O MICROCOSMO
O Homem
“O homem sentiu que, para ter uma
idéia do Universo, era mister se estudasse e se compreendesse; porque não
podemos penetrar a essência do mundo pelo que dele vemos, do mesmo modo que
seria impossível, a um ser dotado de inteligência como nós, compreender o
homem, se as suas dimensões só lhe permitissem estudar uma porção microscópica
do mesmo; por exemplo: alguns glóbulos do sangue que circula em um vaso
capilar.”Paul Gibier.
“Somente duas coisas são infinitas: O
Universo e a estupidez humana. E não estou seguro quanto ao primeiro”.Albert
Einstein
Os fisiologistas da escola atual, que
mostram não prestar atenção ao que precede, não quiseram ver nas manifestações
da vida, e até da inteligência, senão propriedades da matéria.
A importância da física quântica para
a biologia. Ampliemos nossos horizontes, a física quântica é a base de todas as
ciências, ao mundo físico de Newton, ignoramos o mundo quântico e invisível de
Einstein, no qual a matéria é constituída de energia e não há limite absoluto. Em
nível atômico nem se pode afirmar com certeza que a matéria existe.
A física newtoniana tão elegante e
segura para o raciocínio hiper – racional, não explica os mecanismos do corpo
humano em detalhes, quanto mais os do Universo!
A mecânica dos sinais químicos,
incluindo os hormônios, as citocinas (hormônios que controlam o sistema imune),
os fatores de crescimento e de supressão tumoral, ainda não se explicam os
fenômenos paranormais. Curas espontâneas, fenômenos psíquicos, demonstrações de
força e resistência além do normal, habilidade de caminhar sobre carvão em
brasa sem se queimar, agulhas de acupuntura que diminuem a dor manipulando a
energia Chi do corpo e muitos outros
fenômenos desafiam a biologia newtoniana.
Gay Zucav mensiona em seu livro: A
dança dos mestres Wu Li: uma visão geral da nova física. Ele disse a seus
alunos que não havia necessidade de existir doutores em física (Zucav,1979).
Ele nos explica que, a ciência já
havia estabelecido que o Universo é uma “Máquina de Matéria” constituídas de
átomos físicos individuais obedecendo as leis da mecânica newtoniana.
O conceito de que o átomo era menor
partícula do Universo caiu por terra com a descoberta de que ele é constituído
de elementos ainda menores, os chamados partículas subatômicas. Com outra
descoberta a de que os átomos emitem “energias estranhas” (ao nosso conceito).
A física quântica descobriu que os
átomos físicos são constituídos de vórtices de energia que giram e vibram
constantemente.
Cada átomo é um centro que gira e
irradia energia que giram e cada um deles tem uma assinatura (movimento) e
constituição (moléculas) próprios. Emitindo coletivamente padrões de energia
que podem ser identificados. Todo material do universo, incluindo você e eu, irradiamos
uma assinatura energética única.
Observando a composição de um átomo
por meio de um microscópio, vemos um vórtice de energia girando e se movendo na
“areia”. Se tiramos a areia sobra um tornado invisível. Observando de longe,
parece uma esfera embaraçada.Se aproximarmos o foco, a imagem se torna cada vez
mais indefinida, até desaparecer totalmente. Na prática o átomo é invisível, o
que se vê é apenas vácuo. Não há matéria física!
Em nosso mundo, a substância
“matéria” surge do nada. Você está segurando um livro bem sólido nas mãos?
Quando os cientistas estudam as
propriedades físicas dos átomos, como massa e peso, referem-se a eles como
matéria física. Quando os mesmos átomos são descritos em termo de potencial de
voltagem e extensões de onda são chamados de propriedades de energia (ondas)
(Hackermüller et al.,2003;Chapman et al., 1995;Pool,1995). O fato de que a
energia e matéria são a mesma coisa é o que Einstein concluiu ao dizer que E =
mc². Einstein não revelou que não vivemos em um Universo de objetos físicos
separados por espaço vazio. O Universo é um Ser completo, dinâmico e
indivisível no qual energia e matéria estão intimamente ligadas que não se pode
considerá-las elementos independentes.
A descoberta que os mecanismos tão
diferentes controlam a estrutura e o comportamento da matéria poderia ajudar a
biomedicina a conhecer melhor a saúde e as doenças. No entanto, médicos, biólogos
e alunos continuam a ser treinados a ver o corpo simplesmente como uma máquina
física que opera dentro dos princípios newtonianos. Na ânsia de descobrir os
mecanismos que “controlam” o corpo, os pesquisadores focaram sua atenção em uma
série de sinais físicos classificados em famílias químicas, incluindo alguns
hormônios como a citosina, os fatores de crescimento, os supressores tumorais,
mensageiros e íons. Como seguem a linha newtoniana, acabam ignorando a
importância da energia quando se trata de saúde e das doenças.
Como conciliar esse novo paradigma
quântico – relativista com as concepções de saúde, doença, homem, vida e morte
predominantes nos ambientes científicos da nossa sociedade atual? Não são elas
baseadas no paradigma mecanicista e materialista que milhares de experimentos e
quase um século de constatações demoliram suas bases? Como conciliar a visão do
homem – máquina com a teoria das interações intra – atômicas? Como conceber um
homem material, se matéria e energia são estados distintos que definem uma mesma
substância primordial?
A medicina como instituição, insiste
em vendar os próprios olhos diante da luminosa verdade desvendada pela física
moderna.
Não podemos desmerecer o esforço
sincero daqueles que consagraram suas vidas à ciência, fazendo preciosas
descobertas no campo da fisiologia, anatomia, patologia, microbiologia,
genética e todas as áreas do conhecimento atual. Mas será que não percebem que
esta é apenas uma ínfima e fragmentária bem pequena parte da verdade? O que é,
o porquê, o para que das doenças, o propósito da vida, aprender, crescer e
evoluir pra quê? São indagações necessárias no campo da observação de si
mesmas. Se o Universo tem uma continuidade o porquê nós também não teríamos,
seria inútil essa vida, não acha?
Será que permaneceremos cegos e
anestesiados, enquanto o “mundo lá fora” se contorce e se revoluciona a olhos
nus?
A maioria dos biólogos é
reducionista, ou seja, acredita que os mecanismos de nosso corpo físico podem
ser mais bem compreendidos extraindo células e estudando seus elementos
químicos. Acreditam que as reações biológicas responsáveis pela vida são
geradas como linha de produção: um elemento químico causa uma reação, que por
sua vez causa outra em outro elemento, e assim por diante.
A perspectiva quântica revela que o
Universo é uma integração de campos de energia integrados e interdependentes.
Os cientistas biomédicos acabam ficando confusos, pois não conseguem entender a
complexidade da intercomunicação entre as partes físicas e os campos de energia
que compõe a matéria. A percepção reducionista de fluxo linear de informações é
uma característica do universo newtoniano.
Mas o fluxo de informações do
universo quântico é holístico. A estrutura das células está envolta em uma
complexa rede de comunicação simultânea e abrangente. Uma função biológica pode
surgir de um pequeno problema de comunicação em qualquer ponto da rede de
informações. Equilibrar ou ajustar a química desse complicado sistema
interativo exige compreensão de seu funcionamento, e não uma simples tentativa
de ajuste por intermédio de medicamentos.
O primeiro passo da física quântica
foi demonstrar a existência dessas redes de comunicação. E pesquisas mais
recentes, que envolvem o mapeamento das interações entre as proteínas das
células, comprovam a presença de uma ligação holística entre elas. (Li et
al.2001;Giot et al.2003;Jansen et al. 2003).
As disfunções biológicas podem
resultar problemas de comunicação entre essas complexas redes. Modificar os
parâmetros de uma proteína irá alterar, inevitavelmente, o de diversas outras
dentro do sistema. As proteínas de um grupo, como as que determinam o sexo,
também influenciam aquelas de funções totalmente diferentes, como síntese de
RNA. Os cientistas e pesquisadores newtonianos ainda não compreenderam essa
interconectividade entre as redes de informação biológica das células.
O mapeamento dos canais dessas redes
de informação mostra o perigo dos medicamentos farmacêuticos. Por isso suas
bulas apresentam uma grande lista de efeitos colaterais, que vão de uma simples
irritação até a morte. Quando essas drogas são introduzidas no organismo para
corrigir a disfunção de uma proteína acabam interagindo com muitas delas.
Os sistemas biológicos têm funções
múltiplas. Os mesmos sinais de moléculas de proteína podem ser usados
simultaneamente em diferentes órgãos e tecidos, resultando em funções
comportamentais as mais diversas.
Dr. Bruce H. Lipton, Biólogo celular
de formação, pesquisador é autoridade internacionalmente reconhecida, em seu
livro A Biologia Da Crença, (Ed.Butterfly, 2007 pág. 125,126) nos explica
claramente:
[... um medicamento indicado para
corrigir uma disfunção em um fluxo de comunicação do coração cai na corrente
sangüínea e se espalha pelo corpo todo. Com isso pode acabar interferindo em
funções do sistema nervoso caso o cérebro utilize componentes desse mesmo fluxo
de comunicação. Mas, se por um lado essa multiplicidade de tarefas torna mais
complicada a ação dos medicamentos, por outro lado, ela é o resultado da
evolução. Organismos multicelulares podem sobreviver com muito menos genes do
que os cientistas imaginavam, pois os mesmos produtos genéticos (proteínas) são
utilizados em diferentes funções. É mais ou menos o que fazemos ao utilizar as
26 letras do alfabeto para construir qualquer palavra em nossa língua...]
[...Em minha pesquisa sobre as
células dos vasos sanguíneos, descobri logo no início os limites impostos por
essas ligações de funções múltiplas. A histamina é um componente químico
importante para o corpo, pois estimula a reação das células ao estresse. Quando
está presente no sangue que alimenta os braços e pernas, os sinais de estresses
fazem com que os poros das paredes dos vasos sanguíneos se abram. A abertura
desses buracos é o primeiro passo para uma reação inflamatória. No entanto, se
a histamina for aplicada nos vasos cerebrais, o mesmo sinal aumentará o fluxo
de nutrição dos neurônios, aumentando seu crescimento e melhorando suas funções
específicas. Em momentos de estresse, o aumento de nutrição sinalizado pela histamina
permite ao cérebro aumentar sua atividade e lidar melhor com a situação de
emergência. Esse é um exemplo de como o mesmo sinal de histamina pode resultar
em efeitos opostos, dependendo do local onde o sinal é liberado(Lipton et
al.,1991)...]
Lipton nos mostra que se alguém
passar por uma situação estressante; a liberação de histamina dentro do cérebro
faz com que haja um aumento do fluxo sangüíneo no tecido nervoso, acelerando o
processamento neurológico necessário à sobrevivência. Mas essa liberação de histamina
no cérebro pode lidar com situações de estresse é controlada, não chegando a
causar uma resposta inflamatória em outras partes do corpo. Assim a histamina é
utilizada apenas onde e quando é necessária. Mas a maioria dos medicamentos
industrializados não tem essas características. Quando alguém toma um anti-
histamínico para curar uma inflamação ou uma alergia, a droga se espalha pelo
organismo inteiro, afetando todos os receptores de histamina
indiscriminadamente. Claro, reduz a resposta inflamatória dos vasos sanguíneos,
reduzindo os sintomas da alergia. Quando, porém, chega ao cérebro, acaba
alterando a circulação neural, causando uma reação sobre as funções nervosas.
Por isso, pessoas que usam anti-histamínicos sentem alívio dos sintomas e
também muita sonolência.
Ele nos coloca exemplificando das
trágicas reações adversas da terapêutica com medicamentos farmacêuticos é o
efeito colateral da terapia de reposição hormonal com elementos sintéticos,
podendo causar a morte. Nos explica que, a função mais conhecida do estrógeno
está associada ao sistema reprodutor feminino. No entanto, estudos sobre a
distribuição dos receptores de estrógeno no corpo revelam que ele (e suas
moléculas sinalizadoras complementares) desempenham papel importante nas
funções normais dos vasos sangüíneos, do coração e do cérebro.
[...Os médicos costumam prescrever
estrógeno sintético para o alívio dos sintomas da menopausa, quando os órgãos
reprodutores reduzem suas funções. No entanto a droga não atinge somente os tecidos
desses órgãos, mas também acaba afetando os receptores do coração, dos vasos
sanguíneos e do sistema nervoso. Isso pode causar doenças cardiovasculares e
disfunções neurais como o derrame cerebral(Shumaker et al.,2003;Cauley et
al.,2003)...]
Bruce H. Lipton nos esclarece: Os
efeitos adversos de medicamentos desse tipo ainda são a principal causa de
morte iatrogênica, ou seja, causada por tratamento médico. Segundo estimativas
conservadoras publicadas no periódico Journal
of the American Medical Association,doenças iatrogênicas são as terceiras
maiores causadoras de morte nos Estados Unidos. Mais de 120mil pessoas morrem,
por ano, devido aos efeitos adversos de medicamentos prescritos por médicos
(Starfield,200). No entanto, um estudo realizado recentemente mostra resultados
ainda mais impressionantes (Null et al., 2003). Indica que as doenças
iatrogênicas são a causa principal de mortes no país. Mais de 300 mil pessoas
morrem todos os anos devido a remédios receitados.
São estatísticas assustadoras, especialmente
porque estão relacionadas aos profissionais de cura, os mesmos que condenam e
rejeitam incisivamente a medicina oriental bem como outras alternativas de cura
como a Homeopatia, qualificando-as como não científica. No entanto, a
homeopatia bem como a medicina oriental baseiam-se em um profundo conhecimento
dos princípios que regem o Universo.
Dr. Lipton, em seu livro “A Biologia
da Crença”, com propriedade comenta:
[... não posso condenar os médicos
ocidentais que prescrevem em grandes quantidades medicamentos que vão contra
seus próprios objetivos de curar. Esses profissionais são regidos pelos
princípios intelectuais de sua profissão e pelas corporações que os controlam.
Funcionam como mediadores entre a indústria farmacêutica e os pacientes. Suas
habilidades de cura têm como base uma educação arcaica newtoniana, que os
ensina que o Universo é constituído pela matéria física. Infelizmente essa
teoria foi desbancada 75 anos atrás, quando os físicos adotaram oficialmente a
mecânica quântica e reconheceram que o Universo é constituído de energia.
Mas em seus cursos de graduação, pós
– graduação e doutorado os médicos continuam recebendo informações e instruções
sobre os produtos farmacêuticos por intermédio dos representantes da indústria
farmacêutica. A função desses profissionais é vender seus produtos e
“atualizar” os médicos sobre a eficácia das novas drogas. Os “cursos” que
recebem gratuitamente em suas empresas têm como objetivo persuadir os
profissionais da área médica a “empurrar” os medicamentos. É evidente que as
quantidades desses produtos prescritos pelos médicos violam o juramento feito
por eles mesmos de “jamais prejudicar um paciente”. Fomos programados pelas
corporações farmacêuticas a nos tornarmos uma nação de viciados em drogas prescritas,
e os resultados são muitas vezes trágicos. É preciso parar, repensar nossos
conceitos e incorporar as descobertas da física quântica à biomedicina para
criar um sistema novo e mais saudável de cura que esteja de acordo com as Leis
da Natureza. ( Lipton, Ed.Butterfly,2007 A Biologia da Crença, pág. 139)]
No Organon, Samuel Hahnemann nos
escreveu:
§ Par.1- “A única e elevada missão do
médico é devolver o enfermo à saúde, curar, como é chamado.”
§ Par.2- “O mais elevado ideal de uma
cura é a rápida, suave e permanente restauração da saúde ou a remoção e o
aniquilamento da doença em toda sua extensão, no mais curto, mais seguro e mais
inofensivo modo, baseado em princípios facilmente compreensíveis”.
§ Par.3- “Se o médico percebe
claramente o que há para ser curado nas doenças, isto é, em cada caso
individual de doença; se claramente percebe o que é curativo nos medicamentos,
isto é, em cada medicamento em particular; e se sabe como adaptar, de acordo
com princípios bem definidos, o que é curativo nos medicamentos ao que
considerou, indubitavelmente, patológico no paciente, de modo que a recuperação
esteja garantida – para adaptá-lo, tanto a respeito da conveniência do
medicamento mais apropriado quanto ao seu modo de ação, ao caso diante de si,
como também a respeito da maneira exata de sua preparação e quantidade
requerida, e do período apropriado de repetição da dose; se, finalmente,
conhece os obstáculos à recuperação em cada caso e está consciente de como
removê-los, de modo que a cura seja permanente: então ele sabe como tratar
sabia e racionalmente, e ele é um verdadeiro praticante da arte de curar.”
Não é a partir de coisas externas que
o homem se torna enfermo, nem à partir de bactérias ou do meio ambiente, mas a
partir de causas dele mesmo. Se o homeopata não vê isso, não pode ter uma
verdadeira percepção da doença. Percebendo o que é para ser curado, deve-se
proceder dos gerais aos particulares, estudar a doença em seus traços mais
gerais, não como se a observássemos sobre um indivíduo em particular, mas sobre
toda a raça humana. Todo o governo é do centro para a periferia.
Importa antes de tudo fixar um ponto:
está bem demonstrado que a matéria componente do corpo humano é absolutamente a
mesma matéria ambiente: nenhum elemento químico se encontra no corpo do homem,
que não exista no solo que nos alimenta, no “limo” que nos formou. O corpo do
homem é uma emanação material do planeta, onde ele, homem, faz a travessia do
espaço. Como exigirmos que essa matéria se comporte de modo diferente da outra
e tenha propriedades distintas?
Deve-se estabelecer, em princípio,
que os movimentos executados pelo homem, seu calor animal, a circulação do
sangue e fluido nervoso, as vibrações da matéria cerebral, etc., não são
absolutamente propriedades da matéria de que ele é formado, porém modos da
energia universal, manifestando-se segundo os fins da vida, por intermédio da
matéria agenciada molecularmente, de uma forma especial para esse fim.
E
o Homem aprende a não se admirar. Não o conhece e com seu orgulho exacerbado
cria mil desculpas para ver o que realmente é belo. “Sua própria existência!” E
esse Universo Quântico Criado por uma Inteligência Suprema que ainda não
compreendemos pois nosso nível de
consciência não está formado para tal compreensão.
Soubemos
criar perfeitamente a dor, o medo e conseqüentemente as infinidades de doenças;
valorizando o orgulho e a vaidade em alto grau.
Uma
significação genérica da vida, abstrata para designar o conjunto de coisas
existentes, quando se fala da vida Universal. Em fisiologia, a palavra vida
corresponde a qualquer coisa de objetivo. Para o ser animado a faculdade de
responder, por movimentos a uma excitação exterior.
A
vida: a característica dos seres organizados, que nascem, vivem e morrem. As
condições necessárias a manutenção e ao desenvolvimento da vida, a fim de
podermos saber se ela é devida, a um princípio especial ou se não passa de
resultante das forças naturais em ação permanente no mundo.
Para
todos os seres vivos, a vida resulta das relações existentes entre a sua
constituição física e o mundo exterior. O organismo é preestabelecido pois que
provém dos ancestrais, por filiação.
Não
é, por uma luta contra as condições cósmicas que o organismo se mantém, e se
desenvolve, mas, muito ao contrário, por uma adaptação um acordo. O ser vivo
não constitui exceção a grande harmonia natural, que faz que as coisas se
adaptem umas as outras. Ele, o ser vivo, não rompe nenhum acordo, não está em
contradição, nem em luta com as forças cósmicas, ele faz parte do concerto
Universal. Somos um fragmento desta vida universal. Adoecemos quando rejeitamos
a unidade em nós estabelecemos vínculos negativos com nossa forma de pensar,
sentir e agir. A Humanidade encontra-se num caos profundo onde forças negativas
alimentadas pelo ego destroem-se a si.
A
destruição orgânica é, com efeito determinada pela função do ser vivente.
Quando no homem ou no animal, sobrevém um movimento, uma parte da substância
ativa do músculo se destrói ou se queima; quando sensibilidade e vontade se
manifestam, há um desgaste de nervos; quando se utiliza o pensamento, é porção
de cérebro que se consome. Pode-se então dizer que jamais a mesma matéria serve
duas vezes à vida. Realizado um ato, a matéria que lhe serviu a produção deixa
de existir. Retornando a nova vida é matéria nova que ele concorre.
A
usura molecular é sempre proporcional a intensidade das manifestações vitais. A
desassimilação expulsa das profundezas do organismo substâncias tanto mais
oxidadas pela combustão vital. Quanto maior energia melhor o funcionamento.
Essas oxidações ou combustões, engendram calor, produzindo ácido carbônico que
se exala pelos pulmões, além de outros produtos eliminados por diferentes
glândulas da economia. O corpo se gasta e sofre consumação e perda de peso, que
traduzem e medem a intensidade das funções. Por toda parte a destruição
físico-química liga-se a atividade funcional, podendo encarar como um axioma.
Toda manifestação orgânica liga-se necessariamente a uma destruição orgânica.
Os
fenômenos de criação orgânica são atos plásticos que se completam nos órgãos em
repouso e os regeneram. A síntese assimiladora reúne os materiais e as reserva
que o funcionamento deve despender. É um trabalho íntimo e silencioso. Os
efeitos da destruição orgânica nos ilude a ponto de chamarmos de fenômenos
vitais, quando na realidade são letais, por isso que se engendram destruindo
tecidos. A reparação de órgão e tecidos opera-se íntima, silenciosamente fora
de nossas vistas. Só o embriogenista, acompanhando o desenvolvimento do ser
vivo, apreende permutas e fases reveladoras deste trabalho surdo. É aqui um
depósito de matéria; ali, uma formação de invólucro, ou núcleo; acolá, uma
divisão, uma multiplicação, uma renovação. Muito pelo contrário, os fenômenos
de destruição, ou de morte vital, saltam-nos à vista, e é por eles, que
costumamos caracterizar a vida. Quando se opera um movimento e um músculo se
contrai; quando vontade e sensibilidade se manifestam; quando o pensamento se
exerce; quando a glândula segrega, o que se dá é consumo, de substância
muscular, nervosa, cerebral: portanto fenômenos de destruição e morte.
As
duas ordens de fenômenos de destruição e criação, apenas se concebem separáveis
e divisíveis, espiritualmente falando. Por natureza, elas se encontram
estreitamente ligadas e cooperam em todo o ser vivente numa entrosagem que
jamais se poderia romper. As duas operatórias são absolutamente conexas e
inseparáveis, no sentido de que a destruição é condicional imprescindível da
renovação. Os atos destrutivos são os precursores e instigadores daqueles por
que as partes se restauram e renascem, ou seja, dos de renovação orgânica. Dos
dois tipos de fenômenos, o que se poderia dizer o mais vital, o fenômeno de criação orgânica, está,
portanto, de algum modo subordinado ao fenômeno físico-químico da
destruição."
A Magia das Células
Existe
um equilíbrio delicado e dinâmico em todas as formas de vida e o ambiente. A
biologia tradicional dá pouca ou nenhuma importância à questão da cooperação,
pois a teoria de Darwin enfatiza apenas a natureza competitiva dos seres vivos.
Darwin
e sua versão canibal da evolução; o dogma central da biologia, segundo o qual
os genes controlam à vida. Este dogma tem uma série de falha: os genes não
ligam e desligam sozinhos. É preciso que fatores externos do ambiente os
influenciem para que entrem em atividade. O DNA é que controla a vida. A
epigenética, que é o estudo dos mecanismos moleculares por meio dos quais o
meio ambiente controla a atividade genética, é hoje uma das áreas mais atuantes
da pesquisa científica em geral.
Somos
uma grande comunidade cooperativa de aproximadamente 50 trilhões de células e
que a maioria delas vive como amebas, ou seja, organismos que desenvolvem uma
estratégia cooperativista para a sobrevivência de todos. Nós seres humanos
somos meros resultados de uma “consciência amebóide coletiva”. Assim como uma
nação reflete as características de seus cidadãos, nossa condição humana
reflete a natureza de nossa comunidade celular.
“Não
somos vítimas de nossos genes e sim donos de nosso próprio destino, capazes de
criar uma vida cheia de paz, felicidade e amor.” Todos nós fazemos parte de um
único Ser: Deus!
Os
componentes de uma célula: o núcleo, que contém material genético, a
mitocôndria, que produz energia, a membrana que a reveste e o citoplasma, que
fica entre eles. Mas dentro de cada uma dessas partes aparentemente tão simples
há um vasto universo. A estrutura das células envolve tecnologia tão avançada
que os cientistas ainda não consegue compreendê-las totalmente.
Somos
todos organismos multicelulares e, portanto, temos muito em comum comparados às
nossas células.
Nossas
crenças nos levaram a acreditar que nós somos seres inteligentes e criados por
meio de um processo diferente e totalmente distinto daqueles utilizados para
plantas e animais. Isso nos faz sentir superiores em relação a todas as formas
de vida menos inteligentes, especialmente os organismos que se encontram em
posições menos elevadas na cadeia evolutiva.
Quando
observamos outros seres humanos como entidades individuais ou consideramos nós
mesmos organismos únicos ao vermos nossa imagem refletida em um espelho,
estamos corretos de certa forma, ao menos em nível de observação. Mas quando
reduzimos no tamanho de uma célula para analisar nosso próprio corpo sob a
perspectiva celular passamos a ver o mundo sob uma nova perspectiva. Não vemos
mais como uma entidade única e sim como uma comunidade de mais de 50 trilhões
de células.
Embora
sejamos compostos de trilhões de células, não há sequer uma nova função em
nossos corpos que não esteja presente também nos das células. Cada célula
eucariótica, isto é, que contém um núcleo, possui uma estrutura funcional
equivalente aos nossos sistemas nervoso, digestivo, respiratório, excretor,
endocrinológico, muscular, esquelético, circulatório, tegumentar, reprodutivo e
até mesmo parecido com nosso sistema imunológico porém mais primitivo, que
utiliza uma família de proteínas semelhantes a anticorpos.
Cada
célula é um ser inteligente que sobrevive por conta própria; os cientistas já
demonstraram retirando células individuais do corpo para mantê-las em cultura
separada. As células inteligentes têm vontade própria e um propósito de vida.
Procuram ambientes que sejam adequados à sua sobrevivência e evitam todos os
que possam ser tóxicos ou hostis.
As
células como nós, humanos, analisamos as centenas de estímulos que recebemos do
microambiente, selecionando respostas comportamentais mais adequadas para
garantir nossa sobrevivência.
As
células são capazes de aprender com as experiências que vivenciam em seu
ambiente, criando uma espécie de memória que é passada aos seus descendentes.
No
núcleo das células em seu próprio genes há um grande número de segmentos de DNA
contendo códigos de fragmentos moldados de proteínas. Recombinando e montando
aleatoriamente esses segmentos,as células imunes criam uma vasta gama de genes,
formando uma proteína única de anticorpos. Células ativadas utilizam um
mecanismo muito interessante chamado “maturação de afinidade”, permitindo o
ajuste de maneira precisa o formato de sua proteína de anticorpos.
Quando
o anticorpo esculpido se une ao vírus, desabilita-o e o marca para ser
destruído. As células criam um arquivo de informações genéticas desse anticorpo
para que todas as vezes que o organismo for invadido pelo vírus, elas possam
responder imediatamente. O novo gene de anticorpos pode ser passado a todas as
novas gerações em seu processo de divisão, criando um “arquivo” a ser herdado e
propagado a sua prole; representando um mecanismo de inteligência inata
permitindo que as células se desenvolvam.
Os
organismos unicelulares foram a primeira forma de vida deste planeta. Somente
600 milhões de anos mais tarde, de acordo com análises, é que os fósseis
surgiram na Terra. Durante 2,75 bilhões de anos da história da Terra os únicos
habitantes vivos foram os organismos unicelulares como bactérias, algas e
protozoários semelhantes a amebas.
Há
aproximadamente 750 milhões de anos, esses organismos descobriram como evoluir
e se tornar ainda mais inteligentes: surgiram os primeiros organismos
multicelulares (plantas e animais). No início eram apenas comunidades
esparsas ou “colônias” de organismos
unicelulares, constituídas de centenas de células. Mas as vantagens
evolucionárias de viver em comunidade fizeram com que, em pouco tempo, as
colônias se transformassem em organizações de milhões, bilhões ou mesmo
trilhões de células individuais interagindo entre si. Embora cada célula tenha
dimensões microscópicas, o tamanho dessas comunidades pode variar de algo minúsculo,
mas visível, a uma estrutura monolítica.
A
exigência evolucionária de que fossem criadas mais comunidades celulares é
meramente um reflexo da imperiosa necessidade biológica de sobrevivência.
Quanto mais “consciência” um organismo tem do ambiente que o cerca, melhores
são suas chances de sobreviver. Quando as células se agrupam, aumentam
exponencialmente sua consciência do meio ambiente.
Em
organismos maiores, apenas uma pequena porcentagem das células é responsável
pela leitura e resposta aos estímulos do ambiente. Este papel é desenvolvido por
grupos de células especializadas que formam os tecidos e órgãos do sistema
nervoso. A função do sistema nervoso é captar as informações do ambiente e
coordenar o comportamento de todas as outras células em sua vasta comunidade.
Nos
esquecemos desse conceito de cooperação, tão necessário para a evolução, quando
Charles Darwin propôs uma teoria radicalmente diferente sobre o surgimento da
vida. Ele chegou à conclusão de que os organismos vivem em uma “perpétua luta
pela sobrevivência”. Para Darwin, luta e violência são partes naturais da
natureza animal humana, e também a força básica do desenvolvimento
evolucionário. No capítulo final de “A origem das espécies por meio da seleção
natural ou a preservação das raças favorecidas na luta pela vida, Darwin
descreve aquilo que chama de “inevitável luta pela sobrevivência” e enfatiza que
a evolução se dá pela “guerra da natureza, da escassez à morte”.
Portanto
à partir dessa teoria, temos uma evolução sangrenta, adoecedora, aleatória, com
destruição em todos os sentidos. Basta olhar para os lados e vemos as grandes
epidemias e loucuras extremas!
Embora
Darwin tenha sido o mais famoso dos evolucionionistas, o primeiro cientista a
estabelecer a evolução como um fato foi o grande biólogo francês Jean-Baptiste
de Lamarck(Lamarck, 1809, 1914, 1963). Até mesmo Ernst Mayr, o arquiteto do
neodarwinismo (uma versão moderna da teoria de Darwin, que incorpora a genética
molecular do século 20), concorda que Lamarck foi de fato o pioneiro na área. Em
seu clássico de 1970, Evolution and the
diversity of life (Mayr, 1976, p. 227) [ A evolução e a diversidade da
vida], ele declara:
“A
mim parece que Lamarck tem um bom motivo para ser denominado ‘fundador da
teoria da evolução’, e assim é chamado por diversos historiadores
franceses...ele foi, de fato, o primeiro autor a dedicar um livro inteiro à
apresentação de uma teoria de evolução orgânica. E foi o primeiro a apresentar
todo o sistema de animais como produto da evolução”.
Lamarck
não apenas apresentou sua teoria 50 anos antes de Darwin, como ofereceu uma
explicação menos drástica para os mecanismos da evolução. Sua teoria diz que a
evolução está baseada em uma interação cooperativa entre os organismos e seu
meio ambiente, que lhes permite sobreviver e evoluir em um mundo dinâmico.
Afirmava que os organismos passam por adaptações necessárias à sua
sobrevivência em um ambiente que se modifica constantemente.
Mas
o conceito de cooperação na natureza vai muito além desses exemplos. Os biólogos
estão descobrindo cada vez mais associações entre animais que evoluíram
paralelamente e continuam a coexistir, desenvolvendo em seu interior
microorganismos que são necessários para a saúde e desenvolvimento. Isto é
descrito em um artigo da “Science,
chamado “Sobrevivemos com a ajuda de nossos (pequenos) amigos”(Ruby et
al.,2004).
O
interessante é que nas últimas décadas aprendemos a combater os microorganismos
usando os mais diferentes produtos químicos, de sabão antibacteriano a
antibióticos. Mas essa prática simplista ignora completamente o fato de que
diversas bactérias são essenciais para a nossa saúde. Um exemplo clássico de
como nós seres humanos nos beneficiamos dos microorganismos é o das bactérias
presentes em nosso sistema digestório, agindo em nosso estômago e no trato
intestinal a digerir os alimentos permitindo a absorção das vitaminas que
mantém nossa saúde. Esta cooperação entre micróbios e humanos é o motivo pelo
qual o uso “desenfreado” de antibióticos compromete a sobrevivência de nossa
espécie; matando indiscriminadamente aqueles que são essenciais para a nossa
saúde.
O
controle genético se tornou uma metáfora, pois os cientistas rapidamente aos
conceitos a respeito do mecanismo do DNA. Especialistas em química orgânica
descobriram que as células são feitas de quatro tipos de moléculas grandes:
polissacarídeos(açúcares complexos), lipídeos(gorduras), ácidos
nucléicos(DNA-RNA) e proteínas. Embora as células precisem das quatro, o
componente mais importante para a vida dos organismos é a proteína. A estrutura
de nossas células é composta, em grande
parte, de blocos de proteína. Observando os trilhões de células que compõe o
nosso corpo, poderíamos dizer que são pequenas máquinas de proteínas, embora já
se saiba que são muito mais que meras máquinas! São necessários mais de 100 mil
proteínas para compor nosso corpo.
O
que distingue os organismos vivos dos outros é a capacidade de se moverem. A
“energia” que permite seus movimentos é responsável por todo o trabalho que
caracteriza a vida dos organismos, como a respiração, a digestão e a contração
muscular.
Em
a origem das espécies, Darwin sugeria que os fatores “hereditários” eram
passados de geração em geração, controlando as características de cada uma
delas. A influência dessa teoria foi tão grande que os cientistas acabaram
concentrando suas pesquisas em identificar o material hereditário que
acreditavam ser a base da vida. A mudança da carga eletromagnética das
proteínas é a responsável pelo movimento que gera o comportamento delas, e não
o DNA.
O
conceito de que o DNA tivesse esse poder de reprodução e também que servisse de
modelo para as proteínas levou Francis Crick a criar o dogma central da
biologia, a crença de que o DNA controla a vida. Esse dogma passou a ser tão
importante para a biologia moderna que se tornou algo como os Dez Mandamentos
da Ciência. Também chamado de “supremacia do DNA”, está presente em todos os
textos científicos da atualidade.
Em
1980 o projeto Genoma Humano, um esforço científico global para classificar
todos os genes de nossa composição orgânica.
Tratava-se
de um projeto ambicioso e de grandes proporções. Convencionou-se que o corpo
precisava de um gene modelo para cada uma das 100 mil proteínas que compõe nosso
corpo e também de mais 20 mil genes reguladores para orquestrar a atividade de
codificação das proteínas. Os cientistas concluíram que o genoma humano deveria
conter um mínimo de 120 mil genes entre os nossos 23 pares de cromossomos.
Parecia
que os cientistas estavam no meio de uma piada cósmica, o tipo daquela que
acontece sempre que alguém acha que descobriu os segredos do universo. Imagine
o impacto que Nicolau Copérnico causou ao anunciar em 1543 que a Terra não era
o centro do Universo como pensavam os cientistas-teólogos da época. O fato de
que era a Terra quem gravitava ao redor do Sol e o de que nem mesmo o Sol era o
centro do Universo colocaram em xeque os ensinamentos da igreja. As descobertas
de Copérnico deram início a revolução científica ao desafiar o conceito de
infalibilidade da igreja e fizeram com que a ciência a substituísse como fonte
de conhecimento e de descoberta dos mistérios do Universo.
Os
geneticistas também tiveram um grande choque ao descobrir que, ao contrário de
sua estimativa de 120 mil genes, o genoma humano tem apenas 25 mil
(Pennisi,2003ª e 2003b; Pearson,2003; Goodman,2003). Mais de 80 por cento do
que se presumia ser DNA simplesmente não existe! A falta desses genes causou
mais impacto do que se poderia supor. O conceito de gene e proteína únicos era
o princípio básico do determinismo genético. Com isso, o projeto Genoma Humano
veio abaixo e todos os nossos conceitos sobre o funcionamento básico da vida
tiveram de ser revistos. Não era mais possível continuar acreditando que a
engenharia genética iria resolver todos os dilemas biológicos. Não há genes
suficiente para compor um quadro tão complexo quanto a vida ou as doenças
humanas.
A
ciência da epigenética, que significa literalmente “controle sobre a genética”,
modificou completamente os conceitos científicos sobre a vida
(Pray,2004;Silverman,2004). As pesquisas epigenéticas estabeleceram que os
padrões de DNA passados por meio dos genes não são definitivos, isto é, os
genes não comandam nosso destino! Influências ambientais como nutrição,
estresse e emoções podem influenciar os genes ainda que não causem modificações
em sua estrutura. Os epigeneticistas já descobriram que essas modificações
podem ser passadas para as gerações futuras da mesma maneira que o padrão de
DNA é passado pela dupla espiral (Reik e Walter, 2001; Surani,2001).
Para
que as células possam manter suas funções “inteligentes”, tanto as proteínas
receptoras (consciência) quanto as executoras (ação) da membrana precisam
funcionar perfeitamente. Estes complexos de proteínas, também chamados unidades
de “percepção”, são fundamentais para a vidas das células. A definição de
percepção é: “consciência dos elementos do ambiente por meio de sensações
físicas”.
As
funções que mantém uma única célula viva são as mesmas que mantêm a comunidade
inteira. Mas as células começaram a se especializar quando formaram esses
organismos multicelulares e estabeleceram a divisão de trabalho. Pode-se
perceber claramente essa divisão em tecidos e órgãos com funções específicas.
Em células únicas, a respiração é executada pelas mitocôndrias. Já em
organismos multicelulares essa função é desempenhada pelos bilhões de células
de mitocôndrias do pulmão. Na célula única, o movimento é gerado pela interação
das proteínas de citoplasma chamadas actinas e miosinas. Em organismos multicelulares
há comunidades de células musculares responsáveis exclusivamente por gerar
mobilidade.
Enquanto
a função da membrana em uma única célula é estar consciente do ambiente e gerar
uma reação apropriada, em nosso corpo essa função é desempenhada por um grupo
de células especializadas a que chamamos sistema nervoso.
A
maioria dos biólogos, porém, não sabia desse detalhe sobre técnicas de cultura
de células e passaram a dar ainda menos importância ao fato após a revelação de
Watson e Crick sobre o código genético do DNA. Até mesmo Darwin admitiu, no
final de sua vida, que sua teoria evolucionista havia subestimado o papel do
meio ambiente. Em uma carta que escreveu para Moritz Wagner em 1876, ele
declara(Darwin,F1888):
“Em
minha opinião, o maior erro que cometi foi não dar a devida atenção à ação do
ambiente sobre os seres, como no caso dos alimentos, clima etc. independentemente
do fator seleção natural.Quando escrevi A origem das espécies, e mesmo nos anos
seguintes, jamais percebi as evidências da ação direta do meio ambiente; hoje
elas são muito claras para mim”.
Desde
que se iniciou a era da genética, temos sido levados a crer que não há como
lutar contra aquilo que fomos programados para o ser. O mundo está cheio de
pessoas com medo de que seus genes possam se voltar contra eles. Imagine o
número de indivíduos que se consideram verdadeiras bombas-relógio, com medo de
que o câncer se desenvolva em seu organismo a qualquer momento só porque isso
aconteceu com seus pais, irmãos ou tios. Outros atribuem sua falta de saúde não
apenas a uma combinação de fatores mentais, físicos, emocionais e espirituais,
mas também a falhas no mecanismo bioquímico de seu organismo. Seus filhos não
se comportam bem? A primeira reação dos médicos é corrigir seu “desequilíbrio químico”
por meio de medicamentos em vez de tentar descobrir o que há de errado com seu
corpo, mente, espírito bem como atitudes e comportamentos equivocados.
Claro,
algumas doenças como Coréia de Huntington, Talassemia e Fibrose são de origem
genética. Mas distúrbios desse tipo afetam menos de dois por cento da
população. A maioria das pessoas vem a este mundo com uma carga genética capaz
de lhes proporcionar uma vida muito feliz e saudável. Doenças que ainda não têm
cura como diabetes, problemas cardíacos e o câncer podem destruir a vida de
muitos, mas não são resultado de um único gene e sim de complexas interações
entre genes múltiplos bem como fatores ambientais, comportamentais: mal pensar,
mal sentir e mal agir.
O
que pensar então das manchetes sensacionalistas anunciando a descoberta de um
gene para cada doença, de depressão a esquizofrenia? Mas leia esses artigos com
calma e você vai descobrir outra verdade por trás deles. Os cientistas
associaram diversos genes a diferentes doenças e características, mas ainda não
chegaram à conclusão de que um simples gene possa ser a fonte delas.
A
confusão ocorre porque a mídia deturpa o sentido de dois termos muito
importantes: correlação e causa. Uma coisa é dizer que ele é a causa dela, por
isso envolve uma ação direta. Se eu lhe mostrar um molho de chaves e disser que
uma delas controla meu carro, você vai achar que faz todo o sentido, pois sabe
que é necessário usar uma chave para dar partida em um automóvel. Mas será que
a chave realmente controla o carro? Se fosse assim, não se poderia deixar a
chave no carro porque ela iria querer passear sozinha com ele quando você não
estivesse por perto. A chave está “relacionada” ao controle do carro; a pessoa
que a tem nas mãos tem o controle sobre ele. Da mesma maneira, determinados
genes estão relacionados ao comportamento de um organismo e às suas
características. No entanto, permanecem em estado passivo a menos que uma força
externa aja sobre eles.
Mas
que força é essa que pode ativar os genes? Uma resposta muito interessante para
essa questão foi publicada em um ensaio de 1990 intitulado “As Metáforas, o
papel dos genes e o desenvolvimento”, de H. F. Nijhout (Nijhout,1990). O autor,
apresenta evidências de que os genes que controlam a biologia se repetem com
tanta freqüência e por períodos tão longos de tempo que os cientistas se
esqueceram de que se trata apenas de uma hipótese, não de verdade comprovada. Na
verdade, a idéia de que os genes controlam a biologia é apenas uma suposição
jamais comprovada e até questionada pelas descobertas científicas mais
recentes. Nijhout afirma que o controle genético se tornou uma metáfora em
nossa sociedade. Queremos acreditar que os engenheiros geneticistas são os
novos mágicos da medicina e que vão curar as doenças com a mesma maestria de
gênios como Einstein ou Mozart. Mas metáforas não combinam com verdades
científicas. Nijhout apresenta a verdade: “Quando determinada característica de
um gene se faz necessária, o ambiente gera um sinal que o ativa. O gene não se
manifesta por si só”. Ou seja, quando se trata de controle genético o que fala
mais alto é o ambiente.
O Segredo da Vida
A
vida, não é mais que uma modificação da energia, naturalmente na construção
geométrica dos cristais que se organizam, reparam as fraturas e reproduzem-se
acidentalmente, quando, fundidos por uma força exterior, se mergulha em
água-mãe a parte lascada.
A
célula que há de ser molécula vital, de que se formam todos os seres
organizados. Animais ou vegetais, do mais simples ao mais complexo, não passam
de associação de células mais ou menos diferenciadas. Todo o trabalho futuro
consistirá nesse agrupamento, e os meios utilizados pela Natureza, para variar
a sua obra primitiva, são bem simples, resumem-se em duas proposições: seleção
natural ou, melhor dito, a luta pela
vida, e influência do meio, cuja ação é enérgica para variar as formas, a
alimentação e os instintos.
Todos
os seres mineral, vegetal e animal ao nascermos somos ainda essa monera que se
fragmenta, que se associa às nascentes da sua própria substância, a fim de constituir
o recém-vindo, cujo lugar na escala dos seres depende do grau de evolução.
O
princípio pensante percorreu, lentamente, todas as escalas da vida orgânica, e
foi por meio de uma ascensão ininterrupta, em transcurso de séculos
inumeráveis, que ele pôde pouco a pouco, demoradamente, fixar no invólucro
fluídico todas as leis da vida vegetativa, orgânica e psíquica.
A
Natureza não faz milagres, e opera sempre do simples para o complexo. Para que
um ser tão complexo quanto o homem, que reúne os caracteres mais elevados de
todas as criaturas vivas, possa existir, importa, absoluta e necessariamente,
tenha percorrido toda a série, cujos diferentes estados ele em si resume. Sendo
assim, a evolução natural do homem precisa vir acompanhada da evolução moral
para que possa ser verdadeiramente construído seu papel perante a Inteligência
Suprema que o criou.
[...O
que é vida somente pode ser reconhecido empiricamente a partir de seus
fenômenos e manifestações, mas nenhuma concepção sua pode ser formada, a
priori, por quaisquer especulações metafísicas; o que é vida, em sua natureza
essencial verdadeira, nunca pode ser averiguado ou mesmo suposto pelos mortais.
Para o entendimento da
vida humana, como também de suas condições, saúde e doença, os princípios pelos
quais nós explicamos outros fenômenos são completamente inúteis. Com nada no
mundo podemos, isoladamente, compará-la com segurança; nem com mecanismo de
engrenagem de um relógio de bolso, nem com uma máquina hidráulica, nem com
processos químicos, nem com decomposição e recomposição gasosa, nem ainda com
uma bateria galvânica, em resumo, com nada destituído de vida. A vida humana, em
nenhum caso, é regulada por leis meramente físicas, as quais só regem
substâncias inorgânicas. As substâncias materiais das quais o organismo humano
é composto nem de longe seguem, nessa composição vital, as leis para as quais
as substâncias materiais, na condição inanimada, estão sujeitas; elas são reguladas apenas pelas leis
peculiares à vitalidade, são por si mesmas animadas e vitalizadas exatamente
como todo o sistema é animado e vitalizado. Aqui, um poder fundamental
desconhecido reina onipotente, o qual anula todas as tendências das partes
componentes do corpo, de obedecerem às leis da gravitação, do movimento, da vis
inertiae, da fermentação, da putrefação, etc., e submete-se apenas às
maravilhosas leis da vida, em outras palavras, as mantêm na condição de
sensibilidade e atividade necessárias à preservação de todo o ser, uma condição
quase dinâmico espiritual...](Escritos Menores, Ed. Organon,2006 “Obras
Completas de Samuel Hahnemann”, copilado e traduzido por R.E.Dudgeon. Pág. 586
“Espírito da Doutrina Médica Homeopática).
Estruturas
cujas moléculas se organizam em padrões regulares e repetidos são cristais. Há
dois tipos básicos de cristal: o primeiro é o mineral como os diamantes, rubis
e até mesmo o sal; o segundo tem estrutura mais fluida embora suas moléculas
tenham o mesmo padrão organizado. Um exemplo bem conhecido é o do cristal líquido
dos relógios digitais e das telas laptops.
O
Professor de Biologia Dr. Bruce H. Lipton biólogo celular em seu livro “A
Biologia da Crença, (Ed. Butterfly, 2007; pág106\107) nos explica:
[...O conceito de
cristal líquido, vamos usar o exemplo dos soldados em uma parada militar. Ao
virar em uma esquina, os soldados mantêm a estrutura e o ritmo do regimento
mesmo que tenham de passar enfileirados, um a um. Movimentam-se como as
moléculas do cristal líquido, sem perder a organização. As moléculas fosfolipídicas
da membrana seguem o mesmo padrão. Sua organização fluida e cristalina permite
flexibilidade de movimentos e de formato, porém sem perder a integração da
estrutura, qualidade essencial para que a barreira interna se mantenha intacta.
Portanto, para definir claramente a membrana, fiz a seguinte anotação: “A
membrana é um cristal líquido.]
[... Comecei então a
associar o fato de que uma membrana que contivesse apenas fosfolipídeos seria
como o sanduíche de pão com manteiga sem as azeitonas. O corante não
conseguiria atravessar a barreira de manteiga. Um sanduíche desse tipo não
seria um condutor. No entanto, se adicionássemos as “ azeitonas” de PIMs,
poderíamos observar que a membrana é condutora de determinadas substâncias, mas
impede a passagem de outras. Adicionei então outro comentário: “A membrana é um
semicondutor”.
Por fim, adicionei uma
descrição dos dois tipos mais comuns de PIM, as receptoras e as executoras,
chamadas de canais porque permitem às células receber nutrientes importantes e
expelir dejetos. E já estava para fazer a anotação de que as membranas contêm
“receptores e canais” quando outra imagem me veio à mente: a de uma porta.
Então, completei a descrição com a frase “as membranas contêm portas e canais”.
[“A membrana é um
semicondutor de cristal líquido com portas e canais”...]
Observando
atentamente a colocação do Dr.Lipton, o fato de a membrana de uma célula e um
chip de computador serem homólogos, entendo melhor a estrutura das células,
comparando-as aos do microcomputadores. O comportamento biológico e a atividade
genética estão dinamicamente ligados às informações do ambiente, que podem ser
descarregadas como um download no interior da célula. O núcleo é apenas um
disco de memória, um disco rígido com a programação de DNA, codificando a
produção das proteínas. Ele, nos explica que: inserindo no drive de um
computador um disco ou cartão de memória contendo diversos programas como
processadores de texto, gráficos e tabelas; após o download, removendo o disco sem
interferir com o programa que estiver sendo utilizado. O disco de memória de
dupla espiral ou núcleo da célula não afeta o trabalho da proteína celular,
porque as informações que criaram a máquina de proteína já foram baixadas.
Células enucleadas só apresentam problemas, quando precisam do programa do gene
gravado no disco de memória de dupla espiral para substituir proteínas
desgastadas ou fabricar proteínas diferentes.
O
controle de nossa vida não depende de sorte ou das características
estabelecidas no momento da concepção, mas sim de nós mesmos. Somos os senhores
de nossa biologia; administradores do programa de processamento. Temos a
habilidade de editar os dados que entram em nosso biocomputador, assim como
todas as palavras que são digitadas. Quando entendemos como as PIMs controlam a
biologia, deixaremos de ser meras vítimas de nossos genes para nos tornar
senhores de nosso destino.
O Meio Ambiente
Todos
os seres vivos têm necessidade, para manifestarem sua existência, das mesmas
condições exteriores, e nada há que melhor demonstre a unidade vital, a
identidade da vida nos seres organizados, vegetais ou animais, do que a
carência das quatro seguintes condições: 1.a umidade, 2.a calor, 3.a ar, 4.a
uma determinada composição química do ambiente.
Os
mais variados tecidos do corpo: ossos, nervos, músculos, pele, unhas, cabelos,
córnea ocular, etc., formam-se de agregados celulares
A
natureza oferece todos os graus de complexidade na reunião desses elementos
orgânicos primários, peculiares a todo ser vivente. Além de calor, ar e água,
torna-se indispensável que o meio liquido que banha as células contenha certas
substâncias indispensáveis à sua nutrição. Durante muito tempo se acreditou
que tal meio variava conforme a natureza do ser. Investigações contemporâneas
permitiram, porém, verificar que o meio era uniforme para todos os organismos
vivos, devendo conter:
1.°
- Substâncias azotadas, nas quais entram azoto, carbono, oxigênio e hidrogênio.
2.°
- Substâncias ternárias, ou seja compostas dos três elementos - carbono, oxigênio
e hidrogênio.
3.°
- Substâncias minerais, como sejam os fosfatos, a cal, o sal, etc.
Essas
três espécies de substâncias, quaisquer que sejam as formas de que se revistam,
são indispensáveis ao entretenimento da vida. Com essas matérias-primas fabricam
os organismos tudo o que lhes aproveita à vida do corpo. Realizando-se na
esfera de contato e influência imediata sobre a partícula vivente, somos
levados a distinguir dois meios:
1.
- O meio cósmico ambiente, ou exterior, com o qual estão em relação todos os
seres elementares.
2.
- O meio interior, que serve de intermediário entre o mundo exterior e a
substância viva.
As
partes verdadeiramente vivas dos tecidos, as células se resguardam das influências ambientes; que
se banha num liquido interior que as isola, protege e que serve de
intermediário entre elas e o meio cósmico. Esse meio interior é o sangue.
Ar,
água e terra são, por assim dizer, um segundo envoltório do corpo, sendo o
sangue o primeiro, visto ser ele que envolve imediatamente os genuínos
elementos vitais - as células.
Há
um intermediário forçado que se interpõe entre o agente físico e o elemento
anatômico.
O
que acabamos de ver, basta para mostrar que a vida física está na dependência
do meio exterior, e que o velho adágio - mens sana in corpore sano - é de uma
veridicidade absoluta. Para que a alma possa manifestar as suas faculdades,
sem constrangimento, preciso se lhe faz a integridade da substância corporal.
O
princípio inteligente tem, provavelmente, percorrido todos os organismos até
atingir o humano, urge patentear desde logo a grande lei de unidades das
manifestações vitais em toda a Natureza.
Os
fenômenos de destruição e reconstituição dos tecidos orgânicos, mas devemos
assinalar que as ações físicas ou químicas em jogo são as mesmas que operam na
natureza inorgânica. Por muito tempo se acreditou que os corpos vivos gozavam,
neste particular, de um privilégio especial. Hoje, porém, sabemos que tal não
se dá, e que, físicos ou químicos, os fenômenos são idênticos, trate-se da matéria
bruta ou de corpos orgânicos. O que varia são os processos postos em ação. Os
resultados são contudo, os mesmos. Pode-se, também, afirmar que, em todos os
graus da escala dos seres vivos, as operações da digestão e da respiração são
as mesmas, e que o que difere são os aparelhos convocados a produzir tais
resultados. Também idênticos é o modo de reprodução de todos os seres vivos, e
essa notável similitude de funcionamento orgânico prende-se à circunstância de
deverem todas as suas propriedades a um elemento comum - o protoplasma.
Assim
se denomina o conteúdo vivo da célula, o que constitui a sua parte essencial,
o que nela verdadeiramente vive. Só no protoplasma, portanto, importa procurar
a razão das propriedades de todos os tecidos. Nele residem todas as modalidades
possíveis, conservadas em estado latente, quando isolado sob a forma primitiva
da monera. É diferenciando, é separando-lhe as propriedades, que as vamos
reencontrar isoladas nos seres superiores.
O
protoplasma é o agente de todas as reconstituições orgânicas, isto é, de todos
os fenômenos íntimos de nutrição. Além disso, o protoplasma contrai-se sob a
ação dos excitantes, e preside, assim, aos fenômenos da vida de relação.
Pode-se,
ainda, assinalar o sono como necessidade imposta a todos os seres vivos. Dorme
a planta, como dorme o animal, e assim como no animal se completam as funções
respiratórias, circulatórias, assimilatórias, enquanto ele dorme, o mesmo
sucede com os vegetais, quando dormitam.
O
sexo e o casamento são as condições que presidem à reprodução no mundo vegetal.
São os estames, os órgãos masculinos, e o pistilo, o feminino; e o ovário, o
órgão onde se formam as sementes.
Finalmente,
os anestésicos, que atuam tão poderosamente nos animam, produzem nas plantas os
mesmos efeitos, como a provarem a existência de um princípio rudimentar de
sensibilidade nos vegetais.
Todos
estes fatos demonstram, à evidência, o grande plano unitário da Natureza. Sua
divisa é: unidade na diversidade, de sorte que, do emprego dos mesmos processos
fundamentais resulta umas variações infinitas, que estabelece a fecundidade
inesgotável das suas concepções, de par com a unidade da vida.
A
vida psíquica de todo ser pensante apresenta uma continuidade assecuratória de
sua identidade. É por não sentirmos lacuna em nossa vida mental, que nos
certificamos de ser a mesma, sempre, a individualidade em nós residente. A
memória religa, de forma ininterrupta, todos os estados de consciência, da
infância à velhice. Sob a forma de lembranças, podemos evocar eventos do
passado, dar-lhes vida fictícia, julgar-lhes as fases, dar-nos conta de que,
mal grado todas as vicissitudes, lutas, abalos morais, desfalecimentos ou
triunfos da vontade, é sempre o mesmo eu que odiou ou amou, gozou ou sofreu.
Numa palavra: - que somos idênticos.
Enfim
que parte do ser reside essa identidade?
Evidentemente,
no espírito, pois é ele que sente e quer. Na Terra, as faculdades intelectuais
estão ligadas, em suas manifestações, a um certo estado do corpo, e o cérebro
é o órgão pelo qual o pensamento se transmite ao exterior. O cérebro, porém,
muda perpetuamente, as células dos seus tecidos são incessantemente agitadas,
modificadas, destruídas por sensações vindas do interior e do exterior. Mais do
que as outras, essas células submetem-se a uma desagregação rápida, e, num
período assaz curto, são integralmente substituídas.
Como
conceber, então, a conservação da memória, e, com esta, a identidade?
De
nossa parte, não hesitamos em crer que o perispírito, ainda aqui, representa um
grande papel, evidenciando a sua necessidade, visto como os argumentos que
validamos, para o mecanismo fisiológico, melhor ainda se aplicam ao
funcionamento intelectual, bem mais intenso e variado que as ações da vida
vegetativa ou animal. Dessas duas ordens de fatos, bem comprovados, resulta: a
renovação incessante das moléculas e a conservação da lembrança, que as
sensações e os pensamentos registrados não o são apenas no corpo físico, mas
também no que é imutável - no invólucro fluídico da alma. Eis como se pode
representar o fenômeno.
Todo
o mundo sabe que para termos uma sensação faz-se preciso que um dos órgãos dos
sentidos seja excitado por um movimento vibratório, capaz de irritar o nervo
correspondente.
O
choque recebido propaga-se até ao cérebro, onde a alma toma conhecimento dele,
por um fenômeno dito de percepção, Mas, nós sabemos que, entre o cérebro e a
alma, está o perispírito, que aquele choque deve atravessar, deixando-lhe um
traço.
Com
efeito, ao mesmo tempo em que é percebida a sensação - o que se dá no instante
em que a célula cerebral entra a vibrar -, o perispírito, que transmitiu ao
espírito o movimento, registrou-a.
A
célula pode, então, desaparecer, cumprida a sua tarefa. A que lhe deva suceder
será formada pelo perispírito, que lhe imprimirá os mesmos movimentos
vibratórios que recebera. Destarte, a sensação será conservada e apta a
reaparecer, quando o queira o espírito.
Importa,
necessariamente, assim seja, pois a certeza do trabalho molecular do cérebro é
absoluta. Pode-se até medir a intensidade da atividade intelectual pela
elevação de temperatura das camadas corticais, e pelas perdas excrementosas
conseqüentes.
O
substrato material é incessantemente destruído e reconstituindo.
Não
fosse o perispírito uma espécie de fonógrafo natural, a registrar sensações
para reproduzi-Ias mais tarde, impossível se tornaria adquirir conhecimentos,
pois o novo ser, aquele que incessantemente substitui o antigo, nada conhece do
passado.
Lógico
é, pois, admitir que o perispírito tem grande importância do ponto de vista
psíquico, e nada há nisso que nos deva surpreender, por isso que, em suma, ele
faz parte da alma e lhe serve de agente junto à matéria.
PATRICIA JORGE ALVES
TERAPEUTA HOMEOPATA