terça-feira, 7 de abril de 2015

ARISTÓTELES - A INTELIGÊNCIA DO HOMEM

Aristóteles, filósofo grego aluno de Platão e Professor de Alexandre, o “Grande”. Em seu livro Metafísica Capítulo I, nos afirma que:

“Todos os homens têm, por natureza, desejo de  conhecer: uma prova disso é o prazer das sensações, pois, fora até a sua utilidade, ela nos agradam por si mesmas e, mais que todas as outras, as visuais. Com efeito, não só para agir, mas até quando não nos propomos operar coisa alguma, preferimos, por assim dizer, a vista ao demais. A razão é que ela é, de todos os sentidos, o que melhor nos faz conhecer as coisas e mais diferenças nos descobre. Por natureza, seguramente os animais são dotados de sensação, mas, nuns, da sensação não se gera a memória, e noutros gera-se. Por isso, estes são mais inteligentes e mais aptos para aprender do que os que são incapazes de recordar. Inteligentes, pois, mas sem possibilidade de aprender, são todos os que não podem captar os sons, como as abelhas, e qualquer outra espécie parecida de animais. Pelo contrário, têm faculdade de aprender todos os seres que, além da memória, são providos também deste sentido.” ARISTÓTELES ,Os Pensadores Metafísica, cap. I.1ª edição. Ed. Abril, São Paulo 1973. P. 211.


Aristóteles em seu livro Metafísica mostra-nos que o desejo de saber é natural tendo graus diversos de conhecimento dependendo da capacidade, memória, experiência sensação, e arte. A razão é de todos os sentidos, nos fazendo conhecer as coisas. Os animais são dotados de sensação gerando memória em uns noutros não.  Há graus diversos de aprendizado em cada animal.

Pode-se dizer que o homem com sua memória adquire experiência dentro de uma visão científica e artística. Ele nos coloca que há mais saber e conhecimento na arte do que na experiência, considerando que os homens de arte são mais sábios que os que adquirem experiências formando o campo das ideias. O objeto da cura é o singular Complexo de experimentações semelhantes gerando a cura. Ao saber acumulado e organizado dá-se o nome de ciência. Organização racional do conhecimento. Portanto Curar é a Divina Arte (Christian Friedrich Samuel Hahnemann). A sabedoria acompanha o saber, para conhecer a causa verdadeira. Os seres irracionais por sua vez, executam suas funções por instinto que Aristóteles chama de natureza que lhes é própria. Ter a capacidade de ensinar é sabedoria. Saber o “porque” desencadeia a construção de um saber. Usufruir das condições que permitam o exercício da atividade intelectual. A Filosofia para Aristóteles  são as causas primeiras, a sabedoria adquirida por percepções, parece ser mais sábio que o ser que possui uma sensação qualquer. Ciência de causa e princípio; filosofia é por amor ao saber. Para Platão, há no homem algo que lhe permite aprender essa realidade transcendente sendo que  a filosofia deve-se supor que o homem possua, ao mesmo tempo, um corpo mergulhado nas aparências, um espírito capaz de aprender as ideias ou essências através da construção do discurso. Verão as essências imutáveis, e acima de tudo e essência e ideia suprema, iluminando todas as outras, explicando simultaneamente o aparecimento e a configuração delas, chegando a uma mística do inteligível. A essência é um núcleo a partir do qual se pode desenvolver múltiplas variações. A ideia é o arquétipo. O mundo das aparências, podendo descobrir leis de consequência ou científicas. Platão explica essa inteligibilidade parcial do mundo das aparências vem do fato dele ser uma cópia do mundo das ideias, imitando o mundo essencial, podendo ser a realidade produtora. Para Platão, contemplação do mundo das ideias se chama em grego, teoria. Etimologicamente quer dizer simplesmente ver. É na conduta do filósofo onde ele se manifesta realmente, que tal mundo será reconhecido. É na aplicação da visão que se poderá identificar quem viu verdadeiramente a realidade tal como ela é.
Aristóteles convida o homem a verificar a cada instante, na realidade, no seio do mundo das aparências, a validade dos enunciados filosóficos. Na ótica platônica, o discurso universal só tem a justificação discursiva. É uma justificação do discurso pelo discurso. E diante disso, Platão supôs a existência das ideias. Aristóteles toma as coisas de maneira mais simples: tenta construir um sistema de enunciados, uma verdadeira enciclopédia. Aristóteles criou o primeiro centro internacional de pesquisa científica na bacia do Mediterrâneo. Colecionava pedras raras, cristais extraordinários, animais, era um pesquisador científico. Ele convida a todos a desenvolver o conhecimento fabricando um discurso, restaurando as articulações do próprio ser. Para ele, a ciência a adquirir é a das causas primeiras. Causa esta: material, eficiente, formal e final. Primeira causa deve-se entender em sentido relativo, isto é, da causa que importa ao conhecimento próprio da coisa, e não no sentido absoluto, porque se assim não fosse o conhecimento de cada coisa exigiria o conhecimento do objeto formal da metafísica.
Termino este texto com as palavras do Pai da Medicina:
“A vida é curta.
A arte é longa.
A ocasião é fugida.
A experiência enganadora.
O julgamento difícil”.
(HIPÓCRATES – 400 a.C)

Patricia Jorge Alves






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