaríamos e dependendo de nossos atos aqui na Terra viraríamos pó. E todo sacrifício, aprendizagem, sofrimento se não teremos mais continuidade. Seria irracional pensarmos dessa forma. Se Deus é equilíbrio, porque uns nascem com privilégios e outros não, se todos nós somos filhos do mesmo Pai? Pois é com esse raciocínio lógico e sendo regidos pelas “Leis Universais” é que nos desenvolvemos e aprendemos tendo a oportunidade de evoluirmos com a certeza da continuidade de nossa história.

Patricia Jorge Alves
Terapeuta Homeopata







SOBRE ESTAR SOZINHO




Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o início deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.
O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem estar.
A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo está fadada a desaparecer. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher; abandonando suas características para se amalgamar ao projeto masculino.
A teoria da ligação entre opostos também vem desta raiz: o outro tem de fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica por sinal.
“A PALAVRA DE ORDEM DESTE SÉCULO É PARCERIA”.
Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor profundo do “Ser”. “Eu Sou e Amo a Companhia que está ao meu Lado”, mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnológico que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Estão começando a perceber que se sentem fração, mas “são inteiras”.
O outro com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.
O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se relacionando para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos na “Era da Individualidade”, o que não tem nada a ver com egoísmo.
O egoísta não tem energia própria, ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.
A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa à aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado está para uma boa relação afetiva.
A solidão é boa, ficar só não é vergonhoso. Estar só “com você mesmo” é diferente de “ser só” com a multidão ao seu lado.
As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.
Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado.
Cada Ser é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.
Muitas vezes pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.
Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.
Na solidão, percebemos e sentimos que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro de nós, e não à partir do outro. Ao perceber isso, nos tornamos menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um .
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Neste tipo de relação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo Ser Amado.
Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, pois o perdão começa por nós mesmos. Temos que reconhecer a si mesmo, e nos perdoar para que possamos continuar nosso caminho, adquirindo entendimento para nossa “verdadeira função aqui na Terra”. Você sabe qual é a sua?

Patricia Jorge Alves
Terapeuta Homeopata

INSTITUTO CULTURAL IMHOTEP