O QUE É REALIDADE?
O que eu pensava ser irreal, agora me parece em alguns aspectos mais real do que o que eu considero real, que agora parece irreal.
Fred Alan Wolf
O que é a realidade? A maioria das pessoas acha que realidade é o que nossos sentidos projetam para nós. É claro, a ciência adotou essa visão durante quatrocentos anos, o que não for perceptível por meio dos cinco sentidos (ou de suas extensões) não é real.
Porém, mesmo essa “realidade” tem uma aparência quando a examinamos com nossos olhos, e outra quando a examinamos mais a fundo, por meio do microscópio ou do acelerador de partículas. Então ela se torna completamente diferente, irreconhecível.
E os nossos pensamentos, então? Eles são parte da “realidade”? Olhe em torno: há janelas, cadeiras, lâmpadas etc. Você provavelmente pensou que tudo isso era real. Tudo isso foi precedido por uma “idéia” de janelas e cadeiras e as criou. A maioria das pessoas acha que pensamentos e emoções são reais – mas quando os cientistas exploram a “realidade”, eles evitam cuidadosamente falar sobre essas coisas.
A humanidade foi para o laboratório e resolveu algo mais simples, vamos pegar todas as “coisas” que concordamos serem “reais” e verem do que são feitas. Elas são mais simples do que sonhos, idéias, emoções ou outras coisas internas.
“Não existe nada a não ser átomos e espaços vazios; tudo o mais é opinião”.
(filósofo grego Demócrito)
Foi um grande ponto de partida. Então vieram os microscópicos eletrônicos, os aceleradores de partículas e as câmaras de neblina e nós, os gigantes, nos debruçamos sobre o mundo das coisas pequenas.
Os átomos são os blocos de que é feita a natureza. Boa tentativa! É um conceito elegante, que permite criar diagramas, mas não é verdadeiro. Aqueles pequenos átomos sólidos, com suas órbitas bem comportadas, eram apenas pacotes de energia. Cada átomo consiste quase totalmente em “espaço vazio” de modo que é uma espécie de milagre não cairmos no chão cada vez que nos sentarmos numa cadeira. E como o chão é majoritariamente vazio, onde encontraríamos alguma coisa bastante sólida para nos sustentar? Nossos corpos também são feito de átomos!
O dito “espaço vazio” dentro e em torno dos átomos não é de forma alguma vazio; está cheio de energia que um centímetro cúbico. O conteúdo de um dedal ou o volume de uma bolinha de gude contém mais energia que toda a matéria sólida existente em todo o Universo conhecido! Então, o que você disse que era realidade?
Existe um domínio completamente não físico, que pode ser chamado de informação, de ondas de probabilidade ou de consciência. Tudo é feito de átomos; então esse campo subjacente de inteligência, é na essência, o que o universo realmente é.
O universo é inteligente. Ele está avançando em uma direção, e temos algo a ver com ela. O espírito criativo, a intenção criativa que fez a história deste planeta, vem de dentro de nós e está fora. Tudo é o mesmo. Tudo é consciência. Tudo é inteligente. Tudo é Deus.
A consciência propriamente dita é o que é fundamental, e a energia- matéria é o seu produto. Se mudarmos de opinião sobre quem somos, e nos olharmos como seres criativos e eternos, criando a experiência física, unidos por esse nível da existência que chamamos consciência, então começará a ver e a criar de forma diferente esse mundo em que vivemos.
No século XVIII, o filósofo alemão Emmanuel Kant afirmou que nunca poderemos conhecer a natureza da realidade como ela é. Nossas investigações só fornecem respostas ao que perguntamos baseados nas capacidades e limitações de nossas mentes. Tudo o que percebemos no mundo natural (seja por nossos sentidos, seja pela ciência) passa pelo filtro da nossa consciência, e é determinado, até certo ponto, pelas estruturas mentais. Assim, o que vemos são “fenômenos”, interações entre a mente e o que quer que esteja “realmente ali”. Não vemos a realidade. A “coisa em si” nos é oculta.
A ciência só nos dá modelos do mundo, não o mundo propriamente dito.
A idéia de que existem diferentes níveis simultâneos, todos eles reais. Em outras palavras, os níveis superficiais são reais em si, só quando os comparamos aos níveis mais profundos percebemos que não são de fato reais, não é o nível “final”. Braços e pernas são reais, células e moléculas são reais, átomos e elétrons são reais, a consciência é real.
Existem diferentes mundos nos quais vivemos. Há a verdade superficial e a profunda. Há o mundo macroscópico que podemos ver, há o mundo de nós mesmos, há o mundo de nossos átomos, e o de nossos núcleos. São mundos totalmente diferentes. Vivemos paralelamente em muitos mundos. Cada um deles tem uma linguagem própria. Não são menos importantes ou mais, são diferentes níveis de verdade. Mas tudo está ligado, vivemos em uma cadeia.
A realidade é um processo democrático?
As nossas vidas diárias e decisões momentâneas sobre a realidade são democráticas?
Quando a concordância com os outros torna algo real? Se de dez pessoas numa sala, oito vêem uma cadeira, e duas um marciano, quem está alucinado?
E quando 12 pessoas acham que um lago é uma massa de água, e uma pessoa, uma superfície em que se possa caminhar? Um paradigma é apenas a idéia (modelo) de maior aceitação sobre o que é real. A consciência cria a realidade? É por isso que não há uma boa resposta, porque a realidade é a resposta?
A mente fornece a referência, o conhecimento específico e as premissas específicas para que os olhos vejam. A mente forma o universo que o olho então vê. Em outras palavras nossa mente está estruturada em nossos olhos.
Henryk Skolimowski
A Mente mente!
Se tudo o que percebo tem por base o que já conheço, como poderei perceber alguma coisa nova? Se eu nunca perceber algo novo, como poderei mudar? Como crescerei?
Cinco níveis aninhados de processamento cerebral. Foi o que você acabou de fazer para “ver” cada uma dessas letras. Seus olhos não mandaram uma imagem de cada letra. Seu cérebro processou os dados visuais enviados pelos olhos e construiu essas letras.
O cérebro divide em formas, cores e padrões básicos os impulsos que chegam a ele. Ele então compara esses elementos a padrões de lembranças de coisas similares, associando-os às emoções e atribuindo significado aos eventos. O cérebro reúne tudo, formando uma imagem integrada que é projetada no lobo frontal quarenta vezes por segundo. Nós não vemos de forma contínua. É como um filme piscando.
Imagine que você está olhando para uma floresta. O cérebro está na verdade pintando as folhas de cada árvore que você vê. Ele associa as imagens às lembranças, ou redes neurais, de folhas, cores, tamanhos e formas, e de alguma maneira as reúne.
“Somos bombardeados por imensas quantidades de informação que entra em nosso corpo e é processada. Ela entra por meio de nossos órgãos dos sentidos, vai se infiltrando corpo acima, e a cada passo vamos eliminando informação. Por fim, a que chega à superfície da consciência é aquela que mais atende a nossos interesses.”
(Candace Pert, Ph. D)
Patricia Jorge Alves
Terapeuta Homeopata
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