Aristóteles, filósofo
grego aluno de Platão e Professor de Alexandre, o “Grande”. Em seu livro
Metafísica Capítulo I, nos afirma que:
“Todos os homens têm,
por natureza, desejo de conhecer: uma
prova disso é o prazer das sensações, pois, fora até a sua utilidade, ela nos
agradam por si mesmas e, mais que todas as outras, as visuais. Com efeito, não
só para agir, mas até quando não nos propomos operar coisa alguma, preferimos,
por assim dizer, a vista ao demais. A razão é que ela é, de todos os sentidos,
o que melhor nos faz conhecer as coisas e mais diferenças nos descobre. Por
natureza, seguramente os animais são dotados de sensação, mas, nuns, da
sensação não se gera a memória, e noutros gera-se. Por isso, estes são mais
inteligentes e mais aptos para aprender do que os que são incapazes de
recordar. Inteligentes, pois, mas sem possibilidade de aprender, são todos os
que não podem captar os sons, como as abelhas, e qualquer outra espécie parecida
de animais. Pelo contrário, têm faculdade de aprender todos os seres que, além
da memória, são providos também deste sentido.” ARISTÓTELES ,Os Pensadores Metafísica, cap. I.1ª
edição. Ed. Abril, São Paulo 1973. P. 211.
Aristóteles em seu
livro Metafísica mostra-nos que o desejo de saber é natural tendo graus
diversos de conhecimento dependendo da capacidade, memória, experiência
sensação, e arte. A razão é de todos os sentidos, nos fazendo conhecer as
coisas. Os animais são dotados de sensação gerando memória em uns noutros não. Há graus diversos de aprendizado em cada
animal.
Pode-se dizer que o
homem com sua memória adquire experiência dentro de uma visão científica e
artística. Ele nos coloca que há mais saber e conhecimento na arte do que na
experiência, considerando que os homens de arte são mais sábios que os que
adquirem experiências formando o campo das ideias. O objeto da cura é o
singular Complexo de experimentações semelhantes gerando a cura. Ao saber
acumulado e organizado dá-se o nome de ciência. Organização racional do
conhecimento. Portanto Curar é a Divina Arte (Christian Friedrich Samuel
Hahnemann). A sabedoria acompanha o saber, para conhecer a causa verdadeira. Os
seres irracionais por sua vez, executam suas funções por instinto que
Aristóteles chama de natureza que lhes é própria. Ter a capacidade de ensinar é
sabedoria. Saber o “porque” desencadeia a construção de um saber. Usufruir das
condições que permitam o exercício da atividade intelectual. A Filosofia para
Aristóteles são as causas primeiras, a
sabedoria adquirida por percepções, parece ser mais sábio que o ser que possui
uma sensação qualquer. Ciência de causa e princípio; filosofia é por amor ao
saber. Para Platão, há no homem algo que lhe permite aprender essa realidade
transcendente sendo que a filosofia
deve-se supor que o homem possua, ao mesmo tempo, um corpo mergulhado nas
aparências, um espírito capaz de aprender as ideias ou essências através da
construção do discurso. Verão as essências imutáveis, e acima de tudo e
essência e ideia suprema, iluminando todas as outras, explicando
simultaneamente o aparecimento e a configuração delas, chegando a uma mística
do inteligível. A essência é um núcleo a partir do qual se pode desenvolver
múltiplas variações. A ideia é o arquétipo. O mundo das aparências, podendo
descobrir leis de consequência ou científicas. Platão explica essa
inteligibilidade parcial do mundo das aparências vem do fato dele ser uma cópia
do mundo das ideias, imitando o mundo essencial, podendo ser a realidade
produtora. Para Platão, contemplação do mundo das ideias se chama em grego,
teoria. Etimologicamente quer dizer simplesmente ver. É na conduta do filósofo
onde ele se manifesta realmente, que tal mundo será reconhecido. É na aplicação
da visão que se poderá identificar quem viu verdadeiramente a realidade tal
como ela é.
Aristóteles convida o
homem a verificar a cada instante, na realidade, no seio do mundo das
aparências, a validade dos enunciados filosóficos. Na ótica platônica, o
discurso universal só tem a justificação discursiva. É uma justificação do
discurso pelo discurso. E diante disso, Platão supôs a existência das ideias.
Aristóteles toma as coisas de maneira mais simples: tenta construir um sistema
de enunciados, uma verdadeira enciclopédia. Aristóteles criou o primeiro centro
internacional de pesquisa científica na bacia do Mediterrâneo. Colecionava
pedras raras, cristais extraordinários, animais, era um pesquisador científico.
Ele convida a todos a desenvolver o conhecimento fabricando um discurso,
restaurando as articulações do próprio ser. Para ele, a ciência a adquirir é a
das causas primeiras. Causa esta: material, eficiente, formal e final. Primeira
causa deve-se entender em sentido relativo, isto é, da causa que importa ao conhecimento
próprio da coisa, e não no sentido absoluto, porque se assim não fosse o
conhecimento de cada coisa exigiria o conhecimento do objeto formal da
metafísica.
Termino este texto com
as palavras do Pai da Medicina:
“A
vida é curta.
A
arte é longa.
A
ocasião é fugida.
A
experiência enganadora.
O
julgamento difícil”.
(HIPÓCRATES
– 400 a.C)
Patricia Jorge Alves
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