Começo minha explanação
sobre o ser humano, onde fazemos parte da humanidade e somos compostos por
órgãos que por sua vez, é composto por inúmeras células. A humanidade espera do
indivíduo que este se comporte da maneira mais adequada para o desenvolvimento
e sobrevivência da espécie. O Ser Humano espera dos seus órgãos que funcione da
melhor maneira para assegurar a sua longevidade. O órgão por sua vez, espera
das suas células que cumpram a função que lhes é exigida para garantir a sua
sobrevivência.
Podemos entender que tanto
de um lado como de outro, cada “unidade individual, célula, órgão e indivíduo”,
encontram-se sempre numa posição de conflituosidade entre a vida pessoal e a
sujeição aos interesses da unidade. Todas as “organizações complexas”(humanidade,
Estado, Órgão) baseiam-se para o seu bom funcionamento, no princípio de que a
maioria das partes se submete a uma ideia informadora comum e a serve. Todo e
qualquer sistema suporta bem a deserção de alguns de seus elementos, sem que
advenha perigo do todo. Existe um limite para que não ocorra perigo. Um Estado
tem capacidade que um grupo pequeno de pessoas estejam desempregados, mas
quando o grupo alcança dimensões sem controle, passa a existir um perigo para a
totalidade do sistema, colocando em perigo o Estado como um todo.
O Estado por sua vez,
procurará meios para se proteger, mas quando seus esforços fracassam a queda é
certa. A meta é atrair e alimentar os grupos fracos fazendo-os seguros e
fortes. A repressão e a violência (sicose/Luetismo) não surtem efeitos
benéficos, conduzindo-os certamente para o caos. Do ponto de vista do Estado,
forças opositoras(medicamentos violentos causando efeitos destruidores no
sistema todo), constituem inimigos perigosos que desconhecem outro objetivo
senão a destruição da ordem e a propagação do caos com consequências na maioria
das vezes nefasta.
O Estado exige obediência e
os dissidentes reclamam a liberdade total para poderem levar a cabo os seus
próprios ideais.
A exposição deste exemplo
não se trata de expor crenças sócio políticas mas, de descrever o processo do
cancro num plano diferente, para que o ângulo se amplie.
O cancro não consiste num
fato isolado que se apresenta unicamente de sintomas, mas, num processo muito
diferenciado e inteligente que deveria chamar a atenção de todos.
Em quase todas as outras
patologias, observamos o corpo combater através de medidas adequadas fazendo
com que a totalidade recobra sua saúde.
No caso do cancro, acontece
algo distinto, estando o corpo indefeso da forma como um número crescente de
células alteram o comportamento, desencadeando mediante a uma divisão ativa, um
processo que em si não conduz a objetivo algum, conhecendo seus limites
unicamente no esgotamento. A célula cancerígena, não é algo que ataca o
organismo vindo do exterior, mas o terreno se torna suscetível, quando as
defesas não se comunicam corretamente entre si. Os vírus, as bactérias e os
fungos sempre existiram, mas não podemos colocá-los como vilões, pois, se
encontrarem um terreno propício e semelhante, faz com que os componentes desse
terreno entrem em conflito entre si e com os intrusos , onde o mais forte mata
o mais fraco, surgindo um caos podendo chegar ao óbito. Podemos dizer que a célula,
muda de opinião deixando de se identificar com a comunidade a que pertence. A
célula por sua vez, desenvolve objetivos próprios e as persegui-los com afinco.
Dando por concluída sua atividade ao serviço próprio, multiplica-se criando seu
próprio mundo e entrando sem bater nos órgãos que mais o convém. Ela então,
deixa de se comportar como um membro do Ser multicelular, retrocedendo a uma
etapa anterior da sua evolução, passando a Ser unicelular. Demite-se da sua
associação celular e, através da multiplicação caótica, se espalha rapidamente
e implacavelmente sem o menor respeito pelas fronteiras morfológicas (
infiltrações), estabelecendo por toda a parte, os seus postos estratégicos (metástases).
Para se alimentar, recorre à comunidade celular que se desprendeu. O crescimento e a multiplicação das células
cancerígenas é tão rápido que por vezes, os vasos sanguíneos são insuficientes
para as alimentar. Nessa altura, as células cancerígenas prescindem da
oxigenação passando à forma de vida mais primitiva da fermentação. A respiração
depende da comunidade(intercâmbio), enquanto a fermentação pode ser conseguida
por cada célula, individualmente.
Esta proliferação triunfal
das células cancerígenas termina quando o solo nutritivo do indivíduo tiver
sido consumido, chegando a célula cancerígena sucumbir, enquanto tiver
nutriente ela prospera.
Por que razão, a célula que
fora, até então, uma célula exemplar, passa subitamente a provocar tudo isso?
Na sua qualidade de membro
obediente do indivíduo celular a que pertencia, tinha apenas de realizar
determinada atividade prescrita sendo útil para a sobrevivência do Ser
multicelular, sendo apenas uma de entre milhões de células, tendo de realizar
um trabalho pouco atrativo, sendo que durante anos o fez. A certa altura, o
organismo terá deixado de representar um padrão atrativo para o desenvolvimento
da célula. Um ser unicelular é livre e independente, pode fazer aquilo que lhe
apetece e, graças à sua capacidade de multiplicação ilimitada, pode tornar-se
imortal. Na sua qualidade de membro de um organismo multicelular, a célula não
passava de uma escrava desprovida de vida própria. Será, então, tão
surpreendente que a célula anseie pela sua liberdade de outrora e procure
regressar à sua condição unicelular para assim recomeçar, a pulso, a conquistar
a imortalidade? Ela submete a comunidade a que pertencia aos seus próprios
interesses e, com implacável perseverança, começa a tornar realidade o seu
futuro livre.
O anseio de liberdade da
célula cancerígena, se manterá viva até a última gota de nutrientes, criando
consequências posteriores graves após a ausência de alimento, sucumbindo até a
morte. O caminho: liberdade e morte na maioria das vezes, se tornando
inevitável.
O Ser Humano não acha a
menor piada a ter de sacrificar a própria vida pela vida da célula cancerígena,
mas a verdade é que a célula do corpo também não estava satisfeita com o fato
de dar a vida pelo Ser Humano. Os argumentos da célula são tão válidos como os
do Ser Humano, com a diferença apenas dos pontos de vista serem divergentes.
Ambos desejam viver e concretizar os seus próprios anseios de liberdade. Ambos
estão dispostos a sacrificar o outro para consegui-lo. Enquanto for capaz, o
indivíduo extirpará, irradiará e envenenará as células cancerígenas, mas estas
aniquilarão o corpo se saírem vencedoras da contenda. É o eterno conflito da
natureza: comer ou ser comido.
A doença do cancro é a
expressão da nossa época e da nossa ideologia coletiva. Experimentamos em nós
sob a forma de cancro apenas aquilo que nós mesmos vivemos. A nossa época
caracteriza pela expansão implacável e pela perseguição dos interesses
individuais. Tanto na vida política como na econômica, na religiosa como na
privada, o Ser Humano procura “apenas” alargar os seus objetivos pessoais sem o
menor respeito pelas fronteiras (morfologia), estabelecendo postos estratégicos
para os alicerces (metástase), aceitando como legítimo apenas os seu ponto de
vista e opinião, colocando os “demais” ao serviço do seu benefício próprio
(parasitismo).
Todos agimos como as células
cancerígenas. O nosso crescimento é tão rápido que temos problemas de
abastecimento. Os sistemas de comunicação expandiram-se pelo mundo a fora, mas
quantas vezes nós falhamos com a comunicação com o próximo. Produzimos
alimentos e desperdiçamos em nome da política de manipulação dos preços. Damos
volta ao mundo, mas nem sequer, conhecemos a nós mesmos. A filosofia reinante
não conhece outro objetivo que não seja o crescimento e o progresso. O Ser
Humano trabalha sem parar para consumir o supérfluo, tudo isso em nome do
Progresso! Mas o progresso não conhece outro objetivo, que não seja mais
progresso ainda! A Humanidade embarcou numa viagem sem destino. Estabelecemos
constantemente novos objetivos para não cairmos no desespero. A cegueira e
miopia do Ser Humano, não fica atrás da cegueira e miopia da célula
cancerígena.
Com vista a favorecer a
expansão econômica, o Homem explorou o meio ambiente (recursos naturais)
desmedidamente, comprovando agora a falência dos recursos naturais,
significando nossa morte também. Somos cruéis, sem sombra de dúvida, egoístas,
egocêntricos, arrogantes e vaidosos. Se nós nos comportamos desequilibradamente
em todos os setores, como podemos nos queixar do cancro? O cancro é o reflexo
do que verdadeiramente somos. Ele nos mostra a conduta que escolhemos para
nossas vidas. Assumir a responsabilidade de todos os nossos atos equivocados,
adquirindo um entendimento para promovermos a real mudança.
Não há que vencer o cancro,
apenas compreendê-lo para podermos compreender-nos a nós mesmos. O cancro
dá-nos uma tremenda oportunidade de vislumbrarmos nele os nossos vícios.
O cancro encalha, em última
instância, na polaridade: “eu ou a comunidade”. Na maioria das vezes, ele opta
pela própria sobrevivência sem considerar que depende do Todo para viver.
Falta-lhe a consciência da unidade. O cancro apenas discerne a unidade em si
mesmo, no âmbito das suas próprias fronteiras. Esta falta de compreensão do que
seja a unidade é algo que todos nós (Seres Humanos) partilham em comum com o
cancro.
O corpo físico é o veículo
da manifestação da doença ou da saúde.
Vemos o mundo através de uma
visão materialista e utilitária, distorcemos tudo o que vemos, subdividindo o
Todo, sem ter uma base com conceitos das Leis que regem o Universo. O Homem
pensa em partes.
Vivemos uma síndrome
coletiva da vitimização. As pessoas são programadas para somente ver em partes.
O Homem define tecnicamente
tudo o que existe, subdividindo em “partes”, sem levar em conta do Todo.
Exemplo: é estudado o corpo humano detalhadamente em suas partes, sabemos como
uma glândula funciona, reage positiva ou negativamente no corpo. Mas não
sabemos o porquê da doença, como surgiu? Foi um vírus, uma bactéria, um fungo,
uma intoxicação de metal pesado? Mas quem permitiu que tudo isso acontecesse?
Foram nossas escolhas, ou seja: a maneira como vivemos, como reagimos, o que
comemos , as escolhas são individuais e intransferíveis.
Ler a vida e defini-la
tecnicamente os componentes materiais é mecânico, mas não gerará a verdadeira
mudança.
A transformação é um
processo físico, externo; mas a transmutação é a mudança de dentro do Ser Humano.
A origem do problema está
nos planos sutis, mental, emocional e espiritual. O corpo físico é um órgão de
impacto; se fecharmos as verdadeiras causas que provocaram o distúrbio, não
gerará a cura verdadeira, apenas será paliativo.
A matéria é uma mera ilusão
projetada pela mente. Aquilo que você propaga no seu pensar, sentir e agir
atinge à todos abruptamente. Olhemos em nossa volta. O que o Homem produziu com
sua inteligência? Como está o ar que respiramos? E os alimentos estão
verdadeiramente saudáveis? Então, propagamos a destruição em massa!
O Homem perdeu o contato com
sua identidade, alteramos todos os corpos(mental, emocional, espiritual) instalando
em nosso físico (órgão de impacto) a patologia.
Somos condicionados a
pensar, sentir, agir e como devemos atuar. O Homem tornou-se um boneco fácil de
se manipular.
As causas das misérias
humanas estão nos planos, psicológicos, moral e espiritual.
A fome não é a falta de
alimento, mas sim de moral, pois vivemos uma ‘ética” de coerção ou seja, de pró
forma e não de convicção.
Concluo que o caminho para o
reestabelecimento da saúde encontra-se muito longe de ser alcançado. As
máquinas não reestabelecem a saúde, apenas introduzem mais desarmonias. Somos
bombardeados constantemente em nosso mundo!
A importância que damos a
beleza, a busca do poder, da riqueza, indubitavelmente chegaremos à morte!
Somos algozes de nós mesmos!
Você está pronto para essa
mudança.
Patricia Jorge Alves
Terapeuta Homeopata